‘O contato físico vai ter valor quando acontecer’, diz diretor do Google for Startups


Para André Barrence, ano de distanciamento social ajudou a provar novas hipóteses sobre programas de aceleração, mas também ressaltou importância de encontros pessoais

Por Bruno Capelas

Em 2021, o espaço de inovação para startups do Google em São Paulo, o Google for Startups - Campus São Paulo (antigamente conhecido como Campus), vai completar cinco anos. Uma destas temporadas, porém, foi com portões fechados ao público e totalmente virtual, devido à pandemia. Pela primeira vez, a empresa teve de descobrir como fazer programas de aceleração para startups totalmente pela internet. Os números mostram que a experiência foi positiva: este ano, foram atendidas 88 startups, 38% a mais que no ano passado. 

Ao todo, seis programas e nove turmas aconteceram em 2020, contra quatro programas e seis turmas em 2019. Além disso, houve maior quantidade de mentores presentes – 205, 37% a mais que no ano passado – nas sessões de apoio às empresas inovadoras. E mais de 40 mil pessoas assistiram pela internet aos eventos feitos pela organização, contra 12 mil pessoas presencialmente em 2019. Diante das estatísticas, há quem se questione se há a necessidade de manter um espaço físico – um prédio de seis andares na região do Paraíso, na zona sul da capital paulista. 

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Para André Barrence, diretor do espaço, a dúvida passou muitas vezes pela cabeça, mas a resposta é que vale a pena manter a sede sim, mesmo que ela siga fechada. “Como pessoas, somos sociais e valorizamos a presença física. A decisão de manter o espaço vem de acreditar que a presença e o contato físico vão ter valor ainda maior quando puderem acontecer, mesmo que não seja da mesma forma”, diz o executivo, em entrevista ao Estadão.

Na visão dele, será necessário adaptar o espaço para uso em um futuro próximo – talvez o Campus não seja mais aberto a qualquer pessoa, como é hoje, mas será um espaço para os empreendedores se relacionarem. “A gente vai adaptar, até porque estamos fazendo cinco anos. Não consigo imaginar nada em tecnologia que se pareça com o que foi originalmente lançado cinco anos depois”, diz Barrence, que também falou ao jornal sobre as mudanças acontecidas em 2020 e os planos para os próximos meses. A seguir, os principais trechos da entrevista. 

André Barrence, diretor do Google for Startups Foto: Google
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Como foi 2020 para o Google for Startups? Como é um ano de distanciamento para um centro de inovação que é… físico? 

Foi um ano de extrema resiliência e muita transformação, mas também com aceleração de transformações que a gente já queria fazer. Todo o contexto do distanciamento social e o fechamento de estrutura física fez com que isso ganhasse velocidade. Nós conseguimos executar o que a gente havia planejado, mas a forma foi diferente. Como líder de um time, acho que o principal foi perceber que a vontade de fazer coisas novas teve de ser equilibrada com uma empatia sem precedentes, ao momento em que cada pessoa estava passando, seja no trabalho ou no contexto familiar. E isso vale também para as startups. A maior parte das startups foi bastante afetada no primeiro trimestre da pandemia, por quebras de receita, necessidade de ter caixa pros meses seguintes… A gente buscou ajudar muito nesse vale da morte, ajudando as empresas a superar esse momento difícil. Resiliência foi a palavra da vez, mas a liderança consciente foi o atributo que a gente mais precisou colocar para funcionar. Ao longo do ano, foi exigido dos líderes um papel que não existia num ano normal, mas isso fez muita gente chegar fortalecida agora. 

Houve programas 100% digitais pela primeira vez. Como foi a experiência? 

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O ambiente e o formato 100% digital fez com que a gente conseguisse ser mais eficiente e ter mais abrangência. Muitos empreendedores elogiaram o fato de que a gente conseguiu ter eficiência, mas também ter sutileza e cuidado com as pessoas. Mas por outro lado, a gente sabe que uma parte das interações sofreu por conta do distanciamento e do não-contato pessoal que o espaço físico proporciona. A gente ainda não sabe como vai resolver essa questão no ano que vem. Eu gostaria que esse contato físico acontecesse entre os fundadores, é ali que a rede de empreendedores é formada. Mas por outro lado, o alcance digital nos ajudou muito. Nós tivemos 42 mil pessoas vendo as nossas lives esse ano. No mundo físico, em 2019, foram 12 mil pessoas. Além disso, teve gente espalhada pelo Brasil inteiro, o que mostra que nós quebramos a bolha da presença física, com empreendedores de todos os cantos tendo acesso a conteúdo de qualidade. 

