A Foxconn, principal montadora de aparelhos Apple e marcas de eletrônicos como a HP, já havia sido avisada no início de maio dos riscos existentes em suas instalações na fábrica de Chengdu. Na sexta-feira, 20, uma explosão causada pela combustão de pó inflamável durante uma oficina de limpeza matou três trabalhadores.
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Um relatório de 20 páginas datado de 6 de maio feito pela SACOM, organização sem fins lucrativos que reúne estudantes e professores universitários contra ações danosas de empresas contra seus funcionários, evidenciou pontos de maus tratos em treinamento, jornada de trabalho, salário, “disciplina militar” e as más condições das instalações para a saúde dos funcionários.
Entre os pontos críticos, a ONG cita o acúmulo de pó de alumínio no departamento de polimento e perto da máquina de trituração, além da pobre ventilação desses ambientes. O pó, além de fazer mal à saude, é altamente inflamável.
O relatório, que trata da situação de cerca de 500 mil funcionários, residentes em Shenzhen e Chengdu, foi enviado à Foxconn, que respondeu garantindo que “havia feito grandes progressos nos últimos” e que tudo havia sido confirmado por auditores e jornalistas.
A empresa, que já havia enfrentado processos trabalhistas por abuso — frutos dos sucessivos suicídios na fábrica de Shenzhen — divulgou recentemente seu balanço financeiro anual. Segundo o jornal Digitimes, a Foxconn teve lucros de US$ 103,6 bilhões em 2010, um aumento de 53,3% em relação ao ano anterior.
No Brasil. Em abril, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, confirmou que a Apple e a Foxconn vão produzir tablets em terreno brasileiro. A empresa de Taiwan, que possui fábricas em Jundiaí, Indaiatuba, Manaus e Sorocaba, não se pronuncia oficialmente sobre a questão.
À imprensa chinesa, Mercadante disse não saber qual fábrica especificamente começará a produção. O jornal China Times, entretanto, havia adiantado que o grupo Hon Hai tinha intenções de produzir aparelhos Apple na fábrica de Jundiaí, São Paulo.
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