Loft recebe aporte de US$ 425 milhões e quer ampliar oferta de imóveis


Empresa do setor imobiliário recebe o maior aporte de uma startup brasileira no ano

Por Bruno Romani e Guilherme Guerra

startup de compra, reforma e venda de imóveis Loft recebeu um aporte de US$ 425 milhões, maior de sua história. A quarta rodada de aportes na startup foi liderada pelo fundo americano D1 Capital, que já investiu em empresas como SpaceX e Robinhood.

O D1 puxa uma longa fila de investidores que irão aportar na Loft pela primeira vez: Advent International, Altimeter Capital, CPPIB, DST Global, GIC, Silver Lake, Soros, Tarsadia Capital e Tiger Global - muitos deles estão investindo no Brasil pela primeira vez. Porém, outros nomes que já participaram de rodadas anteriores voltaram a assinar cheques. Andreessen Horowitz, Caffeinated Capital, Fifth Wall Ventures, Monashees, QED Investors, Vulcan Capital e Zigg Capital participaram - a maioria desses nomes investiu pela primeira vez na Loft em janeiro de 2020, quando a companhia se tornou o 11.º unicórnio brasileiro. O aporte também é o mais alto de uma startup brasileira em 2021, superando os US$ 400 milhões levantados pelo Nubank em janeiro.  

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Mate Pencz, cofundador da Loft Foto: Wether Santana/Estadão

Fundada em agosto de 2018, a Loft levanta os dados de transações imobiliárias e usa inteligência artificial para oferecer propostas de compra para apartamentos usados em vizinhanças específicas. Depois de compradas, as residências são reformadas por empreiteiros parceiros, utilizando padronização de marcas para conseguir ganhar escala. Nos últimos meses, a empresa investiu na digitalização de todo o processo que envolve a compra e a venda do apartamento, desde a visita ao imóvel até a assinatura da escritura. Segundo a companhia, 97% dos contratos assinados na plataforma já são feitos por meio digital. A ideia é que parte do dinheiro seja investido nas ferramentas de digitalização. 

A outra parte será investida no aumento do portfólio da empresa, principalmente nas áreas em que já atua. Atualmente, a empresa atua em 116 bairros em São Paulo e 14 no Rio de Janeiro e conta com 13 mil imóveis. “Quem procura um apartamento num determinado bairro de uma cidade, geralmente considera cerca de 20 imóveis com as mesmas características dentro da mesma área onde pretende morar”, diz em nota Mate Pencz, fundador e co-CEO da Loft.“Diferente de outros business, em que a territorialidade é o mais importante, o nome do atual jogo imobiliário é densidade”, diz no mesmo documento Florian Hagenbuch, também fundador e co-CEO da Loft.

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É nesse segmento que a maior parte do dinheiro deve ser direcionada. "O aporte é enorme, mas faz sentido. A Loft passa a ter mais capital de giro para comprar, vender e reformar imóveis. O setor imbiliário é muito intensivo em capital, exige recursos", diz Felipe Matos, empreendedor, colunista do Estadão e autor do livro 10 Mil Startups. A empresa quer chegar a 30 mil clientes até o final do ano, considerando São Paulo e Rio de Janeiro - atualmente esse número está na casa dos 6 mil. Anteriormente a Loft havia levantado mais de US $275 milhões em rodadas de investimento, além de mais de R$ 500 milhões por meio de fundos imobiliários.

A empresa pretende também finalmente executar o plano de expansão para outras capitais do Brasil. Antes da pandemia, a Loft mirava Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília, mas teve que recuar diante das incertezas do cenário. 

Gilberto Sarfati, professor da Fundação Getúlio Vargas, considera uma boa estratégia concentrar a expansão da Loft nas cidades onde já atua, em vez de ganhar território em outras cidades. Isso porque, dado o potencial de investimento imobiliário das capitais paulista e fluminense, ainda há muito a ser explorado e o custo de oportunidade de outras cidades ainda não é tão atrativo.

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Para Matos, o crescimento de portfólio e a consolidação de ferramentas digitais devem naturalmente levar a Loft para o setor de serviços. "Um próximo passo que podemos esperar é uma 'fintechzação' da Loft, que deve passar a atuar mais fortemente no financiamento imobiliário", diz.  "Entendo que o desafio é crescer e ser relevante nas áreas mais estratégicas do país e, ao mesmo tempo, explorar oportunidades em áreas de baixa eficiência no setor, como o próprio financiamento, seguros, entre outras".

