Com tecnologia e agilidade, startups ajudam a estruturar o varejo digital


Em meio à pandemia, varejistas de diversos tamanho buscam saídas para continuar operando mesmo com portas fechadas

Por Giovanna Wolf e Guilherme Guerra

Com as portas das lojas fechadas, varejistas de diversos tamanho entraram em um beco sem saída: era necessária uma modernização rápida para estancar a perda de receita. Para dar conta do boom de estruturação digital, o varejo tradicional recorreu a startups especializadas, que atuam nos bastidores com tecnologia e agilidade em diferentes processos da compra online.

Uma das empresas que está sob o holofote desse movimento é a curitibana SmartHint. Fundada em 2017, a startup foi comprada no mês passado pelo Magazine Luiza, companhia que vem investindo pesadamente em digitalização – o valor da aquisição não foi revelado. 

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Antes de ser plugada ao Magalu, a SmartHint já atendia mais de 1.000 clientes e viu suas ferramentas gerarem R$ 620 milhões em vendas em 2020. A startup usa inteligência artificial (IA) e análise de comportamento em um sistema de busca e recomendação de produtos. Na prática, o serviço garante que a jornada de cada consumidor no e-commerce seja personalizada, graças à ajuda de grandes volumes de dados: isso permite, por exemplo, que você procure por um tênis em um marketplace e a busca traga modelos semelhantes em cor e estilo. Se outro usuário fizer a mesma busca, os resultados serão diferentes por causa do histórico de comportamento de cada um na plataforma.

“A ferramenta faz o usuário encontrar o produto de forma mais rápida e receber indicações de outros similares. É quase uma consultora de vendas”, diz Rodrigo Schiavini, fundador e diretor de negócios da SmartHint, em entrevista ao Estadão

Fundada por Rodrigo Schiavini, a startup Smarthint ajuda a otimizar as buscas em sites de varejo Foto: Denis Ferreira Netto/Estadão
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Schiavini explica que a empresa usa ferramentas prontas, como Google Cloud, para alimentar a inteligência e criar modelos comportamentais dos clientes. E, como as mudanças de hábitos dos indivíduos mudam rapidamente – mais rápido do que as engines prontas para uso –, a startup cria uma cópia da IA, cujo objetivo é aprender sozinha a acompanhar novas tendências. “O que fazemos é aprender com o banco de dados e usar isso a favor dos clientes”, explica Schiavini.

Foi pela importância de grandes volumes de informações que a entrada no Grupo Magalu, que conta com NetShoes e Época Cosméticos, beneficiou a SmartHint, que saiu de 16 milhões de produtos cadastrados na sua base para cerca de 42 milhões. Agora, além de ser provedora de tecnologia do Magalu, a startup conseguirá sofisticar seu serviço para terceiros.

“Desde a aquisição mantivemos a nossa vida normal como sempre foi, em estratégia ‘stand-alone’”, diz o fundador da startup. “A tecnologia que hoje fornecemos para o mercado é algo que tende a se transformar em commodity. Quem não tem tecnologia para se transformar vai ficar para trás”. 

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Lojas virtuais

As startups de varejo, chamadas de “retailtechs”, bateram recorde de aportes no primeiro trimestre deste ano: foram US$ 437 milhões investidos, um total 650% superior ao movimentado no mesmo período de 2020, segundo a empresa de inovação Distrito. O valor também é 2.000% maior se comparado aos três primeiros meses de 2019. 

Para Pedro Carneiro, diretor da aceleradora ACE Startups, a capacidade das retailtechs de oferecer tecnologia com rapidez fez a diferença na pandemia. “Sentimos muito menos o baque da mudança para o varejo online por causa das startups. Elas foram os degraus para essa transição ser mais ágil e suave”, afirma. 

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Rafael Forte, presidente executivo da Vtex, conta que a startup começou oferecendo plataforma para e-commerce e depois passou a oferecer soluções para marketplaces Foto: Vtex

Alguns nomes têm se destacado já na primeira etapa da migração: a criação das lojas virtuais. Com esse serviço, a Vtex se tornou no ano passado a primeira startup brasileira a atingir o valor de mercado de US$ 1 bilhão em meio à pandemia.

A Vtex começou oferecendo uma plataforma para e-commerce, mas, aos poucos, foi evoluindo seu software para atender marketplaces, que lidam com vendedores de diferentes origens e centros de distribuição. Depois, passou a atuar também no gerenciamento de lojas físicas – tudo isso com a ideia de integrar os vários trabalhos do vendedor. 

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“Somos um parceiro de tecnologia. Não faz sentido um varejo, que nasceu para vender produtos, ter de se preocupar com infraestrutura e desenvolvimento de catálogos e carrinhos digitais”, diz Rafael Forte, presidente executivo da Vtex.

