Uma das maiores sensações da Consumer Electronics Show (CES) 2022, feira de tecnologia que acontece nesta semana em Las Vegas, é a Ameca, um robô humanoide com expressões faciais que causam tanto admiração quanto espanto pela similaridade com o Homo sapiens. É como se o futuro dos filmes de ficção científica estivesse enfim chegando.
Sozinha no pavilhão de Las Vegas, sem expositores humanos para explicar do que se trata, a Ameca responde, em alto e bom som, a quaisquer perguntas dos curiosos que passam por ali – algo que assistentes digitais como Alexa e Siri já fazem há alguns anos.
A novidade, porém, é a capacidade de a robô, desenvolvida pela empresa britânica de robótica Engineered Arts para fins de pesquisa em inteligência artificial, "perceber" o mundo a sua volta e reagir a ele de maneira proativa – quando alvo de muitos flashes e lentes de câmeras, ela diz: “Eu também tenho câmeras nos meus olhos”.
Além disso, a Ameca interage com a plateia que logo se forma a sua volta. Ela apresenta-se, conta de onde veio, pergunta se está bonita, memoriza rostos e nomes, faz piadas e pede para que sorriam para ela - embora, neste caso, talvez não esteja ciente da obrigatoriedade das máscaras exigidas para circular pela feira. Perguntada se está gostando de participar da CES 2022, ela diz que não foi desenvolvida para sentir emoções, mas logo joga a bola de volta para o público: “Vocês estão gostando? Se sim, acenem com a mão”.
CES 2022: Conheça a Ameca, robo humanoide da maior feira de tecnologia do mundo
A naturalidade de reação a diferentes cenários é outro trunfo da Ameca. Durante o bate-papo, ela usa um leque de entonações e falas para manter a roda da conversa girando, sem nunca se tornar monótona. E há, é claro, as expressões faciais, como sorrisos, sobrancelhas levantadas, olhares vagos para o além quando não está interagindo, espanto e, até, raiva, caso invadam seu espaço pessoal.
O rosto não é a única parte interativa: suas mãos e dedos podem ser tensionados, assim como os braços podem ser levantados para acenar ou ir até a orelha para “ouvir” o que se pergunta a ela. Ela assegura, no entanto, que não pode se locomover e está presa ao chão. Em seguida, talvez para causar ainda mais espanto, acrescenta que seus fabricantes já trabalham em novas pernas e espera logo por uma atualização para poder caminhar por aí.
*o repórter viajou a convite da Consumer Technology Association (CTA)