O japonês SoftBank foi o principal comprador da oferta subsequente (follow on) do Banco Inter. No total, a instituição ficou com R$ 760 milhões da oferta, que movimentou R$ 1,24 bilhão, apurou o Broadcast. Com isso, o SoftBank ficará com 8% do banco mineiro. Do restante da emissão, R$ 300 milhões ficaram com os acionistas da companhia que exerceram o direito de prioridade na oferta e cerca de R$ 100 milhões no mercado. As ações do banco da família Menin subiam, há pouco, quase 16%.
A confirmação da operação deve ser comunicada formalmente após o fechamento do mercado, acrescentam as fontes. Em maio, a Coluna do Broadcast havia antecipado o interesse do SoftBank no negócio. Esta manhã, o Inter informou ao mercado que as units foram precificadas a R$ 39,99, sendo que cada unit é representada por uma ação ordinária e duas preferenciais. No total a operação atingiu um total de R$ 1.247.688.000.
O desembolso do SoftBank, que tem mostrado muito apetite em fintechs no Brasil, foi crucial para a oferta. No mercado gestores de fundos já vinham ampliando suas posições no ativo, antes da emissão. Em um ano, a ação do Inter registra valorização de 447% e de 144% em 2019. O banco abriu seu capital em abril do ano passado e desde então tem chamado atenção pelo seu desempenho na Bolsa. Os bancos coordenadores da oferta foram o Bradesco BBI, Goldman Sachs, Banco BTG Pactual, JPMorgan Chase, Banco Santander e a Caixa Econômica Federal.
Neste mês o SoftBank fez um aporte de valor semelhante, de US$ 231 milhões, na Creditas. Além disso, a empresa também investiu nas startups de entrega Loggi e Rappi – um investimento no Nubank também chegou a ser considerado, mas não se concretizou. Na última sexta-feira, a fintech do cartão de crédito roxo anunciou um aporte de US$ 400 milhões do fundo do Vale do Silício TCV.
O Banco Inter vinha em busca de um parceiro estrangeiro para ser mais do que um banco digital, de olho nos serviços não financeiros, por meio do lançamento de um super app. Em abril, o Inter recebeu autorização do governo para participação de estrangeiro em seu capital, o que vinha, até então, impedindo o banco mineiro de concretizar tal parceria.
O turismo deve ser o primeiro segmento não financeiro a ser atacado pelo banco, já a partir do segundo semestre. A aposta do Inter no segmento não financeiro é tão relevante que João Vítor Menin, seu presidente, tem dito que as pessoas ainda não entenderam a intenção do banco com seu IPO – oferta de ações, na sigla em inglês – feita em abril do ano passado. Procurado, o Inter não comentou.