Principal aceleradora do mundo alerta startups para “pior cenário possível”


A Y Combinator enviou uma carta aos seus empreendedores aconselhando a reavaliação das finanças e dos investimentos para os próximos 24 meses

Por Redação Link
Carta para empreendedores foi enviada na última semana, em meio acrise em investimentos Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Diante da incerteza do mercado financeiro em 2022, as startups já começam a sentir o impacto da desaceleração de investimentos por parte dos fundos — o cenário de aumento de juros e a crise que se segue após a pandemia tem desestabilizado as contas de empresas do mundo inteiro. Para a Y Combinator, aceleradora do Vale do Silício, o momento é de se preparar para o pior cenário possível. 

De acordo com uma carta enviada a seus empreendedores, a Y Combinator aconselhou que as startups de seu portfólio reavaliassem suas finanças e que ficassem prontos para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. 

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“Durante esta semana, um grande número de empresas entrou em contato para perguntar se deveriam mudar seus planos em torno de gastos com base no estado atual dos mercados públicos. O que dissemos a eles é que as crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a Y Combinator na carta.

A dor do mercado de inovação pode estar se tornando pública por poucos fundos que, discretamente, aconselham seus membros. Os primeiros resultados, porém, da crise estabelecida já podem ser vistos, inclusive no Brasil. Nesta semana, a Olist, empresa especializada em comércio eletrônico, demitiu mais de 100 funcionários em busca de reestruturação de equipes. A startup unicórnio afirmou ao Estadão que o número de demitidos é menor que o que circula nas redes sociais, mas confirmou o movimento.

Nos últimos meses, outros unicórnios como QuintoAndar, Loft, Facily, além de grandes empresas como Zak e Liv Up já cortaram parte do quadro de funcionários. 

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Para a Y Combinator, essa é uma das coisas que as startups serão obrigadas a olhar daqui em diante. Na carta, a aceleradora ainda fala sobre procurar um nível de sobrevivência (chamado default alive), onde a empresa consegue se manter por mais de 12 meses apenas com o capital que já possui. 

Outra recomendação é que as startups aceitem rodadas de investimento potencialmente menores, enquanto elas ainda estão ativas, e que, nos próximos 30 dias, as empresas avaliem por quanto tempo podem sobreviver sem quebrar (chamado runway). 

“O movimento seguro é planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender seu runaway nos próximos 30 dias”, afirma o comunicado. 

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Em tom de pessimismo, a carta termina com um conselho da aceleradora para que os empresários levem a sério o cenário de crise, mesmo que suas empresas pareçam sólidas durante o período. O aviso emitido pela Y Combinator chegou aos empreendedores na última semana.

“Se, por algum motivo, você achar que esta mensagem não se aplica à sua empresa, ou você vai precisar que alguém lhe diga isso pessoalmente para acreditar, por favor, reavalie suas crenças mensalmente para ter certeza de que não irá levar sua empresa para a beira de um penhasco”, encerra a carta.

Veja pontos do comunicado:

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1. Ninguém pode prever o quão ruim a economia ficará, mas as coisas não parecem boas.

2. O movimento seguro é se planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender o runaway nos próximos 30 dias. Seu objetivo deve ser chegar ao Default Alive. 

3. Se você não tem o runaway para alcançar o status de sobrevivência e seus investidores existentes (ou novos investidores) estão dispostos a lhe dar mais dinheiro agora (mesmo nos mesmos termos da sua última rodada), você deve considerar fortemente aceitá-lo.

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4. Independentemente de sua capacidade de captação de recursos, é sua responsabilidade garantir que sua empresa sobreviva se você não puder levantar rodadas de investimento pelos próximos 24 meses.

5. Entenda que o fraco desempenho do mercado público das empresas de tecnologia impacta significativamente o investimento de capital de risco. Os fundos de investimento terão muito mais dificuldade em levantar dinheiro e seus parceiros esperarão mais disciplina de investimento. Como resultado, durante as crises econômicas, mesmo os fundos de capital de risco com muito dinheiro desaceleram sua implantação de capital. Isso causa menos concorrência entre os fundos para negócios, o que resulta em avaliações mais baixas, tamanhos de rodadas menores e muito menos negócios concluídos. Nessas situações, os investidores também reservam mais capital para apoiar suas empresas com melhor desempenho, o que reduz ainda mais o número de novos financiamentos.

