A startup de saúde Liti anuncia nesta quarta-feira, 9, que recebeu um cheque de R$ 21 milhões para dar início ao serviço de combate à obesidade e sobrepeso, promovendo a alimentação saudável com uso de inteligência artificial e consultas médicas no aplicativo da companhia.
A rodada contou com a participação dos fundos brasileiros Monashees, Canary, Grão, Norte, bem como Eclipseon, Newtopia, The Fund e Latitud. Investidores-anjo também entraram no investimento, como executivos da Rappi (Sebastian Mejia, Simón Borrero), da Inventa (Marcos Salama), Loopi Pay (Ricardo Bechara), Yuno Payments (Julian Nuñez), Cayena (Pedro Carvalho), Salú (André Boff), JHSF(José Auriemo Neto) e Coteminas (Josué de Alencar).
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Esse é o primeiro cheque formal recebido pela Liti, que foi fundada em janeiro de 2022 pelo nutrólogo Eduardo Rauen e pelo empresário Fernando Vilela, vindo do ecossistema de inovação após experiência na Rappi. A parceria inusitada para a criação da startup surgiu após Vilela ser consultado por Rauen e ter emagrecido 25 kg, com a ideia de escalar a solução para mais pessoas.
Aos clientes, a Liti oferece um pacote de bem-estar que inclui um time de acompanhamento médico (como nutricionistas e educadores físicos) e acesso a uma balança eletrônica de bioimpedância. O serviço inclui três consultas por mês, que saem por R$ 700 — o valor da assinatura cai para R$ 150 após o quinto mês de serviço.
“Nossa ambição é atender mais de 100 milhões de pessoas, mas, neste momento, preferimos por começar com uma classe mais alta de clientes para criar o produto e a tecnologia. Conforme vamos desenvolvendo isso, vamos precificando de forma mais eficaz e cuidando de outras partes da população”, conta Vilela ao Estadão. “Saúde é inclusão, e não exclusão.”
Por oferecer um serviço que inclui atendimento humanizado e com tecnologia, Vilela acredita que a Liti vai sobreviver à onda de aplicativos e serviços de alimentação saudável, que pipocaram aos montes nos últimos anos, mas nunca deslancharam.
“Para nós, é muito importante ter eficácia clínica para garantir que estamos no caminho correto. Do contrário, vamos nos tornar esses apps que existiram e morreram, porque não geraram valor ao cliente”, explica o CEO.
Saúde do negócio
Não é só com a saúde do paciente a única preocupação da Liti: Vilela conta que quer escalar o negócio da startup de maneira controlada, “sem comprar crescimento”, diz — isto é, sem realizar contratações além da conta e sem investir grandes quantias em marketing.
“Nosso objetivo é ser um crescimento orientado para produto, com uma experiência tão boa para o usuário que as pessoas indicam a Liti para outros amigos, sem que a gente tenha de ficar aditivando o crescimento”, diz Vilela.
O cheque recebido pela Liti vai ser utilizado principalmente na contratação de equipes de tecnologia, bem como em investimento de estrutura tecnológica, como ferramentas de aprendizado de máquina e servidores.
Hoje, a Liti possui 45 funcionários, sendo 15 pessoas da área de saúde. Sem revelar o número de clientes, a startup apenas diz que retirou “2,1 toneladas de gordura do mundo”.
Fernando Vilela, CEO e fundador da startup Liti