Jogar Minecraft no mundo real, interagindo com blocos virtuais pela tela do celular: essa é a ideia por trás de Minecraft Earth, novo game de realidade aumentada da série da Mojang, estúdio que criou o jogo em 2009 e hoje é de propriedade da Microsoft. Anunciado nesta sexta-feira, 17, Minecraft Earth terá seus primeiros testes realizados no segundo semestre deste ano; o lançamento oficial, porém, ainda não tem data para acontecer.
Minecraft Earth estará disponível gratuitamente para iPhone e Android, promete a Microsoft – já a forma de monetização do jogo não foi definida. Uma vez que o game será gratuito, é bastante possível esperar que a empresa fature vendendo itens dentro do jogo, com microtransações. O anúncio acontece na semana em que Minecraft está completando 10 anos de existência no mercado – e para a Microsoft, o jogo promete quebrar barreiras.
"Minecraft Earth promete quebrar um dogma da computação: a ideia de que uma pessoa usa um único dispositivo para criar uma única experiência", disse o engenheiro brasileiro Alex Kipman, participante do projeto, ao site americano The Verge. "Com Minecraft Earth, o conteúdo está no mundo real." Isso significa que os jogadores poderão interagir para, juntos, usarem blocos para fazer prédios virtuais ao lado de edifícios reais, por exemplo. Outra possibilidade é um jogador "roubar" os blocos de outro que está perto de si – mas os dois estarão próximos no mundo real, o que trará uma dinâmica "divertida" à ética do jogo.
De acordo com o time da Microsoft, o jogo usa a realidade para basear suas locações: lagos e rios, por exemplo, serão lugares onde os jogadores poderão pescar dentro de Minecraft Earth. Em parques, haverá árvores, que podem ser usadas como recursos para construção – da mesma forma como no jogo.
No entanto, é um desafio para a Microsoft saber como isso será processado com milhares ou milhões de jogadores curtindo o jogo juntos. Vale lembrar que, há três anos, Pokémon Go provocou balbúrdia em grandes cidades com uma dinâmica parecida – ao The Verge, a Microsoft disse que terá sistemas para evitar que o jogo virtual cause estragos no mundo real, invadindo museus ou propriedades privadas, por exemplo.