6. Para aqueles que iniciaram sua empresa nos últimos 5 anos, questione o que você acredita ser o ambiente normal de captação de recursos. A sua experiência de captação de fundos provavelmente não foi normal e levantar rodadas de investimento no futuro será muito mais difícil.

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7. Se você é uma startup pós-série A e tem um produto em processo de ajuste de mercado, não espere que outra rodada aconteça até que você obviamente tenha atingido a maturidade do produto. Se você é pré-série A, os valores de série A que publicamos aqui podem até ser um pouco baixos demais.

8. Se o seu plano é levantar dinheiro nos próximos 6-12 meses, você pode estar fazendo isso no pico da recessão. Lembre-se de que suas chances de sucesso são extremamente baixas, mesmo que sua empresa esteja indo bem. Recomendamos que você altere seu plano.

9. Lembre-se de que muitos de seus concorrentes não planejam bem, mantêm alta queima de caixa e só descobrem que estão em problemas quando tentam aumentar a próxima rodada. Muitas vezes, você pode ganhar uma participação de mercado significativa em uma crise econômica apenas permanecendo vivo.

Carta para empreendedores foi enviada na última semana, em meio acrise em investimentos Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Diante da incerteza do mercado financeiro em 2022, as startups já começam a sentir o impacto da desaceleração de investimentos por parte dos fundos — o cenário de aumento de juros e a crise que se segue após a pandemia tem desestabilizado as contas de empresas do mundo inteiro. Para a Y Combinator, aceleradora do Vale do Silício, o momento é de se preparar para o pior cenário possível. 

De acordo com uma carta enviada a seus empreendedores, a Y Combinator aconselhou que as startups de seu portfólio reavaliassem suas finanças e que ficassem prontos para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. 

“Durante esta semana, um grande número de empresas entrou em contato para perguntar se deveriam mudar seus planos em torno de gastos com base no estado atual dos mercados públicos. O que dissemos a eles é que as crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a Y Combinator na carta.

A dor do mercado de inovação pode estar se tornando pública por poucos fundos que, discretamente, aconselham seus membros. Os primeiros resultados, porém, da crise estabelecida já podem ser vistos, inclusive no Brasil. Nesta semana, a Olist, empresa especializada em comércio eletrônico, demitiu mais de 100 funcionários em busca de reestruturação de equipes. A startup unicórnio afirmou ao Estadão que o número de demitidos é menor que o que circula nas redes sociais, mas confirmou o movimento.

Nos últimos meses, outros unicórnios como QuintoAndar, Loft, Facily, além de grandes empresas como Zak e Liv Up já cortaram parte do quadro de funcionários. 

Para a Y Combinator, essa é uma das coisas que as startups serão obrigadas a olhar daqui em diante. Na carta, a aceleradora ainda fala sobre procurar um nível de sobrevivência (chamado default alive), onde a empresa consegue se manter por mais de 12 meses apenas com o capital que já possui. 

Outra recomendação é que as startups aceitem rodadas de investimento potencialmente menores, enquanto elas ainda estão ativas, e que, nos próximos 30 dias, as empresas avaliem por quanto tempo podem sobreviver sem quebrar (chamado runway). 

“O movimento seguro é planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender seu runaway nos próximos 30 dias”, afirma o comunicado. 

Em tom de pessimismo, a carta termina com um conselho da aceleradora para que os empresários levem a sério o cenário de crise, mesmo que suas empresas pareçam sólidas durante o período. O aviso emitido pela Y Combinator chegou aos empreendedores na última semana.

“Se, por algum motivo, você achar que esta mensagem não se aplica à sua empresa, ou você vai precisar que alguém lhe diga isso pessoalmente para acreditar, por favor, reavalie suas crenças mensalmente para ter certeza de que não irá levar sua empresa para a beira de um penhasco”, encerra a carta.

Veja pontos do comunicado:

1. Ninguém pode prever o quão ruim a economia ficará, mas as coisas não parecem boas.

2. O movimento seguro é se planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender o runaway nos próximos 30 dias. Seu objetivo deve ser chegar ao Default Alive. 

3. Se você não tem o runaway para alcançar o status de sobrevivência e seus investidores existentes (ou novos investidores) estão dispostos a lhe dar mais dinheiro agora (mesmo nos mesmos termos da sua última rodada), você deve considerar fortemente aceitá-lo.

4. Independentemente de sua capacidade de captação de recursos, é sua responsabilidade garantir que sua empresa sobreviva se você não puder levantar rodadas de investimento pelos próximos 24 meses.

