Você não precisa comprar o iPhone ou o Galaxy ‘do ano’ na Black Friday. Saiba o porquê


Mercado de celulares amadureceu e traz menos vantagens para o cliente que deseja trocar de aparelho com frequência

Por Guilherme Guerra

Todo ano, fabricantes de celulares “premium” como Apple e Samsung lançam novos modelos e atualizam suas famílias de aparelhos com a tecnologia mais potente do mercado. As novidades incluem melhorias no processador, na câmera, na tela, na bateria e mais cores. Esses dispositivos são os que dominam as vitrines das lojas e os anúncios na televisão. Mas esses não devem ser os aparelhos que você deve procurar ao trocar de smartphone.

O mercado de celulares está amadurecido, dizem especialistas há alguns anos. Em outras palavras, isso significa que não há muitas diferenças entre um modelo e outro, entre uma marca e outra. Todos parecem iguais: têm o mesmo formato retangular, uma tela que toma todo o aparelho, câmera frontal, câmera com duas a três lentes traseiras, bateria de um dia ou mais e processadores que dão conta do tranco, sem engasgos dramáticos. Essas diferenças eram muito mais gritantes no começo da década passada.

Esse cenário ocorre especialmente nos modelos topo de linha de algumas marcas, como iPhone e Galaxy S. Ou seja, comprar um celular lançado em 2022 ou 2021 pela Apple ou Samsung não é sinal de aquisição “velha”, como essas marcas podem tentar fazer acreditar. Pela qualidade dos componentes, são aparelhos que devem aguentar bem o “tranco” nos próximos anos, como se fossem modelos 2023.

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O preço é um bom motivo para o consumidor considerar um smartphone premium de 2022, 2021 ou 2020, economizando algumas centenas (ou milhares) de reais ao optar por um aparelho mais velho dessas marcas. “Cada vez mais, as próprias fabricantes colocam seus modelos anteriores nas linhas e com um desconto significativo nos modelos anteriores”, diz o professor Eduardo Pellanda, pesquisador da PUC-RS e coordenador do Unilab.

Exemplo disso é a Apple: o iPhone 15 (de 2023) é vendido a partir de R$ 7,3 mil no site da empresa, enquanto o iPhone 14 (2022) e iPhone 13 (2021), respectivamente, saem por R$ 6 mil e R$ 5,5 mil. As diferenças entre os três está em três recursos: a ilha dinâmica, entrada USB-C e o novo chip A16 Bionic, recursos exclusivos deste ano (leia mais aqui). De resto, trata-se de três modelos praticamente iguais.

Nem sempre o celular mais novo na vitrine é a opção com melhor custo-benefício para um usuário médio de smartphone Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 1/6/2022
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Ao analisar o mercado como um todo, a analista de pesquisa da consultoria IDC Brasil, Andréia Sousa, concorda que tem havido poucas mudanças para um usuário médio. “Para quem sai de um celular intermediário e está interessado num produto premium, talvez compense buscar um celular de 2021 ou 2022 com uma câmera que ainda se mantém boa”, diz ela. “Em termos de especificações, não vai haver muita diferença entre um modelo de um ano para o outro.”

Vale dizer, no entanto, que isso não é regra. Se você tem um uso específico do smartphone, talvez valha a pena desembolsar mais pelo aparelho. Isso vale para criadores de conteúdo (que precisam de boas câmeras e bons processadores para editar vídeos) e gamers (que necessitam de boas placas de vídeo e chips específicos).

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Aprenda a escolher o modelo ideal

Considerando que pagar mais caro por um celular 2023 não é uma opção atraente, especialistas recomendam que o consumidor se atente a algumas exigências ao buscar um novo smartphone de dois a três anos atrás.

O primeiro fator a se considerar é o sistema operacional do aparelho. É preciso que haja compatibilidade entre futuras atualizações e o modelo do dispositivo — do contrário, o celular pode ficar obsoleto e sem aplicativos atualizados. Por exemplo, o iPhone é conhecido por ser compatível com até seis gerações do sistema operacional, o que indica alta durabilidade. Em alguns Android (do Google), essa atualização pode ir a até quatro anos.

