Embora sejam mais baratos, os carregadores falsos representam sérias ameaças à integridade dos celulares. Esses dispositivos costumam apresentar potência e mecanismos de segurança inferiores em comparação com as versões autênticas.
De acordo com Marcelo Zanatelli, professor de Engenharia Elétrica do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros (FEI), o uso de carregadores não originais pode resultar em aquecimento acima do normal, aumentar o tempo médio de recarga, redução do tempo de vida útil da bateria e até danos aos smartphones, como curtos-circuitos.
Não é coincidência que os acessórios “piratas” tenham se tornado uma preocupação para os fabricantes de eletrônicos móveis. Um exemplo disso é a Apple, que recomenda exclusivamente o uso de produtos com o selo MFi (Made for iPhone). Essa marca indica que eles foram certificados pela própria multinacional norte-americana, garantindo sua compatibilidade.
Além disso, o perigo não está limitado aos aparelhos, mas também aos usuários. Em casos mais graves, podem haver incêndios e explosões, resultando em ferimentos. Isso acontece devido à presença de componentes e estruturas nos carregadores falsificados que não seguem os padrões estabelecidos pelas autoridades competentes.
No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) exige, por meio da Resolução nº 715/2019, que qualquer mercadoria seja certificada e homologada por ela para ser vendida. Esse certificado assegura que os requisitos mínimos de qualidade estão sendo respeitados.
Como detectar um carregador falso?
Antes de adquirir um carregador em uma loja não oficial, é importante ficar atento a alguns indícios capazes de revelar que se trata de uma falsificação. Muitas vezes, as embalagens e estruturas externas são projetadas para imitar produtos legítimos, tornando-se difícil distingui-los à primeira vista.
“O carregador falsificado, em geral, apresenta um acabamento mais ‘rústico’. E ao se manusear, é possível observar certa ‘fragilidade’ na montagem e estrutura, pois são utilizados materiais mais baratos, ou mesmo a quantidade de material utilizado é menor em termos do encapsulamento plástico e os pinos metálicos”, explica Zanatelli.
A organização britânica Electrical Safety First destaca três maneiras de identificar uma cópia:
- Note se o carregador se encaixa facilmente na tomada: Caso contrário, isso pode significar que o tamanho dos pinos ou a distância entre eles está errada — o que aumenta o risco de choques elétricos;
- Verifique a autenticidade de informações: como códigos, logos, marcações do fabricante e selo de homologação da Anatel;
- Procure e leia cuidadosamente as instruções de uso: Certifique-se de que são fornecidas e estão claras, incluindo advertências e orientações básicas de manuseio e segurança.