Dois bilhões de bilhões — ou 2 quintilhões — de cálculos a serem feitos. O número colossal, que extrapola no número de zeros, é difícil até mesmo de ser mensurado, quem dirá realizado. Mas isto é o que Aurora consegue fazer, em um único segundo.
Aurora é um supercomputador que, com sua alta velocidade computacional e capacidades de inteligência artificial, deve permitir à ciência o que hoje é impossível. A máquina está sendo construída no Laboratório Argonne, em Chicago, nos Estados Unidos, pela Intel e pela Hewlett Packard Enterprise.
Seu desenvolvimento faz parte de um programa do Departamento de Energia norte-americano para construir supercomputadores exascala, capazes de executar pelo menos um exaflop, ou seja, um quintilhão de operações de ponto flutuante por segundo — no caso de Aurora, serão 2 exaflops.
De acordo com os desenvolvedores, um dos diferenciais deste supercomputador será sua capacidade de integrar perfeitamente ferramentas científicas de análise de dados, modelagem e simulação e inteligência artificial. E esse “superpoder” poderá ser aplicado a inúmeros desenvolvimentos científicos, como tornar previsões climáticas mais confiáveis, gerar composições químicas inéditas para descobrir novos materiais e até mapear conexões no cérebro humano. Tudo isso, com dados extremamente precisos e em tempo recorde.
Ainda não há previsão de quando Aurora estará totalmente operacional. Em junho deste ano, houve a instalação da 10.624ª e última lâmina da máquina. Quando anunciado em 2015, o projeto — que naquele momento tinha um contrato com valor estimado de US$ 500 milhões — tinha previsão para ser entregue em 2018, porém foi adiado mais de uma vez.
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Quando ficar pronto, o desempenho de até 2 exaflops fará com que Aurora ultrapasse o Frontier, o supercomputador que hoje lidera essa categoria, de acordo com o TOP500, um ranking que reúne os computadores de alto desempenho mais poderosos. O Frontier possui uma capacidade de computação de 1,1 exaflop.
“Tudo o que sabemos sobre o clima em grande escala vem de simulações climáticas em supercomputadores. O que sabemos sobre o genoma humano vem da análise massiva de dados em grandes computadores. Tudo o que está acontecendo na IA agora está acontecendo em computadores de grande escala”, disse Rick Stevens, que é professor da Universidade de Chicago e diretor associado do Laboratório Argonne, à Chicago Magazine.
“A máquina exaescala é a versão mais recente disso”, declarou Stevens. “ E uma máquina exaescala é um milhão de vezes mais rápida do que as máquinas que tínhamos na virada do século.”