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O ideal é descobrir qual sistema está embarcado no celular e pesquisar se ele está muito próximo da linha de corte. Por exemplo, com o novo iOS 17, modelos com o chip A11 (como o iPhone 8) deixaram de receber atualização. Seguindo a lógica, aparelhos com o chip A12 devem perder suporte ao iOS 18 - isso inclui o iPhone XS, o XS Max e o XR. Portanto, o ideal é ficar o mais longe possível desses modelos.

Os brasileiros têm especial apreço por aparelhos com boa bateria, diz o executivo Rafael Steinhauser, presidente do conselho da Trocafone, startup de compra e venda de celulares seminovos. A título de comparação, um celular que passe quase um dia inteiro fora da tomada pode ser considerado um smartphone com boa bateria atualmente.

Caso haja uma mudança significativa, aí compensa levar o modelo atualizado

Andréia Sousa, da IDC

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“O dispositivo tem que ter vida longa, e os telefones mais recentes têm consumo menor de energia, portanto, vida útil maior. O aparelho aguenta bem usando serviços de streaming de vídeo e consumindo internet o dia inteiro”, diz Steinhauser. “Isso é muito buscado pelos consumidores.”

Outro fator que deve ser levado em consideração é a possibilidade de conectividade 5G, que começa a ganhar força no Brasil, o que permite velocidade de internet mais rápida nos dispositivos móveis. Segundo estudo da IDC sobre o mercado de celulares do Brasil, com dados do segundo trimestre deste ano, cerca de 3,5 milhões de smartphones vendidos no País foram com 5G — o número representa quase metade do total comercializado. O primeiro iPhone a ter 5G, por exemplo é o 12, de 2020.

Câmeras tornaram-se aspecto mais importante de um celular para o consumidor Foto: Bruna Arimathea/Estadão
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Por fim, a câmera tornou-se um dos aspectos mais exigidos, já que é utilizada para registrar momentos pessoais, fotografar documentos e até para experimentar a realidade aumentada, tendência que é uma porta de entrada para o metaverso. Um bom smartphone costuma trazer câmera de, no mínimo, resolução de 1.080p para vídeos e modo noturno para fotografias em baixa luminosidade. E vir com ao menos duas lentes traseiras é um bom ponto de partida na escolha.

“A maior dica é comparar uma especificação (como qualidade de câmera, processador, memória ou bateria) da versão do ano anterior com a versão atual. Caso haja uma mudança significativa, aí compensa levar o modelo atualizado”, aponta Andréia Sousa, da IDC. “Se for uma diferença pequena entre eles, não compensa muito.”

Todo ano, fabricantes de celulares “premium” como Apple e Samsung lançam novos modelos e atualizam suas famílias de aparelhos com a tecnologia mais potente do mercado. As novidades incluem melhorias no processador, na câmera, na tela, na bateria e mais cores. Esses dispositivos são os que dominam as vitrines das lojas e os anúncios na televisão. Mas esses não devem ser os aparelhos que você deve procurar ao trocar de smartphone.

O mercado de celulares está amadurecido, dizem especialistas há alguns anos. Em outras palavras, isso significa que não há muitas diferenças entre um modelo e outro, entre uma marca e outra. Todos parecem iguais: têm o mesmo formato retangular, uma tela que toma todo o aparelho, câmera frontal, câmera com duas a três lentes traseiras, bateria de um dia ou mais e processadores que dão conta do tranco, sem engasgos dramáticos. Essas diferenças eram muito mais gritantes no começo da década passada.

Esse cenário ocorre especialmente nos modelos topo de linha de algumas marcas, como iPhone e Galaxy S. Ou seja, comprar um celular lançado em 2022 ou 2021 pela Apple ou Samsung não é sinal de aquisição “velha”, como essas marcas podem tentar fazer acreditar. Pela qualidade dos componentes, são aparelhos que devem aguentar bem o “tranco” nos próximos anos, como se fossem modelos 2023.

O preço é um bom motivo para o consumidor considerar um smartphone premium de 2022, 2021 ou 2020, economizando algumas centenas (ou milhares) de reais ao optar por um aparelho mais velho dessas marcas. “Cada vez mais, as próprias fabricantes colocam seus modelos anteriores nas linhas e com um desconto significativo nos modelos anteriores”, diz o professor Eduardo Pellanda, pesquisador da PUC-RS e coordenador do Unilab.

