Startup cria sistema para denunciar abusos


Callisto já levantou US$ 400 mil do Google e outros investidores; sistema permite registrar denúncias online

Por Agências
Atualização:

The New York Times

 

Natasha Singerdo The New York Times

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Desde que os abusos sexuais nas universidades se tornaram um problema grave para os diretores das escolas e para as autoridades da educação, persiste uma questão: por que não cresce o número de estudantes que decidem fazer denúncias quando sofrem esses ataques?

Na tentativa de apresentar aos estudantes uma alternativa para fazer denúncias, uma startup de San Francisco, chamada Sexual Health Innovations, criou um sistema de denúncias online para violência sexual em universidades, o Callisto.

Os estudantes das escolas que participam da iniciativa podem usar o site para gravar detalhes dos abusos sem se identificar. O site registra os dados, o que permite que os estudantes decidam posteriormente se querem apresentar uma denúncia formal à universidade – identificando-se pelos endereços de e-mail emitidos por sua escola – ou se querem baixar suas informações e levá-las diretamente à polícia. O site oferece também um sistema de correspondência em que um usuário apresenta uma denúncia à escola automaticamente, se mais alguém se referir ao mesmo autor do abuso.

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A hipótese do Callisto é que alguns estudantes universitários mais provavelmente vão documentar um abuso sexual em lugar de denunciá-lo à direção da escola por telefone ou pessoalmente. “Se você apresentar uma denúncia, só poderá fazê-lo em determinadas horas do dia, sem saber com quantas pessoas terá de falar e o que elas perguntarão”, disse a fundadora e diretora executiva da empresa sem fins lucrativos, Jessica Ladd. “Ao passo que, online, você pode preencher um formulário a qualquer momento do dia ou da noite de qualquer lugar e apertar um botão.”

Callisto faz parte de uma onda de aplicativos e sites que lidam com diferentes aspectos do problema. Algumas universidades lançaram apps que permitem aos estudantes ver mapas dos pontos mais perigosos da universidade para um crime desta natureza, informar atividades suspeitas, solicitar a presença dos serviços de segurança ou permitir que seus amigos sigam seus movimentos virtualmente no caminho para casa. Muitas escolas agora pedem aos estudantes que participem de programas que apresentam situações diferentes envolvendo abuso sexual, violência no relacionamento e a questão do consenso.

Alguns dos novos instrumentos parecem atualizações digitais dos telefones públicos. Mas o Callisto se apresenta como um sistema de denúncia mais avançado, destinado a estudantes que sofreram traumas. A ideia de um sistema de denúncia pela internet surgiu depois que Jessica foi atacada quando estudava no Pomona College em Claremont, Califórnia. “Passei por todo o processo de denúncia e fui obrigada a reviver todo o trauma”, diz.

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O site já captou cerca de US$ 400 mil do Google e de outros doadores. A Universidade de San Francisco e o Pomona College já começaram a testar o Callisto.

/TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

The New York Times

 

Natasha Singerdo The New York Times

Desde que os abusos sexuais nas universidades se tornaram um problema grave para os diretores das escolas e para as autoridades da educação, persiste uma questão: por que não cresce o número de estudantes que decidem fazer denúncias quando sofrem esses ataques?

Na tentativa de apresentar aos estudantes uma alternativa para fazer denúncias, uma startup de San Francisco, chamada Sexual Health Innovations, criou um sistema de denúncias online para violência sexual em universidades, o Callisto.

Os estudantes das escolas que participam da iniciativa podem usar o site para gravar detalhes dos abusos sem se identificar. O site registra os dados, o que permite que os estudantes decidam posteriormente se querem apresentar uma denúncia formal à universidade – identificando-se pelos endereços de e-mail emitidos por sua escola – ou se querem baixar suas informações e levá-las diretamente à polícia. O site oferece também um sistema de correspondência em que um usuário apresenta uma denúncia à escola automaticamente, se mais alguém se referir ao mesmo autor do abuso.