A empresa atende principalmente grandes marcas, como Ambev, Coca-Cola e Nestlé. Por ser disponibilizado em API, o software da Vtex permite que as varejistas personalizem o sistema para atender suas necessidades próprias.

Um dos principais investimentos da Vtex tem sido na orquestração de cenários complexos envolvendo múltiplos vendedores, estoques, pedidos e pagamentos. “Outro foco nosso é a expansão da capacidade dos nossos algoritmos de busca e recomendação”, afirma Forte. 

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Um nome forte nessa área é a Olist, que recentemente terminou de levantar uma rodada de investimento de R$ 454 milhões. Conhecida por ajudar lojas físicas a venderem em marketplaces como Mercado Livre e Amazon, a startup tem ampliado e sofisticado seus serviços. 

Ao todo, as três frentes da Olist têm hoje aproximadamente 320 mil clientes. E o plano da startup é ampliar ainda mais sua atuação: “Pautamos o serviço da Olist com base na dor do lojista, na dificuldade de ele operar e de crescer o negócio. E também há dor ao tomar um crédito e ao comprar o produto de um fornecedor, por exemplo”, diz Tiago Dalvi, fundador e presidente executivo da startup. 

O caminho é mesmo aumentar o leque de serviços, explica Carneiro, da ACE Startups. “Do mesmo jeito que passamos várias décadas construindo o varejo em pontos físicos e em distribuição, está na hora agora de construir toda a infraestrutura do varejo digital”, diz. 

Tiago Dalvi, fundador e presidente da Olist, diz que startup tem 320 mil clientes Foto: Denis Ferreira Neto/Estadão

Novatos na área

Com as várias oportunidades, a tendência é o surgimento de mais retailtechs. “A competitividade vai aumentar. Os desafios das retailtechs que já estão atuando hoje no mercado são principalmente de jogo de velocidade: como continuar crescendo para se manter à frente dos concorrentes que devem surgir”, diz Maria Fernanda Musa, diretora de aceleração de negócios da Endeavor – a organização, inclusive, está acelerando startups de varejo em parceria com GPA, MadeiraMadeira e Arezzo&Co. 

Na semana passada, a empresa Merama, com apenas cinco meses de operação, fez barulho ao levantar US$ 160 milhões. Criada com um pé no Brasil e outro no México, a startup atua investindo em pequenas e médias marcas que vendem seus produtos em marketplaces – é um modelo inspirado em empresas americanas como Thrasio e Perch, que ajudam a consolidar vendedores terceiros na Amazon.

Além da injeção de capital, a Merama ajuda a marca a gerenciar seus produtos em diferentes plataformas digitais e também a internacionalizar as vendas. A startup faz isso tanto na parte operacional e tecnológica quanto na parte estratégica. 

“Nascemos para atuar em um mercado que está em franco crescimento”, disse Renato Andrade, um dos fundadores da Merama, ao Estadão. “A pandemia acelerou bastante o e-commerce, mas vários pequenos empreendedores ainda viam sua marca estagnada”. 

Com as portas das lojas fechadas, varejistas de diversos tamanho entraram em um beco sem saída: era necessária uma modernização rápida para estancar a perda de receita. Para dar conta do boom de estruturação digital, o varejo tradicional recorreu a startups especializadas, que atuam nos bastidores com tecnologia e agilidade em diferentes processos da compra online.

Uma das empresas que está sob o holofote desse movimento é a curitibana SmartHint. Fundada em 2017, a startup foi comprada no mês passado pelo Magazine Luiza, companhia que vem investindo pesadamente em digitalização – o valor da aquisição não foi revelado. 

Antes de ser plugada ao Magalu, a SmartHint já atendia mais de 1.000 clientes e viu suas ferramentas gerarem R$ 620 milhões em vendas em 2020. A startup usa inteligência artificial (IA) e análise de comportamento em um sistema de busca e recomendação de produtos. Na prática, o serviço garante que a jornada de cada consumidor no e-commerce seja personalizada, graças à ajuda de grandes volumes de dados: isso permite, por exemplo, que você procure por um tênis em um marketplace e a busca traga modelos semelhantes em cor e estilo. Se outro usuário fizer a mesma busca, os resultados serão diferentes por causa do histórico de comportamento de cada um na plataforma.

