'Impostos sufocam a inovação no Brasil'


Gary Shapiro, CEO da associação que promove a feira de eletrônicos CES, diz que tarifas impedem avanço no País

Por Camilo Rocha

Gary Shapiro, CEO da associação que promove a feira de eletrônicos CES, diz que tarifas impedem avanço no País

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SÃO PAULO – Promovida pela Associação de Eletrônicos de Consumo dos Estados Unidos, a CES é a mais conhecida vitrine de novidades eletrônicas do mundo. Realizada anualmente em Las Vegas, reúne desde os gigantes da tecnologia a pequenas startups. O CEO e presidente da associação é Gary Shapiro, advogado de formação, e também autor de livros e colunista da Forbes e do Huffington Post.

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Seu segundo livro, Ninja Innovation: The Ten Killer Strategies of the World’s Most Successful Businesses (“inovação ninja: as dez estratégias matadoras dos negócios mais bem-sucedidos do mundo”, em tradução livre) foi lançado em janeiro nos EUA. Shapiro vem ao Brasil para falar na conferência The Next Web, no dia 28 de agosto, em São Paulo. Ele falou ao Link pelo telefone:

Do que pretende falar em sua participação na The Next Web, em São Paulo?

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Não sei o que vai ser de antemão, não costumo ter um roteiro. Foi assim na TNW em Amsterdam e acho que foi bem, tanto que me chamaram de volta. Mas será principalmente baseado nos dois lviros que escrevi sobre inovação, incluindo o último Ninja Innovation.

Quando olha para o setor eletrônico no Brasil você vê inovação?

O Brasil é o segundo maior mercado para produtos eletrônicos de consumo e tem havido muito crescimento em tecnologia e inovação no País. Um problema sério são as tarifas impostas pelo governo brasileiro, que pretendem ajudar a inovação local, mas acabam por sufocá-la. As ferramentas para a inovação, como computador, tablet, smartphone, são muito caros então há uma barreira no Brasil que é mais alta do que em qualquer outro país. Produzimos a maior feira de inovação mundial na CES todo ano e não há muitas empresas brasileiras expondo lá. Por outro lado, tivemos cerca de 600 visitantes do País.

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O que é preciso para ter uma startup bem-sucedida? Muitas se projetam, mas a maioria fracassa.

Nos EUA, as startups são encorajadas mesmo quando falham. A opinião é que você aprende algo quando falha. Primeiro passo. O segundo é se existe uma política de impostos, se investimentos em startups recebem algum tipo de incentivo. O imposto é menor no caso de a startup ser de risco? O terceiro ponto é se existe um ambiente ou uma atitude de promover startups, em termos de como o governo as trata. Existem várias maneiras de se medir isso, como o tempo que leva par começar um novo negócio, quantos alvarás você precisa etc. Outra medida é se existem pólos de inovação, que podem ser em volta de universidades ou de uma empresa grande como a Intel. E também um sistema educacional que contemple o básico dos negócios e contabilidade, ciências extas e matemática.

Falando agora sobre produtos, parece que os smartphones não conseguem mais impressionar como antes.

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Eu me impressiono! Há um grande crescimento no uso da biometria como recurso de segurança e como ferramenta para monitorar a saúde. Em breve, recursos biométricos serão padrão nos smartphones. Também acho que a capacidade e os aplicativos crescem tanto e de tantas maneiras que viraram essenciais. Estamos falando de smartphones que identificam o dono apenas estando próximos. E se não for o dono, e o smartphone está perdido, ele para de funcionar. É uma extensão do corpo. Ainda acho que há muito chão pela frente.

Os vestíveis são a próxima grande fronteira tecnológica?

É uma delas. Já brinquei com o Google Glass e produtos assim. Acho que podem criar uma nova categoria para o consumidor, mas ainda são primitivos. Na medida em que ficam melhores e aprendemos o que queremos fazer com eles, será fantástico.

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Carros mais inteligentes, carros que evitam batidas e carros que se dirigem sozinhos. Resolveriam um dos grandes desafios que temos hoje nos EUA que são pessoas morrendo por direção distraída, mandando mensagens de texto enquanto conduzem um veículo. É uma grande questão aqui.

