O brasileiro Victor Lazarte chamou a atenção nesta semana por arrematar uma mansão de US$ 25,4 milhões (cerca de R$ 125 milhões) no Vale do Silício, região da Califórnia, EUA, conhecida por abrigar as principais empresas de tecnologia do mundo - a informação do negócio foi divulgada pelo site Real Deal. A compra demonstra como o setor nacional de startups conseguiu gerar riqueza nos últimos anos.
Lazarte, 38, faz parte da primeira geração de empreendedores nacionais que fez fortuna no meio das startups. Ele se destacou como cofundador e CEO do Wildlife Studios, primeiro unicórnio (termo para startups avaliadas acima de US$ 1 bilhão) de jogos da América Latina. Ele ocupou o cargo de CEO até julho do ano passado, quando passou a presidente do conselho e se junto à Benchmark Capital, firma de investimentos em tecnologia, que já fez aportes na Meta e no Airbnb.
Formado em engenharia pela Universidade de São Paulo (USP), ele fez carreira no mundo dos games antes de fundador o Wildlife e ocupou cargos de liderança na Zynga e na Electronic Arts. Ao fundar o Wildlife, ele dizia que queria tornar a companhia na “Nintendo dos jogos de celular”.
A mansão, em San Mateo, Califórnia, é próxima ao escritório da Benchmark. E seus detalhes impressionam: dois terrenos totalizando 8 mil metros quadrados, com direito a casa de hóspedes e uma espaçosa área para piscina. Em estilo mediterrâneo, a casa de 745 metros quadrados foi construída em 2003 e tem seis quartos, seis banheiros, dois lavabos, churrasqueira, jacuzzi, horta, estufa, fontes de água, espaço para fogueira e garagem para três carros.
Wildlife Studios
Fundada no fim de 2010 pelos irmãos Arthur e Victor Lazarte, a Wildlife Studios é conhecida por jogos como Tennis Clash e Sky Warriors, e foi oficializada como unicórnio em 2019. A startup foi a décima empresa brasileira a pertencer a esse grupo, após receber uma rodada de aporte de US$ 60 milhões liderada pela Benchmark Capital.
No ano da pandemia de covid-19, em 2020, a empresa foi avaliada em US$ 3 bilhões, fortalecendo sua posição como empresa referência no cenário de jogos gratuitos para celular. Porém, dois anos depois, em 2022, a startup demitiu entre 150 e 200 pessoas de acordo com a apuração do Estadão.
Em nota à reportagem, a empresa afirmou que o motivo para os cortes foi porque a companhia interrompeu desenvolvimento de atividades não relacionadas a jogos para dispositivos móveis para focar no que os trouxe sucesso. “Queremos ser a Nintendo dos games para celular”, disse Victor em entrevista para o Estadão em 2019.
Além do mundo dos jogos, Lazarte diversificou seus investimentos, tornando-se sócio da Benchmark em julho do ano passado. Entre as investidas de Lazarte estão a startup Brex, fundada por brasileiros e considerada uma das fintechs mais valiosas dos EUA.
*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani