Enquanto o Brasil soma mais de 14 milhões de desempregados, a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) estima que em 2024 haja um déficit de 290 mil profissionais de tecnologia no País. Apostando no estudo de programação como forma de equalizar essa equação, a startup Trybe anuncia nesta quarta-feira, 6, um novo aporte de R$ 145 milhões para alavancar a escola.
O aporte foi liderado pelas firmas de investimento Base Partners e Untitled e contou com a participação de XP, Global Founders Capital, Endeavor Scale Up Ventures, entre outros fundos. Até então, desde sua fundação em 2019, a Trybe havia levantado R$ 112 milhões em investimentos com investidores como Atlantico, Canary, Igah, Global Founders Capital, e Maya Capital, além de nomes como o ex-Renner José Galló e o economista Arminio Fraga. Com a nova rodada, o valor de mercado da startup chega a R$ 1,3 bilhão.
A Trybe oferece cursos online de desenvolvimento de software. Criada pelo mineiro Matheus Goyas, a startup oferece a opção de o estudante só pagar os estudos depois de conseguir algum emprego na área, que remunere no mínimo R$ 3 mil por mês – a empresa chama o modelo de “sucesso compartilhado”. É possível também pagar o curso à vista ou em parcelas, desembolsando ao todo R$ 18 mil e R$ 20 mil, respectivamente.
“Nosso negócio se baseia em um alto nível de qualidade educacional. Se não entregarmos qualidade, as pessoas não vão conseguir trabalho nem renda. A Trybe é detentora do risco se a pessoa não tiver sucesso”, afirma Goyas, que fundou em 2012 a startup de educação AppProva, vendida para o grupo Somos Educação cinco anos depois.
Segundo a startup, cerca de 190 mil pessoas já se inscreveram para estudar na Trybe, sendo que 3 mil foram aprovadas no processo seletivo. Dentro disso, aproximadamente 80% dos alunos optaram por pagar o curso depois de conseguir um emprego – a empresa afirma que 94% das pessoas formadas até hoje conseguiram emprego em até 3 meses após a formatura.
Além de cursos próprios, a Trybe realiza parceria com empresas em determinados cursos. A XP, por exemplo, tem uma turma de 300 alunos com a startup, em que está prevista a contratação dos profissionais pela corretora.
Para participar dos cursos, os estudantes devem ser maiores de 18 anos e ter ensino médio completo. Segundo Goyas, o processo seletivo considera habilidades de raciocínio lógico e também aspectos comportamentais como comprometimento e disponibilidade para estudar.
Com os novos recursos, o plano é ampliar seu cardápio de cursos – a ideia é incluir aulas também em áreas como ciência de dados e cibersegurança. A empresa pretende contratar300 pessoas no próximo ano.