Startups ‘unicórnios’ do Brasil demitiram quase 4 mil funcionários em 2022


Conhecidas pelas contratações, empresas de tecnologia sofreram ao longo do ano

Por Guilherme Guerra

A retração no mercado de tecnologia, que afeta principalmente as startups de crescimento rápido, reduziu investimentos na área e, principalmente, forçou essas companhias a reajustar a rota. Após movimentos agressivos de expansão durante a pandemia, as demissões se tornaram uma realidade para um setor que ficou conhecido por contratações.

Pelo menos 3,9 mil pessoas foram demitidas em massa de startups do Brasil, segundo levantamento do Estadão, que reuniu os números a partir das reportagens publicadas ao longo de 2022. O número trata apenas dos “unicórnios”, startups com avaliação de mercado superior a US$ 1 bilhão – no País, há 24 dessas companhias. A conta leva também em consideração os cortes no unicórnio mexicano Kavak, que tem no Brasil o seu principal mercado e demitiu 300 pessoas por aqui no primeiro semestre.

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A Loft, que atua na área de compra e venda de imóveis, é quem lidera o ranking, com 855 demissões. Ao longo do ano, foram realizadas três rodadas de cortes, com cerca de 12% do quadro afetado em cada uma delas. A companhia afirma que as dispensas foram para otimizar o negócio, após aquisições de outras companhias durante a pandemia.

No Brasil, as demissões em unicórnios tiveram início em abril, quando o QuintoAndar (também do ramo imobiliário) dispensou 160 pessoas após bancar um patrocínio inédito no Big Brother Brasil. Em seguida, empresas como Facily (300 pessoas), Mercado Bitcoin (190 pessoas), Ebanx (340 pessoas), Loggi (540 pessoas) e Hotmart (240 pessoas) engrossaram o caldo das demissões.

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No levantamento, das 24 startups nacionais consideradas unicórnios, 16 realizaram grandes cortes com fins de enxugamento de custos. O quadro, porém, é ainda pior para o mercado de startups.

Embora tenham menos funcionários e operem com menor custo, as startups menores, que ainda não são unicórnios, também realizaram diversos cortes ao longo do ano. A healthtech Alice cortou mais de 170 pessoas até dezembro, enquanto a Buser enxugou em 30% o pessoal, cerca de 165 funcionários. Esses números, no entanto, não compõem o levantamento do Estadão.

Crise nas startups

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Conhecidas por contratar centenas de funcionários ao mês, as startups têm realizado centenas de demissões pelo mundo – o fenômeno não é exclusivo do Brasil. O período tem sido batizado de “inverno das startups”, após a onda positiva causada pela digitalização da pandemia nos últimos dois anos.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão nos últimos meses, as demissões ocorrem como reajuste de rota em meio à alta global nos preços e à guerra da Ucrânia, que desorganiza a cadeia produtiva mundial. Nesse cenário, investidores viram as costas para investimentos de risco, como startups. Com isso, levantar rodadas tem sido mais difícil do que durante a pandemia, quando o apetite dos investidores por risco era maior.

'Unicórnios' brasileiros fizeram grandes demissões em 2022  Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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O processo tem sido especialmente duro com as startups maiores, que estão no momento conhecido como “late stage”. Nesse estágio de maturidade, as empresas queimam dinheiro velozmente na tentativa de crescer e ganhar mercado - sem o dinheiro, elas precisam preservar caixa para sobreviver.

Entre os unicórnios nacionais que já fizeram demissões em massa em 2022 estão 99, Loggi, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, MadeiraMadeira, Mercado Bitcoin, Olist, Unico, Hotmart, Dock e Wildlife. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também fez cortes severos na operação brasileira.

Fundos de investimento alertaram as startups sobre o cenário desafiador nos primeiros meses do ano. O investidor Masayoshi Son, presidente do SoftBank, um dos maiores investidores de startups no Brasil, disse em abril que o conglomerado japonês deve reduzir os investimentos em empresas de tecnologia neste ano.

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A aceleradora Y Combinator, uma das mais conhecidas no Vale do Silício, recomendou que as startups reavaliassem suas finanças e que ficassem prontos para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. “Crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a gestora na carta.

A retração no mercado de tecnologia, que afeta principalmente as startups de crescimento rápido, reduziu investimentos na área e, principalmente, forçou essas companhias a reajustar a rota. Após movimentos agressivos de expansão durante a pandemia, as demissões se tornaram uma realidade para um setor que ficou conhecido por contratações.

Pelo menos 3,9 mil pessoas foram demitidas em massa de startups do Brasil, segundo levantamento do Estadão, que reuniu os números a partir das reportagens publicadas ao longo de 2022. O número trata apenas dos “unicórnios”, startups com avaliação de mercado superior a US$ 1 bilhão – no País, há 24 dessas companhias. A conta leva também em consideração os cortes no unicórnio mexicano Kavak, que tem no Brasil o seu principal mercado e demitiu 300 pessoas por aqui no primeiro semestre.

A Loft, que atua na área de compra e venda de imóveis, é quem lidera o ranking, com 855 demissões. Ao longo do ano, foram realizadas três rodadas de cortes, com cerca de 12% do quadro afetado em cada uma delas. A companhia afirma que as dispensas foram para otimizar o negócio, após aquisições de outras companhias durante a pandemia.

No Brasil, as demissões em unicórnios tiveram início em abril, quando o QuintoAndar (também do ramo imobiliário) dispensou 160 pessoas após bancar um patrocínio inédito no Big Brother Brasil. Em seguida, empresas como Facily (300 pessoas), Mercado Bitcoin (190 pessoas), Ebanx (340 pessoas), Loggi (540 pessoas) e Hotmart (240 pessoas) engrossaram o caldo das demissões.