“A ferramenta faz o usuário encontrar o produto de forma mais rápida e receber indicações de outros similares. É quase uma consultora de vendas”, diz Rodrigo Schiavini, fundador e diretor de negócios da SmartHint, em entrevista ao Estadão

Fundada por Rodrigo Schiavini, a startup Smarthint ajuda a otimizar as buscas em sites de varejo Foto: Denis Ferreira Netto/Estadão

Schiavini explica que a empresa usa ferramentas prontas, como Google Cloud, para alimentar a inteligência e criar modelos comportamentais dos clientes. E, como as mudanças de hábitos dos indivíduos mudam rapidamente – mais rápido do que as engines prontas para uso –, a startup cria uma cópia da IA, cujo objetivo é aprender sozinha a acompanhar novas tendências. “O que fazemos é aprender com o banco de dados e usar isso a favor dos clientes”, explica Schiavini.

Foi pela importância de grandes volumes de informações que a entrada no Grupo Magalu, que conta com NetShoes e Época Cosméticos, beneficiou a SmartHint, que saiu de 16 milhões de produtos cadastrados na sua base para cerca de 42 milhões. Agora, além de ser provedora de tecnologia do Magalu, a startup conseguirá sofisticar seu serviço para terceiros.

“Desde a aquisição mantivemos a nossa vida normal como sempre foi, em estratégia ‘stand-alone’”, diz o fundador da startup. “A tecnologia que hoje fornecemos para o mercado é algo que tende a se transformar em commodity. Quem não tem tecnologia para se transformar vai ficar para trás”. 

Lojas virtuais

As startups de varejo, chamadas de “retailtechs”, bateram recorde de aportes no primeiro trimestre deste ano: foram US$ 437 milhões investidos, um total 650% superior ao movimentado no mesmo período de 2020, segundo a empresa de inovação Distrito. O valor também é 2.000% maior se comparado aos três primeiros meses de 2019. 

Para Pedro Carneiro, diretor da aceleradora ACE Startups, a capacidade das retailtechs de oferecer tecnologia com rapidez fez a diferença na pandemia. “Sentimos muito menos o baque da mudança para o varejo online por causa das startups. Elas foram os degraus para essa transição ser mais ágil e suave”, afirma. 

Rafael Forte, presidente executivo da Vtex, conta que a startup começou oferecendo plataforma para e-commerce e depois passou a oferecer soluções para marketplaces Foto: Vtex

Alguns nomes têm se destacado já na primeira etapa da migração: a criação das lojas virtuais. Com esse serviço, a Vtex se tornou no ano passado a primeira startup brasileira a atingir o valor de mercado de US$ 1 bilhão em meio à pandemia.

A Vtex começou oferecendo uma plataforma para e-commerce, mas, aos poucos, foi evoluindo seu software para atender marketplaces, que lidam com vendedores de diferentes origens e centros de distribuição. Depois, passou a atuar também no gerenciamento de lojas físicas – tudo isso com a ideia de integrar os vários trabalhos do vendedor. 

“Somos um parceiro de tecnologia. Não faz sentido um varejo, que nasceu para vender produtos, ter de se preocupar com infraestrutura e desenvolvimento de catálogos e carrinhos digitais”, diz Rafael Forte, presidente executivo da Vtex.

A empresa atende principalmente grandes marcas, como Ambev, Coca-Cola e Nestlé. Por ser disponibilizado em API, o software da Vtex permite que as varejistas personalizem o sistema para atender suas necessidades próprias.

Um dos principais investimentos da Vtex tem sido na orquestração de cenários complexos envolvendo múltiplos vendedores, estoques, pedidos e pagamentos. “Outro foco nosso é a expansão da capacidade dos nossos algoritmos de busca e recomendação”, afirma Forte. 

Um nome forte nessa área é a Olist, que recentemente terminou de levantar uma rodada de investimento de R$ 454 milhões. Conhecida por ajudar lojas físicas a venderem em marketplaces como Mercado Livre e Amazon, a startup tem ampliado e sofisticado seus serviços. 

Ao todo, as três frentes da Olist têm hoje aproximadamente 320 mil clientes. E o plano da startup é ampliar ainda mais sua atuação: “Pautamos o serviço da Olist com base na dor do lojista, na dificuldade de ele operar e de crescer o negócio. E também há dor ao tomar um crédito e ao comprar o produto de um fornecedor, por exemplo”, diz Tiago Dalvi, fundador e presidente executivo da startup. 

O caminho é mesmo aumentar o leque de serviços, explica Carneiro, da ACE Startups. “Do mesmo jeito que passamos várias décadas construindo o varejo em pontos físicos e em distribuição, está na hora agora de construir toda a infraestrutura do varejo digital”, diz. 

Tiago Dalvi, fundador e presidente da Olist, diz que startup tem 320 mil clientes Foto: Denis Ferreira Neto/Estadão

Novatos na área

Com as várias oportunidades, a tendência é o surgimento de mais retailtechs. “A competitividade vai aumentar. Os desafios das retailtechs que já estão atuando hoje no mercado são principalmente de jogo de velocidade: como continuar crescendo para se manter à frente dos concorrentes que devem surgir”, diz Maria Fernanda Musa, diretora de aceleração de negócios da Endeavor – a organização, inclusive, está acelerando startups de varejo em parceria com GPA, MadeiraMadeira e Arezzo&Co. 

