Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão é game para reunir toda a família em frente à TV


Em sequência divertida, novo jogo do Lombax para PlayStation 5 é inspirado nos filmes ‘pipocões’ de animações dos grandes estúdios do cinema

Por Guilherme Guerra
Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão é exclusivo para PlayStation 5 e é vendido no País por R$ 349 Foto: Reprodução/Insomniac

Ainda no início da nova geração, o PlayStation 5 tem um cardápio de games pouco variado, como era de se esperar. O cenário não é favorável, claro: o aparelho foi lançado em outubro de 2020, a Sony sofre com a escassez mundial de chips para fabricar o videogame e, para complicar ainda mais, a pandemia de covid-19 atrasa o lançamento de alguns jogos. Mas, aos poucos, tudo se normaliza e bons títulos vêm pipocando aqui e ali para demonstrar do que é capaz o console da gigante japonesa.

Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão, lançado em 11 de junho deste ano exclusivamente para PS5 por R$ 350, é um bom exemplo. Sequência de Ratchet & Clank (2016), a continuação parece inspirada nas animações vistas no cinema e que são para toda a família – e, aqui, é óbvia a referência ao estúdio Pixar, conhecido pela sensibilidade nos roteiros e o preciso traço técnico da animação. Neste jogo, no entanto, o mérito vai para a Insomniac, responsável pelo excelente Spider-Man: Miles Morales (também exclusivo para PS5).

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A história da continuação acompanha a dupla Ratchet (espécie de raposa bípede da espécie em extinção Lombax) e Clank (um robô sábio, mas mal fabricado) pela galáxia em uma vibe muito parecida com a franquia Star Wars ou qualquer outro clássico da ficção-científica: viagens interplanetárias e, neste game, interdimensionais. Os detalhes da história são simples e são apresentados logo no início do jogo, sem enrolação: na busca por outros membros da sua espécie, Ratchet ganha de presente um dimensionador de fendas espaciais para procurar outros Lombax – porém, o vilão Dr. Nefarious, principal arqui-inimigo do protagonista, rouba a ferramenta com a intenção de dominar o mundo, mas acaba exagerando na dose e expondo dezenas de universos diferentes.

O que chama à atenção neste título é a inclusão de novos personagens (e universos, claro), como a dupla Rivet e Kit – também uma Lombax e robô, mas ambas do gênero feminino. Elas são as respectivas contrapartes de Ratchet e Clank, mas em outra dimensão – ou, como se chama nos filmes de sci-fi mais cabeçudos, döppelganger. Assim como os protagonistas, o vilão Dr. Nefarious encontra no Imperador Nefarious (muito mais ameaçador, diga-se) o seu duplo. Dois protagonistas, dois coadjuvantes e dois vilões, portanto.

Também uma Lombax, Rivet é a nova personagem jogável de Ratchet & Clank: Uma Nova Dimensão Foto: Reprodução/Insomniac
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Viciante

Ao longo da jogatina (em terceira pessoa, sempre), ora guiamos Ratchet ou Rivet, ora Clank ou Kit. As mecânicas dos controles são idênticas entre cada uma das duplas, o que é um pouco entediante porque não traz novidades, apesar de serem personagens diferentes (Rivet, por exemplo, não tem o braço direito e usa uma solução mecânica). 

Mas diversão não falta em cada planeta percorrido. Cada fase possui ao menos um quebra-cabeça, um chefão e hordas e mais hordas de inimigos para serem aniquilados – tudo de forma bastante infantil (não há sangue, palavrões ou quaisquer elementos que possam incomodar pais receosos), mas longe de ser boba. Caminhando para o final do jogo, porém, tudo vai ficando um pouco repetitivo com a estrutura similar dos desafios.

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É também um pouco cansativo que o jogo, à exceção desses novos personagens, não apresente grandes mudanças em relação ao antecessor, de 2016. A interface está mais clara, a jogabilidade está muito mais ágil (lembra a franquia Homem-Aranha nas batalhas, com piruetas, rencas de adversários e dezenas de controles) e colecionáveis que expandem a história. Mas só, pois os desenvolvedores parecem ter mantido a aposta nas coisas boas do primeiro jogo. Desta vez, funciona a repetição da fórmula, apesar de tudo.

Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão faz bom uso do poder de máquina do PlayStation 5 Foto: Reprodução/Insomniac

Qualidade de PlayStation 5

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O grande trunfo de Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão é usufruir da máquina que é o PlayStation 5. Se fosse lançado daqui a um ano, talvez o jogo não recebesse tanta admiração porque, até agora, é um dos primeiros da nova geração do console da Sony, fazendo dele uma experiência admirável para testar a capacidade do PS5.

Primeiramente, devido ao armazenamento em SSD do console, não há telas de carregamento e tudo é instantâneo, o que ajuda a dar o ritmo frenético ao jogo. Em seguida, os gráficos podem ser rodados a até 60 quadros por segundo em resolução 4K, deixando a animação visualmente espetacular – por vezes, é difícil notar quando termina uma cena e quando começa o jogo, dada a qualidade da imagem.

Ainda, os gatilhos adaptáveis do DualSense são especialmente úteis. A depender das armas (e são muitas, com centenas de melhorias possíveis em cada uma), o gatilho de R2 “trava”, informando que não há balas suficientes. Ou o controle emite sons secundários úteis na jogatina, como ao informar a vida restante, sem fazer o jogador procurar essa informação na tela. 

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É uma pena, no entanto, que o jogo ainda use mecânicas repetitivas, quando se sabe que o console aguenta usos mais eficientes de inteligência artificial. Por exemplo, os inimigos não exigem exatamente grandes estratégias para serem abatidos, mas sim certa insistência e resistência. Basta ter paciência, saber se esquivar e notar padrões de ataque para derrotar um chefão, por exemplo.

Ainda assim, trata-se de um daqueles títulos responsáveis por “desligar” a cabeça do jogador conforme a progressão da história, que é cheia de conflitos e idas e vindas, como exige um bom roteiro de herói. Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão fez a lição de casa nesse aspecto.

É fácil se esquecer do tempo e das tarefas do “mundo real” enquanto se está no game. Ponto para a Insomniac, que fez uma obra persuasiva o suficiente para ter fôlego nas 16 horas na campanha principal.

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Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão é exclusivo para PlayStation 5 e é vendido no País por R$ 349 Foto: Reprodução/Insomniac

Ainda no início da nova geração, o PlayStation 5 tem um cardápio de games pouco variado, como era de se esperar. O cenário não é favorável, claro: o aparelho foi lançado em outubro de 2020, a Sony sofre com a escassez mundial de chips para fabricar o videogame e, para complicar ainda mais, a pandemia de covid-19 atrasa o lançamento de alguns jogos. Mas, aos poucos, tudo se normaliza e bons títulos vêm pipocando aqui e ali para demonstrar do que é capaz o console da gigante japonesa.

Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão, lançado em 11 de junho deste ano exclusivamente para PS5 por R$ 350, é um bom exemplo. Sequência de Ratchet & Clank (2016), a continuação parece inspirada nas animações vistas no cinema e que são para toda a família – e, aqui, é óbvia a referência ao estúdio Pixar, conhecido pela sensibilidade nos roteiros e o preciso traço técnico da animação. Neste jogo, no entanto, o mérito vai para a Insomniac, responsável pelo excelente Spider-Man: Miles Morales (também exclusivo para PS5).

A história da continuação acompanha a dupla Ratchet (espécie de raposa bípede da espécie em extinção Lombax) e Clank (um robô sábio, mas mal fabricado) pela galáxia em uma vibe muito parecida com a franquia Star Wars ou qualquer outro clássico da ficção-científica: viagens interplanetárias e, neste game, interdimensionais. Os detalhes da história são simples e são apresentados logo no início do jogo, sem enrolação: na busca por outros membros da sua espécie, Ratchet ganha de presente um dimensionador de fendas espaciais para procurar outros Lombax – porém, o vilão Dr. Nefarious, principal arqui-inimigo do protagonista, rouba a ferramenta com a intenção de dominar o mundo, mas acaba exagerando na dose e expondo dezenas de universos diferentes.

O que chama à atenção neste título é a inclusão de novos personagens (e universos, claro), como a dupla Rivet e Kit – também uma Lombax e robô, mas ambas do gênero feminino. Elas são as respectivas contrapartes de Ratchet e Clank, mas em outra dimensão – ou, como se chama nos filmes de sci-fi mais cabeçudos, döppelganger. Assim como os protagonistas, o vilão Dr. Nefarious encontra no Imperador Nefarious (muito mais ameaçador, diga-se) o seu duplo. Dois protagonistas, dois coadjuvantes e dois vilões, portanto.

