O que sabemos sobre celular ‘misterioso’ da Huawei que empata com iPhone e contorna sanções dos EUA


Mate 60 Pro tem processador que pode ser passo importante para a China em meio às restrições de tecnologia americanas

Por Redação

O lançamento do novo celular da Huawei, o Mate 60 Pro, tem chamado a atenção de entusiastas de tecnologia e de consumidores por trazer um processamento poderoso com rede 5G — comparável ao iPhone, de acordo com especialistas. O aparelho de chip “misterioso” é o primeiro a cruzar uma barreira imposta pelos EUA às empresas de tecnologia chinesas e pode ser um marco dos semicondutores para o país.

O celular, colocado à venda na última semana apenas na China, ainda não teve todas as características dos seus chips divulgadas, mas, de acordo com a agência de notícias Bloomberg, se trata de um processador com tecnologia de 7 nanômetros, configuração desenvolvida pela China pela primeira vez desde as sanções sofridas pelos americanos.

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A fabricação do chip, com componentes 100% chineses, é um dos responsáveis pelo destaque que ganhou o lançamento: empresas parceiras dos EUA estão proibidas de vender equipamentos compatíveis com chips de 14 nanômetros ou menos. Em computação, quanto menores os transistores, mais deles podem fazer parte do chip, o que aumenta a sua velocidade. Especialistas levantam a hipótese de a China ter sido capaz de resolver o problema sozinha.

Veja o que sabemos sobre o celular “misterioso” da Huawei:

Modelo

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O aparelho é o Mate 60 Pro, membro de uma linha premium da Huawei, com três câmeras traseiras de lente principal de 50 Megapixel. O modelo já teve vendas esgotadas na China e a empresa não informou quantas unidades do smartphone pretende comercializar.

Processador

Segundo a Bloomberg, o novo Mate 60 Pro usa o processador Kirin 9000s, da empresa chinesa Semiconductor Manufacturing International, a SMIC. O chip teria tecnologia de 7 nanômetros e velocidades superiores a 350 Mbps ou megabits por segundo em testes efetuados na rede de internet da China Mobile em Hong Kong. Vídeos publicados na rede social Weibo mostraram que o aparelho consegue se aproximar dos 1Gbps ou gigabit por segundo.

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Isso significa que a velocidade da internet no aparelho, com rede 5G, é semelhante a de um iPhone 14, por exemplo, que usa um chip de 4 nanômetros. De acordo com especialistas, o teste é promissor porque revela que a China pode investir em equipamentos para a construção de semicondutores dentro de casa.

Mate 60 Pro tem processador de 7 nm da SMIC Foto: Divulgação/Huawei

“Segredo”

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As desmontagens do aparelho, encomendadas pela Bloomberg, sugerem que as velocidades foram alcançadas com embalagens avançadas e outras etapas que podem levar a um consumo extra de energia.

Com isso, os chips podem ter custos mais elevados do que o silício comparável disponível fora da China, mas a Huawei pode simplesmente absorver as despesas adicionais.

Porque preocupa os EUA?

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Companhias de tecnologia da China sofreram diversas sanções americanas ao longo dos últimos anos, sob a acusação de ameaças à rede e aos sistemas de telecomunicações do país ocidental — em 2021, a medida foi oficializada na lei Secure Equipment Act, que prevê que empresas chinesas não tenham acesso à rede americana.

Antes da lei, ainda em 2020, a Huawei e outras chinesas foram impedidas de fazer negócios com empresas americanas - isso, por exemplo, forçou a companhia a abandonar o Android como sistema operacional dos seus aparelhos (o que inviabilizou a Huawei no Ocidente). Com isso, companhias parceiras dos EUA que fabricam peças de semicondutores, como a TSMC, que fornece componentes para a Apple, não podem comercializar seus produtos com as chinesas.

Segundo a Bloomberg, para produzir um chip de menos de 7 nanômetros para o iPhone, a TSMC utiliza máquinas de litografia ultravioleta extrema da ASML Holding NV, que diminui o tamanho do componente.

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A ASML Holding NV é uma das empresas proibidas de vender produtos para a China. Assim, mesmo com a restrição, a SMIC pode ter conseguido driblar os bloqueios para produzir seus próprios processadores avançados.

“Há esperança de que as empresas chinesas consigam superar as sanções do governo dos EUA e as restrições ao fornecimento de chips”, escreveu o China Daily, jornal apoiado pelo governo, de acordo com a Bloomberg.

Os chips de 7 nanômetros — ou menos — não são novidade no mercado. A TSMC começou a exportar esse tipo de componente há mais de cinco anos e a Apple já planeja que os novos iPhone 15 sejam equipados com processadores de 3 nanômetros. Mas o desenvolvimento do material sem a necessidade de equipamentos vindos de fora da China é o que preocupa os EUA na corrida pela exportação de chips e de influência tecnológica.