Na semana passada, a empresa Merama, com apenas cinco meses de operação, fez barulho ao levantar US$ 160 milhões. Criada com um pé no Brasil e outro no México, a startup atua investindo em pequenas e médias marcas que vendem seus produtos em marketplaces – é um modelo inspirado em empresas americanas como Thrasio e Perch, que ajudam a consolidar vendedores terceiros na Amazon.

Além da injeção de capital, a Merama ajuda a marca a gerenciar seus produtos em diferentes plataformas digitais e também a internacionalizar as vendas. A startup faz isso tanto na parte operacional e tecnológica quanto na parte estratégica. 

“Nascemos para atuar em um mercado que está em franco crescimento”, disse Renato Andrade, um dos fundadores da Merama, ao Estadão. “A pandemia acelerou bastante o e-commerce, mas vários pequenos empreendedores ainda viam sua marca estagnada”. 

Com as portas das lojas fechadas, varejistas de diversos tamanho entraram em um beco sem saída: era necessária uma modernização rápida para estancar a perda de receita. Para dar conta do boom de estruturação digital, o varejo tradicional recorreu a startups especializadas, que atuam nos bastidores com tecnologia e agilidade em diferentes processos da compra online.

Uma das empresas que está sob o holofote desse movimento é a curitibana SmartHint. Fundada em 2017, a startup foi comprada no mês passado pelo Magazine Luiza, companhia que vem investindo pesadamente em digitalização – o valor da aquisição não foi revelado. 

Antes de ser plugada ao Magalu, a SmartHint já atendia mais de 1.000 clientes e viu suas ferramentas gerarem R$ 620 milhões em vendas em 2020. A startup usa inteligência artificial (IA) e análise de comportamento em um sistema de busca e recomendação de produtos. Na prática, o serviço garante que a jornada de cada consumidor no e-commerce seja personalizada, graças à ajuda de grandes volumes de dados: isso permite, por exemplo, que você procure por um tênis em um marketplace e a busca traga modelos semelhantes em cor e estilo. Se outro usuário fizer a mesma busca, os resultados serão diferentes por causa do histórico de comportamento de cada um na plataforma.

“A ferramenta faz o usuário encontrar o produto de forma mais rápida e receber indicações de outros similares. É quase uma consultora de vendas”, diz Rodrigo Schiavini, fundador e diretor de negócios da SmartHint, em entrevista ao Estadão

Fundada por Rodrigo Schiavini, a startup Smarthint ajuda a otimizar as buscas em sites de varejo Foto: Denis Ferreira Netto/Estadão

Schiavini explica que a empresa usa ferramentas prontas, como Google Cloud, para alimentar a inteligência e criar modelos comportamentais dos clientes. E, como as mudanças de hábitos dos indivíduos mudam rapidamente – mais rápido do que as engines prontas para uso –, a startup cria uma cópia da IA, cujo objetivo é aprender sozinha a acompanhar novas tendências. “O que fazemos é aprender com o banco de dados e usar isso a favor dos clientes”, explica Schiavini.

Foi pela importância de grandes volumes de informações que a entrada no Grupo Magalu, que conta com NetShoes e Época Cosméticos, beneficiou a SmartHint, que saiu de 16 milhões de produtos cadastrados na sua base para cerca de 42 milhões. Agora, além de ser provedora de tecnologia do Magalu, a startup conseguirá sofisticar seu serviço para terceiros.

“Desde a aquisição mantivemos a nossa vida normal como sempre foi, em estratégia ‘stand-alone’”, diz o fundador da startup. “A tecnologia que hoje fornecemos para o mercado é algo que tende a se transformar em commodity. Quem não tem tecnologia para se transformar vai ficar para trás”. 

Lojas virtuais

As startups de varejo, chamadas de “retailtechs”, bateram recorde de aportes no primeiro trimestre deste ano: foram US$ 437 milhões investidos, um total 650% superior ao movimentado no mesmo período de 2020, segundo a empresa de inovação Distrito. O valor também é 2.000% maior se comparado aos três primeiros meses de 2019. 

Para Pedro Carneiro, diretor da aceleradora ACE Startups, a capacidade das retailtechs de oferecer tecnologia com rapidez fez a diferença na pandemia. “Sentimos muito menos o baque da mudança para o varejo online por causa das startups. Elas foram os degraus para essa transição ser mais ágil e suave”, afirma. 