Além disso, destaco a internet das coisas, dispositivos conversando com dispositivos e resolvendo nossos problemas; robótica no ambiente doméstico; TV de alta definição ou 4K, algo que está se popularizando e deve ser algo muito grande em 2014 e 2015.

Gary Shapiro, CEO da associação que promove a feira de eletrônicos CES, diz que tarifas impedem avanço no País

 Foto:

SÃO PAULO – Promovida pela Associação de Eletrônicos de Consumo dos Estados Unidos, a CES é a mais conhecida vitrine de novidades eletrônicas do mundo. Realizada anualmente em Las Vegas, reúne desde os gigantes da tecnologia a pequenas startups. O CEO e presidente da associação é Gary Shapiro, advogado de formação, e também autor de livros e colunista da Forbes e do Huffington Post.

 

Seu segundo livro, Ninja Innovation: The Ten Killer Strategies of the World’s Most Successful Businesses (“inovação ninja: as dez estratégias matadoras dos negócios mais bem-sucedidos do mundo”, em tradução livre) foi lançado em janeiro nos EUA. Shapiro vem ao Brasil para falar na conferência The Next Web, no dia 28 de agosto, em São Paulo. Ele falou ao Link pelo telefone:

Do que pretende falar em sua participação na The Next Web, em São Paulo?

Não sei o que vai ser de antemão, não costumo ter um roteiro. Foi assim na TNW em Amsterdam e acho que foi bem, tanto que me chamaram de volta. Mas será principalmente baseado nos dois lviros que escrevi sobre inovação, incluindo o último Ninja Innovation.

Quando olha para o setor eletrônico no Brasil você vê inovação?

O Brasil é o segundo maior mercado para produtos eletrônicos de consumo e tem havido muito crescimento em tecnologia e inovação no País. Um problema sério são as tarifas impostas pelo governo brasileiro, que pretendem ajudar a inovação local, mas acabam por sufocá-la. As ferramentas para a inovação, como computador, tablet, smartphone, são muito caros então há uma barreira no Brasil que é mais alta do que em qualquer outro país. Produzimos a maior feira de inovação mundial na CES todo ano e não há muitas empresas brasileiras expondo lá. Por outro lado, tivemos cerca de 600 visitantes do País.

O que é preciso para ter uma startup bem-sucedida? Muitas se projetam, mas a maioria fracassa.

Nos EUA, as startups são encorajadas mesmo quando falham. A opinião é que você aprende algo quando falha. Primeiro passo. O segundo é se existe uma política de impostos, se investimentos em startups recebem algum tipo de incentivo. O imposto é menor no caso de a startup ser de risco? O terceiro ponto é se existe um ambiente ou uma atitude de promover startups, em termos de como o governo as trata. Existem várias maneiras de se medir isso, como o tempo que leva par começar um novo negócio, quantos alvarás você precisa etc. Outra medida é se existem pólos de inovação, que podem ser em volta de universidades ou de uma empresa grande como a Intel. E também um sistema educacional que contemple o básico dos negócios e contabilidade, ciências extas e matemática.

Falando agora sobre produtos, parece que os smartphones não conseguem mais impressionar como antes.

Eu me impressiono! Há um grande crescimento no uso da biometria como recurso de segurança e como ferramenta para monitorar a saúde. Em breve, recursos biométricos serão padrão nos smartphones. Também acho que a capacidade e os aplicativos crescem tanto e de tantas maneiras que viraram essenciais. Estamos falando de smartphones que identificam o dono apenas estando próximos. E se não for o dono, e o smartphone está perdido, ele para de funcionar. É uma extensão do corpo. Ainda acho que há muito chão pela frente.

Os vestíveis são a próxima grande fronteira tecnológica?

É uma delas. Já brinquei com o Google Glass e produtos assim. Acho que podem criar uma nova categoria para o consumidor, mas ainda são primitivos. Na medida em que ficam melhores e aprendemos o que queremos fazer com eles, será fantástico.

Carros mais inteligentes, carros que evitam batidas e carros que se dirigem sozinhos. Resolveriam um dos grandes desafios que temos hoje nos EUA que são pessoas morrendo por direção distraída, mandando mensagens de texto enquanto conduzem um veículo. É uma grande questão aqui.

Além disso, destaco a internet das coisas, dispositivos conversando com dispositivos e resolvendo nossos problemas; robótica no ambiente doméstico; TV de alta definição ou 4K, algo que está se popularizando e deve ser algo muito grande em 2014 e 2015.