A Huawei não respondeu aos pedidos da Bloomberg para detalhar a configuração dos chips, ou sobre os bloqueios americanos no comércio de semicondutores./COM BLOOMBERG

O lançamento do novo celular da Huawei, o Mate 60 Pro, tem chamado a atenção de entusiastas de tecnologia e de consumidores por trazer um processamento poderoso com rede 5G — comparável ao iPhone, de acordo com especialistas. O aparelho de chip “misterioso” é o primeiro a cruzar uma barreira imposta pelos EUA às empresas de tecnologia chinesas e pode ser um marco dos semicondutores para o país.

O celular, colocado à venda na última semana apenas na China, ainda não teve todas as características dos seus chips divulgadas, mas, de acordo com a agência de notícias Bloomberg, se trata de um processador com tecnologia de 7 nanômetros, configuração desenvolvida pela China pela primeira vez desde as sanções sofridas pelos americanos.

A fabricação do chip, com componentes 100% chineses, é um dos responsáveis pelo destaque que ganhou o lançamento: empresas parceiras dos EUA estão proibidas de vender equipamentos compatíveis com chips de 14 nanômetros ou menos. Em computação, quanto menores os transistores, mais deles podem fazer parte do chip, o que aumenta a sua velocidade. Especialistas levantam a hipótese de a China ter sido capaz de resolver o problema sozinha.

Veja o que sabemos sobre o celular “misterioso” da Huawei:

Modelo

O aparelho é o Mate 60 Pro, membro de uma linha premium da Huawei, com três câmeras traseiras de lente principal de 50 Megapixel. O modelo já teve vendas esgotadas na China e a empresa não informou quantas unidades do smartphone pretende comercializar.

Processador

Segundo a Bloomberg, o novo Mate 60 Pro usa o processador Kirin 9000s, da empresa chinesa Semiconductor Manufacturing International, a SMIC. O chip teria tecnologia de 7 nanômetros e velocidades superiores a 350 Mbps ou megabits por segundo em testes efetuados na rede de internet da China Mobile em Hong Kong. Vídeos publicados na rede social Weibo mostraram que o aparelho consegue se aproximar dos 1Gbps ou gigabit por segundo.

Isso significa que a velocidade da internet no aparelho, com rede 5G, é semelhante a de um iPhone 14, por exemplo, que usa um chip de 4 nanômetros. De acordo com especialistas, o teste é promissor porque revela que a China pode investir em equipamentos para a construção de semicondutores dentro de casa.

Mate 60 Pro tem processador de 7 nm da SMIC Foto: Divulgação/Huawei

“Segredo”

As desmontagens do aparelho, encomendadas pela Bloomberg, sugerem que as velocidades foram alcançadas com embalagens avançadas e outras etapas que podem levar a um consumo extra de energia.

Com isso, os chips podem ter custos mais elevados do que o silício comparável disponível fora da China, mas a Huawei pode simplesmente absorver as despesas adicionais.

Porque preocupa os EUA?

Companhias de tecnologia da China sofreram diversas sanções americanas ao longo dos últimos anos, sob a acusação de ameaças à rede e aos sistemas de telecomunicações do país ocidental — em 2021, a medida foi oficializada na lei Secure Equipment Act, que prevê que empresas chinesas não tenham acesso à rede americana.

Antes da lei, ainda em 2020, a Huawei e outras chinesas foram impedidas de fazer negócios com empresas americanas - isso, por exemplo, forçou a companhia a abandonar o Android como sistema operacional dos seus aparelhos (o que inviabilizou a Huawei no Ocidente). Com isso, companhias parceiras dos EUA que fabricam peças de semicondutores, como a TSMC, que fornece componentes para a Apple, não podem comercializar seus produtos com as chinesas.

Segundo a Bloomberg, para produzir um chip de menos de 7 nanômetros para o iPhone, a TSMC utiliza máquinas de litografia ultravioleta extrema da ASML Holding NV, que diminui o tamanho do componente.

A ASML Holding NV é uma das empresas proibidas de vender produtos para a China. Assim, mesmo com a restrição, a SMIC pode ter conseguido driblar os bloqueios para produzir seus próprios processadores avançados.

“Há esperança de que as empresas chinesas consigam superar as sanções do governo dos EUA e as restrições ao fornecimento de chips”, escreveu o China Daily, jornal apoiado pelo governo, de acordo com a Bloomberg.

Os chips de 7 nanômetros — ou menos — não são novidade no mercado. A TSMC começou a exportar esse tipo de componente há mais de cinco anos e a Apple já planeja que os novos iPhone 15 sejam equipados com processadores de 3 nanômetros. Mas o desenvolvimento do material sem a necessidade de equipamentos vindos de fora da China é o que preocupa os EUA na corrida pela exportação de chips e de influência tecnológica.

