Na Futurecom, um dos principais eventos de tecnologia da América Latina, que acontece até quinta, 10, executivos de Claro, Volkswagen, Intel, Deloitte e Bain & Company debateram os desafios para a adoção da inteligência artificial (IA) dentro de grandes players do mercado
A IA talvez roube o seu emprego, mas você vai precisar aprender a conviver com ela para ter mais chances de manter o seu posto no futuro. Isso é o que disseram especialistas em tecnologia de diferentes empresas que já estão adotando tecnologias.
A necessidade de aprender a usar ferramentas de IA vai de encontro com a necessidade de as empresas extraírem todo o potencial que a tecnologia pode proporcionar. Sem fazer isso, as companhias poderão ter um efeito oposto ao desejado de redução de custos.
Leia Também:
Para Rodrigo Assad, diretor de inovações do BeOn, hub de inovação da Claro, é preciso entender que a IA não fará milagres se não for operada de forma correta. “Inteligência artificial não é magia, é tecnologia”, diz. Segundo ele, a própria operadora precisou aprender a usar as novas ferramentas.
Assad explica que a empresa de telefonia precisou ajustar processos para conseguir tirar vantagens da inovação. “Vimos que alguns casos de uso não fechavam em termos de retorno sobre o investimento. Foi preciso entender que era necessário tomar cuidado e que a tecnologia precisaria ser governada.”
Ter um bom entendimento do negócio é outro conselho dos especialistas para que a tecnologia seja aproveitada em seu total potencial. “As áreas precisam entender que não é um desafio de tecnologia. Os modelos de gestão precisam ser adequados”, diz Mariana Zaparolli, associate partner da Bain & Company.
Na opinião de Cristiane Cestari, CIO da Volkswagen no Brasil, o grande desafio para impulsionar a inteligência artificial está na gestão dos dados, ainda mais no que diz respeito a ensinar os colaboradores a utilizarem corretamente as ferramentas – que precisam ser alimentadas com os dados.
“Cada gestor precisa entender onde vai ser mais benéfico essa aplicabilidade”, afirma Cestari. “Se a gente não ensinar a geração atual a usar IA, não vai ser o setor de TI sozinho que vai fazer isso.”
Para Roberto Corrêa, especialista em telecomunicações da Intel Brasil, concorda que o ganho de produtividade com o uso assertivo da tecnologia. “É preciso saber o que fazer e como utilizar as ferramentas sem perder qualidade e sem criar problemas em termos de recorrência”, diz.
Na visão de Corrêa, isso pode ser feito por meio da união de forças entre os humanos e os computadores. “A inteligência artificial não vai entregar um trabalho de mais qualidade do que um usuário que usar a tecnologia”, afirma. “Mas as pessoas que não utilizarem inteligência artificial vão se tornar improdutivas.”
Outro desafio está ligado à escalabilidade. O problema atinge principalmente empresas de grande porte, que precisam expandir as soluções em escala massiva. Para Andrey Camargo, da Deloitte, é preciso fazer isso de forma escalonada. “Você não precisa fazer tudo de uma só vez”, diz.