Pokémon Go faz um ano e atrai apenas público fiel


Game de realidade aumentada não move mais centenas de pessoas no Parque do Ibirapuera

Por Matheus Mans
Após um ano de lançamento, o jogo Pokémon Go ganhou várias funcionalidades novas, como ginásios mais dinâmicos e batalhas em grupo. O game, porém, viu o número de usuários reduzir neste período. Foto: Alex Silva/Estadão

Nem a temperatura de 14º C ou o vento frio de inverno que insistia em soprar expulsou um grupo de cerca de 50 pessoas do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, na tarde da última quinta-feira. Em um ponto afastado do parque, a turma de amigos – de idades e profissões diversas – se reúne diariamente para capturar criaturas no jogo de realidade aumentada Pokémon Go. O grupo de fãs do game é pequeno, se comparado às mais de 200 pessoas que caçavam pokémons na Avenida Paulista e no Parque do Ibirapuera, quando o jogo chegou ao País, em agosto de 2016.

Para muitos que circulavam no parque, o grupo causa certo estranhamento. Afinal, durante a semana, o mais emocionante que acontece por ali é o cachorro basset latindo para pombos ou a criança que derruba um copo de suco em uma lanchonete ali perto. Ver o grupo parado, mirando a tela do celular, chega a ser motivo de espanto. 

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“São aquelas pessoas que se vestem de desenho animado?”, arrisca a empresária Edna Soarez, de 71 anos, que fazia caminhada até ser questionada pelo Estado sobre quem era o grupo.

Quando informada que eram jogadores de Pokémon Go, Edna suspirou: “Ainda jogam isso?”. O questionamento, no entanto, não é surpreendente: o jogo virou febre em todo mundo durante cerca de dois meses, mas o interesse das pessoas foi diminuindo com o passar do tempo. Para os usuários, a dinâmica do game foi perdendo a graça, porque as pessoas conseguiam pegar a maioria dos monstrinhos e não havia novos desafios a superar. Por isso, só quem é fã mesmo da franquia japonesa se manteve fiel.

Proprietário de um estacionamento, Jeffrey William Lobão, de 27 anos, é fã de Pokémon desde a década de 1990, quando o jogo das criaturas japonesas para o portátil Game Boy só podia ser encontrado em versão japonesa no Brasil. Hoje, ele continua fã do game de realidade aumentada e acredita que ele ainda é popular. “Quando o jogo chegou ao Brasil, o Parque do Ibirapuera era uma loucura. Todo mundo correndo para todo lado”, diz o rapaz, dono de um estacionamento. “Hoje, as pessoas estão mais tranquilas. Ficam sentadas e comem um salgado enquanto esperam algum pokémon raro.”

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Veja como foram os primeiros dias de Pokémon Go

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Pokémon Go

Foto: Nilton Fukuda/Estadão
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Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Paz. A tranquilidade no parque foi observada pela reportagem do Estado. Há um ano, quando aparecia um pokémon raro, era melhor sair da frente: pessoas corriam de todos os lado. Agora, uma pessoa avisa o restante do grupo quando avista uma nova criatura ou uma batalha em grupo começa. As pessoas caminham sem correr para o local, em uma espécie de procissão. Com isso, jogo também ganhou um aspecto social importante, que não existia um ano atrás, quando imperava o silêncio e a concentração entre os jogadores.

“Tenho um grupo no WhatsApp com mais de 100 pessoas interessadas e que conversa todo dia para saber de novidades do jogo”, afirma André Medeiros, que é chef de cozinha e vai para o parque antes de seu trabalho. “Quando a gente vem pro Ibirapuera, passa o dia conversando. E não é apenas por causa do Pokémon Go. Nós criamos um grupo de amigo com pessoas que se veem pelo menos uma vez por semana. É divertido e faz o estresse passar antes de um dia de trabalho puxado que vem pela frente.”

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Com isso, o clima dentre os jogadores no Ibirapuera é o de uma equipe praticando um esporte coletivo, no qual todos se ajudam; antes, cada um estava preocupado em melhorar seu desempenho individual. Exemplo do novo espírito é a competição que começa neste final de semana em todo mundo, onde jogadores vão se reunir para caçar o maior número de criaturas e, ao final, desbloquear um pokémon lendário – extremamente raro e forte no jogo – e que deverá ser derrotado em conjunto. Os organizadores dos grupos de fãs de Pokémon Go estimam que 3 mil pessoas participarão do evento no Ibirapuera.

