Apenas três meses após receber um aporte de US$ 40 milhões, a startup cristã Glorify anuncia nesta terça-feira, 8, um novo cheque de mesmo valor. A rodada foi liderada pelo SoftBank, que já havia participado do investimento anterior juntamente com Andreessen Horowitz (conhecida por apostar no Facebook), K5 Global e famosos do entretenimento mundial, como Kris Jenner, Corey Gamble, Michael Ovitz, Michael Bublé e Jason Derulo. Ao todo, a firma já captou US$ 84,6 desde a sua fundação, em 2020.
Com o dinheiro, a startup inglesa espera aumentar os recursos do app para espalhar ainda mais a Palavra de Cristo. No Glorify, fiéis do mundo todo se conectam por meio de sessões de orações online, leem passagens bíblicas, escutam músicas cristãs, meditam com guias espirituais e até podem escrever sobre suas experiências em um diário. A partir do aporte, os usuários poderão também gravar e compartilhar vídeos de orações com familiares e amigos — o novo recurso vai permitir que as pessoas compartilhem orações por vídeo.
“O mais importante para mim é que as pessoas saibam que elas têm um lugar onde elas possam rezar, se sentir bem consigo mesmas, mesmo que seja dentro de uma igreja. Quero que elas tenham contato com elas mesmas,” disse Ed Beccle, cofundador do Glorify, em entrevista ao Estadão.
A julgar pela base de usuários do serviço, muitos fiéis vêm buscando o mundo digital como espaço de espiritualidade. No Brasil, o Glorify conta com 2,2 milhões de downloads, o que torna o País o maior mercado da empresa no mundo, com 2,2 milhões de usuários no mundo todo. Em pesquisa realizada pela própria empresa com 1.000 usuários, 35% afirmaram que frequentavam a igreja de forma online e 53% disseram que começaram a usar tecnologia, como aplicativos e ferramentas, para viabilizar seu tempo a sós com Deus.
A meta da startup é continuar angariando fiéis: segundo Beccle, a ideia é chegar a 10 milhões de usuários no País até o fim do ano. A expansão de usuários forçará também o crescimento no quadro de funcionários — parte do aporte será destinado a contratações. Atualmente, o Glorify conta com 60 pessoas na equipe, parte dela inteiramente dedicada ao Brasil.
Segundo Beccle, o crescimento veloz é um dos motivos por trás de aportes tão próximos. “No ramo das startups, você consegue as contribuições mostrando que seu produto vale a pena e que é algo que funciona. Acredito que nós mostramos isso mais rápido que os outros”, diz.
O executivo tem razão. Além da Glorify, existem outras startups no País tentando servir a comunidade nacional cristã. Um deles é a InChurch, dedicada a digitalizar as igrejas evangélicas com maquininhas para pagamento de dízimo e leitura online da Bíblia. Fundada em 2017, a companhia atua em 22 países no mundo, como Estados Unidos, Alemanha e Austrália. Nenhuma, porém, parece ter atingido domínio de mercado, algo que a Glorify pretende mudar.
“Para mim, não chegamos a 1% do que queremos atingir como empresa. Queremos fazer os fiéis se sentirem cada vez mais próximos de seu propósito e da palavra de Deus”. O Glorify está disponível para ser baixado nas lojas de aplicativos do Google e da Apple.
*é estagiário sob supervisão do editor Bruno Romani