Também uma Lombax, Rivet é a nova personagem jogável de Ratchet & Clank: Uma Nova Dimensão Foto: Reprodução/Insomniac

Viciante

Ao longo da jogatina (em terceira pessoa, sempre), ora guiamos Ratchet ou Rivet, ora Clank ou Kit. As mecânicas dos controles são idênticas entre cada uma das duplas, o que é um pouco entediante porque não traz novidades, apesar de serem personagens diferentes (Rivet, por exemplo, não tem o braço direito e usa uma solução mecânica). 

Mas diversão não falta em cada planeta percorrido. Cada fase possui ao menos um quebra-cabeça, um chefão e hordas e mais hordas de inimigos para serem aniquilados – tudo de forma bastante infantil (não há sangue, palavrões ou quaisquer elementos que possam incomodar pais receosos), mas longe de ser boba. Caminhando para o final do jogo, porém, tudo vai ficando um pouco repetitivo com a estrutura similar dos desafios.

É também um pouco cansativo que o jogo, à exceção desses novos personagens, não apresente grandes mudanças em relação ao antecessor, de 2016. A interface está mais clara, a jogabilidade está muito mais ágil (lembra a franquia Homem-Aranha nas batalhas, com piruetas, rencas de adversários e dezenas de controles) e colecionáveis que expandem a história. Mas só, pois os desenvolvedores parecem ter mantido a aposta nas coisas boas do primeiro jogo. Desta vez, funciona a repetição da fórmula, apesar de tudo.

Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão faz bom uso do poder de máquina do PlayStation 5 Foto: Reprodução/Insomniac

Qualidade de PlayStation 5

O grande trunfo de Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão é usufruir da máquina que é o PlayStation 5. Se fosse lançado daqui a um ano, talvez o jogo não recebesse tanta admiração porque, até agora, é um dos primeiros da nova geração do console da Sony, fazendo dele uma experiência admirável para testar a capacidade do PS5.

Primeiramente, devido ao armazenamento em SSD do console, não há telas de carregamento e tudo é instantâneo, o que ajuda a dar o ritmo frenético ao jogo. Em seguida, os gráficos podem ser rodados a até 60 quadros por segundo em resolução 4K, deixando a animação visualmente espetacular – por vezes, é difícil notar quando termina uma cena e quando começa o jogo, dada a qualidade da imagem.

Ainda, os gatilhos adaptáveis do DualSense são especialmente úteis. A depender das armas (e são muitas, com centenas de melhorias possíveis em cada uma), o gatilho de R2 “trava”, informando que não há balas suficientes. Ou o controle emite sons secundários úteis na jogatina, como ao informar a vida restante, sem fazer o jogador procurar essa informação na tela. 

É uma pena, no entanto, que o jogo ainda use mecânicas repetitivas, quando se sabe que o console aguenta usos mais eficientes de inteligência artificial. Por exemplo, os inimigos não exigem exatamente grandes estratégias para serem abatidos, mas sim certa insistência e resistência. Basta ter paciência, saber se esquivar e notar padrões de ataque para derrotar um chefão, por exemplo.

Ainda assim, trata-se de um daqueles títulos responsáveis por “desligar” a cabeça do jogador conforme a progressão da história, que é cheia de conflitos e idas e vindas, como exige um bom roteiro de herói. Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão fez a lição de casa nesse aspecto.

É fácil se esquecer do tempo e das tarefas do “mundo real” enquanto se está no game. Ponto para a Insomniac, que fez uma obra persuasiva o suficiente para ter fôlego nas 16 horas na campanha principal.

Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão é exclusivo para PlayStation 5 e é vendido no País por R$ 349 Foto: Reprodução/Insomniac

Ainda no início da nova geração, o PlayStation 5 tem um cardápio de games pouco variado, como era de se esperar. O cenário não é favorável, claro: o aparelho foi lançado em outubro de 2020, a Sony sofre com a escassez mundial de chips para fabricar o videogame e, para complicar ainda mais, a pandemia de covid-19 atrasa o lançamento de alguns jogos. Mas, aos poucos, tudo se normaliza e bons títulos vêm pipocando aqui e ali para demonstrar do que é capaz o console da gigante japonesa.

Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão, lançado em 11 de junho deste ano exclusivamente para PS5 por R$ 350, é um bom exemplo. Sequência de Ratchet & Clank (2016), a continuação parece inspirada nas animações vistas no cinema e que são para toda a família – e, aqui, é óbvia a referência ao estúdio Pixar, conhecido pela sensibilidade nos roteiros e o preciso traço técnico da animação. Neste jogo, no entanto, o mérito vai para a Insomniac, responsável pelo excelente Spider-Man: Miles Morales (também exclusivo para PS5).

A história da continuação acompanha a dupla Ratchet (espécie de raposa bípede da espécie em extinção Lombax) e Clank (um robô sábio, mas mal fabricado) pela galáxia em uma vibe muito parecida com a franquia Star Wars ou qualquer outro clássico da ficção-científica: viagens interplanetárias e, neste game, interdimensionais. Os detalhes da história são simples e são apresentados logo no início do jogo, sem enrolação: na busca por outros membros da sua espécie, Ratchet ganha de presente um dimensionador de fendas espaciais para procurar outros Lombax – porém, o vilão Dr. Nefarious, principal arqui-inimigo do protagonista, rouba a ferramenta com a intenção de dominar o mundo, mas acaba exagerando na dose e expondo dezenas de universos diferentes.

O que chama à atenção neste título é a inclusão de novos personagens (e universos, claro), como a dupla Rivet e Kit – também uma Lombax e robô, mas ambas do gênero feminino. Elas são as respectivas contrapartes de Ratchet e Clank, mas em outra dimensão – ou, como se chama nos filmes de sci-fi mais cabeçudos, döppelganger. Assim como os protagonistas, o vilão Dr. Nefarious encontra no Imperador Nefarious (muito mais ameaçador, diga-se) o seu duplo. Dois protagonistas, dois coadjuvantes e dois vilões, portanto.

Também uma Lombax, Rivet é a nova personagem jogável de Ratchet & Clank: Uma Nova Dimensão Foto: Reprodução/Insomniac

Viciante

Ao longo da jogatina (em terceira pessoa, sempre), ora guiamos Ratchet ou Rivet, ora Clank ou Kit. As mecânicas dos controles são idênticas entre cada uma das duplas, o que é um pouco entediante porque não traz novidades, apesar de serem personagens diferentes (Rivet, por exemplo, não tem o braço direito e usa uma solução mecânica). 

Mas diversão não falta em cada planeta percorrido. Cada fase possui ao menos um quebra-cabeça, um chefão e hordas e mais hordas de inimigos para serem aniquilados – tudo de forma bastante infantil (não há sangue, palavrões ou quaisquer elementos que possam incomodar pais receosos), mas longe de ser boba. Caminhando para o final do jogo, porém, tudo vai ficando um pouco repetitivo com a estrutura similar dos desafios.

É também um pouco cansativo que o jogo, à exceção desses novos personagens, não apresente grandes mudanças em relação ao antecessor, de 2016. A interface está mais clara, a jogabilidade está muito mais ágil (lembra a franquia Homem-Aranha nas batalhas, com piruetas, rencas de adversários e dezenas de controles) e colecionáveis que expandem a história. Mas só, pois os desenvolvedores parecem ter mantido a aposta nas coisas boas do primeiro jogo. Desta vez, funciona a repetição da fórmula, apesar de tudo.

Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão faz bom uso do poder de máquina do PlayStation 5 Foto: Reprodução/Insomniac

Qualidade de PlayStation 5

O grande trunfo de Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão é usufruir da máquina que é o PlayStation 5. Se fosse lançado daqui a um ano, talvez o jogo não recebesse tanta admiração porque, até agora, é um dos primeiros da nova geração do console da Sony, fazendo dele uma experiência admirável para testar a capacidade do PS5.

Primeiramente, devido ao armazenamento em SSD do console, não há telas de carregamento e tudo é instantâneo, o que ajuda a dar o ritmo frenético ao jogo. Em seguida, os gráficos podem ser rodados a até 60 quadros por segundo em resolução 4K, deixando a animação visualmente espetacular – por vezes, é difícil notar quando termina uma cena e quando começa o jogo, dada a qualidade da imagem.

Ainda, os gatilhos adaptáveis do DualSense são especialmente úteis. A depender das armas (e são muitas, com centenas de melhorias possíveis em cada uma), o gatilho de R2 “trava”, informando que não há balas suficientes. Ou o controle emite sons secundários úteis na jogatina, como ao informar a vida restante, sem fazer o jogador procurar essa informação na tela. 