Exemplo disso é a Apple: o iPhone 15 (de 2023) é vendido a partir de R$ 7,3 mil no site da empresa, enquanto o iPhone 14 (2022) e iPhone 13 (2021), respectivamente, saem por R$ 6 mil e R$ 5,5 mil. As diferenças entre os três está em três recursos: a ilha dinâmica, entrada USB-C e o novo chip A16 Bionic, recursos exclusivos deste ano (leia mais aqui). De resto, trata-se de três modelos praticamente iguais.

Nem sempre o celular mais novo na vitrine é a opção com melhor custo-benefício para um usuário médio de smartphone Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 1/6/2022

Ao analisar o mercado como um todo, a analista de pesquisa da consultoria IDC Brasil, Andréia Sousa, concorda que tem havido poucas mudanças para um usuário médio. “Para quem sai de um celular intermediário e está interessado num produto premium, talvez compense buscar um celular de 2021 ou 2022 com uma câmera que ainda se mantém boa”, diz ela. “Em termos de especificações, não vai haver muita diferença entre um modelo de um ano para o outro.”

Vale dizer, no entanto, que isso não é regra. Se você tem um uso específico do smartphone, talvez valha a pena desembolsar mais pelo aparelho. Isso vale para criadores de conteúdo (que precisam de boas câmeras e bons processadores para editar vídeos) e gamers (que necessitam de boas placas de vídeo e chips específicos).

Aprenda a escolher o modelo ideal

Considerando que pagar mais caro por um celular 2023 não é uma opção atraente, especialistas recomendam que o consumidor se atente a algumas exigências ao buscar um novo smartphone de dois a três anos atrás.

O primeiro fator a se considerar é o sistema operacional do aparelho. É preciso que haja compatibilidade entre futuras atualizações e o modelo do dispositivo — do contrário, o celular pode ficar obsoleto e sem aplicativos atualizados. Por exemplo, o iPhone é conhecido por ser compatível com até seis gerações do sistema operacional, o que indica alta durabilidade. Em alguns Android (do Google), essa atualização pode ir a até quatro anos.

O ideal é descobrir qual sistema está embarcado no celular e pesquisar se ele está muito próximo da linha de corte. Por exemplo, com o novo iOS 17, modelos com o chip A11 (como o iPhone 8) deixaram de receber atualização. Seguindo a lógica, aparelhos com o chip A12 devem perder suporte ao iOS 18 - isso inclui o iPhone XS, o XS Max e o XR. Portanto, o ideal é ficar o mais longe possível desses modelos.

Os brasileiros têm especial apreço por aparelhos com boa bateria, diz o executivo Rafael Steinhauser, presidente do conselho da Trocafone, startup de compra e venda de celulares seminovos. A título de comparação, um celular que passe quase um dia inteiro fora da tomada pode ser considerado um smartphone com boa bateria atualmente.

Caso haja uma mudança significativa, aí compensa levar o modelo atualizado

Andréia Sousa, da IDC

“O dispositivo tem que ter vida longa, e os telefones mais recentes têm consumo menor de energia, portanto, vida útil maior. O aparelho aguenta bem usando serviços de streaming de vídeo e consumindo internet o dia inteiro”, diz Steinhauser. “Isso é muito buscado pelos consumidores.”

Outro fator que deve ser levado em consideração é a possibilidade de conectividade 5G, que começa a ganhar força no Brasil, o que permite velocidade de internet mais rápida nos dispositivos móveis. Segundo estudo da IDC sobre o mercado de celulares do Brasil, com dados do segundo trimestre deste ano, cerca de 3,5 milhões de smartphones vendidos no País foram com 5G — o número representa quase metade do total comercializado. O primeiro iPhone a ter 5G, por exemplo é o 12, de 2020.

Câmeras tornaram-se aspecto mais importante de um celular para o consumidor Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Por fim, a câmera tornou-se um dos aspectos mais exigidos, já que é utilizada para registrar momentos pessoais, fotografar documentos e até para experimentar a realidade aumentada, tendência que é uma porta de entrada para o metaverso. Um bom smartphone costuma trazer câmera de, no mínimo, resolução de 1.080p para vídeos e modo noturno para fotografias em baixa luminosidade. E vir com ao menos duas lentes traseiras é um bom ponto de partida na escolha.

“A maior dica é comparar uma especificação (como qualidade de câmera, processador, memória ou bateria) da versão do ano anterior com a versão atual. Caso haja uma mudança significativa, aí compensa levar o modelo atualizado”, aponta Andréia Sousa, da IDC. “Se for uma diferença pequena entre eles, não compensa muito.”