O jovem Paulo Mário, de 15 anos, está ansioso pela data. Acompanhado da mãe, ele não escondia o entusiasmo enquanto caçava pokémons no parque junto com todas as outras 50 pessoas. “No sábado vou chegar cedo e ficar até 21 horas”, conta o rapaz, sob o olhar cansado da mãe, que o espera sentada numa cadeira portátil, enquanto come salada de frutas. “A febre não passou. O jogo ainda movimenta as pessoas e faz a gente sair de casa até em dias frios”, diz Mário. “O que eu estaria fazendo agora, nas férias, se eu não estivesse jogando Pokémon Go?”

Um ano após o lançamento, veja como está Pokémon Go

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Foto: Alex Silva/Estadão
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Após um ano de lançamento, o jogo Pokémon Go ganhou várias funcionalidades novas, como ginásios mais dinâmicos e batalhas em grupo. O game, porém, viu o número de usuários reduzir neste período. Foto: Alex Silva/Estadão

Nem a temperatura de 14º C ou o vento frio de inverno que insistia em soprar expulsou um grupo de cerca de 50 pessoas do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, na tarde da última quinta-feira. Em um ponto afastado do parque, a turma de amigos – de idades e profissões diversas – se reúne diariamente para capturar criaturas no jogo de realidade aumentada Pokémon Go. O grupo de fãs do game é pequeno, se comparado às mais de 200 pessoas que caçavam pokémons na Avenida Paulista e no Parque do Ibirapuera, quando o jogo chegou ao País, em agosto de 2016.

Para muitos que circulavam no parque, o grupo causa certo estranhamento. Afinal, durante a semana, o mais emocionante que acontece por ali é o cachorro basset latindo para pombos ou a criança que derruba um copo de suco em uma lanchonete ali perto. Ver o grupo parado, mirando a tela do celular, chega a ser motivo de espanto. 

“São aquelas pessoas que se vestem de desenho animado?”, arrisca a empresária Edna Soarez, de 71 anos, que fazia caminhada até ser questionada pelo Estado sobre quem era o grupo.

Quando informada que eram jogadores de Pokémon Go, Edna suspirou: “Ainda jogam isso?”. O questionamento, no entanto, não é surpreendente: o jogo virou febre em todo mundo durante cerca de dois meses, mas o interesse das pessoas foi diminuindo com o passar do tempo. Para os usuários, a dinâmica do game foi perdendo a graça, porque as pessoas conseguiam pegar a maioria dos monstrinhos e não havia novos desafios a superar. Por isso, só quem é fã mesmo da franquia japonesa se manteve fiel.

Proprietário de um estacionamento, Jeffrey William Lobão, de 27 anos, é fã de Pokémon desde a década de 1990, quando o jogo das criaturas japonesas para o portátil Game Boy só podia ser encontrado em versão japonesa no Brasil. Hoje, ele continua fã do game de realidade aumentada e acredita que ele ainda é popular. “Quando o jogo chegou ao Brasil, o Parque do Ibirapuera era uma loucura. Todo mundo correndo para todo lado”, diz o rapaz, dono de um estacionamento. “Hoje, as pessoas estão mais tranquilas. Ficam sentadas e comem um salgado enquanto esperam algum pokémon raro.”

Veja como foram os primeiros dias de Pokémon Go

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Paz. A tranquilidade no parque foi observada pela reportagem do Estado. Há um ano, quando aparecia um pokémon raro, era melhor sair da frente: pessoas corriam de todos os lado. Agora, uma pessoa avisa o restante do grupo quando avista uma nova criatura ou uma batalha em grupo começa. As pessoas caminham sem correr para o local, em uma espécie de procissão. Com isso, jogo também ganhou um aspecto social importante, que não existia um ano atrás, quando imperava o silêncio e a concentração entre os jogadores.

“Tenho um grupo no WhatsApp com mais de 100 pessoas interessadas e que conversa todo dia para saber de novidades do jogo”, afirma André Medeiros, que é chef de cozinha e vai para o parque antes de seu trabalho. “Quando a gente vem pro Ibirapuera, passa o dia conversando. E não é apenas por causa do Pokémon Go. Nós criamos um grupo de amigo com pessoas que se veem pelo menos uma vez por semana. É divertido e faz o estresse passar antes de um dia de trabalho puxado que vem pela frente.”

Com isso, o clima dentre os jogadores no Ibirapuera é o de uma equipe praticando um esporte coletivo, no qual todos se ajudam; antes, cada um estava preocupado em melhorar seu desempenho individual. Exemplo do novo espírito é a competição que começa neste final de semana em todo mundo, onde jogadores vão se reunir para caçar o maior número de criaturas e, ao final, desbloquear um pokémon lendário – extremamente raro e forte no jogo – e que deverá ser derrotado em conjunto. Os organizadores dos grupos de fãs de Pokémon Go estimam que 3 mil pessoas participarão do evento no Ibirapuera.