Desde janeiro do ano passado, a empresa oferece ferramentas de financiamento, movimentando R$ 2 bilhões em crédito imobiliário. Mas o reforço no setor é claro. Em setembro do ano passado, a empresa comprou a Invest Mais, que aproxima clientes de opções de financiamento imobiliário. "Queremos fortalecer nossa unidade de crédito", diz Pencz ao Estadão

O que pode pesar contra, no entanto, é um aprofundamento da crise sanitária causada pela pandemia de covid-19. “Não há como controlar o que pode acontecer, mas o impacto de um novo lockdown, por exemplo, não seria só sobre a Loft”, diz Sarfati. Outro ponto levantado pelo especialista é a falta de capital humano em tecnologia, que pode diminuir o ritmo de aceleração da startup. “O que freia o crescimento é a falta de capacidade de mão de obra, mas essa é uma dor conhecida. Todo mundo que levanta dinheiro precisa embarcar rapidamente esse monte de gente para dentro da empresa.”

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No entanto,  o professor considera que o aporte comprova a consolidação do modelo de negócio da startup no mercado e passa um sinal positivo: “Uma série D desse preço é um sinal de maturidade do ecossistema do Brasil e mostra o quanto há de empresas que são atrativas internacionalmente para fazerem investimentos aqui”, diz.

Os desdobramentos poderão ser vistos no próprio ecossistema. Pencz diz à reportagem que o dinheiro poderá ser usado para reforçar os pilares da estratégia da empresa (portfólio, crédito, expansão geográfica e expansão em locação) por meio de compras de outras startups. "Não tem nada para o curto prazo, mas dependendo das oportunidades pode acontecer. Agora, com mais dinheiro, podemos almejar startups maiores", diz ele. 

startup de compra, reforma e venda de imóveis Loft recebeu um aporte de US$ 425 milhões, maior de sua história. A quarta rodada de aportes na startup foi liderada pelo fundo americano D1 Capital, que já investiu em empresas como SpaceX e Robinhood.

O D1 puxa uma longa fila de investidores que irão aportar na Loft pela primeira vez: Advent International, Altimeter Capital, CPPIB, DST Global, GIC, Silver Lake, Soros, Tarsadia Capital e Tiger Global - muitos deles estão investindo no Brasil pela primeira vez. Porém, outros nomes que já participaram de rodadas anteriores voltaram a assinar cheques. Andreessen Horowitz, Caffeinated Capital, Fifth Wall Ventures, Monashees, QED Investors, Vulcan Capital e Zigg Capital participaram - a maioria desses nomes investiu pela primeira vez na Loft em janeiro de 2020, quando a companhia se tornou o 11.º unicórnio brasileiro. O aporte também é o mais alto de uma startup brasileira em 2021, superando os US$ 400 milhões levantados pelo Nubank em janeiro.  

Mate Pencz, cofundador da Loft Foto: Wether Santana/Estadão

Fundada em agosto de 2018, a Loft levanta os dados de transações imobiliárias e usa inteligência artificial para oferecer propostas de compra para apartamentos usados em vizinhanças específicas. Depois de compradas, as residências são reformadas por empreiteiros parceiros, utilizando padronização de marcas para conseguir ganhar escala. Nos últimos meses, a empresa investiu na digitalização de todo o processo que envolve a compra e a venda do apartamento, desde a visita ao imóvel até a assinatura da escritura. Segundo a companhia, 97% dos contratos assinados na plataforma já são feitos por meio digital. A ideia é que parte do dinheiro seja investido nas ferramentas de digitalização. 

A outra parte será investida no aumento do portfólio da empresa, principalmente nas áreas em que já atua. Atualmente, a empresa atua em 116 bairros em São Paulo e 14 no Rio de Janeiro e conta com 13 mil imóveis. “Quem procura um apartamento num determinado bairro de uma cidade, geralmente considera cerca de 20 imóveis com as mesmas características dentro da mesma área onde pretende morar”, diz em nota Mate Pencz, fundador e co-CEO da Loft.“Diferente de outros business, em que a territorialidade é o mais importante, o nome do atual jogo imobiliário é densidade”, diz no mesmo documento Florian Hagenbuch, também fundador e co-CEO da Loft.