Rafael Forte, presidente executivo da Vtex, conta que a startup começou oferecendo plataforma para e-commerce e depois passou a oferecer soluções para marketplaces Foto: Vtex

Alguns nomes têm se destacado já na primeira etapa da migração: a criação das lojas virtuais. Com esse serviço, a Vtex se tornou no ano passado a primeira startup brasileira a atingir o valor de mercado de US$ 1 bilhão em meio à pandemia.

A Vtex começou oferecendo uma plataforma para e-commerce, mas, aos poucos, foi evoluindo seu software para atender marketplaces, que lidam com vendedores de diferentes origens e centros de distribuição. Depois, passou a atuar também no gerenciamento de lojas físicas – tudo isso com a ideia de integrar os vários trabalhos do vendedor. 

“Somos um parceiro de tecnologia. Não faz sentido um varejo, que nasceu para vender produtos, ter de se preocupar com infraestrutura e desenvolvimento de catálogos e carrinhos digitais”, diz Rafael Forte, presidente executivo da Vtex.

A empresa atende principalmente grandes marcas, como Ambev, Coca-Cola e Nestlé. Por ser disponibilizado em API, o software da Vtex permite que as varejistas personalizem o sistema para atender suas necessidades próprias.

Um dos principais investimentos da Vtex tem sido na orquestração de cenários complexos envolvendo múltiplos vendedores, estoques, pedidos e pagamentos. “Outro foco nosso é a expansão da capacidade dos nossos algoritmos de busca e recomendação”, afirma Forte. 

Um nome forte nessa área é a Olist, que recentemente terminou de levantar uma rodada de investimento de R$ 454 milhões. Conhecida por ajudar lojas físicas a venderem em marketplaces como Mercado Livre e Amazon, a startup tem ampliado e sofisticado seus serviços. 

Ao todo, as três frentes da Olist têm hoje aproximadamente 320 mil clientes. E o plano da startup é ampliar ainda mais sua atuação: “Pautamos o serviço da Olist com base na dor do lojista, na dificuldade de ele operar e de crescer o negócio. E também há dor ao tomar um crédito e ao comprar o produto de um fornecedor, por exemplo”, diz Tiago Dalvi, fundador e presidente executivo da startup. 

O caminho é mesmo aumentar o leque de serviços, explica Carneiro, da ACE Startups. “Do mesmo jeito que passamos várias décadas construindo o varejo em pontos físicos e em distribuição, está na hora agora de construir toda a infraestrutura do varejo digital”, diz. 

Tiago Dalvi, fundador e presidente da Olist, diz que startup tem 320 mil clientes Foto: Denis Ferreira Neto/Estadão

Novatos na área

Com as várias oportunidades, a tendência é o surgimento de mais retailtechs. “A competitividade vai aumentar. Os desafios das retailtechs que já estão atuando hoje no mercado são principalmente de jogo de velocidade: como continuar crescendo para se manter à frente dos concorrentes que devem surgir”, diz Maria Fernanda Musa, diretora de aceleração de negócios da Endeavor – a organização, inclusive, está acelerando startups de varejo em parceria com GPA, MadeiraMadeira e Arezzo&Co. 

Na semana passada, a empresa Merama, com apenas cinco meses de operação, fez barulho ao levantar US$ 160 milhões. Criada com um pé no Brasil e outro no México, a startup atua investindo em pequenas e médias marcas que vendem seus produtos em marketplaces – é um modelo inspirado em empresas americanas como Thrasio e Perch, que ajudam a consolidar vendedores terceiros na Amazon.

Além da injeção de capital, a Merama ajuda a marca a gerenciar seus produtos em diferentes plataformas digitais e também a internacionalizar as vendas. A startup faz isso tanto na parte operacional e tecnológica quanto na parte estratégica. 

“Nascemos para atuar em um mercado que está em franco crescimento”, disse Renato Andrade, um dos fundadores da Merama, ao Estadão. “A pandemia acelerou bastante o e-commerce, mas vários pequenos empreendedores ainda viam sua marca estagnada”. 

Com as portas das lojas fechadas, varejistas de diversos tamanho entraram em um beco sem saída: era necessária uma modernização rápida para estancar a perda de receita. Para dar conta do boom de estruturação digital, o varejo tradicional recorreu a startups especializadas, que atuam nos bastidores com tecnologia e agilidade em diferentes processos da compra online.

Uma das empresas que está sob o holofote desse movimento é a curitibana SmartHint. Fundada em 2017, a startup foi comprada no mês passado pelo Magazine Luiza, companhia que vem investindo pesadamente em digitalização – o valor da aquisição não foi revelado. 