Todo ano, fabricantes de celulares “premium” como Apple e Samsung lançam novos modelos e atualizam suas famílias de aparelhos com a tecnologia mais potente do mercado. As novidades incluem melhorias no processador, na câmera, na tela, na bateria e mais cores. Esses dispositivos são os que dominam as vitrines das lojas e os anúncios na televisão. Mas esses não devem ser os aparelhos que você deve procurar ao trocar de smartphone.

O mercado de celulares está amadurecido, dizem especialistas há alguns anos. Em outras palavras, isso significa que não há muitas diferenças entre um modelo e outro, entre uma marca e outra. Todos parecem iguais: têm o mesmo formato retangular, uma tela que toma todo o aparelho, câmera frontal, câmera com duas a três lentes traseiras, bateria de um dia ou mais e processadores que dão conta do tranco, sem engasgos dramáticos. Essas diferenças eram muito mais gritantes no começo da década passada.

Esse cenário ocorre especialmente nos modelos topo de linha de algumas marcas, como iPhone e Galaxy S. Ou seja, comprar um celular lançado em 2022 ou 2021 pela Apple ou Samsung não é sinal de aquisição “velha”, como essas marcas podem tentar fazer acreditar. Pela qualidade dos componentes, são aparelhos que devem aguentar bem o “tranco” nos próximos anos, como se fossem modelos 2023.

O preço é um bom motivo para o consumidor considerar um smartphone premium de 2022, 2021 ou 2020, economizando algumas centenas (ou milhares) de reais ao optar por um aparelho mais velho dessas marcas. “Cada vez mais, as próprias fabricantes colocam seus modelos anteriores nas linhas e com um desconto significativo nos modelos anteriores”, diz o professor Eduardo Pellanda, pesquisador da PUC-RS e coordenador do Unilab.

Exemplo disso é a Apple: o iPhone 15 (de 2023) é vendido a partir de R$ 7,3 mil no site da empresa, enquanto o iPhone 14 (2022) e iPhone 13 (2021), respectivamente, saem por R$ 6 mil e R$ 5,5 mil. As diferenças entre os três está em três recursos: a ilha dinâmica, entrada USB-C e o novo chip A16 Bionic, recursos exclusivos deste ano (leia mais aqui). De resto, trata-se de três modelos praticamente iguais.

Nem sempre o celular mais novo na vitrine é a opção com melhor custo-benefício para um usuário médio de smartphone Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 1/6/2022

Ao analisar o mercado como um todo, a analista de pesquisa da consultoria IDC Brasil, Andréia Sousa, concorda que tem havido poucas mudanças para um usuário médio. “Para quem sai de um celular intermediário e está interessado num produto premium, talvez compense buscar um celular de 2021 ou 2022 com uma câmera que ainda se mantém boa”, diz ela. “Em termos de especificações, não vai haver muita diferença entre um modelo de um ano para o outro.”

Vale dizer, no entanto, que isso não é regra. Se você tem um uso específico do smartphone, talvez valha a pena desembolsar mais pelo aparelho. Isso vale para criadores de conteúdo (que precisam de boas câmeras e bons processadores para editar vídeos) e gamers (que necessitam de boas placas de vídeo e chips específicos).

Aprenda a escolher o modelo ideal

Considerando que pagar mais caro por um celular 2023 não é uma opção atraente, especialistas recomendam que o consumidor se atente a algumas exigências ao buscar um novo smartphone de dois a três anos atrás.

O primeiro fator a se considerar é o sistema operacional do aparelho. É preciso que haja compatibilidade entre futuras atualizações e o modelo do dispositivo — do contrário, o celular pode ficar obsoleto e sem aplicativos atualizados. Por exemplo, o iPhone é conhecido por ser compatível com até seis gerações do sistema operacional, o que indica alta durabilidade. Em alguns Android (do Google), essa atualização pode ir a até quatro anos.

O ideal é descobrir qual sistema está embarcado no celular e pesquisar se ele está muito próximo da linha de corte. Por exemplo, com o novo iOS 17, modelos com o chip A11 (como o iPhone 8) deixaram de receber atualização. Seguindo a lógica, aparelhos com o chip A12 devem perder suporte ao iOS 18 - isso inclui o iPhone XS, o XS Max e o XR. Portanto, o ideal é ficar o mais longe possível desses modelos.

Os brasileiros têm especial apreço por aparelhos com boa bateria, diz o executivo Rafael Steinhauser, presidente do conselho da Trocafone, startup de compra e venda de celulares seminovos. A título de comparação, um celular que passe quase um dia inteiro fora da tomada pode ser considerado um smartphone com boa bateria atualmente.

Caso haja uma mudança significativa, aí compensa levar o modelo atualizado

Andréia Sousa, da IDC

“O dispositivo tem que ter vida longa, e os telefones mais recentes têm consumo menor de energia, portanto, vida útil maior. O aparelho aguenta bem usando serviços de streaming de vídeo e consumindo internet o dia inteiro”, diz Steinhauser. “Isso é muito buscado pelos consumidores.”

Outro fator que deve ser levado em consideração é a possibilidade de conectividade 5G, que começa a ganhar força no Brasil, o que permite velocidade de internet mais rápida nos dispositivos móveis. Segundo estudo da IDC sobre o mercado de celulares do Brasil, com dados do segundo trimestre deste ano, cerca de 3,5 milhões de smartphones vendidos no País foram com 5G — o número representa quase metade do total comercializado. O primeiro iPhone a ter 5G, por exemplo é o 12, de 2020.

Câmeras tornaram-se aspecto mais importante de um celular para o consumidor Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Por fim, a câmera tornou-se um dos aspectos mais exigidos, já que é utilizada para registrar momentos pessoais, fotografar documentos e até para experimentar a realidade aumentada, tendência que é uma porta de entrada para o metaverso. Um bom smartphone costuma trazer câmera de, no mínimo, resolução de 1.080p para vídeos e modo noturno para fotografias em baixa luminosidade. E vir com ao menos duas lentes traseiras é um bom ponto de partida na escolha.

“A maior dica é comparar uma especificação (como qualidade de câmera, processador, memória ou bateria) da versão do ano anterior com a versão atual. Caso haja uma mudança significativa, aí compensa levar o modelo atualizado”, aponta Andréia Sousa, da IDC. “Se for uma diferença pequena entre eles, não compensa muito.”

Todo ano, fabricantes de celulares “premium” como Apple e Samsung lançam novos modelos e atualizam suas famílias de aparelhos com a tecnologia mais potente do mercado. As novidades incluem melhorias no processador, na câmera, na tela, na bateria e mais cores. Esses dispositivos são os que dominam as vitrines das lojas e os anúncios na televisão. Mas esses não devem ser os aparelhos que você deve procurar ao trocar de smartphone.

O mercado de celulares está amadurecido, dizem especialistas há alguns anos. Em outras palavras, isso significa que não há muitas diferenças entre um modelo e outro, entre uma marca e outra. Todos parecem iguais: têm o mesmo formato retangular, uma tela que toma todo o aparelho, câmera frontal, câmera com duas a três lentes traseiras, bateria de um dia ou mais e processadores que dão conta do tranco, sem engasgos dramáticos. Essas diferenças eram muito mais gritantes no começo da década passada.

Esse cenário ocorre especialmente nos modelos topo de linha de algumas marcas, como iPhone e Galaxy S. Ou seja, comprar um celular lançado em 2022 ou 2021 pela Apple ou Samsung não é sinal de aquisição “velha”, como essas marcas podem tentar fazer acreditar. Pela qualidade dos componentes, são aparelhos que devem aguentar bem o “tranco” nos próximos anos, como se fossem modelos 2023.

O preço é um bom motivo para o consumidor considerar um smartphone premium de 2022, 2021 ou 2020, economizando algumas centenas (ou milhares) de reais ao optar por um aparelho mais velho dessas marcas. “Cada vez mais, as próprias fabricantes colocam seus modelos anteriores nas linhas e com um desconto significativo nos modelos anteriores”, diz o professor Eduardo Pellanda, pesquisador da PUC-RS e coordenador do Unilab.

Exemplo disso é a Apple: o iPhone 15 (de 2023) é vendido a partir de R$ 7,3 mil no site da empresa, enquanto o iPhone 14 (2022) e iPhone 13 (2021), respectivamente, saem por R$ 6 mil e R$ 5,5 mil. As diferenças entre os três está em três recursos: a ilha dinâmica, entrada USB-C e o novo chip A16 Bionic, recursos exclusivos deste ano (leia mais aqui). De resto, trata-se de três modelos praticamente iguais.