É nesse segmento que a maior parte do dinheiro deve ser direcionada. "O aporte é enorme, mas faz sentido. A Loft passa a ter mais capital de giro para comprar, vender e reformar imóveis. O setor imbiliário é muito intensivo em capital, exige recursos", diz Felipe Matos, empreendedor, colunista do Estadão e autor do livro 10 Mil Startups. A empresa quer chegar a 30 mil clientes até o final do ano, considerando São Paulo e Rio de Janeiro - atualmente esse número está na casa dos 6 mil. Anteriormente a Loft havia levantado mais de US $275 milhões em rodadas de investimento, além de mais de R$ 500 milhões por meio de fundos imobiliários.

A empresa pretende também finalmente executar o plano de expansão para outras capitais do Brasil. Antes da pandemia, a Loft mirava Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília, mas teve que recuar diante das incertezas do cenário. 

Gilberto Sarfati, professor da Fundação Getúlio Vargas, considera uma boa estratégia concentrar a expansão da Loft nas cidades onde já atua, em vez de ganhar território em outras cidades. Isso porque, dado o potencial de investimento imobiliário das capitais paulista e fluminense, ainda há muito a ser explorado e o custo de oportunidade de outras cidades ainda não é tão atrativo.

Para Matos, o crescimento de portfólio e a consolidação de ferramentas digitais devem naturalmente levar a Loft para o setor de serviços. "Um próximo passo que podemos esperar é uma 'fintechzação' da Loft, que deve passar a atuar mais fortemente no financiamento imobiliário", diz.  "Entendo que o desafio é crescer e ser relevante nas áreas mais estratégicas do país e, ao mesmo tempo, explorar oportunidades em áreas de baixa eficiência no setor, como o próprio financiamento, seguros, entre outras".

Desde janeiro do ano passado, a empresa oferece ferramentas de financiamento, movimentando R$ 2 bilhões em crédito imobiliário. Mas o reforço no setor é claro. Em setembro do ano passado, a empresa comprou a Invest Mais, que aproxima clientes de opções de financiamento imobiliário. "Queremos fortalecer nossa unidade de crédito", diz Pencz ao Estadão

O que pode pesar contra, no entanto, é um aprofundamento da crise sanitária causada pela pandemia de covid-19. “Não há como controlar o que pode acontecer, mas o impacto de um novo lockdown, por exemplo, não seria só sobre a Loft”, diz Sarfati. Outro ponto levantado pelo especialista é a falta de capital humano em tecnologia, que pode diminuir o ritmo de aceleração da startup. “O que freia o crescimento é a falta de capacidade de mão de obra, mas essa é uma dor conhecida. Todo mundo que levanta dinheiro precisa embarcar rapidamente esse monte de gente para dentro da empresa.”

No entanto,  o professor considera que o aporte comprova a consolidação do modelo de negócio da startup no mercado e passa um sinal positivo: “Uma série D desse preço é um sinal de maturidade do ecossistema do Brasil e mostra o quanto há de empresas que são atrativas internacionalmente para fazerem investimentos aqui”, diz.

Os desdobramentos poderão ser vistos no próprio ecossistema. Pencz diz à reportagem que o dinheiro poderá ser usado para reforçar os pilares da estratégia da empresa (portfólio, crédito, expansão geográfica e expansão em locação) por meio de compras de outras startups. "Não tem nada para o curto prazo, mas dependendo das oportunidades pode acontecer. Agora, com mais dinheiro, podemos almejar startups maiores", diz ele. 

startup de compra, reforma e venda de imóveis Loft recebeu um aporte de US$ 425 milhões, maior de sua história. A quarta rodada de aportes na startup foi liderada pelo fundo americano D1 Capital, que já investiu em empresas como SpaceX e Robinhood.

O D1 puxa uma longa fila de investidores que irão aportar na Loft pela primeira vez: Advent International, Altimeter Capital, CPPIB, DST Global, GIC, Silver Lake, Soros, Tarsadia Capital e Tiger Global - muitos deles estão investindo no Brasil pela primeira vez. Porém, outros nomes que já participaram de rodadas anteriores voltaram a assinar cheques. Andreessen Horowitz, Caffeinated Capital, Fifth Wall Ventures, Monashees, QED Investors, Vulcan Capital e Zigg Capital participaram - a maioria desses nomes investiu pela primeira vez na Loft em janeiro de 2020, quando a companhia se tornou o 11.º unicórnio brasileiro. O aporte também é o mais alto de uma startup brasileira em 2021, superando os US$ 400 milhões levantados pelo Nubank em janeiro.  