É uma pena, no entanto, que o jogo ainda use mecânicas repetitivas, quando se sabe que o console aguenta usos mais eficientes de inteligência artificial. Por exemplo, os inimigos não exigem exatamente grandes estratégias para serem abatidos, mas sim certa insistência e resistência. Basta ter paciência, saber se esquivar e notar padrões de ataque para derrotar um chefão, por exemplo.

Ainda assim, trata-se de um daqueles títulos responsáveis por “desligar” a cabeça do jogador conforme a progressão da história, que é cheia de conflitos e idas e vindas, como exige um bom roteiro de herói. Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão fez a lição de casa nesse aspecto.

É fácil se esquecer do tempo e das tarefas do “mundo real” enquanto se está no game. Ponto para a Insomniac, que fez uma obra persuasiva o suficiente para ter fôlego nas 16 horas na campanha principal.

Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão é exclusivo para PlayStation 5 e é vendido no País por R$ 349 Foto: Reprodução/Insomniac

Ainda no início da nova geração, o PlayStation 5 tem um cardápio de games pouco variado, como era de se esperar. O cenário não é favorável, claro: o aparelho foi lançado em outubro de 2020, a Sony sofre com a escassez mundial de chips para fabricar o videogame e, para complicar ainda mais, a pandemia de covid-19 atrasa o lançamento de alguns jogos. Mas, aos poucos, tudo se normaliza e bons títulos vêm pipocando aqui e ali para demonstrar do que é capaz o console da gigante japonesa.

Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão, lançado em 11 de junho deste ano exclusivamente para PS5 por R$ 350, é um bom exemplo. Sequência de Ratchet & Clank (2016), a continuação parece inspirada nas animações vistas no cinema e que são para toda a família – e, aqui, é óbvia a referência ao estúdio Pixar, conhecido pela sensibilidade nos roteiros e o preciso traço técnico da animação. Neste jogo, no entanto, o mérito vai para a Insomniac, responsável pelo excelente Spider-Man: Miles Morales (também exclusivo para PS5).

A história da continuação acompanha a dupla Ratchet (espécie de raposa bípede da espécie em extinção Lombax) e Clank (um robô sábio, mas mal fabricado) pela galáxia em uma vibe muito parecida com a franquia Star Wars ou qualquer outro clássico da ficção-científica: viagens interplanetárias e, neste game, interdimensionais. Os detalhes da história são simples e são apresentados logo no início do jogo, sem enrolação: na busca por outros membros da sua espécie, Ratchet ganha de presente um dimensionador de fendas espaciais para procurar outros Lombax – porém, o vilão Dr. Nefarious, principal arqui-inimigo do protagonista, rouba a ferramenta com a intenção de dominar o mundo, mas acaba exagerando na dose e expondo dezenas de universos diferentes.

O que chama à atenção neste título é a inclusão de novos personagens (e universos, claro), como a dupla Rivet e Kit – também uma Lombax e robô, mas ambas do gênero feminino. Elas são as respectivas contrapartes de Ratchet e Clank, mas em outra dimensão – ou, como se chama nos filmes de sci-fi mais cabeçudos, döppelganger. Assim como os protagonistas, o vilão Dr. Nefarious encontra no Imperador Nefarious (muito mais ameaçador, diga-se) o seu duplo. Dois protagonistas, dois coadjuvantes e dois vilões, portanto.

Também uma Lombax, Rivet é a nova personagem jogável de Ratchet & Clank: Uma Nova Dimensão Foto: Reprodução/Insomniac

Viciante

Ao longo da jogatina (em terceira pessoa, sempre), ora guiamos Ratchet ou Rivet, ora Clank ou Kit. As mecânicas dos controles são idênticas entre cada uma das duplas, o que é um pouco entediante porque não traz novidades, apesar de serem personagens diferentes (Rivet, por exemplo, não tem o braço direito e usa uma solução mecânica). 

Mas diversão não falta em cada planeta percorrido. Cada fase possui ao menos um quebra-cabeça, um chefão e hordas e mais hordas de inimigos para serem aniquilados – tudo de forma bastante infantil (não há sangue, palavrões ou quaisquer elementos que possam incomodar pais receosos), mas longe de ser boba. Caminhando para o final do jogo, porém, tudo vai ficando um pouco repetitivo com a estrutura similar dos desafios.