A hipótese do Callisto é que alguns estudantes universitários mais provavelmente vão documentar um abuso sexual em lugar de denunciá-lo à direção da escola por telefone ou pessoalmente. “Se você apresentar uma denúncia, só poderá fazê-lo em determinadas horas do dia, sem saber com quantas pessoas terá de falar e o que elas perguntarão”, disse a fundadora e diretora executiva da empresa sem fins lucrativos, Jessica Ladd. “Ao passo que, online, você pode preencher um formulário a qualquer momento do dia ou da noite de qualquer lugar e apertar um botão.”

Callisto faz parte de uma onda de aplicativos e sites que lidam com diferentes aspectos do problema. Algumas universidades lançaram apps que permitem aos estudantes ver mapas dos pontos mais perigosos da universidade para um crime desta natureza, informar atividades suspeitas, solicitar a presença dos serviços de segurança ou permitir que seus amigos sigam seus movimentos virtualmente no caminho para casa. Muitas escolas agora pedem aos estudantes que participem de programas que apresentam situações diferentes envolvendo abuso sexual, violência no relacionamento e a questão do consenso.

Alguns dos novos instrumentos parecem atualizações digitais dos telefones públicos. Mas o Callisto se apresenta como um sistema de denúncia mais avançado, destinado a estudantes que sofreram traumas. A ideia de um sistema de denúncia pela internet surgiu depois que Jessica foi atacada quando estudava no Pomona College em Claremont, Califórnia. “Passei por todo o processo de denúncia e fui obrigada a reviver todo o trauma”, diz.

O site já captou cerca de US$ 400 mil do Google e de outros doadores. A Universidade de San Francisco e o Pomona College já começaram a testar o Callisto.

/TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

The New York Times

 

Natasha Singerdo The New York Times

Desde que os abusos sexuais nas universidades se tornaram um problema grave para os diretores das escolas e para as autoridades da educação, persiste uma questão: por que não cresce o número de estudantes que decidem fazer denúncias quando sofrem esses ataques?

Na tentativa de apresentar aos estudantes uma alternativa para fazer denúncias, uma startup de San Francisco, chamada Sexual Health Innovations, criou um sistema de denúncias online para violência sexual em universidades, o Callisto.

Os estudantes das escolas que participam da iniciativa podem usar o site para gravar detalhes dos abusos sem se identificar. O site registra os dados, o que permite que os estudantes decidam posteriormente se querem apresentar uma denúncia formal à universidade – identificando-se pelos endereços de e-mail emitidos por sua escola – ou se querem baixar suas informações e levá-las diretamente à polícia. O site oferece também um sistema de correspondência em que um usuário apresenta uma denúncia à escola automaticamente, se mais alguém se referir ao mesmo autor do abuso.

A hipótese do Callisto é que alguns estudantes universitários mais provavelmente vão documentar um abuso sexual em lugar de denunciá-lo à direção da escola por telefone ou pessoalmente. “Se você apresentar uma denúncia, só poderá fazê-lo em determinadas horas do dia, sem saber com quantas pessoas terá de falar e o que elas perguntarão”, disse a fundadora e diretora executiva da empresa sem fins lucrativos, Jessica Ladd. “Ao passo que, online, você pode preencher um formulário a qualquer momento do dia ou da noite de qualquer lugar e apertar um botão.”

Callisto faz parte de uma onda de aplicativos e sites que lidam com diferentes aspectos do problema. Algumas universidades lançaram apps que permitem aos estudantes ver mapas dos pontos mais perigosos da universidade para um crime desta natureza, informar atividades suspeitas, solicitar a presença dos serviços de segurança ou permitir que seus amigos sigam seus movimentos virtualmente no caminho para casa. Muitas escolas agora pedem aos estudantes que participem de programas que apresentam situações diferentes envolvendo abuso sexual, violência no relacionamento e a questão do consenso.

Alguns dos novos instrumentos parecem atualizações digitais dos telefones públicos. Mas o Callisto se apresenta como um sistema de denúncia mais avançado, destinado a estudantes que sofreram traumas. A ideia de um sistema de denúncia pela internet surgiu depois que Jessica foi atacada quando estudava no Pomona College em Claremont, Califórnia. “Passei por todo o processo de denúncia e fui obrigada a reviver todo o trauma”, diz.

O site já captou cerca de US$ 400 mil do Google e de outros doadores. A Universidade de San Francisco e o Pomona College já começaram a testar o Callisto.

/TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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