Mate Pencz, cofundador da Loft Foto: Wether Santana/Estadão

Fundada em agosto de 2018, a Loft levanta os dados de transações imobiliárias e usa inteligência artificial para oferecer propostas de compra para apartamentos usados em vizinhanças específicas. Depois de compradas, as residências são reformadas por empreiteiros parceiros, utilizando padronização de marcas para conseguir ganhar escala. Nos últimos meses, a empresa investiu na digitalização de todo o processo que envolve a compra e a venda do apartamento, desde a visita ao imóvel até a assinatura da escritura. Segundo a companhia, 97% dos contratos assinados na plataforma já são feitos por meio digital. A ideia é que parte do dinheiro seja investido nas ferramentas de digitalização. 

A outra parte será investida no aumento do portfólio da empresa, principalmente nas áreas em que já atua. Atualmente, a empresa atua em 116 bairros em São Paulo e 14 no Rio de Janeiro e conta com 13 mil imóveis. “Quem procura um apartamento num determinado bairro de uma cidade, geralmente considera cerca de 20 imóveis com as mesmas características dentro da mesma área onde pretende morar”, diz em nota Mate Pencz, fundador e co-CEO da Loft.“Diferente de outros business, em que a territorialidade é o mais importante, o nome do atual jogo imobiliário é densidade”, diz no mesmo documento Florian Hagenbuch, também fundador e co-CEO da Loft.

É nesse segmento que a maior parte do dinheiro deve ser direcionada. "O aporte é enorme, mas faz sentido. A Loft passa a ter mais capital de giro para comprar, vender e reformar imóveis. O setor imbiliário é muito intensivo em capital, exige recursos", diz Felipe Matos, empreendedor, colunista do Estadão e autor do livro 10 Mil Startups. A empresa quer chegar a 30 mil clientes até o final do ano, considerando São Paulo e Rio de Janeiro - atualmente esse número está na casa dos 6 mil. Anteriormente a Loft havia levantado mais de US $275 milhões em rodadas de investimento, além de mais de R$ 500 milhões por meio de fundos imobiliários.

A empresa pretende também finalmente executar o plano de expansão para outras capitais do Brasil. Antes da pandemia, a Loft mirava Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília, mas teve que recuar diante das incertezas do cenário. 

Gilberto Sarfati, professor da Fundação Getúlio Vargas, considera uma boa estratégia concentrar a expansão da Loft nas cidades onde já atua, em vez de ganhar território em outras cidades. Isso porque, dado o potencial de investimento imobiliário das capitais paulista e fluminense, ainda há muito a ser explorado e o custo de oportunidade de outras cidades ainda não é tão atrativo.

Para Matos, o crescimento de portfólio e a consolidação de ferramentas digitais devem naturalmente levar a Loft para o setor de serviços. "Um próximo passo que podemos esperar é uma 'fintechzação' da Loft, que deve passar a atuar mais fortemente no financiamento imobiliário", diz.  "Entendo que o desafio é crescer e ser relevante nas áreas mais estratégicas do país e, ao mesmo tempo, explorar oportunidades em áreas de baixa eficiência no setor, como o próprio financiamento, seguros, entre outras".

Desde janeiro do ano passado, a empresa oferece ferramentas de financiamento, movimentando R$ 2 bilhões em crédito imobiliário. Mas o reforço no setor é claro. Em setembro do ano passado, a empresa comprou a Invest Mais, que aproxima clientes de opções de financiamento imobiliário. "Queremos fortalecer nossa unidade de crédito", diz Pencz ao Estadão

O que pode pesar contra, no entanto, é um aprofundamento da crise sanitária causada pela pandemia de covid-19. “Não há como controlar o que pode acontecer, mas o impacto de um novo lockdown, por exemplo, não seria só sobre a Loft”, diz Sarfati. Outro ponto levantado pelo especialista é a falta de capital humano em tecnologia, que pode diminuir o ritmo de aceleração da startup. “O que freia o crescimento é a falta de capacidade de mão de obra, mas essa é uma dor conhecida. Todo mundo que levanta dinheiro precisa embarcar rapidamente esse monte de gente para dentro da empresa.”