O jovem Paulo Mário, de 15 anos, está ansioso pela data. Acompanhado da mãe, ele não escondia o entusiasmo enquanto caçava pokémons no parque junto com todas as outras 50 pessoas. “No sábado vou chegar cedo e ficar até 21 horas”, conta o rapaz, sob o olhar cansado da mãe, que o espera sentada numa cadeira portátil, enquanto come salada de frutas. “A febre não passou. O jogo ainda movimenta as pessoas e faz a gente sair de casa até em dias frios”, diz Mário. “O que eu estaria fazendo agora, nas férias, se eu não estivesse jogando Pokémon Go?”

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Após um ano de lançamento, o jogo Pokémon Go ganhou várias funcionalidades novas, como ginásios mais dinâmicos e batalhas em grupo. O game, porém, viu o número de usuários reduzir neste período. Foto: Alex Silva/Estadão

Nem a temperatura de 14º C ou o vento frio de inverno que insistia em soprar expulsou um grupo de cerca de 50 pessoas do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, na tarde da última quinta-feira. Em um ponto afastado do parque, a turma de amigos – de idades e profissões diversas – se reúne diariamente para capturar criaturas no jogo de realidade aumentada Pokémon Go. O grupo de fãs do game é pequeno, se comparado às mais de 200 pessoas que caçavam pokémons na Avenida Paulista e no Parque do Ibirapuera, quando o jogo chegou ao País, em agosto de 2016.

Para muitos que circulavam no parque, o grupo causa certo estranhamento. Afinal, durante a semana, o mais emocionante que acontece por ali é o cachorro basset latindo para pombos ou a criança que derruba um copo de suco em uma lanchonete ali perto. Ver o grupo parado, mirando a tela do celular, chega a ser motivo de espanto. 

“São aquelas pessoas que se vestem de desenho animado?”, arrisca a empresária Edna Soarez, de 71 anos, que fazia caminhada até ser questionada pelo Estado sobre quem era o grupo.

Quando informada que eram jogadores de Pokémon Go, Edna suspirou: “Ainda jogam isso?”. O questionamento, no entanto, não é surpreendente: o jogo virou febre em todo mundo durante cerca de dois meses, mas o interesse das pessoas foi diminuindo com o passar do tempo. Para os usuários, a dinâmica do game foi perdendo a graça, porque as pessoas conseguiam pegar a maioria dos monstrinhos e não havia novos desafios a superar. Por isso, só quem é fã mesmo da franquia japonesa se manteve fiel.

Proprietário de um estacionamento, Jeffrey William Lobão, de 27 anos, é fã de Pokémon desde a década de 1990, quando o jogo das criaturas japonesas para o portátil Game Boy só podia ser encontrado em versão japonesa no Brasil. Hoje, ele continua fã do game de realidade aumentada e acredita que ele ainda é popular. “Quando o jogo chegou ao Brasil, o Parque do Ibirapuera era uma loucura. Todo mundo correndo para todo lado”, diz o rapaz, dono de um estacionamento. “Hoje, as pessoas estão mais tranquilas. Ficam sentadas e comem um salgado enquanto esperam algum pokémon raro.”

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“Tenho um grupo no WhatsApp com mais de 100 pessoas interessadas e que conversa todo dia para saber de novidades do jogo”, afirma André Medeiros, que é chef de cozinha e vai para o parque antes de seu trabalho. “Quando a gente vem pro Ibirapuera, passa o dia conversando. E não é apenas por causa do Pokémon Go. Nós criamos um grupo de amigo com pessoas que se veem pelo menos uma vez por semana. É divertido e faz o estresse passar antes de um dia de trabalho puxado que vem pela frente.”

Com isso, o clima dentre os jogadores no Ibirapuera é o de uma equipe praticando um esporte coletivo, no qual todos se ajudam; antes, cada um estava preocupado em melhorar seu desempenho individual. Exemplo do novo espírito é a competição que começa neste final de semana em todo mundo, onde jogadores vão se reunir para caçar o maior número de criaturas e, ao final, desbloquear um pokémon lendário – extremamente raro e forte no jogo – e que deverá ser derrotado em conjunto. Os organizadores dos grupos de fãs de Pokémon Go estimam que 3 mil pessoas participarão do evento no Ibirapuera.

O jovem Paulo Mário, de 15 anos, está ansioso pela data. Acompanhado da mãe, ele não escondia o entusiasmo enquanto caçava pokémons no parque junto com todas as outras 50 pessoas. “No sábado vou chegar cedo e ficar até 21 horas”, conta o rapaz, sob o olhar cansado da mãe, que o espera sentada numa cadeira portátil, enquanto come salada de frutas. “A febre não passou. O jogo ainda movimenta as pessoas e faz a gente sair de casa até em dias frios”, diz Mário. “O que eu estaria fazendo agora, nas férias, se eu não estivesse jogando Pokémon Go?”

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Nem a temperatura de 14º C ou o vento frio de inverno que insistia em soprar expulsou um grupo de cerca de 50 pessoas do Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, na tarde da última quinta-feira. Em um ponto afastado do parque, a turma de amigos – de idades e profissões diversas – se reúne diariamente para capturar criaturas no jogo de realidade aumentada Pokémon Go. O grupo de fãs do game é pequeno, se comparado às mais de 200 pessoas que caçavam pokémons na Avenida Paulista e no Parque do Ibirapuera, quando o jogo chegou ao País, em agosto de 2016.

Para muitos que circulavam no parque, o grupo causa certo estranhamento. Afinal, durante a semana, o mais emocionante que acontece por ali é o cachorro basset latindo para pombos ou a criança que derruba um copo de suco em uma lanchonete ali perto. Ver o grupo parado, mirando a tela do celular, chega a ser motivo de espanto. 

“São aquelas pessoas que se vestem de desenho animado?”, arrisca a empresária Edna Soarez, de 71 anos, que fazia caminhada até ser questionada pelo Estado sobre quem era o grupo.

Quando informada que eram jogadores de Pokémon Go, Edna suspirou: “Ainda jogam isso?”. O questionamento, no entanto, não é surpreendente: o jogo virou febre em todo mundo durante cerca de dois meses, mas o interesse das pessoas foi diminuindo com o passar do tempo. Para os usuários, a dinâmica do game foi perdendo a graça, porque as pessoas conseguiam pegar a maioria dos monstrinhos e não havia novos desafios a superar. Por isso, só quem é fã mesmo da franquia japonesa se manteve fiel.

Proprietário de um estacionamento, Jeffrey William Lobão, de 27 anos, é fã de Pokémon desde a década de 1990, quando o jogo das criaturas japonesas para o portátil Game Boy só podia ser encontrado em versão japonesa no Brasil. Hoje, ele continua fã do game de realidade aumentada e acredita que ele ainda é popular. “Quando o jogo chegou ao Brasil, o Parque do Ibirapuera era uma loucura. Todo mundo correndo para todo lado”, diz o rapaz, dono de um estacionamento. “Hoje, as pessoas estão mais tranquilas. Ficam sentadas e comem um salgado enquanto esperam algum pokémon raro.”

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“Tenho um grupo no WhatsApp com mais de 100 pessoas interessadas e que conversa todo dia para saber de novidades do jogo”, afirma André Medeiros, que é chef de cozinha e vai para o parque antes de seu trabalho. “Quando a gente vem pro Ibirapuera, passa o dia conversando. E não é apenas por causa do Pokémon Go. Nós criamos um grupo de amigo com pessoas que se veem pelo menos uma vez por semana. É divertido e faz o estresse passar antes de um dia de trabalho puxado que vem pela frente.”

Com isso, o clima dentre os jogadores no Ibirapuera é o de uma equipe praticando um esporte coletivo, no qual todos se ajudam; antes, cada um estava preocupado em melhorar seu desempenho individual. Exemplo do novo espírito é a competição que começa neste final de semana em todo mundo, onde jogadores vão se reunir para caçar o maior número de criaturas e, ao final, desbloquear um pokémon lendário – extremamente raro e forte no jogo – e que deverá ser derrotado em conjunto. Os organizadores dos grupos de fãs de Pokémon Go estimam que 3 mil pessoas participarão do evento no Ibirapuera.

O jovem Paulo Mário, de 15 anos, está ansioso pela data. Acompanhado da mãe, ele não escondia o entusiasmo enquanto caçava pokémons no parque junto com todas as outras 50 pessoas. “No sábado vou chegar cedo e ficar até 21 horas”, conta o rapaz, sob o olhar cansado da mãe, que o espera sentada numa cadeira portátil, enquanto come salada de frutas. “A febre não passou. O jogo ainda movimenta as pessoas e faz a gente sair de casa até em dias frios”, diz Mário. “O que eu estaria fazendo agora, nas férias, se eu não estivesse jogando Pokémon Go?”

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