Startups que ‘brigam’ contra mudanças climáticas atraem investidores durante crise


Entre crise e recessão, empresas que oferecem serviço contra mudanças climáticas se destacam nos cheques de investimento

Por Erin Griffith
Atualização:

Conforme as empresas de tecnologia cortam regalias e postos de trabalho, muitos profissionais começaram a se questionar se o local de trabalho estava de fato tornando o mundo um lugar melhor. O resultado? Vários deles estão migrando para startups voltadas para questões climáticas e ambientais e os cheques dos investidores parecem estar acompanhando esse movimento.

No ano passado, as startups com soluções para as mudanças climáticas nos EUA arrecadaram aproximadamente US$ 20 bilhões, superando a alta de 2021, de US$ 18 bilhões – e quase triplicando os US$ 7 bilhões de 2020, de acordo com o site Crunchbase, que monitora e fornece dados sobre o mercado. Pelo menos 83 empresas com foco nas mudanças climáticas em todo o mundo estão avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, de acordo com a empresa de pesquisa HolonIQ.

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Apesar das preocupações com uma recessão, o entusiasmo em torno dessas startups permanece intacto. Laurence D. Fink, CEO da empresa de investimento BlackRock, declarou recentemente que mais de mil “unicórnios” delas, como são chamadas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, estavam prestes a surgir.

“Não há ramo de atividade que não seja afetado pelo clima”, disse Chris Sacca, um dos fundadores da Lowercarbon Capital, empresa de capital de risco cujo foco são as questões climáticas. “Isso também é uma oportunidade.”

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A dinâmica e o entusiasmo, segundo os investidores, são diferentes daqueles do boom das tecnologias limpas em meados dos anos 2000, quando eles investiram dinheiro num grupo de empresas de tecnologias menos poluentes que dependiam de subsídios do governo. Várias daquelas startups acabaram falindo.

“Muitas lições foram aprendidas com a primeira onda de empresas de tecnologia limpa”, disse Ben Marcus, investidor da empresa de capital de risco UP.Partners. “Não queremos investir apenas em projetos científicos, mas em empresas de verdade.”

Agora, tendências econômicas mais amplas se unem para apoiar o mercado. O custo da energia de fontes renováveis diminuiu ao longo dos últimos 10 anos. A Lei de Redução da Inflação, aprovada em 2022 nos EUA, destinou US$ 370 bilhões às despesas relacionadas com mudanças climáticas.

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Mudança no foco

As grandes corporações também levararam ações com foco no clima para a sala da diretoria, com 91% da economia global hoje envolvidas com algum tipo de promessa para “zerar as emissões líquidas”, de acordo com o Net Zero Tracker, um site sem fins lucrativos.

O custo da energia de fontes renováveis diminuiu ao longo dos últimos 10 anos Foto: Leah Nash/The New York Times
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Pelo menos 135 fundos focados em investimentos relacionados com o clima, com US$ 94 bilhões sob gestão, foram criados desde 2021, segundo a newsletter Climate Tech VC. As maiores empresas de investimento em tecnologia – como Sequoia Capital, Khosla Ventures, General Atlantic e TPG – aumentaram suas apostas em empresas de tecnologias para o combate às mudanças climáticas, assim como investidores empresariais, como a Salesforce e a United Airlines.

Momento

Muitos do setor, porém, estão cautelosos com os riscos de tanto dinheiro estar indo para startups voltadas ao combate das mudanças climáticas com avaliações inflacionadas. Alguns temem que o entusiasmo leve a mais “lavagem verde” (greenwashing) – quando as empresas promovem ideias sustentáveis, mas, na prática, não fazem nada para diminuir ou solucionar os problemas relacionados ao impacto ambiental – e a conflitos internos sobre qual solução é melhor e que, no fim, acabam apenas prejudicando a credibilidade do setor.

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Mas as apostas estão altas demais para serem duvidosas, dizem os empresários e investidores do setor. “Há uma batalha maior para se lutar”, disse Elisa Jagerson, investidora da Wildcat Venture Partners.

Além disso, os fundadores dizem que os negócios estão bombando porque clientes em potencial enfrentam mais pressão externa para se tornar ecologicamente sustentáveis. Olya Irzak, uma das fundadoras do Frost Methane Labs, que ajuda a reduzir os vazamentos de metano das minas de carvão e de outras fontes naturais, orienta pessoas que querem trabalhar em empresas de soluções climáticas há quase uma década. No entanto, durante a pandemia, mais pessoas começaram a contatá-la e a se interessar por sua lista anual de startups voltadas ao combate das mudanças climáticas, disse ela.