No entanto,  o professor considera que o aporte comprova a consolidação do modelo de negócio da startup no mercado e passa um sinal positivo: “Uma série D desse preço é um sinal de maturidade do ecossistema do Brasil e mostra o quanto há de empresas que são atrativas internacionalmente para fazerem investimentos aqui”, diz.

Os desdobramentos poderão ser vistos no próprio ecossistema. Pencz diz à reportagem que o dinheiro poderá ser usado para reforçar os pilares da estratégia da empresa (portfólio, crédito, expansão geográfica e expansão em locação) por meio de compras de outras startups. "Não tem nada para o curto prazo, mas dependendo das oportunidades pode acontecer. Agora, com mais dinheiro, podemos almejar startups maiores", diz ele. 

startup de compra, reforma e venda de imóveis Loft recebeu um aporte de US$ 425 milhões, maior de sua história. A quarta rodada de aportes na startup foi liderada pelo fundo americano D1 Capital, que já investiu em empresas como SpaceX e Robinhood.

O D1 puxa uma longa fila de investidores que irão aportar na Loft pela primeira vez: Advent International, Altimeter Capital, CPPIB, DST Global, GIC, Silver Lake, Soros, Tarsadia Capital e Tiger Global - muitos deles estão investindo no Brasil pela primeira vez. Porém, outros nomes que já participaram de rodadas anteriores voltaram a assinar cheques. Andreessen Horowitz, Caffeinated Capital, Fifth Wall Ventures, Monashees, QED Investors, Vulcan Capital e Zigg Capital participaram - a maioria desses nomes investiu pela primeira vez na Loft em janeiro de 2020, quando a companhia se tornou o 11.º unicórnio brasileiro. O aporte também é o mais alto de uma startup brasileira em 2021, superando os US$ 400 milhões levantados pelo Nubank em janeiro.  

Mate Pencz, cofundador da Loft Foto: Wether Santana/Estadão

Fundada em agosto de 2018, a Loft levanta os dados de transações imobiliárias e usa inteligência artificial para oferecer propostas de compra para apartamentos usados em vizinhanças específicas. Depois de compradas, as residências são reformadas por empreiteiros parceiros, utilizando padronização de marcas para conseguir ganhar escala. Nos últimos meses, a empresa investiu na digitalização de todo o processo que envolve a compra e a venda do apartamento, desde a visita ao imóvel até a assinatura da escritura. Segundo a companhia, 97% dos contratos assinados na plataforma já são feitos por meio digital. A ideia é que parte do dinheiro seja investido nas ferramentas de digitalização. 

A outra parte será investida no aumento do portfólio da empresa, principalmente nas áreas em que já atua. Atualmente, a empresa atua em 116 bairros em São Paulo e 14 no Rio de Janeiro e conta com 13 mil imóveis. “Quem procura um apartamento num determinado bairro de uma cidade, geralmente considera cerca de 20 imóveis com as mesmas características dentro da mesma área onde pretende morar”, diz em nota Mate Pencz, fundador e co-CEO da Loft.“Diferente de outros business, em que a territorialidade é o mais importante, o nome do atual jogo imobiliário é densidade”, diz no mesmo documento Florian Hagenbuch, também fundador e co-CEO da Loft.

É nesse segmento que a maior parte do dinheiro deve ser direcionada. "O aporte é enorme, mas faz sentido. A Loft passa a ter mais capital de giro para comprar, vender e reformar imóveis. O setor imbiliário é muito intensivo em capital, exige recursos", diz Felipe Matos, empreendedor, colunista do Estadão e autor do livro 10 Mil Startups. A empresa quer chegar a 30 mil clientes até o final do ano, considerando São Paulo e Rio de Janeiro - atualmente esse número está na casa dos 6 mil. Anteriormente a Loft havia levantado mais de US $275 milhões em rodadas de investimento, além de mais de R$ 500 milhões por meio de fundos imobiliários.

A empresa pretende também finalmente executar o plano de expansão para outras capitais do Brasil. Antes da pandemia, a Loft mirava Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília, mas teve que recuar diante das incertezas do cenário. 