Gary Shapiro, CEO da associação que promove a feira de eletrônicos CES, diz que tarifas impedem avanço no País

 Foto:

SÃO PAULO – Promovida pela Associação de Eletrônicos de Consumo dos Estados Unidos, a CES é a mais conhecida vitrine de novidades eletrônicas do mundo. Realizada anualmente em Las Vegas, reúne desde os gigantes da tecnologia a pequenas startups. O CEO e presidente da associação é Gary Shapiro, advogado de formação, e também autor de livros e colunista da Forbes e do Huffington Post.

 

Seu segundo livro, Ninja Innovation: The Ten Killer Strategies of the World’s Most Successful Businesses (“inovação ninja: as dez estratégias matadoras dos negócios mais bem-sucedidos do mundo”, em tradução livre) foi lançado em janeiro nos EUA. Shapiro vem ao Brasil para falar na conferência The Next Web, no dia 28 de agosto, em São Paulo. Ele falou ao Link pelo telefone:

Do que pretende falar em sua participação na The Next Web, em São Paulo?

Não sei o que vai ser de antemão, não costumo ter um roteiro. Foi assim na TNW em Amsterdam e acho que foi bem, tanto que me chamaram de volta. Mas será principalmente baseado nos dois lviros que escrevi sobre inovação, incluindo o último Ninja Innovation.

Quando olha para o setor eletrônico no Brasil você vê inovação?

O Brasil é o segundo maior mercado para produtos eletrônicos de consumo e tem havido muito crescimento em tecnologia e inovação no País. Um problema sério são as tarifas impostas pelo governo brasileiro, que pretendem ajudar a inovação local, mas acabam por sufocá-la. As ferramentas para a inovação, como computador, tablet, smartphone, são muito caros então há uma barreira no Brasil que é mais alta do que em qualquer outro país. Produzimos a maior feira de inovação mundial na CES todo ano e não há muitas empresas brasileiras expondo lá. Por outro lado, tivemos cerca de 600 visitantes do País.

O que é preciso para ter uma startup bem-sucedida? Muitas se projetam, mas a maioria fracassa.

Nos EUA, as startups são encorajadas mesmo quando falham. A opinião é que você aprende algo quando falha. Primeiro passo. O segundo é se existe uma política de impostos, se investimentos em startups recebem algum tipo de incentivo. O imposto é menor no caso de a startup ser de risco? O terceiro ponto é se existe um ambiente ou uma atitude de promover startups, em termos de como o governo as trata. Existem várias maneiras de se medir isso, como o tempo que leva par começar um novo negócio, quantos alvarás você precisa etc. Outra medida é se existem pólos de inovação, que podem ser em volta de universidades ou de uma empresa grande como a Intel. E também um sistema educacional que contemple o básico dos negócios e contabilidade, ciências extas e matemática.

Falando agora sobre produtos, parece que os smartphones não conseguem mais impressionar como antes.

Eu me impressiono! Há um grande crescimento no uso da biometria como recurso de segurança e como ferramenta para monitorar a saúde. Em breve, recursos biométricos serão padrão nos smartphones. Também acho que a capacidade e os aplicativos crescem tanto e de tantas maneiras que viraram essenciais. Estamos falando de smartphones que identificam o dono apenas estando próximos. E se não for o dono, e o smartphone está perdido, ele para de funcionar. É uma extensão do corpo. Ainda acho que há muito chão pela frente.

Os vestíveis são a próxima grande fronteira tecnológica?

É uma delas. Já brinquei com o Google Glass e produtos assim. Acho que podem criar uma nova categoria para o consumidor, mas ainda são primitivos. Na medida em que ficam melhores e aprendemos o que queremos fazer com eles, será fantástico.

Carros mais inteligentes, carros que evitam batidas e carros que se dirigem sozinhos. Resolveriam um dos grandes desafios que temos hoje nos EUA que são pessoas morrendo por direção distraída, mandando mensagens de texto enquanto conduzem um veículo. É uma grande questão aqui.

Além disso, destaco a internet das coisas, dispositivos conversando com dispositivos e resolvendo nossos problemas; robótica no ambiente doméstico; TV de alta definição ou 4K, algo que está se popularizando e deve ser algo muito grande em 2014 e 2015.

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