Faz sentido manter um espaço físico já que o digital deu certo e trouxe frutos? 

Foi uma pergunta que eu me fiz várias vezes durante o ano. O movimento de digitalização gera dúvidas, ainda mais com a eficiência e efetividade de ter times físicos em contato constante. Eu tenho a seguinte opinião: como pessoas e como empreendedores, nós somos sociais. É algo que faz parte da nossa própria natureza e que a gente teve que se adaptar momentaneamente a um novo cenário. Não significa que a gente vai deixar de ter ou valorizar a presença física. A decisão de manter o espaço físico vem por acreditar que a presença e o contato físico vão ter valor ainda maior quando acontecerem. Ela não vai acontecer da mesma forma. A gente talvez não tenha um espaço aberto e gratuito nos mesmos moldes, a gente vai se adaptar, mas a gente vai se adaptar sempre entendendo que o espaço físico e o contato vai ter muito valor. O espaço ainda vai ter importância significativa, para nutrir e ampliar essa rede de empreendedores. 

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São mudanças que estão relacionadas ao fato de fazer cinco anos? 

Eu não consigo imaginar nada em tecnologia, cinco anos depois, que se pareça com o que foi originalmente lançado. A gente vai fazer essas mudanças, é algo que vai fazer sentido para os empreendedores, nesse novo contexto. Nesse momento, a gente continua fechado, a gente segue a mesma diretriz na companhia. O escritório segue fechado e o campus está fechado. Muita coisa já aconteceu em termos de readequações, em coisas ligadas a questões sanitárias, mas ele está 100% fechado para qualquer pessoa que vá trabalhar lá. Cinco anos parece outra vida, sabe? Quando a gente começou, a gente não tinha números para mostrar o que a gente ia fazer, hoje a gente identifica com clareza onde está nosso maior valor. 

E que diferença faz passar por um programa do Google? 

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Nossos programas passaram a ser mais focados em desafios que são extremamente específicos de startups em momentos específicos. Um programa, o Accelerator, é para ajudar a empresa tomar decisões de tecnologia após achar a adequação ao mercado. Já o Growth Academy ajuda e identificar oportunidades para acelerar máquinas de crescimento. Quando a gente vê resultados, a gente consegue entender o diferencial que trazemos, de forma bem profunda. É difícil bater o martelo e dizer que as startups que estão com a gente crescem mais que todo mundo, mas elas crescem muito. Além disso, estar atrelado à marca Google é algo que as ajuda a conquistar clientes, parceiros e investidores. Não acho que nosso objetivo seja competir no mercado e ter o melhor programa, mas a gente quer agregar um valor único para as startups dadas as nossas competências. 

Em 2021, o espaço de inovação para startups do Google em São Paulo, o Google for Startups - Campus São Paulo (antigamente conhecido como Campus), vai completar cinco anos. Uma destas temporadas, porém, foi com portões fechados ao público e totalmente virtual, devido à pandemia. Pela primeira vez, a empresa teve de descobrir como fazer programas de aceleração para startups totalmente pela internet. Os números mostram que a experiência foi positiva: este ano, foram atendidas 88 startups, 38% a mais que no ano passado. 

Ao todo, seis programas e nove turmas aconteceram em 2020, contra quatro programas e seis turmas em 2019. Além disso, houve maior quantidade de mentores presentes – 205, 37% a mais que no ano passado – nas sessões de apoio às empresas inovadoras. E mais de 40 mil pessoas assistiram pela internet aos eventos feitos pela organização, contra 12 mil pessoas presencialmente em 2019. Diante das estatísticas, há quem se questione se há a necessidade de manter um espaço físico – um prédio de seis andares na região do Paraíso, na zona sul da capital paulista. 

