No arranque

Empresas e usuários são os mais ameaçados por ataques


Países investem na defesa digital

Por Filipe Serrano

* Publicado no 'Link' em 18/3/2013.

Desde o ano passado, o governo dos Estados Unidos tem feito uma campanha para alertar para o crescente problema de ataques online e a ameaça que eles representam não apenas à segurança do país, mas também para o funcionamento de serviços essenciais, como distribuição de energia, água e gás. A Casa Branca se preocupa que, com um ataque online, seria possível interromper o fornecimento deste tipo de serviço e provocar uma situação de caos que poderia levar meses para ser resolvida.

O alerta tem sido repetido por autoridades do país (tanto que o tema foi capa do Link em outubro do ano passado). Semana passada, foi a vez do diretor nacional de inteligência, James Clapper, falar sobre a vulnerabilidade dos sistemas digitais norte-americanos. "Essa capacidade (dos hackers) coloca todos os setores dos EUA em risco - do governo e redes privadas até infraestruturas essenciais", afirmou, citado pelo Wall Street Journal.

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Ainda parece que estamos longe de viver um drama digital tão grave, mas em 2013 já houve uma série de ataques que mostram que as consequências podem ser drásticas também para as empresas de internet e seus usuários.

Em fevereiro, por exemplo, empresas como Apple, Microsoft e Facebook divulgaram ter sido alvo de invasores digitais. Jornais como Washington Post e The New York Times também sofreram com ataques que se assemelham a ciberespionagem. Em outro caso, o Twitter disse que as contas de cerca de 250 mil usuários foram comprometidas numa invasão em que hackers tiveram acesso aos nomes das pessoas, seus endereços de e-mails e versões codificadas de suas senhas.

Mais recentemente, o Evernote também divulgou que hackers conseguiram acessar informações dos usuários (também e-mails e senhas criptografadas), que utilizam o serviço para armazenar online e sincronizar documentos, lembretes, fotografias e notas. O resultado: os 50 milhões de usuários tiveram de reconfigurar suas senhas. O Evernote também planeja adotar um segundo mecanismo de verificação de identidade.

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Na semana passada, mais um caso chamou a atenção. O Serviço Secreto dos EUA passou a investigar como as informações pessoais de personalidades como a primeira-dama Michelle Obama, o vice-presidente Joe Biden, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, o ator Ashton Kutcher e os músicos Jay-Z e Beyoncé, entre outros, foram parar em um site aparentemente hospedado na ex-União Soviética.

O número de militares do centro de defesa cibernética dos EUA (US Cyber Command) deve crescer de 900 para 4 mil nos próximos anos. A União Europeia, a China (frequentemente citada como origem dos ataques) e o Brasil têm investido na melhoria de um sistema de defesa digital para evitar um efeito desastroso na infraestrutura nacional. Mas os casos recentes mostram que os usuários comuns têm sido os mais afetados por ataques do tipo. Afinal, são empresas privadas, e não os governos, que controlam a maioria dos serviços online que utilizamos.

Como no caso do Evernote, há um risco cada vez maior de perdermos nossos documentos e arquivos digitais armazenados nestes serviços. Só o Google, por exemplo, é dono de uma série de ferramentas que guardam nossos dados. Mas outras empresas, como Facebook e Apple, também armazenam cada vez mais informações sobre nós, o que leva o risco disseminado e descontrolado de os usuários terem arquivos e dados violados.

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Aumentar a segurança sempre foi um desafio para as empresas de internet, mas a responsabilidade delas sobre os dados das pessoas aumenta à medida que cresce a quantidade de usuários. Seria importante também que os países se preocupassem, além de proteger sua infraestrutura de serviços essenciais, em pressionar as empresas de internet para garantir que o o meio digital e os cidadãos também fiquem protegidos.

- o Coluna anterior 4/3/2013O mundo ainda não é tão conectado quanto parece

* Publicado no 'Link' em 18/3/2013.

Desde o ano passado, o governo dos Estados Unidos tem feito uma campanha para alertar para o crescente problema de ataques online e a ameaça que eles representam não apenas à segurança do país, mas também para o funcionamento de serviços essenciais, como distribuição de energia, água e gás. A Casa Branca se preocupa que, com um ataque online, seria possível interromper o fornecimento deste tipo de serviço e provocar uma situação de caos que poderia levar meses para ser resolvida.

O alerta tem sido repetido por autoridades do país (tanto que o tema foi capa do Link em outubro do ano passado). Semana passada, foi a vez do diretor nacional de inteligência, James Clapper, falar sobre a vulnerabilidade dos sistemas digitais norte-americanos. "Essa capacidade (dos hackers) coloca todos os setores dos EUA em risco - do governo e redes privadas até infraestruturas essenciais", afirmou, citado pelo Wall Street Journal.

Ainda parece que estamos longe de viver um drama digital tão grave, mas em 2013 já houve uma série de ataques que mostram que as consequências podem ser drásticas também para as empresas de internet e seus usuários.

Em fevereiro, por exemplo, empresas como Apple, Microsoft e Facebook divulgaram ter sido alvo de invasores digitais. Jornais como Washington Post e The New York Times também sofreram com ataques que se assemelham a ciberespionagem. Em outro caso, o Twitter disse que as contas de cerca de 250 mil usuários foram comprometidas numa invasão em que hackers tiveram acesso aos nomes das pessoas, seus endereços de e-mails e versões codificadas de suas senhas.

Mais recentemente, o Evernote também divulgou que hackers conseguiram acessar informações dos usuários (também e-mails e senhas criptografadas), que utilizam o serviço para armazenar online e sincronizar documentos, lembretes, fotografias e notas. O resultado: os 50 milhões de usuários tiveram de reconfigurar suas senhas. O Evernote também planeja adotar um segundo mecanismo de verificação de identidade.

Na semana passada, mais um caso chamou a atenção. O Serviço Secreto dos EUA passou a investigar como as informações pessoais de personalidades como a primeira-dama Michelle Obama, o vice-presidente Joe Biden, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, o ator Ashton Kutcher e os músicos Jay-Z e Beyoncé, entre outros, foram parar em um site aparentemente hospedado na ex-União Soviética.

O número de militares do centro de defesa cibernética dos EUA (US Cyber Command) deve crescer de 900 para 4 mil nos próximos anos. A União Europeia, a China (frequentemente citada como origem dos ataques) e o Brasil têm investido na melhoria de um sistema de defesa digital para evitar um efeito desastroso na infraestrutura nacional. Mas os casos recentes mostram que os usuários comuns têm sido os mais afetados por ataques do tipo. Afinal, são empresas privadas, e não os governos, que controlam a maioria dos serviços online que utilizamos.

Como no caso do Evernote, há um risco cada vez maior de perdermos nossos documentos e arquivos digitais armazenados nestes serviços. Só o Google, por exemplo, é dono de uma série de ferramentas que guardam nossos dados. Mas outras empresas, como Facebook e Apple, também armazenam cada vez mais informações sobre nós, o que leva o risco disseminado e descontrolado de os usuários terem arquivos e dados violados.

Aumentar a segurança sempre foi um desafio para as empresas de internet, mas a responsabilidade delas sobre os dados das pessoas aumenta à medida que cresce a quantidade de usuários. Seria importante também que os países se preocupassem, além de proteger sua infraestrutura de serviços essenciais, em pressionar as empresas de internet para garantir que o o meio digital e os cidadãos também fiquem protegidos.

- o Coluna anterior 4/3/2013O mundo ainda não é tão conectado quanto parece

* Publicado no 'Link' em 18/3/2013.

Desde o ano passado, o governo dos Estados Unidos tem feito uma campanha para alertar para o crescente problema de ataques online e a ameaça que eles representam não apenas à segurança do país, mas também para o funcionamento de serviços essenciais, como distribuição de energia, água e gás. A Casa Branca se preocupa que, com um ataque online, seria possível interromper o fornecimento deste tipo de serviço e provocar uma situação de caos que poderia levar meses para ser resolvida.

O alerta tem sido repetido por autoridades do país (tanto que o tema foi capa do Link em outubro do ano passado). Semana passada, foi a vez do diretor nacional de inteligência, James Clapper, falar sobre a vulnerabilidade dos sistemas digitais norte-americanos. "Essa capacidade (dos hackers) coloca todos os setores dos EUA em risco - do governo e redes privadas até infraestruturas essenciais", afirmou, citado pelo Wall Street Journal.

Ainda parece que estamos longe de viver um drama digital tão grave, mas em 2013 já houve uma série de ataques que mostram que as consequências podem ser drásticas também para as empresas de internet e seus usuários.

Em fevereiro, por exemplo, empresas como Apple, Microsoft e Facebook divulgaram ter sido alvo de invasores digitais. Jornais como Washington Post e The New York Times também sofreram com ataques que se assemelham a ciberespionagem. Em outro caso, o Twitter disse que as contas de cerca de 250 mil usuários foram comprometidas numa invasão em que hackers tiveram acesso aos nomes das pessoas, seus endereços de e-mails e versões codificadas de suas senhas.

Mais recentemente, o Evernote também divulgou que hackers conseguiram acessar informações dos usuários (também e-mails e senhas criptografadas), que utilizam o serviço para armazenar online e sincronizar documentos, lembretes, fotografias e notas. O resultado: os 50 milhões de usuários tiveram de reconfigurar suas senhas. O Evernote também planeja adotar um segundo mecanismo de verificação de identidade.

Na semana passada, mais um caso chamou a atenção. O Serviço Secreto dos EUA passou a investigar como as informações pessoais de personalidades como a primeira-dama Michelle Obama, o vice-presidente Joe Biden, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, o ator Ashton Kutcher e os músicos Jay-Z e Beyoncé, entre outros, foram parar em um site aparentemente hospedado na ex-União Soviética.

O número de militares do centro de defesa cibernética dos EUA (US Cyber Command) deve crescer de 900 para 4 mil nos próximos anos. A União Europeia, a China (frequentemente citada como origem dos ataques) e o Brasil têm investido na melhoria de um sistema de defesa digital para evitar um efeito desastroso na infraestrutura nacional. Mas os casos recentes mostram que os usuários comuns têm sido os mais afetados por ataques do tipo. Afinal, são empresas privadas, e não os governos, que controlam a maioria dos serviços online que utilizamos.

Como no caso do Evernote, há um risco cada vez maior de perdermos nossos documentos e arquivos digitais armazenados nestes serviços. Só o Google, por exemplo, é dono de uma série de ferramentas que guardam nossos dados. Mas outras empresas, como Facebook e Apple, também armazenam cada vez mais informações sobre nós, o que leva o risco disseminado e descontrolado de os usuários terem arquivos e dados violados.

Aumentar a segurança sempre foi um desafio para as empresas de internet, mas a responsabilidade delas sobre os dados das pessoas aumenta à medida que cresce a quantidade de usuários. Seria importante também que os países se preocupassem, além de proteger sua infraestrutura de serviços essenciais, em pressionar as empresas de internet para garantir que o o meio digital e os cidadãos também fiquem protegidos.

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