5. Entenda que o fraco desempenho do mercado público das empresas de tecnologia impacta significativamente o investimento de capital de risco. Os fundos de investimento terão muito mais dificuldade em levantar dinheiro e seus parceiros esperarão mais disciplina de investimento. Como resultado, durante as crises econômicas, mesmo os fundos de capital de risco com muito dinheiro desaceleram sua implantação de capital. Isso causa menos concorrência entre os fundos para negócios, o que resulta em avaliações mais baixas, tamanhos de rodadas menores e muito menos negócios concluídos. Nessas situações, os investidores também reservam mais capital para apoiar suas empresas com melhor desempenho, o que reduz ainda mais o número de novos financiamentos.

6. Para aqueles que iniciaram sua empresa nos últimos 5 anos, questione o que você acredita ser o ambiente normal de captação de recursos. A sua experiência de captação de fundos provavelmente não foi normal e levantar rodadas de investimento no futuro será muito mais difícil.

7. Se você é uma startup pós-série A e tem um produto em processo de ajuste de mercado, não espere que outra rodada aconteça até que você obviamente tenha atingido a maturidade do produto. Se você é pré-série A, os valores de série A que publicamos aqui podem até ser um pouco baixos demais.

8. Se o seu plano é levantar dinheiro nos próximos 6-12 meses, você pode estar fazendo isso no pico da recessão. Lembre-se de que suas chances de sucesso são extremamente baixas, mesmo que sua empresa esteja indo bem. Recomendamos que você altere seu plano.

9. Lembre-se de que muitos de seus concorrentes não planejam bem, mantêm alta queima de caixa e só descobrem que estão em problemas quando tentam aumentar a próxima rodada. Muitas vezes, você pode ganhar uma participação de mercado significativa em uma crise econômica apenas permanecendo vivo.

Carta para empreendedores foi enviada na última semana, em meio acrise em investimentos Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Diante da incerteza do mercado financeiro em 2022, as startups já começam a sentir o impacto da desaceleração de investimentos por parte dos fundos — o cenário de aumento de juros e a crise que se segue após a pandemia tem desestabilizado as contas de empresas do mundo inteiro. Para a Y Combinator, aceleradora do Vale do Silício, o momento é de se preparar para o pior cenário possível. 

De acordo com uma carta enviada a seus empreendedores, a Y Combinator aconselhou que as startups de seu portfólio reavaliassem suas finanças e que ficassem prontos para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. 

“Durante esta semana, um grande número de empresas entrou em contato para perguntar se deveriam mudar seus planos em torno de gastos com base no estado atual dos mercados públicos. O que dissemos a eles é que as crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a Y Combinator na carta.

A dor do mercado de inovação pode estar se tornando pública por poucos fundos que, discretamente, aconselham seus membros. Os primeiros resultados, porém, da crise estabelecida já podem ser vistos, inclusive no Brasil. Nesta semana, a Olist, empresa especializada em comércio eletrônico, demitiu mais de 100 funcionários em busca de reestruturação de equipes. A startup unicórnio afirmou ao Estadão que o número de demitidos é menor que o que circula nas redes sociais, mas confirmou o movimento.

Nos últimos meses, outros unicórnios como QuintoAndar, Loft, Facily, além de grandes empresas como Zak e Liv Up já cortaram parte do quadro de funcionários. 

Para a Y Combinator, essa é uma das coisas que as startups serão obrigadas a olhar daqui em diante. Na carta, a aceleradora ainda fala sobre procurar um nível de sobrevivência (chamado default alive), onde a empresa consegue se manter por mais de 12 meses apenas com o capital que já possui. 

Outra recomendação é que as startups aceitem rodadas de investimento potencialmente menores, enquanto elas ainda estão ativas, e que, nos próximos 30 dias, as empresas avaliem por quanto tempo podem sobreviver sem quebrar (chamado runway). 

“O movimento seguro é planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender seu runaway nos próximos 30 dias”, afirma o comunicado. 

Em tom de pessimismo, a carta termina com um conselho da aceleradora para que os empresários levem a sério o cenário de crise, mesmo que suas empresas pareçam sólidas durante o período. O aviso emitido pela Y Combinator chegou aos empreendedores na última semana.

