Lançado em julho deste ano, o Galaxy Fold 6 é o celular dobrável com maior tela da Samsung, em um display que abre como um livro e se transforma em um mini-tablet na mão do usuário. No mercado por quase R$ 14 mil, o aparelho, que está na sexta geração, continua tendo o preço como seu maior inimigo enquanto tenta entregar uma combinação de telas grandes, câmeras potentes e desempenho rápido. Após dois meses de teste com o Estadão, o aparelho mostrou seu potencial e os seus defeitos.
O modelo deste ano tem mudanças sutis em relação ao modelo do ano passado, melhorando, principalmente, seu conjunto de câmeras traseiras. A ideia da Samsung, ao trazer lentes mais potentes para a sua linha de dobráveis era dar uma opção com as mesmas especificações da família Galaxy S Ultra, mas com uma proposta mais ousada — uma tentativa de oferecer ao cliente um novo conceito sem que ele sinta “medo” de abrir mão de configurações importantes.
O celular mais fino e mais leve mostra a evolução deste tipo de aparelho na empresa — e provoca rivais em relação ao modelo de tela dobrável: já na sexta geração, o Galaxy Fold segue sendo aprimorado para que seja uma tela grande, portátil e funcional na mão do usuário. Após todo esse tempo, é possível dizer que a tecnologia do painel flexível finalmente parece ter atingido sua maturidade.
O aparelho possui 239 gramas — o Galaxy S24 Ultra, por exemplo, possui 232 gramas, uma diferença bastante pequena em relação ao dobrável. Em comparação, o iPhone 15 Pro Max, o mais pesado da família de aparelhos recentes da Apple, tem 221 gramas.
Mas a Apple, por exemplo, ainda não se arriscou a lançar no mercado um aparelho com tela dobrável como a rival sul-coreana. Depois de rumores de que não estaria mais trabalhando no aparelho, alguns especialistas apontam que a empresa californiana pode apresentar seu telefone dobrável nos próximos anos — utilizando displays fornecidos pela Samsung.
A parceria, se for concretizada, é, ao mesmo tempo, a consolidação da Samsung no mercado de telas dobráveis e uma provocação à principal rival no setor de celulares no mundo.
Diferenças sutis
No modelo deste ano, é possível ver um espaço menor entre as telas quando o celular está dobrado. O design do corpo do celular, com bordas mais retas e mais finas, também são importantes para que o aparelho seja mais confortável para o usuário.
Isso foi possível devido a uma atualização no sistema de dobradiças do aparelho. Agora, elas são completamente retas embaixo da tela do aparelho, sem espaços para que o display possa levantar ou entortar ao longo do uso.
A capacidade da tela de ficar completamente reta também é algo que a Samsung está aprimorando nos modelos Fold e ainda precisa trabalhar para que, ao longo do uso, a sensação da tela esticada na mão dure mais tempo — o Galaxy Flip 6, lançado também neste ano, tem uma impressão bem melhor quanto a esse aspecto, por exemplo.
A tela externa segue o mesmo modelo das versões anteriores — o que pode ser, ainda, estreita demais para o uso diário de apps e, principalmente, de mensagens, por conta do tamanho do teclado. Ainda assim, o display recebeu um pequeno aumento em relação ao ano passado: de 6,2 polegadas para 6,3 polegadas.
Acessar aplicativos e configurações é uma tarefa suave por conta da taxa de atualização de tela de 120Hz. A bateria também é um ponto importante do aparelho: com 4.400 mAh é possível ficar um dia inteiro longe do carregador mesmo usando aplicativos e funções multitarefas.
No Brasil, o aparelho só está disponível na versão de 12 GB de memória e 512 GB de armazenamento, nas cores preto, cinza e azul marinho.
O que também apareceu nos lançamentos, claro, foi o Galaxy AI, ecossistema de inteligência artificial da Samsung que mistura ferramentas próprias com alguns recursos do Google, como o “circule para pesquisar”, por exemplo.
A IA generativa do telefone também pode criar retratos de pessoas em formato de caricatura, 3D e personagem de quadrinhos, por exemplo, a partir de fotos, uma espécie de IA generativa de imagens a partir de selfies. Os usuários também vão poder adicionar objetos em uma imagem apenas desenhando o item na foto — ferramentas legais, mas pouco decisivas na hora de escolher um smartphone.
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O conjunto de câmeras triplo é formado por uma lente ultra grande angular de 12 MP, uma grande angular de 50 MP e uma teleobjetiva de 10 MP. Na parte frontal, a câmera é de 10 MP e, quando aberto, o modelo ainda tem uma câmera que fica sob a tela de 4 MP.
O melhor uso do telefone é, com certeza, se você costuma fazer tarefas de trabalho ou estudo pelo celular. Mesmo sem grandes mudanças em relação ao Fold 5, a tela grande, de 7,6 polegadas, permite ter espaço para usar, confortavelmente, dois aplicativos ao mesmo tempo. Se essa necessidade não é algo gritante na sua rotina, então talvez seja apenas um aparelho super legal, mas sem grandes acréscimos e com um preço bastante extravagante.
É impossível olhar para o dispositivo e não reparar no preço. No Brasil, o Galaxy Fold 6 chegou ao mercado por R$ 13,8 mil reais — um investimento bastante grande para um celular. A empresa prometeu uma atualização de software, ou seja, do sistema operacional Android, por sete anos, o que garantiria um aumento na vida útil do aparelho.
Ainda assim, é preciso levar em consideração o custo elevado de ter uma tela maior: o Galaxy S24 Ultra, aparelho da marca com configurações muito semelhantes ao Fold sai por R$ 9 mil na loja oficial da Samsung e pode ser encontrado por cerca de R$ 6 mil em lojas de varejo.