Antes de ser plugada ao Magalu, a SmartHint já atendia mais de 1.000 clientes e viu suas ferramentas gerarem R$ 620 milhões em vendas em 2020. A startup usa inteligência artificial (IA) e análise de comportamento em um sistema de busca e recomendação de produtos. Na prática, o serviço garante que a jornada de cada consumidor no e-commerce seja personalizada, graças à ajuda de grandes volumes de dados: isso permite, por exemplo, que você procure por um tênis em um marketplace e a busca traga modelos semelhantes em cor e estilo. Se outro usuário fizer a mesma busca, os resultados serão diferentes por causa do histórico de comportamento de cada um na plataforma.

“A ferramenta faz o usuário encontrar o produto de forma mais rápida e receber indicações de outros similares. É quase uma consultora de vendas”, diz Rodrigo Schiavini, fundador e diretor de negócios da SmartHint, em entrevista ao Estadão

Fundada por Rodrigo Schiavini, a startup Smarthint ajuda a otimizar as buscas em sites de varejo Foto: Denis Ferreira Netto/Estadão

Schiavini explica que a empresa usa ferramentas prontas, como Google Cloud, para alimentar a inteligência e criar modelos comportamentais dos clientes. E, como as mudanças de hábitos dos indivíduos mudam rapidamente – mais rápido do que as engines prontas para uso –, a startup cria uma cópia da IA, cujo objetivo é aprender sozinha a acompanhar novas tendências. “O que fazemos é aprender com o banco de dados e usar isso a favor dos clientes”, explica Schiavini.

Foi pela importância de grandes volumes de informações que a entrada no Grupo Magalu, que conta com NetShoes e Época Cosméticos, beneficiou a SmartHint, que saiu de 16 milhões de produtos cadastrados na sua base para cerca de 42 milhões. Agora, além de ser provedora de tecnologia do Magalu, a startup conseguirá sofisticar seu serviço para terceiros.

“Desde a aquisição mantivemos a nossa vida normal como sempre foi, em estratégia ‘stand-alone’”, diz o fundador da startup. “A tecnologia que hoje fornecemos para o mercado é algo que tende a se transformar em commodity. Quem não tem tecnologia para se transformar vai ficar para trás”. 

Lojas virtuais

As startups de varejo, chamadas de “retailtechs”, bateram recorde de aportes no primeiro trimestre deste ano: foram US$ 437 milhões investidos, um total 650% superior ao movimentado no mesmo período de 2020, segundo a empresa de inovação Distrito. O valor também é 2.000% maior se comparado aos três primeiros meses de 2019. 

Para Pedro Carneiro, diretor da aceleradora ACE Startups, a capacidade das retailtechs de oferecer tecnologia com rapidez fez a diferença na pandemia. “Sentimos muito menos o baque da mudança para o varejo online por causa das startups. Elas foram os degraus para essa transição ser mais ágil e suave”, afirma. 

Rafael Forte, presidente executivo da Vtex, conta que a startup começou oferecendo plataforma para e-commerce e depois passou a oferecer soluções para marketplaces Foto: Vtex

Alguns nomes têm se destacado já na primeira etapa da migração: a criação das lojas virtuais. Com esse serviço, a Vtex se tornou no ano passado a primeira startup brasileira a atingir o valor de mercado de US$ 1 bilhão em meio à pandemia.

A Vtex começou oferecendo uma plataforma para e-commerce, mas, aos poucos, foi evoluindo seu software para atender marketplaces, que lidam com vendedores de diferentes origens e centros de distribuição. Depois, passou a atuar também no gerenciamento de lojas físicas – tudo isso com a ideia de integrar os vários trabalhos do vendedor. 

“Somos um parceiro de tecnologia. Não faz sentido um varejo, que nasceu para vender produtos, ter de se preocupar com infraestrutura e desenvolvimento de catálogos e carrinhos digitais”, diz Rafael Forte, presidente executivo da Vtex.

A empresa atende principalmente grandes marcas, como Ambev, Coca-Cola e Nestlé. Por ser disponibilizado em API, o software da Vtex permite que as varejistas personalizem o sistema para atender suas necessidades próprias.

Um dos principais investimentos da Vtex tem sido na orquestração de cenários complexos envolvendo múltiplos vendedores, estoques, pedidos e pagamentos. “Outro foco nosso é a expansão da capacidade dos nossos algoritmos de busca e recomendação”, afirma Forte. 

Um nome forte nessa área é a Olist, que recentemente terminou de levantar uma rodada de investimento de R$ 454 milhões. Conhecida por ajudar lojas físicas a venderem em marketplaces como Mercado Livre e Amazon, a startup tem ampliado e sofisticado seus serviços. 

Ao todo, as três frentes da Olist têm hoje aproximadamente 320 mil clientes. E o plano da startup é ampliar ainda mais sua atuação: “Pautamos o serviço da Olist com base na dor do lojista, na dificuldade de ele operar e de crescer o negócio. E também há dor ao tomar um crédito e ao comprar o produto de um fornecedor, por exemplo”, diz Tiago Dalvi, fundador e presidente executivo da startup. 

