Para as startups, o mês de maio acompanhou a tendência já observada em abril: há menos cheques destinados às empresas de tecnologia. A falta de liquidez do mercado é resultado da alta dos juros e, também, da guerra da Ucrânia, que assusta investidores por todo o mundo.
Ainda assim, fundos de investimento continuam apostando em determinados setores, com destaque para a área de finanças.
A brasileira Dock, especializada em soluções de pagamentos, levantou US$ 110 milhões e se tornou o novo unicórnio brasileiro, com avaliação de mercado superior a US$ 1 bilhão.
Além disso, a startup Solfácil levantou US$ 100 milhões para se alavancar como líder nacional na área de energia solar no Brasil, mercado estratégico para o Brasil dado o potencial do País.
Abaixo, leia os destaques do mês:
Unicórnio, sim
Tímida. A Dock (ex-Conductor) é mais uma das companhias “low profile” do mercado. A startup, cujo negócio é oferecer produtos prontos de pagamentos a empresas, levantou US$ 110 milhões (em uma das maiores rodadas do ano) e superou a avaliação de US$ 1 bilhão, tornando-se o 24.º unicórnio do Brasil. Mas a empresa não quis comemorar o marco porque se considera “em um caminho diferente”.
Energizadas
Ao astro-rei. A Solfácil anunciou US$ 100 milhões dos fundos QED, SoftBank, VEF e Valor Capital Group — é também um dos maiores cheques do ano. O valor vai ser usado para colocar no mercado um dispositivo que pretende ser o “cérebro” da energia solar nas casas para melhor gerenciar o armazenamento energético.
‘Netflix da energia’. Já a Nextron, que levantou US$ 2,28 milhões neste mês, oferece um serviço de assinatura para conectar consumidor e empresas a um projeto de energia renovável, sem a instalação de painéis solares. Liderado pelo Valor Capital, o cheque tem como objetivo expandir as operações da startup pelo País.
América
Conta estrangeira. A Nomad captou US$ 32 milhões em rodada liderada pelo fundo Stripes, com objetivo de expandir o negócio da startup. A fintech faz a abertura de contas de brasileiros nos Estados Unidos, permitindo que operações cambiais, investimentos e compras internacionais sejam feitos na plataforma. A meta é ter 1 milhão de clientes até o fim de 2022.
Beleza?
‘Beautytech’. A B4A, especializada em conectar influenciadores digitais a marcas e consumidores do ramo de beleza e moda, levantou US$ 6 milhões, em aporte liderado pelo fundo DXA. O cheque deve ser utilizado para realizar aquisições no ramo.
Saudável
‘Food tech’. A Olga Ri levantou R$ 30 milhões para expandir o negócio de entrega de saladas da companhia. O fundo Kaszek lidera a rodada, seguido por Chromo Invest e Endeavor Scale-Up, acompanhados dos investidores-anjo Fernando Meirelles (cineasta responsável por Cidade de Deus, entre outros filmes) e Gabriel Cherubini (ex-executivo da Yoki).
Indústria
Manutenção digital. Após levantar R$ 80 milhões, a Tractian pretende avançar pelo Brasil e pelo mundo com seu produto de fiscalização de maquinário de fábricas — o serviço consiste em instalar sensores nos equipamentos, antecipando falhas mecânicas e elétricas. A rodada foi liderada pelo fundo Next47, acompanhado de Totvs e Gilberto Mautner, fundador da Locaweb