Demorou uma década, mas a Motorola está de volta ao mercado de tablets. A empresa anuncia nesta quarta-feira, 12, o lançamento de um tablet da família Moto G — linha de celulares mais famosos da marca no Brasil. O dispositivo é uma tentativa da empresa de diversificar o portfólio no País e uma aposta no segmento de telas mais amplas e sensíveis ao toque — maiores que um smartphone mas menores que um notebook. Disponível no mercado a partir desta quarta, o Moto Tab G70 chega às lojas com duas versões e vai custar até R$ 2,6 mil.
Segundo a Motorola, o novo produto ainda é um experimento do seu mercado: depois da estratégia agressiva de lançamento de smartphones no ano passado, a demanda por mais eletrônicos despertou o interesse da empresa, afirma Thiago Masuchette, gerente de produtos da Motorola no Brasil. O teste, que quer recolher as impressões do setor de tablets fora de marcas como Samsung e Apple, vai ditar o ritmo e a produção de futuros aparelhos na companhia.
“A pandemia reacendeu a necessidade de itens de tecnologia para usuários e a mudança de comportamento do consumidor por uma tela a mais foi uma demanda a ser atendida. Não temos vergonha de não lançar mais nenhum modelo se esse não der certo, mas queremos experimentar esse mercado”, explicou Masuchette.
O lançamento marca o retorno da empresa para o segmento. O último tablet vendido pela Motorola foi o Xoom, linha que entrou nas lojas brasileiras em 2011 e que teve duas versões do dispositivo. Na época, a Motorola era uma empresa independente, antes de ser comprada pelo Google e posteriormente ser repassada à Lenovo. Agora, 10 anos — e muitas atualizações no setor de tecnologia — depois, a proposta é oferecer um produto voltado para consumidores em trabalho remoto, mirando na necessidade de mais uma tela em casa.
Quando o Xoom foi lançado, a Motorola foi responsável por trazer a primeira versão otimizada do Android para tablets - era a era do Android 3.0, conhecido como "Honeycomb".
Especificações
O Moto Tab G70 é um tablet que acompanhou a tendência do líder do setor, a Apple: as laterais são achatadas e metálicas, semelhante a um iPad, da Apple, e a tela também tem bordas reduzidas sem nenhum botão na superfície — para ligar ou mudar o volume, o aparelho possui comandos físicos nas laterais.
Mas a principal ‘isca’ para o consumidor é o tamanho do dispositivo. A tela tem resolução de 2K e tamanho de 11 polegadas, com um entalhe redondo e pequeno para a câmera frontal de 8 megapixel (MP). O display com controle de cores é semelhante ao dos celulares da marca e pode ter se aproveitado da ligação para se destacar — a Lenovo, dona da Motorola, optou por não colocar o dispositivo debaixo do seu guarda-chuva, mas alocar o aparelho dentro da linha Moto G.
O áudio também recebeu atenção da empresa. O sistema conta com quatro alto-falantes nas laterais e tecnologia Dolby Atmos — a promessa é que, para plataformas e conteúdos compatíveis, o tablet possa oferecer uma experiência surround, uma projeção "geográfica" do som de acordo com o que acontece na tela. Assim, se um estrondo acontece na parte direita do plano, o som é entregue pelo alto-falante do mesmo lado ao espectador. A tecnologia já é usada em salas de cinema, por exemplo.
A câmera traseira é composta por uma lente de 13 MP e acompanha o mesmo modelo arredondado do produto da Apple. A parte de trás também possui um acabamento metálico e fosco, estando disponível apenas na cor verde no Brasil.
Com memória de 4 GB e armazenamento de 64 GB, o aparelho tem um processador MediaTek Helio G90T e pode receber a adição de um cartão de memória com capacidade de até 1 TB. No sistema operacional, os modelos vêm com Android 11, do Google, com uma atualização garantida para o Android 12, que já está sendo disponibilizado por algumas marcas de telefonia.
A aposta também incluiu a possibilidade de inserir um chip de dados móveis no Moto Tab G70, que tem uma versão LTE com suporte às redes 2G, 3G e 4G. Cada vez mais frequentes nos celulares da Motorola, o 5G ficou de fora do lançamento.
O kit do tablet já vem com uma capinha magnética e que oferece apoio, mas a empresa deixou de fora acessórios importantes para o uso de um dispositivo como esse: canetas ou teclados não foram lançados ainda.
No Brasil, os modelos estão disponíveis a partir desta quarta. A versão com suporte à redes móveis sai por R$ 2,6 mil, e o aparelho sem a conexão via chip móvel chega nas lojas por R$ 2,4 mil. São versões mais econômicas que o iPad Pro de 11 polegadas, por exemplo, que por aqui são vendidos a partir de R$ 10,8 mil.