O caminho é mesmo aumentar o leque de serviços, explica Carneiro, da ACE Startups. “Do mesmo jeito que passamos várias décadas construindo o varejo em pontos físicos e em distribuição, está na hora agora de construir toda a infraestrutura do varejo digital”, diz. 

Tiago Dalvi, fundador e presidente da Olist, diz que startup tem 320 mil clientes Foto: Denis Ferreira Neto/Estadão

Novatos na área

Com as várias oportunidades, a tendência é o surgimento de mais retailtechs. “A competitividade vai aumentar. Os desafios das retailtechs que já estão atuando hoje no mercado são principalmente de jogo de velocidade: como continuar crescendo para se manter à frente dos concorrentes que devem surgir”, diz Maria Fernanda Musa, diretora de aceleração de negócios da Endeavor – a organização, inclusive, está acelerando startups de varejo em parceria com GPA, MadeiraMadeira e Arezzo&Co. 

Na semana passada, a empresa Merama, com apenas cinco meses de operação, fez barulho ao levantar US$ 160 milhões. Criada com um pé no Brasil e outro no México, a startup atua investindo em pequenas e médias marcas que vendem seus produtos em marketplaces – é um modelo inspirado em empresas americanas como Thrasio e Perch, que ajudam a consolidar vendedores terceiros na Amazon.

Além da injeção de capital, a Merama ajuda a marca a gerenciar seus produtos em diferentes plataformas digitais e também a internacionalizar as vendas. A startup faz isso tanto na parte operacional e tecnológica quanto na parte estratégica. 

“Nascemos para atuar em um mercado que está em franco crescimento”, disse Renato Andrade, um dos fundadores da Merama, ao Estadão. “A pandemia acelerou bastante o e-commerce, mas vários pequenos empreendedores ainda viam sua marca estagnada”. 

Com as portas das lojas fechadas, varejistas de diversos tamanho entraram em um beco sem saída: era necessária uma modernização rápida para estancar a perda de receita. Para dar conta do boom de estruturação digital, o varejo tradicional recorreu a startups especializadas, que atuam nos bastidores com tecnologia e agilidade em diferentes processos da compra online.

Uma das empresas que está sob o holofote desse movimento é a curitibana SmartHint. Fundada em 2017, a startup foi comprada no mês passado pelo Magazine Luiza, companhia que vem investindo pesadamente em digitalização – o valor da aquisição não foi revelado. 

Antes de ser plugada ao Magalu, a SmartHint já atendia mais de 1.000 clientes e viu suas ferramentas gerarem R$ 620 milhões em vendas em 2020. A startup usa inteligência artificial (IA) e análise de comportamento em um sistema de busca e recomendação de produtos. Na prática, o serviço garante que a jornada de cada consumidor no e-commerce seja personalizada, graças à ajuda de grandes volumes de dados: isso permite, por exemplo, que você procure por um tênis em um marketplace e a busca traga modelos semelhantes em cor e estilo. Se outro usuário fizer a mesma busca, os resultados serão diferentes por causa do histórico de comportamento de cada um na plataforma.

“A ferramenta faz o usuário encontrar o produto de forma mais rápida e receber indicações de outros similares. É quase uma consultora de vendas”, diz Rodrigo Schiavini, fundador e diretor de negócios da SmartHint, em entrevista ao Estadão

Fundada por Rodrigo Schiavini, a startup Smarthint ajuda a otimizar as buscas em sites de varejo Foto: Denis Ferreira Netto/Estadão

Schiavini explica que a empresa usa ferramentas prontas, como Google Cloud, para alimentar a inteligência e criar modelos comportamentais dos clientes. E, como as mudanças de hábitos dos indivíduos mudam rapidamente – mais rápido do que as engines prontas para uso –, a startup cria uma cópia da IA, cujo objetivo é aprender sozinha a acompanhar novas tendências. “O que fazemos é aprender com o banco de dados e usar isso a favor dos clientes”, explica Schiavini.

Foi pela importância de grandes volumes de informações que a entrada no Grupo Magalu, que conta com NetShoes e Época Cosméticos, beneficiou a SmartHint, que saiu de 16 milhões de produtos cadastrados na sua base para cerca de 42 milhões. Agora, além de ser provedora de tecnologia do Magalu, a startup conseguirá sofisticar seu serviço para terceiros.

“Desde a aquisição mantivemos a nossa vida normal como sempre foi, em estratégia ‘stand-alone’”, diz o fundador da startup. “A tecnologia que hoje fornecemos para o mercado é algo que tende a se transformar em commodity. Quem não tem tecnologia para se transformar vai ficar para trás”. 