Para André Barrence, diretor do espaço, a dúvida passou muitas vezes pela cabeça, mas a resposta é que vale a pena manter a sede sim, mesmo que ela siga fechada. “Como pessoas, somos sociais e valorizamos a presença física. A decisão de manter o espaço vem de acreditar que a presença e o contato físico vão ter valor ainda maior quando puderem acontecer, mesmo que não seja da mesma forma”, diz o executivo, em entrevista ao Estadão.

Na visão dele, será necessário adaptar o espaço para uso em um futuro próximo – talvez o Campus não seja mais aberto a qualquer pessoa, como é hoje, mas será um espaço para os empreendedores se relacionarem. “A gente vai adaptar, até porque estamos fazendo cinco anos. Não consigo imaginar nada em tecnologia que se pareça com o que foi originalmente lançado cinco anos depois”, diz Barrence, que também falou ao jornal sobre as mudanças acontecidas em 2020 e os planos para os próximos meses. A seguir, os principais trechos da entrevista. 

André Barrence, diretor do Google for Startups Foto: Google

Como foi 2020 para o Google for Startups? Como é um ano de distanciamento para um centro de inovação que é… físico? 

Foi um ano de extrema resiliência e muita transformação, mas também com aceleração de transformações que a gente já queria fazer. Todo o contexto do distanciamento social e o fechamento de estrutura física fez com que isso ganhasse velocidade. Nós conseguimos executar o que a gente havia planejado, mas a forma foi diferente. Como líder de um time, acho que o principal foi perceber que a vontade de fazer coisas novas teve de ser equilibrada com uma empatia sem precedentes, ao momento em que cada pessoa estava passando, seja no trabalho ou no contexto familiar. E isso vale também para as startups. A maior parte das startups foi bastante afetada no primeiro trimestre da pandemia, por quebras de receita, necessidade de ter caixa pros meses seguintes… A gente buscou ajudar muito nesse vale da morte, ajudando as empresas a superar esse momento difícil. Resiliência foi a palavra da vez, mas a liderança consciente foi o atributo que a gente mais precisou colocar para funcionar. Ao longo do ano, foi exigido dos líderes um papel que não existia num ano normal, mas isso fez muita gente chegar fortalecida agora. 

Houve programas 100% digitais pela primeira vez. Como foi a experiência? 

O ambiente e o formato 100% digital fez com que a gente conseguisse ser mais eficiente e ter mais abrangência. Muitos empreendedores elogiaram o fato de que a gente conseguiu ter eficiência, mas também ter sutileza e cuidado com as pessoas. Mas por outro lado, a gente sabe que uma parte das interações sofreu por conta do distanciamento e do não-contato pessoal que o espaço físico proporciona. A gente ainda não sabe como vai resolver essa questão no ano que vem. Eu gostaria que esse contato físico acontecesse entre os fundadores, é ali que a rede de empreendedores é formada. Mas por outro lado, o alcance digital nos ajudou muito. Nós tivemos 42 mil pessoas vendo as nossas lives esse ano. No mundo físico, em 2019, foram 12 mil pessoas. Além disso, teve gente espalhada pelo Brasil inteiro, o que mostra que nós quebramos a bolha da presença física, com empreendedores de todos os cantos tendo acesso a conteúdo de qualidade. 

Faz sentido manter um espaço físico já que o digital deu certo e trouxe frutos? 

Foi uma pergunta que eu me fiz várias vezes durante o ano. O movimento de digitalização gera dúvidas, ainda mais com a eficiência e efetividade de ter times físicos em contato constante. Eu tenho a seguinte opinião: como pessoas e como empreendedores, nós somos sociais. É algo que faz parte da nossa própria natureza e que a gente teve que se adaptar momentaneamente a um novo cenário. Não significa que a gente vai deixar de ter ou valorizar a presença física. A decisão de manter o espaço físico vem por acreditar que a presença e o contato físico vão ter valor ainda maior quando acontecerem. Ela não vai acontecer da mesma forma. A gente talvez não tenha um espaço aberto e gratuito nos mesmos moldes, a gente vai se adaptar, mas a gente vai se adaptar sempre entendendo que o espaço físico e o contato vai ter muito valor. O espaço ainda vai ter importância significativa, para nutrir e ampliar essa rede de empreendedores. 

São mudanças que estão relacionadas ao fato de fazer cinco anos? 