Nem sempre o celular mais novo na vitrine é a opção com melhor custo-benefício para um usuário médio de smartphone Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 1/6/2022

Ao analisar o mercado como um todo, a analista de pesquisa da consultoria IDC Brasil, Andréia Sousa, concorda que tem havido poucas mudanças para um usuário médio. “Para quem sai de um celular intermediário e está interessado num produto premium, talvez compense buscar um celular de 2021 ou 2022 com uma câmera que ainda se mantém boa”, diz ela. “Em termos de especificações, não vai haver muita diferença entre um modelo de um ano para o outro.”

Vale dizer, no entanto, que isso não é regra. Se você tem um uso específico do smartphone, talvez valha a pena desembolsar mais pelo aparelho. Isso vale para criadores de conteúdo (que precisam de boas câmeras e bons processadores para editar vídeos) e gamers (que necessitam de boas placas de vídeo e chips específicos).

Aprenda a escolher o modelo ideal

Considerando que pagar mais caro por um celular 2023 não é uma opção atraente, especialistas recomendam que o consumidor se atente a algumas exigências ao buscar um novo smartphone de dois a três anos atrás.

O primeiro fator a se considerar é o sistema operacional do aparelho. É preciso que haja compatibilidade entre futuras atualizações e o modelo do dispositivo — do contrário, o celular pode ficar obsoleto e sem aplicativos atualizados. Por exemplo, o iPhone é conhecido por ser compatível com até seis gerações do sistema operacional, o que indica alta durabilidade. Em alguns Android (do Google), essa atualização pode ir a até quatro anos.

O ideal é descobrir qual sistema está embarcado no celular e pesquisar se ele está muito próximo da linha de corte. Por exemplo, com o novo iOS 17, modelos com o chip A11 (como o iPhone 8) deixaram de receber atualização. Seguindo a lógica, aparelhos com o chip A12 devem perder suporte ao iOS 18 - isso inclui o iPhone XS, o XS Max e o XR. Portanto, o ideal é ficar o mais longe possível desses modelos.

Os brasileiros têm especial apreço por aparelhos com boa bateria, diz o executivo Rafael Steinhauser, presidente do conselho da Trocafone, startup de compra e venda de celulares seminovos. A título de comparação, um celular que passe quase um dia inteiro fora da tomada pode ser considerado um smartphone com boa bateria atualmente.

Caso haja uma mudança significativa, aí compensa levar o modelo atualizado

Andréia Sousa, da IDC

“O dispositivo tem que ter vida longa, e os telefones mais recentes têm consumo menor de energia, portanto, vida útil maior. O aparelho aguenta bem usando serviços de streaming de vídeo e consumindo internet o dia inteiro”, diz Steinhauser. “Isso é muito buscado pelos consumidores.”

Outro fator que deve ser levado em consideração é a possibilidade de conectividade 5G, que começa a ganhar força no Brasil, o que permite velocidade de internet mais rápida nos dispositivos móveis. Segundo estudo da IDC sobre o mercado de celulares do Brasil, com dados do segundo trimestre deste ano, cerca de 3,5 milhões de smartphones vendidos no País foram com 5G — o número representa quase metade do total comercializado. O primeiro iPhone a ter 5G, por exemplo é o 12, de 2020.

Câmeras tornaram-se aspecto mais importante de um celular para o consumidor Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Por fim, a câmera tornou-se um dos aspectos mais exigidos, já que é utilizada para registrar momentos pessoais, fotografar documentos e até para experimentar a realidade aumentada, tendência que é uma porta de entrada para o metaverso. Um bom smartphone costuma trazer câmera de, no mínimo, resolução de 1.080p para vídeos e modo noturno para fotografias em baixa luminosidade. E vir com ao menos duas lentes traseiras é um bom ponto de partida na escolha.

“A maior dica é comparar uma especificação (como qualidade de câmera, processador, memória ou bateria) da versão do ano anterior com a versão atual. Caso haja uma mudança significativa, aí compensa levar o modelo atualizado”, aponta Andréia Sousa, da IDC. “Se for uma diferença pequena entre eles, não compensa muito.”

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