A Huawei não respondeu aos pedidos da Bloomberg para detalhar a configuração dos chips, ou sobre os bloqueios americanos no comércio de semicondutores./COM BLOOMBERG

O lançamento do novo celular da Huawei, o Mate 60 Pro, tem chamado a atenção de entusiastas de tecnologia e de consumidores por trazer um processamento poderoso com rede 5G — comparável ao iPhone, de acordo com especialistas. O aparelho de chip “misterioso” é o primeiro a cruzar uma barreira imposta pelos EUA às empresas de tecnologia chinesas e pode ser um marco dos semicondutores para o país.

O celular, colocado à venda na última semana apenas na China, ainda não teve todas as características dos seus chips divulgadas, mas, de acordo com a agência de notícias Bloomberg, se trata de um processador com tecnologia de 7 nanômetros, configuração desenvolvida pela China pela primeira vez desde as sanções sofridas pelos americanos.

A fabricação do chip, com componentes 100% chineses, é um dos responsáveis pelo destaque que ganhou o lançamento: empresas parceiras dos EUA estão proibidas de vender equipamentos compatíveis com chips de 14 nanômetros ou menos. Em computação, quanto menores os transistores, mais deles podem fazer parte do chip, o que aumenta a sua velocidade. Especialistas levantam a hipótese de a China ter sido capaz de resolver o problema sozinha.

Veja o que sabemos sobre o celular “misterioso” da Huawei:

Modelo

O aparelho é o Mate 60 Pro, membro de uma linha premium da Huawei, com três câmeras traseiras de lente principal de 50 Megapixel. O modelo já teve vendas esgotadas na China e a empresa não informou quantas unidades do smartphone pretende comercializar.

Processador

Segundo a Bloomberg, o novo Mate 60 Pro usa o processador Kirin 9000s, da empresa chinesa Semiconductor Manufacturing International, a SMIC. O chip teria tecnologia de 7 nanômetros e velocidades superiores a 350 Mbps ou megabits por segundo em testes efetuados na rede de internet da China Mobile em Hong Kong. Vídeos publicados na rede social Weibo mostraram que o aparelho consegue se aproximar dos 1Gbps ou gigabit por segundo.

Isso significa que a velocidade da internet no aparelho, com rede 5G, é semelhante a de um iPhone 14, por exemplo, que usa um chip de 4 nanômetros. De acordo com especialistas, o teste é promissor porque revela que a China pode investir em equipamentos para a construção de semicondutores dentro de casa.

Mate 60 Pro tem processador de 7 nm da SMIC Foto: Divulgação/Huawei

“Segredo”

As desmontagens do aparelho, encomendadas pela Bloomberg, sugerem que as velocidades foram alcançadas com embalagens avançadas e outras etapas que podem levar a um consumo extra de energia.

Com isso, os chips podem ter custos mais elevados do que o silício comparável disponível fora da China, mas a Huawei pode simplesmente absorver as despesas adicionais.

Porque preocupa os EUA?

Companhias de tecnologia da China sofreram diversas sanções americanas ao longo dos últimos anos, sob a acusação de ameaças à rede e aos sistemas de telecomunicações do país ocidental — em 2021, a medida foi oficializada na lei Secure Equipment Act, que prevê que empresas chinesas não tenham acesso à rede americana.

Antes da lei, ainda em 2020, a Huawei e outras chinesas foram impedidas de fazer negócios com empresas americanas - isso, por exemplo, forçou a companhia a abandonar o Android como sistema operacional dos seus aparelhos (o que inviabilizou a Huawei no Ocidente). Com isso, companhias parceiras dos EUA que fabricam peças de semicondutores, como a TSMC, que fornece componentes para a Apple, não podem comercializar seus produtos com as chinesas.

Segundo a Bloomberg, para produzir um chip de menos de 7 nanômetros para o iPhone, a TSMC utiliza máquinas de litografia ultravioleta extrema da ASML Holding NV, que diminui o tamanho do componente.

A ASML Holding NV é uma das empresas proibidas de vender produtos para a China. Assim, mesmo com a restrição, a SMIC pode ter conseguido driblar os bloqueios para produzir seus próprios processadores avançados.

“Há esperança de que as empresas chinesas consigam superar as sanções do governo dos EUA e as restrições ao fornecimento de chips”, escreveu o China Daily, jornal apoiado pelo governo, de acordo com a Bloomberg.

Os chips de 7 nanômetros — ou menos — não são novidade no mercado. A TSMC começou a exportar esse tipo de componente há mais de cinco anos e a Apple já planeja que os novos iPhone 15 sejam equipados com processadores de 3 nanômetros. Mas o desenvolvimento do material sem a necessidade de equipamentos vindos de fora da China é o que preocupa os EUA na corrida pela exportação de chips e de influência tecnológica.

A Huawei não respondeu aos pedidos da Bloomberg para detalhar a configuração dos chips, ou sobre os bloqueios americanos no comércio de semicondutores./COM BLOOMBERG

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