É também um pouco cansativo que o jogo, à exceção desses novos personagens, não apresente grandes mudanças em relação ao antecessor, de 2016. A interface está mais clara, a jogabilidade está muito mais ágil (lembra a franquia Homem-Aranha nas batalhas, com piruetas, rencas de adversários e dezenas de controles) e colecionáveis que expandem a história. Mas só, pois os desenvolvedores parecem ter mantido a aposta nas coisas boas do primeiro jogo. Desta vez, funciona a repetição da fórmula, apesar de tudo.

Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão faz bom uso do poder de máquina do PlayStation 5 Foto: Reprodução/Insomniac

Qualidade de PlayStation 5

O grande trunfo de Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão é usufruir da máquina que é o PlayStation 5. Se fosse lançado daqui a um ano, talvez o jogo não recebesse tanta admiração porque, até agora, é um dos primeiros da nova geração do console da Sony, fazendo dele uma experiência admirável para testar a capacidade do PS5.

Primeiramente, devido ao armazenamento em SSD do console, não há telas de carregamento e tudo é instantâneo, o que ajuda a dar o ritmo frenético ao jogo. Em seguida, os gráficos podem ser rodados a até 60 quadros por segundo em resolução 4K, deixando a animação visualmente espetacular – por vezes, é difícil notar quando termina uma cena e quando começa o jogo, dada a qualidade da imagem.

Ainda, os gatilhos adaptáveis do DualSense são especialmente úteis. A depender das armas (e são muitas, com centenas de melhorias possíveis em cada uma), o gatilho de R2 “trava”, informando que não há balas suficientes. Ou o controle emite sons secundários úteis na jogatina, como ao informar a vida restante, sem fazer o jogador procurar essa informação na tela. 

É uma pena, no entanto, que o jogo ainda use mecânicas repetitivas, quando se sabe que o console aguenta usos mais eficientes de inteligência artificial. Por exemplo, os inimigos não exigem exatamente grandes estratégias para serem abatidos, mas sim certa insistência e resistência. Basta ter paciência, saber se esquivar e notar padrões de ataque para derrotar um chefão, por exemplo.

Ainda assim, trata-se de um daqueles títulos responsáveis por “desligar” a cabeça do jogador conforme a progressão da história, que é cheia de conflitos e idas e vindas, como exige um bom roteiro de herói. Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão fez a lição de casa nesse aspecto.

É fácil se esquecer do tempo e das tarefas do “mundo real” enquanto se está no game. Ponto para a Insomniac, que fez uma obra persuasiva o suficiente para ter fôlego nas 16 horas na campanha principal.

Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão é exclusivo para PlayStation 5 e é vendido no País por R$ 349 Foto: Reprodução/Insomniac

Ainda no início da nova geração, o PlayStation 5 tem um cardápio de games pouco variado, como era de se esperar. O cenário não é favorável, claro: o aparelho foi lançado em outubro de 2020, a Sony sofre com a escassez mundial de chips para fabricar o videogame e, para complicar ainda mais, a pandemia de covid-19 atrasa o lançamento de alguns jogos. Mas, aos poucos, tudo se normaliza e bons títulos vêm pipocando aqui e ali para demonstrar do que é capaz o console da gigante japonesa.

Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão, lançado em 11 de junho deste ano exclusivamente para PS5 por R$ 350, é um bom exemplo. Sequência de Ratchet & Clank (2016), a continuação parece inspirada nas animações vistas no cinema e que são para toda a família – e, aqui, é óbvia a referência ao estúdio Pixar, conhecido pela sensibilidade nos roteiros e o preciso traço técnico da animação. Neste jogo, no entanto, o mérito vai para a Insomniac, responsável pelo excelente Spider-Man: Miles Morales (também exclusivo para PS5).

A história da continuação acompanha a dupla Ratchet (espécie de raposa bípede da espécie em extinção Lombax) e Clank (um robô sábio, mas mal fabricado) pela galáxia em uma vibe muito parecida com a franquia Star Wars ou qualquer outro clássico da ficção-científica: viagens interplanetárias e, neste game, interdimensionais. Os detalhes da história são simples e são apresentados logo no início do jogo, sem enrolação: na busca por outros membros da sua espécie, Ratchet ganha de presente um dimensionador de fendas espaciais para procurar outros Lombax – porém, o vilão Dr. Nefarious, principal arqui-inimigo do protagonista, rouba a ferramenta com a intenção de dominar o mundo, mas acaba exagerando na dose e expondo dezenas de universos diferentes.