Eu não consigo imaginar nada em tecnologia, cinco anos depois, que se pareça com o que foi originalmente lançado. A gente vai fazer essas mudanças, é algo que vai fazer sentido para os empreendedores, nesse novo contexto. Nesse momento, a gente continua fechado, a gente segue a mesma diretriz na companhia. O escritório segue fechado e o campus está fechado. Muita coisa já aconteceu em termos de readequações, em coisas ligadas a questões sanitárias, mas ele está 100% fechado para qualquer pessoa que vá trabalhar lá. Cinco anos parece outra vida, sabe? Quando a gente começou, a gente não tinha números para mostrar o que a gente ia fazer, hoje a gente identifica com clareza onde está nosso maior valor. 

E que diferença faz passar por um programa do Google? 

Nossos programas passaram a ser mais focados em desafios que são extremamente específicos de startups em momentos específicos. Um programa, o Accelerator, é para ajudar a empresa tomar decisões de tecnologia após achar a adequação ao mercado. Já o Growth Academy ajuda e identificar oportunidades para acelerar máquinas de crescimento. Quando a gente vê resultados, a gente consegue entender o diferencial que trazemos, de forma bem profunda. É difícil bater o martelo e dizer que as startups que estão com a gente crescem mais que todo mundo, mas elas crescem muito. Além disso, estar atrelado à marca Google é algo que as ajuda a conquistar clientes, parceiros e investidores. Não acho que nosso objetivo seja competir no mercado e ter o melhor programa, mas a gente quer agregar um valor único para as startups dadas as nossas competências. 

Em 2021, o espaço de inovação para startups do Google em São Paulo, o Google for Startups - Campus São Paulo (antigamente conhecido como Campus), vai completar cinco anos. Uma destas temporadas, porém, foi com portões fechados ao público e totalmente virtual, devido à pandemia. Pela primeira vez, a empresa teve de descobrir como fazer programas de aceleração para startups totalmente pela internet. Os números mostram que a experiência foi positiva: este ano, foram atendidas 88 startups, 38% a mais que no ano passado. 

Ao todo, seis programas e nove turmas aconteceram em 2020, contra quatro programas e seis turmas em 2019. Além disso, houve maior quantidade de mentores presentes – 205, 37% a mais que no ano passado – nas sessões de apoio às empresas inovadoras. E mais de 40 mil pessoas assistiram pela internet aos eventos feitos pela organização, contra 12 mil pessoas presencialmente em 2019. Diante das estatísticas, há quem se questione se há a necessidade de manter um espaço físico – um prédio de seis andares na região do Paraíso, na zona sul da capital paulista. 

Para André Barrence, diretor do espaço, a dúvida passou muitas vezes pela cabeça, mas a resposta é que vale a pena manter a sede sim, mesmo que ela siga fechada. “Como pessoas, somos sociais e valorizamos a presença física. A decisão de manter o espaço vem de acreditar que a presença e o contato físico vão ter valor ainda maior quando puderem acontecer, mesmo que não seja da mesma forma”, diz o executivo, em entrevista ao Estadão.

Na visão dele, será necessário adaptar o espaço para uso em um futuro próximo – talvez o Campus não seja mais aberto a qualquer pessoa, como é hoje, mas será um espaço para os empreendedores se relacionarem. “A gente vai adaptar, até porque estamos fazendo cinco anos. Não consigo imaginar nada em tecnologia que se pareça com o que foi originalmente lançado cinco anos depois”, diz Barrence, que também falou ao jornal sobre as mudanças acontecidas em 2020 e os planos para os próximos meses. A seguir, os principais trechos da entrevista. 

André Barrence, diretor do Google for Startups Foto: Google

Como foi 2020 para o Google for Startups? Como é um ano de distanciamento para um centro de inovação que é… físico? 