“Se, por algum motivo, você achar que esta mensagem não se aplica à sua empresa, ou você vai precisar que alguém lhe diga isso pessoalmente para acreditar, por favor, reavalie suas crenças mensalmente para ter certeza de que não irá levar sua empresa para a beira de um penhasco”, encerra a carta.

Veja pontos do comunicado:

1. Ninguém pode prever o quão ruim a economia ficará, mas as coisas não parecem boas.

2. O movimento seguro é se planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender o runaway nos próximos 30 dias. Seu objetivo deve ser chegar ao Default Alive. 

3. Se você não tem o runaway para alcançar o status de sobrevivência e seus investidores existentes (ou novos investidores) estão dispostos a lhe dar mais dinheiro agora (mesmo nos mesmos termos da sua última rodada), você deve considerar fortemente aceitá-lo.

4. Independentemente de sua capacidade de captação de recursos, é sua responsabilidade garantir que sua empresa sobreviva se você não puder levantar rodadas de investimento pelos próximos 24 meses.

5. Entenda que o fraco desempenho do mercado público das empresas de tecnologia impacta significativamente o investimento de capital de risco. Os fundos de investimento terão muito mais dificuldade em levantar dinheiro e seus parceiros esperarão mais disciplina de investimento. Como resultado, durante as crises econômicas, mesmo os fundos de capital de risco com muito dinheiro desaceleram sua implantação de capital. Isso causa menos concorrência entre os fundos para negócios, o que resulta em avaliações mais baixas, tamanhos de rodadas menores e muito menos negócios concluídos. Nessas situações, os investidores também reservam mais capital para apoiar suas empresas com melhor desempenho, o que reduz ainda mais o número de novos financiamentos.

6. Para aqueles que iniciaram sua empresa nos últimos 5 anos, questione o que você acredita ser o ambiente normal de captação de recursos. A sua experiência de captação de fundos provavelmente não foi normal e levantar rodadas de investimento no futuro será muito mais difícil.

7. Se você é uma startup pós-série A e tem um produto em processo de ajuste de mercado, não espere que outra rodada aconteça até que você obviamente tenha atingido a maturidade do produto. Se você é pré-série A, os valores de série A que publicamos aqui podem até ser um pouco baixos demais.

8. Se o seu plano é levantar dinheiro nos próximos 6-12 meses, você pode estar fazendo isso no pico da recessão. Lembre-se de que suas chances de sucesso são extremamente baixas, mesmo que sua empresa esteja indo bem. Recomendamos que você altere seu plano.

9. Lembre-se de que muitos de seus concorrentes não planejam bem, mantêm alta queima de caixa e só descobrem que estão em problemas quando tentam aumentar a próxima rodada. Muitas vezes, você pode ganhar uma participação de mercado significativa em uma crise econômica apenas permanecendo vivo.

Carta para empreendedores foi enviada na última semana, em meio acrise em investimentos Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Diante da incerteza do mercado financeiro em 2022, as startups já começam a sentir o impacto da desaceleração de investimentos por parte dos fundos — o cenário de aumento de juros e a crise que se segue após a pandemia tem desestabilizado as contas de empresas do mundo inteiro. Para a Y Combinator, aceleradora do Vale do Silício, o momento é de se preparar para o pior cenário possível. 

De acordo com uma carta enviada a seus empreendedores, a Y Combinator aconselhou que as startups de seu portfólio reavaliassem suas finanças e que ficassem prontos para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. 

“Durante esta semana, um grande número de empresas entrou em contato para perguntar se deveriam mudar seus planos em torno de gastos com base no estado atual dos mercados públicos. O que dissemos a eles é que as crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a Y Combinator na carta.

A dor do mercado de inovação pode estar se tornando pública por poucos fundos que, discretamente, aconselham seus membros. Os primeiros resultados, porém, da crise estabelecida já podem ser vistos, inclusive no Brasil. Nesta semana, a Olist, empresa especializada em comércio eletrônico, demitiu mais de 100 funcionários em busca de reestruturação de equipes. A startup unicórnio afirmou ao Estadão que o número de demitidos é menor que o que circula nas redes sociais, mas confirmou o movimento.

Nos últimos meses, outros unicórnios como QuintoAndar, Loft, Facily, além de grandes empresas como Zak e Liv Up já cortaram parte do quadro de funcionários. 

Para a Y Combinator, essa é uma das coisas que as startups serão obrigadas a olhar daqui em diante. Na carta, a aceleradora ainda fala sobre procurar um nível de sobrevivência (chamado default alive), onde a empresa consegue se manter por mais de 12 meses apenas com o capital que já possui. 