Lojas virtuais

As startups de varejo, chamadas de “retailtechs”, bateram recorde de aportes no primeiro trimestre deste ano: foram US$ 437 milhões investidos, um total 650% superior ao movimentado no mesmo período de 2020, segundo a empresa de inovação Distrito. O valor também é 2.000% maior se comparado aos três primeiros meses de 2019. 

Para Pedro Carneiro, diretor da aceleradora ACE Startups, a capacidade das retailtechs de oferecer tecnologia com rapidez fez a diferença na pandemia. “Sentimos muito menos o baque da mudança para o varejo online por causa das startups. Elas foram os degraus para essa transição ser mais ágil e suave”, afirma. 

Rafael Forte, presidente executivo da Vtex, conta que a startup começou oferecendo plataforma para e-commerce e depois passou a oferecer soluções para marketplaces Foto: Vtex

Alguns nomes têm se destacado já na primeira etapa da migração: a criação das lojas virtuais. Com esse serviço, a Vtex se tornou no ano passado a primeira startup brasileira a atingir o valor de mercado de US$ 1 bilhão em meio à pandemia.

A Vtex começou oferecendo uma plataforma para e-commerce, mas, aos poucos, foi evoluindo seu software para atender marketplaces, que lidam com vendedores de diferentes origens e centros de distribuição. Depois, passou a atuar também no gerenciamento de lojas físicas – tudo isso com a ideia de integrar os vários trabalhos do vendedor. 

“Somos um parceiro de tecnologia. Não faz sentido um varejo, que nasceu para vender produtos, ter de se preocupar com infraestrutura e desenvolvimento de catálogos e carrinhos digitais”, diz Rafael Forte, presidente executivo da Vtex.

A empresa atende principalmente grandes marcas, como Ambev, Coca-Cola e Nestlé. Por ser disponibilizado em API, o software da Vtex permite que as varejistas personalizem o sistema para atender suas necessidades próprias.

Um dos principais investimentos da Vtex tem sido na orquestração de cenários complexos envolvendo múltiplos vendedores, estoques, pedidos e pagamentos. “Outro foco nosso é a expansão da capacidade dos nossos algoritmos de busca e recomendação”, afirma Forte. 

Um nome forte nessa área é a Olist, que recentemente terminou de levantar uma rodada de investimento de R$ 454 milhões. Conhecida por ajudar lojas físicas a venderem em marketplaces como Mercado Livre e Amazon, a startup tem ampliado e sofisticado seus serviços. 

Ao todo, as três frentes da Olist têm hoje aproximadamente 320 mil clientes. E o plano da startup é ampliar ainda mais sua atuação: “Pautamos o serviço da Olist com base na dor do lojista, na dificuldade de ele operar e de crescer o negócio. E também há dor ao tomar um crédito e ao comprar o produto de um fornecedor, por exemplo”, diz Tiago Dalvi, fundador e presidente executivo da startup. 

O caminho é mesmo aumentar o leque de serviços, explica Carneiro, da ACE Startups. “Do mesmo jeito que passamos várias décadas construindo o varejo em pontos físicos e em distribuição, está na hora agora de construir toda a infraestrutura do varejo digital”, diz. 

Tiago Dalvi, fundador e presidente da Olist, diz que startup tem 320 mil clientes Foto: Denis Ferreira Neto/Estadão

Novatos na área

Com as várias oportunidades, a tendência é o surgimento de mais retailtechs. “A competitividade vai aumentar. Os desafios das retailtechs que já estão atuando hoje no mercado são principalmente de jogo de velocidade: como continuar crescendo para se manter à frente dos concorrentes que devem surgir”, diz Maria Fernanda Musa, diretora de aceleração de negócios da Endeavor – a organização, inclusive, está acelerando startups de varejo em parceria com GPA, MadeiraMadeira e Arezzo&Co. 

Na semana passada, a empresa Merama, com apenas cinco meses de operação, fez barulho ao levantar US$ 160 milhões. Criada com um pé no Brasil e outro no México, a startup atua investindo em pequenas e médias marcas que vendem seus produtos em marketplaces – é um modelo inspirado em empresas americanas como Thrasio e Perch, que ajudam a consolidar vendedores terceiros na Amazon.

Além da injeção de capital, a Merama ajuda a marca a gerenciar seus produtos em diferentes plataformas digitais e também a internacionalizar as vendas. A startup faz isso tanto na parte operacional e tecnológica quanto na parte estratégica. 

“Nascemos para atuar em um mercado que está em franco crescimento”, disse Renato Andrade, um dos fundadores da Merama, ao Estadão. “A pandemia acelerou bastante o e-commerce, mas vários pequenos empreendedores ainda viam sua marca estagnada”. 

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