Após meses de rumores, a Apple anunciou nesta quarta, 15, o lançamento de um novo 'iPhone de baixo custo'. Batizado de iPhone SE, o aparelho também é uma volta da empresa aos celulares de tela pequena. Ele conta com painel de 4,7 polegadas, tamanho adotado pela última vez pela empresa no iPhone 8 em 2017. Na prática, o novo celular utiliza o "coração" de um iPhone 11, com especificações como processador e memória atualizados, mas embalado em um design do iPhone 8.
Aqui no Brasil, o aparelho ainda não tem data para chegar ao mercado, mas custará entre R$ 3,7 mil (64 GB de armazenamento) e R$ 4,5 mil (na opção com 256 GB de armazenamento). Há ainda uma opção intermediária, com 128 GB de armazenamento, com valor de R$ 4 mil. Nos Estados Unidos, o aparelho estará em pré-venda a partir de sexta-feira, 17, com preços que variam entre US$ 400 e US$ 550. Serão três cores à venda: branco, preto e vermelho.
A linha SE faz referência aos celulares "populares" da empresa – a última vez que um aparelho SE foi lançado foi em 2016, quando o design ainda fazia referência ao iPhone 5. A linha SE, segundo a companhia, visa ter um aparelho mais barato, de alta performance e de tamanho menor. A Apple afirma que apostou no tamanho de 4,7 polegadas por notar sua popularidade junto aos clientes - desde o iPhone 6, teriam sido vendidos 500 milhões de unidades com esse tamanho.
Nos EUA, o aparelho custará a partir de US$ 400, US$ 50 mais caro que o valor de entrada do iPhone 8, que ainda fazia parte do portólio oficial da empresa até a manhã desta quarta. Com o anúncio, o iPhone 8 está aposentado - agora, fazem parte do portfólio oficial iPhone XR, iPhone 11, iPhone 11 Pro e iPhone 11 Pro Max, além do novo SE. O iPhone 8 continuará à venda apenas por parceiros com o aparelho ainda em estoque.
Ao Estado, em conferência com jornalistas de diferentes países, a empresa afirmou que pretende continuar vendendo o iPhone XR - no Brasil, as faixas de preço do aparelho se sobrepõe às do SE. A ideia, segundo a companhia, é oferecer diferentes tamanhos de tela e preços. Isso pode explicar o motivo para o novo SE, com apenas um tamanho de tela, substituir os dois aparelhos, um deles com tela de 5,5 polegadas, da linha iPhone 8. O iPhone XR tem tela de 6,1 polegadas.
Com design já conhecido, a principal novidade do dispositivo é o chip A13 Bionic, presente na família iPhone 11, o que garante alto desempenho. Segundo a Apple, em apresentação para jornalistas, o componente garante quatro vezes mais capacidade do que o chip A9, presente na primeira geração do SE.
Ele conta, porém, com oponentes mais antigos e simples, como o sensor digital Touch ID e um painel de LCD (resolução de 1.334 x 750 pixels) – já a linha 11 tem tela de OLED. O novo aparelho também não tem o Face ID, recurso de reconhecimento facial para desbloqueio de tela e segurança, presente nos últimos modelos.
O conjunto de câmera traseira tem lente única de 12 MP - já o iPhone 11 Pro conta com um sistema de três lentes, enquanto o iPhone 11 tem apenas duas lentes. A última vez que a Apple fez um iPhone com apenas uma lente na traseira foi no iPhone XR, lançado em 2018.
A câmera do iPhone SE é uma grande angular com abertura f/1.8 e zoom digital de 5x. Já a câmera frontal tem 7 MP e abertura f/2.2. No software, todas as opções do modo Estúdio, populares entre clientes da empresa, estão disponíveis, incluindo o modo retrato. Aqui, a Apple conta com o A13 Bionic para potencializar a qualidade das imagens. O processador tem uma unidade dedicada ao processamento de inteligência artificial, técnica que pode ser aplicada na geração de fotos melhores. É por isso, disse a empresa aos jornalistas, que a companhia optou por uma única lente, indo na contramão da indústria, que já vê celulares intermediários com câmeras duplas.
Entre as opções de armazenamento estão 64 GB, 128 GB e 256 GB.
O lançamento era esperado ainda em março, mas teria sido adiado por conta da crise do coronavírus. Em nota a investidores, Daniel Ives, analista da consultoria Wedbush, acredita que o novo aparelho deve vender entre 20 milhões e 25 milhões de unidades nos primeiros dois ou três trimestres no mercado.
Originalmente, o aparelho deveria ter sido lançado em março, afirmou o analista, mas atrasos aconteceram por conta da pandemia do coronavírus e as dificuldades de produção da Apple na China – onde é fabricada a maior parte dos iPhones. Para ele, não deve chamar a atenção o fato do lançamento em si em meio à crise da covid-19. "A Apple vê este lançamento com pouco volume e pouco chamariz", disse o analista, fazendo comparação aos grandes eventos feitos pela empresa para anunciar seus aparelhos.