Outra recomendação é que as startups aceitem rodadas de investimento potencialmente menores, enquanto elas ainda estão ativas, e que, nos próximos 30 dias, as empresas avaliem por quanto tempo podem sobreviver sem quebrar (chamado runway). 

“O movimento seguro é planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender seu runaway nos próximos 30 dias”, afirma o comunicado. 

Em tom de pessimismo, a carta termina com um conselho da aceleradora para que os empresários levem a sério o cenário de crise, mesmo que suas empresas pareçam sólidas durante o período. O aviso emitido pela Y Combinator chegou aos empreendedores na última semana.

“Se, por algum motivo, você achar que esta mensagem não se aplica à sua empresa, ou você vai precisar que alguém lhe diga isso pessoalmente para acreditar, por favor, reavalie suas crenças mensalmente para ter certeza de que não irá levar sua empresa para a beira de um penhasco”, encerra a carta.

Veja pontos do comunicado:

1. Ninguém pode prever o quão ruim a economia ficará, mas as coisas não parecem boas.

2. O movimento seguro é se planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender o runaway nos próximos 30 dias. Seu objetivo deve ser chegar ao Default Alive. 

3. Se você não tem o runaway para alcançar o status de sobrevivência e seus investidores existentes (ou novos investidores) estão dispostos a lhe dar mais dinheiro agora (mesmo nos mesmos termos da sua última rodada), você deve considerar fortemente aceitá-lo.

4. Independentemente de sua capacidade de captação de recursos, é sua responsabilidade garantir que sua empresa sobreviva se você não puder levantar rodadas de investimento pelos próximos 24 meses.

5. Entenda que o fraco desempenho do mercado público das empresas de tecnologia impacta significativamente o investimento de capital de risco. Os fundos de investimento terão muito mais dificuldade em levantar dinheiro e seus parceiros esperarão mais disciplina de investimento. Como resultado, durante as crises econômicas, mesmo os fundos de capital de risco com muito dinheiro desaceleram sua implantação de capital. Isso causa menos concorrência entre os fundos para negócios, o que resulta em avaliações mais baixas, tamanhos de rodadas menores e muito menos negócios concluídos. Nessas situações, os investidores também reservam mais capital para apoiar suas empresas com melhor desempenho, o que reduz ainda mais o número de novos financiamentos.

6. Para aqueles que iniciaram sua empresa nos últimos 5 anos, questione o que você acredita ser o ambiente normal de captação de recursos. A sua experiência de captação de fundos provavelmente não foi normal e levantar rodadas de investimento no futuro será muito mais difícil.

7. Se você é uma startup pós-série A e tem um produto em processo de ajuste de mercado, não espere que outra rodada aconteça até que você obviamente tenha atingido a maturidade do produto. Se você é pré-série A, os valores de série A que publicamos aqui podem até ser um pouco baixos demais.

8. Se o seu plano é levantar dinheiro nos próximos 6-12 meses, você pode estar fazendo isso no pico da recessão. Lembre-se de que suas chances de sucesso são extremamente baixas, mesmo que sua empresa esteja indo bem. Recomendamos que você altere seu plano.

9. Lembre-se de que muitos de seus concorrentes não planejam bem, mantêm alta queima de caixa e só descobrem que estão em problemas quando tentam aumentar a próxima rodada. Muitas vezes, você pode ganhar uma participação de mercado significativa em uma crise econômica apenas permanecendo vivo.

Carta para empreendedores foi enviada na última semana, em meio acrise em investimentos Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Diante da incerteza do mercado financeiro em 2022, as startups já começam a sentir o impacto da desaceleração de investimentos por parte dos fundos — o cenário de aumento de juros e a crise que se segue após a pandemia tem desestabilizado as contas de empresas do mundo inteiro. Para a Y Combinator, aceleradora do Vale do Silício, o momento é de se preparar para o pior cenário possível. 

De acordo com uma carta enviada a seus empreendedores, a Y Combinator aconselhou que as startups de seu portfólio reavaliassem suas finanças e que ficassem prontos para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. 

“Durante esta semana, um grande número de empresas entrou em contato para perguntar se deveriam mudar seus planos em torno de gastos com base no estado atual dos mercados públicos. O que dissemos a eles é que as crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a Y Combinator na carta.

