Grupos bolsonaristas mostram que a tecnologia deu origem a um movimento pré-modernidade


Esse é um problema que precisa ser resolvido pelo bem da democracia

Por Pedro Doria

Em uma das cenas de “Em Busca do Cálice Sagrado”, filme do grupo de humor Monty Python, uma multidão medieval tenta convencer o cavaleiro de que uma moça da aldeia é bruxa e, portanto, deve ser queimada. Os argumentos que a turba apresenta são absurdos, e é dessa ausência de sentido que a trupe inglesa fazia humor. Quem acompanha os canais de Zap e Telegram bolsonaristas deve estar se sentindo em um filme do Monty Python.

O argumento vai fundo – porque o digital se encontrou mesmo com a Idade Média.

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Os seis atores-roteiristas do Monty Python eram gente sofisticada. Todos formados entre Cambridge e Oxford, três deles eram historiadores do tipo que liam César em latim. Então, quando descrevem o mundo pré-moderno, estão fazendo humor mas estão, igualmente, sendo precisos. O que distingue o Ocidente pré-Iluminismo e pós-Iluminismo é a razão. É uma obrigação à qual nos impusemos de construir argumentos baseados numa realidade observável.

É irônico, de certa forma, que seja uma das mais sofisticadas criações da modernidade, a internet, que esteja trazendo de volta a pré-modernidade. Mas é exatamente isso que a internet está construindo. Num vídeo o sujeito aponta o celular para um comboio que deixa o Forte do Realengo, no Rio. O que ele descreve é o início de um golpe militar. Em que se baseia? Nada. São carros saindo do quartel. Outro, um senhor de tênis vermelho, bermuda e camiseta verde limão, bandeira nacional ao ombro como se fora um rifle, ensaia um passo de ganso desajeitado. Num terceiro, duas moças de joelhos rezam em desespero, vestem as cores nacionais. É um ritual milenarista. Estão à espera de um messias.

É isso que os une a todos: estão à espera. Como em todo culto, desde os tempos de Zoroastro, se convencem de que um fenômeno qualquer irá acontecer. Tem de acontecer. Está para acontecer. A diferença entre o golpe, os deuses astronautas ou o fim do mundo é nenhuma. Estas pessoas fazem parte de um culto.

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Neste culto não estão todos os 58 milhões de eleitores de Jair Bolsonaro. Não sabemos quantos são. Mas uma parcela de foi radicalizada. E grupos políticos radicalizados costumam formar células violentas.

A ferramenta usada para a radicalização segue de pé. São os algoritmos de YouTube, TikTok, Kwai. São os disparos em massa via WhatsApp e Telegram. Pode ser irônico que um movimento pré-moderno nasça de tecnologia só possível na modernidade. Como a sociedade lidará com este problema? A democracia depende de resolvermos isso.

Em uma das cenas de “Em Busca do Cálice Sagrado”, filme do grupo de humor Monty Python, uma multidão medieval tenta convencer o cavaleiro de que uma moça da aldeia é bruxa e, portanto, deve ser queimada. Os argumentos que a turba apresenta são absurdos, e é dessa ausência de sentido que a trupe inglesa fazia humor. Quem acompanha os canais de Zap e Telegram bolsonaristas deve estar se sentindo em um filme do Monty Python.

O argumento vai fundo – porque o digital se encontrou mesmo com a Idade Média.

Os seis atores-roteiristas do Monty Python eram gente sofisticada. Todos formados entre Cambridge e Oxford, três deles eram historiadores do tipo que liam César em latim. Então, quando descrevem o mundo pré-moderno, estão fazendo humor mas estão, igualmente, sendo precisos. O que distingue o Ocidente pré-Iluminismo e pós-Iluminismo é a razão. É uma obrigação à qual nos impusemos de construir argumentos baseados numa realidade observável.

É irônico, de certa forma, que seja uma das mais sofisticadas criações da modernidade, a internet, que esteja trazendo de volta a pré-modernidade. Mas é exatamente isso que a internet está construindo. Num vídeo o sujeito aponta o celular para um comboio que deixa o Forte do Realengo, no Rio. O que ele descreve é o início de um golpe militar. Em que se baseia? Nada. São carros saindo do quartel. Outro, um senhor de tênis vermelho, bermuda e camiseta verde limão, bandeira nacional ao ombro como se fora um rifle, ensaia um passo de ganso desajeitado. Num terceiro, duas moças de joelhos rezam em desespero, vestem as cores nacionais. É um ritual milenarista. Estão à espera de um messias.

É isso que os une a todos: estão à espera. Como em todo culto, desde os tempos de Zoroastro, se convencem de que um fenômeno qualquer irá acontecer. Tem de acontecer. Está para acontecer. A diferença entre o golpe, os deuses astronautas ou o fim do mundo é nenhuma. Estas pessoas fazem parte de um culto.

Neste culto não estão todos os 58 milhões de eleitores de Jair Bolsonaro. Não sabemos quantos são. Mas uma parcela de foi radicalizada. E grupos políticos radicalizados costumam formar células violentas.

A ferramenta usada para a radicalização segue de pé. São os algoritmos de YouTube, TikTok, Kwai. São os disparos em massa via WhatsApp e Telegram. Pode ser irônico que um movimento pré-moderno nasça de tecnologia só possível na modernidade. Como a sociedade lidará com este problema? A democracia depende de resolvermos isso.