Gilberto Sarfati, professor da Fundação Getúlio Vargas, considera uma boa estratégia concentrar a expansão da Loft nas cidades onde já atua, em vez de ganhar território em outras cidades. Isso porque, dado o potencial de investimento imobiliário das capitais paulista e fluminense, ainda há muito a ser explorado e o custo de oportunidade de outras cidades ainda não é tão atrativo.

Para Matos, o crescimento de portfólio e a consolidação de ferramentas digitais devem naturalmente levar a Loft para o setor de serviços. "Um próximo passo que podemos esperar é uma 'fintechzação' da Loft, que deve passar a atuar mais fortemente no financiamento imobiliário", diz.  "Entendo que o desafio é crescer e ser relevante nas áreas mais estratégicas do país e, ao mesmo tempo, explorar oportunidades em áreas de baixa eficiência no setor, como o próprio financiamento, seguros, entre outras".

Desde janeiro do ano passado, a empresa oferece ferramentas de financiamento, movimentando R$ 2 bilhões em crédito imobiliário. Mas o reforço no setor é claro. Em setembro do ano passado, a empresa comprou a Invest Mais, que aproxima clientes de opções de financiamento imobiliário. "Queremos fortalecer nossa unidade de crédito", diz Pencz ao Estadão

O que pode pesar contra, no entanto, é um aprofundamento da crise sanitária causada pela pandemia de covid-19. “Não há como controlar o que pode acontecer, mas o impacto de um novo lockdown, por exemplo, não seria só sobre a Loft”, diz Sarfati. Outro ponto levantado pelo especialista é a falta de capital humano em tecnologia, que pode diminuir o ritmo de aceleração da startup. “O que freia o crescimento é a falta de capacidade de mão de obra, mas essa é uma dor conhecida. Todo mundo que levanta dinheiro precisa embarcar rapidamente esse monte de gente para dentro da empresa.”

No entanto,  o professor considera que o aporte comprova a consolidação do modelo de negócio da startup no mercado e passa um sinal positivo: “Uma série D desse preço é um sinal de maturidade do ecossistema do Brasil e mostra o quanto há de empresas que são atrativas internacionalmente para fazerem investimentos aqui”, diz.

Os desdobramentos poderão ser vistos no próprio ecossistema. Pencz diz à reportagem que o dinheiro poderá ser usado para reforçar os pilares da estratégia da empresa (portfólio, crédito, expansão geográfica e expansão em locação) por meio de compras de outras startups. "Não tem nada para o curto prazo, mas dependendo das oportunidades pode acontecer. Agora, com mais dinheiro, podemos almejar startups maiores", diz ele. 

startup de compra, reforma e venda de imóveis Loft recebeu um aporte de US$ 425 milhões, maior de sua história. A quarta rodada de aportes na startup foi liderada pelo fundo americano D1 Capital, que já investiu em empresas como SpaceX e Robinhood.

O D1 puxa uma longa fila de investidores que irão aportar na Loft pela primeira vez: Advent International, Altimeter Capital, CPPIB, DST Global, GIC, Silver Lake, Soros, Tarsadia Capital e Tiger Global - muitos deles estão investindo no Brasil pela primeira vez. Porém, outros nomes que já participaram de rodadas anteriores voltaram a assinar cheques. Andreessen Horowitz, Caffeinated Capital, Fifth Wall Ventures, Monashees, QED Investors, Vulcan Capital e Zigg Capital participaram - a maioria desses nomes investiu pela primeira vez na Loft em janeiro de 2020, quando a companhia se tornou o 11.º unicórnio brasileiro. O aporte também é o mais alto de uma startup brasileira em 2021, superando os US$ 400 milhões levantados pelo Nubank em janeiro.  

Mate Pencz, cofundador da Loft Foto: Wether Santana/Estadão

Fundada em agosto de 2018, a Loft levanta os dados de transações imobiliárias e usa inteligência artificial para oferecer propostas de compra para apartamentos usados em vizinhanças específicas. Depois de compradas, as residências são reformadas por empreiteiros parceiros, utilizando padronização de marcas para conseguir ganhar escala. Nos últimos meses, a empresa investiu na digitalização de todo o processo que envolve a compra e a venda do apartamento, desde a visita ao imóvel até a assinatura da escritura. Segundo a companhia, 97% dos contratos assinados na plataforma já são feitos por meio digital. A ideia é que parte do dinheiro seja investido nas ferramentas de digitalização. 