A dor do mercado de inovação pode estar se tornando pública por poucos fundos que, discretamente, aconselham seus membros. Os primeiros resultados, porém, da crise estabelecida já podem ser vistos, inclusive no Brasil. Nesta semana, a Olist, empresa especializada em comércio eletrônico, demitiu mais de 100 funcionários em busca de reestruturação de equipes. A startup unicórnio afirmou ao Estadão que o número de demitidos é menor que o que circula nas redes sociais, mas confirmou o movimento.

Nos últimos meses, outros unicórnios como QuintoAndar, Loft, Facily, além de grandes empresas como Zak e Liv Up já cortaram parte do quadro de funcionários. 

Para a Y Combinator, essa é uma das coisas que as startups serão obrigadas a olhar daqui em diante. Na carta, a aceleradora ainda fala sobre procurar um nível de sobrevivência (chamado default alive), onde a empresa consegue se manter por mais de 12 meses apenas com o capital que já possui. 

Outra recomendação é que as startups aceitem rodadas de investimento potencialmente menores, enquanto elas ainda estão ativas, e que, nos próximos 30 dias, as empresas avaliem por quanto tempo podem sobreviver sem quebrar (chamado runway). 

“O movimento seguro é planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender seu runaway nos próximos 30 dias”, afirma o comunicado. 

Em tom de pessimismo, a carta termina com um conselho da aceleradora para que os empresários levem a sério o cenário de crise, mesmo que suas empresas pareçam sólidas durante o período. O aviso emitido pela Y Combinator chegou aos empreendedores na última semana.

“Se, por algum motivo, você achar que esta mensagem não se aplica à sua empresa, ou você vai precisar que alguém lhe diga isso pessoalmente para acreditar, por favor, reavalie suas crenças mensalmente para ter certeza de que não irá levar sua empresa para a beira de um penhasco”, encerra a carta.

Veja pontos do comunicado:

1. Ninguém pode prever o quão ruim a economia ficará, mas as coisas não parecem boas.

2. O movimento seguro é se planejar para o pior. Se a situação atual for tão ruim quanto as duas últimas crises econômicas, a melhor maneira de se preparar é cortar custos e estender o runaway nos próximos 30 dias. Seu objetivo deve ser chegar ao Default Alive. 

3. Se você não tem o runaway para alcançar o status de sobrevivência e seus investidores existentes (ou novos investidores) estão dispostos a lhe dar mais dinheiro agora (mesmo nos mesmos termos da sua última rodada), você deve considerar fortemente aceitá-lo.

4. Independentemente de sua capacidade de captação de recursos, é sua responsabilidade garantir que sua empresa sobreviva se você não puder levantar rodadas de investimento pelos próximos 24 meses.

5. Entenda que o fraco desempenho do mercado público das empresas de tecnologia impacta significativamente o investimento de capital de risco. Os fundos de investimento terão muito mais dificuldade em levantar dinheiro e seus parceiros esperarão mais disciplina de investimento. Como resultado, durante as crises econômicas, mesmo os fundos de capital de risco com muito dinheiro desaceleram sua implantação de capital. Isso causa menos concorrência entre os fundos para negócios, o que resulta em avaliações mais baixas, tamanhos de rodadas menores e muito menos negócios concluídos. Nessas situações, os investidores também reservam mais capital para apoiar suas empresas com melhor desempenho, o que reduz ainda mais o número de novos financiamentos.

6. Para aqueles que iniciaram sua empresa nos últimos 5 anos, questione o que você acredita ser o ambiente normal de captação de recursos. A sua experiência de captação de fundos provavelmente não foi normal e levantar rodadas de investimento no futuro será muito mais difícil.

7. Se você é uma startup pós-série A e tem um produto em processo de ajuste de mercado, não espere que outra rodada aconteça até que você obviamente tenha atingido a maturidade do produto. Se você é pré-série A, os valores de série A que publicamos aqui podem até ser um pouco baixos demais.

8. Se o seu plano é levantar dinheiro nos próximos 6-12 meses, você pode estar fazendo isso no pico da recessão. Lembre-se de que suas chances de sucesso são extremamente baixas, mesmo que sua empresa esteja indo bem. Recomendamos que você altere seu plano.

9. Lembre-se de que muitos de seus concorrentes não planejam bem, mantêm alta queima de caixa e só descobrem que estão em problemas quando tentam aumentar a próxima rodada. Muitas vezes, você pode ganhar uma participação de mercado significativa em uma crise econômica apenas permanecendo vivo.

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