“As pessoas estavam passando muito tempo em casa e se fazendo várias perguntas difíceis”, afirmou Olya. Foi quando o banco de talentos do setor de tecnologia começou a mudar drasticamente.”

Conforme as empresas de tecnologia cortam regalias e postos de trabalho, muitos profissionais começaram a se questionar se o local de trabalho estava de fato tornando o mundo um lugar melhor. O resultado? Vários deles estão migrando para startups voltadas para questões climáticas e ambientais e os cheques dos investidores parecem estar acompanhando esse movimento.

No ano passado, as startups com soluções para as mudanças climáticas nos EUA arrecadaram aproximadamente US$ 20 bilhões, superando a alta de 2021, de US$ 18 bilhões – e quase triplicando os US$ 7 bilhões de 2020, de acordo com o site Crunchbase, que monitora e fornece dados sobre o mercado. Pelo menos 83 empresas com foco nas mudanças climáticas em todo o mundo estão avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, de acordo com a empresa de pesquisa HolonIQ.

Apesar das preocupações com uma recessão, o entusiasmo em torno dessas startups permanece intacto. Laurence D. Fink, CEO da empresa de investimento BlackRock, declarou recentemente que mais de mil “unicórnios” delas, como são chamadas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, estavam prestes a surgir.

“Não há ramo de atividade que não seja afetado pelo clima”, disse Chris Sacca, um dos fundadores da Lowercarbon Capital, empresa de capital de risco cujo foco são as questões climáticas. “Isso também é uma oportunidade.”

A dinâmica e o entusiasmo, segundo os investidores, são diferentes daqueles do boom das tecnologias limpas em meados dos anos 2000, quando eles investiram dinheiro num grupo de empresas de tecnologias menos poluentes que dependiam de subsídios do governo. Várias daquelas startups acabaram falindo.

“Muitas lições foram aprendidas com a primeira onda de empresas de tecnologia limpa”, disse Ben Marcus, investidor da empresa de capital de risco UP.Partners. “Não queremos investir apenas em projetos científicos, mas em empresas de verdade.”

Agora, tendências econômicas mais amplas se unem para apoiar o mercado. O custo da energia de fontes renováveis diminuiu ao longo dos últimos 10 anos. A Lei de Redução da Inflação, aprovada em 2022 nos EUA, destinou US$ 370 bilhões às despesas relacionadas com mudanças climáticas.

Mudança no foco

As grandes corporações também levararam ações com foco no clima para a sala da diretoria, com 91% da economia global hoje envolvidas com algum tipo de promessa para “zerar as emissões líquidas”, de acordo com o Net Zero Tracker, um site sem fins lucrativos.

O custo da energia de fontes renováveis diminuiu ao longo dos últimos 10 anos Foto: Leah Nash/The New York Times

Pelo menos 135 fundos focados em investimentos relacionados com o clima, com US$ 94 bilhões sob gestão, foram criados desde 2021, segundo a newsletter Climate Tech VC. As maiores empresas de investimento em tecnologia – como Sequoia Capital, Khosla Ventures, General Atlantic e TPG – aumentaram suas apostas em empresas de tecnologias para o combate às mudanças climáticas, assim como investidores empresariais, como a Salesforce e a United Airlines.

Momento

Muitos do setor, porém, estão cautelosos com os riscos de tanto dinheiro estar indo para startups voltadas ao combate das mudanças climáticas com avaliações inflacionadas. Alguns temem que o entusiasmo leve a mais “lavagem verde” (greenwashing) – quando as empresas promovem ideias sustentáveis, mas, na prática, não fazem nada para diminuir ou solucionar os problemas relacionados ao impacto ambiental – e a conflitos internos sobre qual solução é melhor e que, no fim, acabam apenas prejudicando a credibilidade do setor.

Mas as apostas estão altas demais para serem duvidosas, dizem os empresários e investidores do setor. “Há uma batalha maior para se lutar”, disse Elisa Jagerson, investidora da Wildcat Venture Partners.

Além disso, os fundadores dizem que os negócios estão bombando porque clientes em potencial enfrentam mais pressão externa para se tornar ecologicamente sustentáveis. Olya Irzak, uma das fundadoras do Frost Methane Labs, que ajuda a reduzir os vazamentos de metano das minas de carvão e de outras fontes naturais, orienta pessoas que querem trabalhar em empresas de soluções climáticas há quase uma década. No entanto, durante a pandemia, mais pessoas começaram a contatá-la e a se interessar por sua lista anual de startups voltadas ao combate das mudanças climáticas, disse ela.

“As pessoas estavam passando muito tempo em casa e se fazendo várias perguntas difíceis”, afirmou Olya. Foi quando o banco de talentos do setor de tecnologia começou a mudar drasticamente.”