O que chama à atenção neste título é a inclusão de novos personagens (e universos, claro), como a dupla Rivet e Kit – também uma Lombax e robô, mas ambas do gênero feminino. Elas são as respectivas contrapartes de Ratchet e Clank, mas em outra dimensão – ou, como se chama nos filmes de sci-fi mais cabeçudos, döppelganger. Assim como os protagonistas, o vilão Dr. Nefarious encontra no Imperador Nefarious (muito mais ameaçador, diga-se) o seu duplo. Dois protagonistas, dois coadjuvantes e dois vilões, portanto.

Também uma Lombax, Rivet é a nova personagem jogável de Ratchet & Clank: Uma Nova Dimensão Foto: Reprodução/Insomniac

Viciante

Ao longo da jogatina (em terceira pessoa, sempre), ora guiamos Ratchet ou Rivet, ora Clank ou Kit. As mecânicas dos controles são idênticas entre cada uma das duplas, o que é um pouco entediante porque não traz novidades, apesar de serem personagens diferentes (Rivet, por exemplo, não tem o braço direito e usa uma solução mecânica). 

Mas diversão não falta em cada planeta percorrido. Cada fase possui ao menos um quebra-cabeça, um chefão e hordas e mais hordas de inimigos para serem aniquilados – tudo de forma bastante infantil (não há sangue, palavrões ou quaisquer elementos que possam incomodar pais receosos), mas longe de ser boba. Caminhando para o final do jogo, porém, tudo vai ficando um pouco repetitivo com a estrutura similar dos desafios.

É também um pouco cansativo que o jogo, à exceção desses novos personagens, não apresente grandes mudanças em relação ao antecessor, de 2016. A interface está mais clara, a jogabilidade está muito mais ágil (lembra a franquia Homem-Aranha nas batalhas, com piruetas, rencas de adversários e dezenas de controles) e colecionáveis que expandem a história. Mas só, pois os desenvolvedores parecem ter mantido a aposta nas coisas boas do primeiro jogo. Desta vez, funciona a repetição da fórmula, apesar de tudo.

Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão faz bom uso do poder de máquina do PlayStation 5 Foto: Reprodução/Insomniac

Qualidade de PlayStation 5

O grande trunfo de Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão é usufruir da máquina que é o PlayStation 5. Se fosse lançado daqui a um ano, talvez o jogo não recebesse tanta admiração porque, até agora, é um dos primeiros da nova geração do console da Sony, fazendo dele uma experiência admirável para testar a capacidade do PS5.

Primeiramente, devido ao armazenamento em SSD do console, não há telas de carregamento e tudo é instantâneo, o que ajuda a dar o ritmo frenético ao jogo. Em seguida, os gráficos podem ser rodados a até 60 quadros por segundo em resolução 4K, deixando a animação visualmente espetacular – por vezes, é difícil notar quando termina uma cena e quando começa o jogo, dada a qualidade da imagem.

Ainda, os gatilhos adaptáveis do DualSense são especialmente úteis. A depender das armas (e são muitas, com centenas de melhorias possíveis em cada uma), o gatilho de R2 “trava”, informando que não há balas suficientes. Ou o controle emite sons secundários úteis na jogatina, como ao informar a vida restante, sem fazer o jogador procurar essa informação na tela. 

É uma pena, no entanto, que o jogo ainda use mecânicas repetitivas, quando se sabe que o console aguenta usos mais eficientes de inteligência artificial. Por exemplo, os inimigos não exigem exatamente grandes estratégias para serem abatidos, mas sim certa insistência e resistência. Basta ter paciência, saber se esquivar e notar padrões de ataque para derrotar um chefão, por exemplo.

Ainda assim, trata-se de um daqueles títulos responsáveis por “desligar” a cabeça do jogador conforme a progressão da história, que é cheia de conflitos e idas e vindas, como exige um bom roteiro de herói. Ratchet & Clank: Em Outra Dimensão fez a lição de casa nesse aspecto.

É fácil se esquecer do tempo e das tarefas do “mundo real” enquanto se está no game. Ponto para a Insomniac, que fez uma obra persuasiva o suficiente para ter fôlego nas 16 horas na campanha principal.

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