Em uma das cenas de “Em Busca do Cálice Sagrado”, filme do grupo de humor Monty Python, uma multidão medieval tenta convencer o cavaleiro de que uma moça da aldeia é bruxa e, portanto, deve ser queimada. Os argumentos que a turba apresenta são absurdos, e é dessa ausência de sentido que a trupe inglesa fazia humor. Quem acompanha os canais de Zap e Telegram bolsonaristas deve estar se sentindo em um filme do Monty Python.

O argumento vai fundo – porque o digital se encontrou mesmo com a Idade Média.

Os seis atores-roteiristas do Monty Python eram gente sofisticada. Todos formados entre Cambridge e Oxford, três deles eram historiadores do tipo que liam César em latim. Então, quando descrevem o mundo pré-moderno, estão fazendo humor mas estão, igualmente, sendo precisos. O que distingue o Ocidente pré-Iluminismo e pós-Iluminismo é a razão. É uma obrigação à qual nos impusemos de construir argumentos baseados numa realidade observável.

É irônico, de certa forma, que seja uma das mais sofisticadas criações da modernidade, a internet, que esteja trazendo de volta a pré-modernidade. Mas é exatamente isso que a internet está construindo. Num vídeo o sujeito aponta o celular para um comboio que deixa o Forte do Realengo, no Rio. O que ele descreve é o início de um golpe militar. Em que se baseia? Nada. São carros saindo do quartel. Outro, um senhor de tênis vermelho, bermuda e camiseta verde limão, bandeira nacional ao ombro como se fora um rifle, ensaia um passo de ganso desajeitado. Num terceiro, duas moças de joelhos rezam em desespero, vestem as cores nacionais. É um ritual milenarista. Estão à espera de um messias.

É isso que os une a todos: estão à espera. Como em todo culto, desde os tempos de Zoroastro, se convencem de que um fenômeno qualquer irá acontecer. Tem de acontecer. Está para acontecer. A diferença entre o golpe, os deuses astronautas ou o fim do mundo é nenhuma. Estas pessoas fazem parte de um culto.

Neste culto não estão todos os 58 milhões de eleitores de Jair Bolsonaro. Não sabemos quantos são. Mas uma parcela de foi radicalizada. E grupos políticos radicalizados costumam formar células violentas.

A ferramenta usada para a radicalização segue de pé. São os algoritmos de YouTube, TikTok, Kwai. São os disparos em massa via WhatsApp e Telegram. Pode ser irônico que um movimento pré-moderno nasça de tecnologia só possível na modernidade. Como a sociedade lidará com este problema? A democracia depende de resolvermos isso.

Em uma das cenas de “Em Busca do Cálice Sagrado”, filme do grupo de humor Monty Python, uma multidão medieval tenta convencer o cavaleiro de que uma moça da aldeia é bruxa e, portanto, deve ser queimada. Os argumentos que a turba apresenta são absurdos, e é dessa ausência de sentido que a trupe inglesa fazia humor. Quem acompanha os canais de Zap e Telegram bolsonaristas deve estar se sentindo em um filme do Monty Python.

O argumento vai fundo – porque o digital se encontrou mesmo com a Idade Média.

Os seis atores-roteiristas do Monty Python eram gente sofisticada. Todos formados entre Cambridge e Oxford, três deles eram historiadores do tipo que liam César em latim. Então, quando descrevem o mundo pré-moderno, estão fazendo humor mas estão, igualmente, sendo precisos. O que distingue o Ocidente pré-Iluminismo e pós-Iluminismo é a razão. É uma obrigação à qual nos impusemos de construir argumentos baseados numa realidade observável.

É irônico, de certa forma, que seja uma das mais sofisticadas criações da modernidade, a internet, que esteja trazendo de volta a pré-modernidade. Mas é exatamente isso que a internet está construindo. Num vídeo o sujeito aponta o celular para um comboio que deixa o Forte do Realengo, no Rio. O que ele descreve é o início de um golpe militar. Em que se baseia? Nada. São carros saindo do quartel. Outro, um senhor de tênis vermelho, bermuda e camiseta verde limão, bandeira nacional ao ombro como se fora um rifle, ensaia um passo de ganso desajeitado. Num terceiro, duas moças de joelhos rezam em desespero, vestem as cores nacionais. É um ritual milenarista. Estão à espera de um messias.

É isso que os une a todos: estão à espera. Como em todo culto, desde os tempos de Zoroastro, se convencem de que um fenômeno qualquer irá acontecer. Tem de acontecer. Está para acontecer. A diferença entre o golpe, os deuses astronautas ou o fim do mundo é nenhuma. Estas pessoas fazem parte de um culto.

Neste culto não estão todos os 58 milhões de eleitores de Jair Bolsonaro. Não sabemos quantos são. Mas uma parcela de foi radicalizada. E grupos políticos radicalizados costumam formar células violentas.

A ferramenta usada para a radicalização segue de pé. São os algoritmos de YouTube, TikTok, Kwai. São os disparos em massa via WhatsApp e Telegram. Pode ser irônico que um movimento pré-moderno nasça de tecnologia só possível na modernidade. Como a sociedade lidará com este problema? A democracia depende de resolvermos isso.

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