A outra parte será investida no aumento do portfólio da empresa, principalmente nas áreas em que já atua. Atualmente, a empresa atua em 116 bairros em São Paulo e 14 no Rio de Janeiro e conta com 13 mil imóveis. “Quem procura um apartamento num determinado bairro de uma cidade, geralmente considera cerca de 20 imóveis com as mesmas características dentro da mesma área onde pretende morar”, diz em nota Mate Pencz, fundador e co-CEO da Loft.“Diferente de outros business, em que a territorialidade é o mais importante, o nome do atual jogo imobiliário é densidade”, diz no mesmo documento Florian Hagenbuch, também fundador e co-CEO da Loft.

É nesse segmento que a maior parte do dinheiro deve ser direcionada. "O aporte é enorme, mas faz sentido. A Loft passa a ter mais capital de giro para comprar, vender e reformar imóveis. O setor imbiliário é muito intensivo em capital, exige recursos", diz Felipe Matos, empreendedor, colunista do Estadão e autor do livro 10 Mil Startups. A empresa quer chegar a 30 mil clientes até o final do ano, considerando São Paulo e Rio de Janeiro - atualmente esse número está na casa dos 6 mil. Anteriormente a Loft havia levantado mais de US $275 milhões em rodadas de investimento, além de mais de R$ 500 milhões por meio de fundos imobiliários.

A empresa pretende também finalmente executar o plano de expansão para outras capitais do Brasil. Antes da pandemia, a Loft mirava Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília, mas teve que recuar diante das incertezas do cenário. 

Gilberto Sarfati, professor da Fundação Getúlio Vargas, considera uma boa estratégia concentrar a expansão da Loft nas cidades onde já atua, em vez de ganhar território em outras cidades. Isso porque, dado o potencial de investimento imobiliário das capitais paulista e fluminense, ainda há muito a ser explorado e o custo de oportunidade de outras cidades ainda não é tão atrativo.

Para Matos, o crescimento de portfólio e a consolidação de ferramentas digitais devem naturalmente levar a Loft para o setor de serviços. "Um próximo passo que podemos esperar é uma 'fintechzação' da Loft, que deve passar a atuar mais fortemente no financiamento imobiliário", diz.  "Entendo que o desafio é crescer e ser relevante nas áreas mais estratégicas do país e, ao mesmo tempo, explorar oportunidades em áreas de baixa eficiência no setor, como o próprio financiamento, seguros, entre outras".

Desde janeiro do ano passado, a empresa oferece ferramentas de financiamento, movimentando R$ 2 bilhões em crédito imobiliário. Mas o reforço no setor é claro. Em setembro do ano passado, a empresa comprou a Invest Mais, que aproxima clientes de opções de financiamento imobiliário. "Queremos fortalecer nossa unidade de crédito", diz Pencz ao Estadão

O que pode pesar contra, no entanto, é um aprofundamento da crise sanitária causada pela pandemia de covid-19. “Não há como controlar o que pode acontecer, mas o impacto de um novo lockdown, por exemplo, não seria só sobre a Loft”, diz Sarfati. Outro ponto levantado pelo especialista é a falta de capital humano em tecnologia, que pode diminuir o ritmo de aceleração da startup. “O que freia o crescimento é a falta de capacidade de mão de obra, mas essa é uma dor conhecida. Todo mundo que levanta dinheiro precisa embarcar rapidamente esse monte de gente para dentro da empresa.”

No entanto,  o professor considera que o aporte comprova a consolidação do modelo de negócio da startup no mercado e passa um sinal positivo: “Uma série D desse preço é um sinal de maturidade do ecossistema do Brasil e mostra o quanto há de empresas que são atrativas internacionalmente para fazerem investimentos aqui”, diz.

Os desdobramentos poderão ser vistos no próprio ecossistema. Pencz diz à reportagem que o dinheiro poderá ser usado para reforçar os pilares da estratégia da empresa (portfólio, crédito, expansão geográfica e expansão em locação) por meio de compras de outras startups. "Não tem nada para o curto prazo, mas dependendo das oportunidades pode acontecer. Agora, com mais dinheiro, podemos almejar startups maiores", diz ele. 

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