Foi um ano de extrema resiliência e muita transformação, mas também com aceleração de transformações que a gente já queria fazer. Todo o contexto do distanciamento social e o fechamento de estrutura física fez com que isso ganhasse velocidade. Nós conseguimos executar o que a gente havia planejado, mas a forma foi diferente. Como líder de um time, acho que o principal foi perceber que a vontade de fazer coisas novas teve de ser equilibrada com uma empatia sem precedentes, ao momento em que cada pessoa estava passando, seja no trabalho ou no contexto familiar. E isso vale também para as startups. A maior parte das startups foi bastante afetada no primeiro trimestre da pandemia, por quebras de receita, necessidade de ter caixa pros meses seguintes… A gente buscou ajudar muito nesse vale da morte, ajudando as empresas a superar esse momento difícil. Resiliência foi a palavra da vez, mas a liderança consciente foi o atributo que a gente mais precisou colocar para funcionar. Ao longo do ano, foi exigido dos líderes um papel que não existia num ano normal, mas isso fez muita gente chegar fortalecida agora. 

Houve programas 100% digitais pela primeira vez. Como foi a experiência? 

O ambiente e o formato 100% digital fez com que a gente conseguisse ser mais eficiente e ter mais abrangência. Muitos empreendedores elogiaram o fato de que a gente conseguiu ter eficiência, mas também ter sutileza e cuidado com as pessoas. Mas por outro lado, a gente sabe que uma parte das interações sofreu por conta do distanciamento e do não-contato pessoal que o espaço físico proporciona. A gente ainda não sabe como vai resolver essa questão no ano que vem. Eu gostaria que esse contato físico acontecesse entre os fundadores, é ali que a rede de empreendedores é formada. Mas por outro lado, o alcance digital nos ajudou muito. Nós tivemos 42 mil pessoas vendo as nossas lives esse ano. No mundo físico, em 2019, foram 12 mil pessoas. Além disso, teve gente espalhada pelo Brasil inteiro, o que mostra que nós quebramos a bolha da presença física, com empreendedores de todos os cantos tendo acesso a conteúdo de qualidade. 

Faz sentido manter um espaço físico já que o digital deu certo e trouxe frutos? 

Foi uma pergunta que eu me fiz várias vezes durante o ano. O movimento de digitalização gera dúvidas, ainda mais com a eficiência e efetividade de ter times físicos em contato constante. Eu tenho a seguinte opinião: como pessoas e como empreendedores, nós somos sociais. É algo que faz parte da nossa própria natureza e que a gente teve que se adaptar momentaneamente a um novo cenário. Não significa que a gente vai deixar de ter ou valorizar a presença física. A decisão de manter o espaço físico vem por acreditar que a presença e o contato físico vão ter valor ainda maior quando acontecerem. Ela não vai acontecer da mesma forma. A gente talvez não tenha um espaço aberto e gratuito nos mesmos moldes, a gente vai se adaptar, mas a gente vai se adaptar sempre entendendo que o espaço físico e o contato vai ter muito valor. O espaço ainda vai ter importância significativa, para nutrir e ampliar essa rede de empreendedores. 

São mudanças que estão relacionadas ao fato de fazer cinco anos? 

Eu não consigo imaginar nada em tecnologia, cinco anos depois, que se pareça com o que foi originalmente lançado. A gente vai fazer essas mudanças, é algo que vai fazer sentido para os empreendedores, nesse novo contexto. Nesse momento, a gente continua fechado, a gente segue a mesma diretriz na companhia. O escritório segue fechado e o campus está fechado. Muita coisa já aconteceu em termos de readequações, em coisas ligadas a questões sanitárias, mas ele está 100% fechado para qualquer pessoa que vá trabalhar lá. Cinco anos parece outra vida, sabe? Quando a gente começou, a gente não tinha números para mostrar o que a gente ia fazer, hoje a gente identifica com clareza onde está nosso maior valor. 

E que diferença faz passar por um programa do Google? 

Nossos programas passaram a ser mais focados em desafios que são extremamente específicos de startups em momentos específicos. Um programa, o Accelerator, é para ajudar a empresa tomar decisões de tecnologia após achar a adequação ao mercado. Já o Growth Academy ajuda e identificar oportunidades para acelerar máquinas de crescimento. Quando a gente vê resultados, a gente consegue entender o diferencial que trazemos, de forma bem profunda. É difícil bater o martelo e dizer que as startups que estão com a gente crescem mais que todo mundo, mas elas crescem muito. Além disso, estar atrelado à marca Google é algo que as ajuda a conquistar clientes, parceiros e investidores. Não acho que nosso objetivo seja competir no mercado e ter o melhor programa, mas a gente quer agregar um valor único para as startups dadas as nossas competências. 

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