Conforme as empresas de tecnologia cortam regalias e postos de trabalho, muitos profissionais começaram a se questionar se o local de trabalho estava de fato tornando o mundo um lugar melhor. O resultado? Vários deles estão migrando para startups voltadas para questões climáticas e ambientais e os cheques dos investidores parecem estar acompanhando esse movimento.

No ano passado, as startups com soluções para as mudanças climáticas nos EUA arrecadaram aproximadamente US$ 20 bilhões, superando a alta de 2021, de US$ 18 bilhões – e quase triplicando os US$ 7 bilhões de 2020, de acordo com o site Crunchbase, que monitora e fornece dados sobre o mercado. Pelo menos 83 empresas com foco nas mudanças climáticas em todo o mundo estão avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, de acordo com a empresa de pesquisa HolonIQ.

Apesar das preocupações com uma recessão, o entusiasmo em torno dessas startups permanece intacto. Laurence D. Fink, CEO da empresa de investimento BlackRock, declarou recentemente que mais de mil “unicórnios” delas, como são chamadas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, estavam prestes a surgir.

“Não há ramo de atividade que não seja afetado pelo clima”, disse Chris Sacca, um dos fundadores da Lowercarbon Capital, empresa de capital de risco cujo foco são as questões climáticas. “Isso também é uma oportunidade.”

A dinâmica e o entusiasmo, segundo os investidores, são diferentes daqueles do boom das tecnologias limpas em meados dos anos 2000, quando eles investiram dinheiro num grupo de empresas de tecnologias menos poluentes que dependiam de subsídios do governo. Várias daquelas startups acabaram falindo.

“Muitas lições foram aprendidas com a primeira onda de empresas de tecnologia limpa”, disse Ben Marcus, investidor da empresa de capital de risco UP.Partners. “Não queremos investir apenas em projetos científicos, mas em empresas de verdade.”

Agora, tendências econômicas mais amplas se unem para apoiar o mercado. O custo da energia de fontes renováveis diminuiu ao longo dos últimos 10 anos. A Lei de Redução da Inflação, aprovada em 2022 nos EUA, destinou US$ 370 bilhões às despesas relacionadas com mudanças climáticas.

Mudança no foco

As grandes corporações também levararam ações com foco no clima para a sala da diretoria, com 91% da economia global hoje envolvidas com algum tipo de promessa para “zerar as emissões líquidas”, de acordo com o Net Zero Tracker, um site sem fins lucrativos.

O custo da energia de fontes renováveis diminuiu ao longo dos últimos 10 anos Foto: Leah Nash/The New York Times

Pelo menos 135 fundos focados em investimentos relacionados com o clima, com US$ 94 bilhões sob gestão, foram criados desde 2021, segundo a newsletter Climate Tech VC. As maiores empresas de investimento em tecnologia – como Sequoia Capital, Khosla Ventures, General Atlantic e TPG – aumentaram suas apostas em empresas de tecnologias para o combate às mudanças climáticas, assim como investidores empresariais, como a Salesforce e a United Airlines.

Momento

Muitos do setor, porém, estão cautelosos com os riscos de tanto dinheiro estar indo para startups voltadas ao combate das mudanças climáticas com avaliações inflacionadas. Alguns temem que o entusiasmo leve a mais “lavagem verde” (greenwashing) – quando as empresas promovem ideias sustentáveis, mas, na prática, não fazem nada para diminuir ou solucionar os problemas relacionados ao impacto ambiental – e a conflitos internos sobre qual solução é melhor e que, no fim, acabam apenas prejudicando a credibilidade do setor.

Mas as apostas estão altas demais para serem duvidosas, dizem os empresários e investidores do setor. “Há uma batalha maior para se lutar”, disse Elisa Jagerson, investidora da Wildcat Venture Partners.

Além disso, os fundadores dizem que os negócios estão bombando porque clientes em potencial enfrentam mais pressão externa para se tornar ecologicamente sustentáveis. Olya Irzak, uma das fundadoras do Frost Methane Labs, que ajuda a reduzir os vazamentos de metano das minas de carvão e de outras fontes naturais, orienta pessoas que querem trabalhar em empresas de soluções climáticas há quase uma década. No entanto, durante a pandemia, mais pessoas começaram a contatá-la e a se interessar por sua lista anual de startups voltadas ao combate das mudanças climáticas, disse ela.

“As pessoas estavam passando muito tempo em casa e se fazendo várias perguntas difíceis”, afirmou Olya. Foi quando o banco de talentos do setor de tecnologia começou a mudar drasticamente.”

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