No levantamento, das 24 startups nacionais consideradas unicórnios, 16 realizaram grandes cortes com fins de enxugamento de custos. O quadro, porém, é ainda pior para o mercado de startups.

Embora tenham menos funcionários e operem com menor custo, as startups menores, que ainda não são unicórnios, também realizaram diversos cortes ao longo do ano. A healthtech Alice cortou mais de 170 pessoas até dezembro, enquanto a Buser enxugou em 30% o pessoal, cerca de 165 funcionários. Esses números, no entanto, não compõem o levantamento do Estadão.

Crise nas startups

Conhecidas por contratar centenas de funcionários ao mês, as startups têm realizado centenas de demissões pelo mundo – o fenômeno não é exclusivo do Brasil. O período tem sido batizado de “inverno das startups”, após a onda positiva causada pela digitalização da pandemia nos últimos dois anos.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão nos últimos meses, as demissões ocorrem como reajuste de rota em meio à alta global nos preços e à guerra da Ucrânia, que desorganiza a cadeia produtiva mundial. Nesse cenário, investidores viram as costas para investimentos de risco, como startups. Com isso, levantar rodadas tem sido mais difícil do que durante a pandemia, quando o apetite dos investidores por risco era maior.

'Unicórnios' brasileiros fizeram grandes demissões em 2022  Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O processo tem sido especialmente duro com as startups maiores, que estão no momento conhecido como “late stage”. Nesse estágio de maturidade, as empresas queimam dinheiro velozmente na tentativa de crescer e ganhar mercado - sem o dinheiro, elas precisam preservar caixa para sobreviver.

Entre os unicórnios nacionais que já fizeram demissões em massa em 2022 estão 99, Loggi, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, MadeiraMadeira, Mercado Bitcoin, Olist, Unico, Hotmart, Dock e Wildlife. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também fez cortes severos na operação brasileira.

Fundos de investimento alertaram as startups sobre o cenário desafiador nos primeiros meses do ano. O investidor Masayoshi Son, presidente do SoftBank, um dos maiores investidores de startups no Brasil, disse em abril que o conglomerado japonês deve reduzir os investimentos em empresas de tecnologia neste ano.

A aceleradora Y Combinator, uma das mais conhecidas no Vale do Silício, recomendou que as startups reavaliassem suas finanças e que ficassem prontos para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. “Crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a gestora na carta.

A retração no mercado de tecnologia, que afeta principalmente as startups de crescimento rápido, reduziu investimentos na área e, principalmente, forçou essas companhias a reajustar a rota. Após movimentos agressivos de expansão durante a pandemia, as demissões se tornaram uma realidade para um setor que ficou conhecido por contratações.

Pelo menos 3,9 mil pessoas foram demitidas em massa de startups do Brasil, segundo levantamento do Estadão, que reuniu os números a partir das reportagens publicadas ao longo de 2022. O número trata apenas dos “unicórnios”, startups com avaliação de mercado superior a US$ 1 bilhão – no País, há 24 dessas companhias. A conta leva também em consideração os cortes no unicórnio mexicano Kavak, que tem no Brasil o seu principal mercado e demitiu 300 pessoas por aqui no primeiro semestre.

A Loft, que atua na área de compra e venda de imóveis, é quem lidera o ranking, com 855 demissões. Ao longo do ano, foram realizadas três rodadas de cortes, com cerca de 12% do quadro afetado em cada uma delas. A companhia afirma que as dispensas foram para otimizar o negócio, após aquisições de outras companhias durante a pandemia.

No Brasil, as demissões em unicórnios tiveram início em abril, quando o QuintoAndar (também do ramo imobiliário) dispensou 160 pessoas após bancar um patrocínio inédito no Big Brother Brasil. Em seguida, empresas como Facily (300 pessoas), Mercado Bitcoin (190 pessoas), Ebanx (340 pessoas), Loggi (540 pessoas) e Hotmart (240 pessoas) engrossaram o caldo das demissões.

No levantamento, das 24 startups nacionais consideradas unicórnios, 16 realizaram grandes cortes com fins de enxugamento de custos. O quadro, porém, é ainda pior para o mercado de startups.

Embora tenham menos funcionários e operem com menor custo, as startups menores, que ainda não são unicórnios, também realizaram diversos cortes ao longo do ano. A healthtech Alice cortou mais de 170 pessoas até dezembro, enquanto a Buser enxugou em 30% o pessoal, cerca de 165 funcionários. Esses números, no entanto, não compõem o levantamento do Estadão.

Crise nas startups

Conhecidas por contratar centenas de funcionários ao mês, as startups têm realizado centenas de demissões pelo mundo – o fenômeno não é exclusivo do Brasil. O período tem sido batizado de “inverno das startups”, após a onda positiva causada pela digitalização da pandemia nos últimos dois anos.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão nos últimos meses, as demissões ocorrem como reajuste de rota em meio à alta global nos preços e à guerra da Ucrânia, que desorganiza a cadeia produtiva mundial. Nesse cenário, investidores viram as costas para investimentos de risco, como startups. Com isso, levantar rodadas tem sido mais difícil do que durante a pandemia, quando o apetite dos investidores por risco era maior.

'Unicórnios' brasileiros fizeram grandes demissões em 2022  Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O processo tem sido especialmente duro com as startups maiores, que estão no momento conhecido como “late stage”. Nesse estágio de maturidade, as empresas queimam dinheiro velozmente na tentativa de crescer e ganhar mercado - sem o dinheiro, elas precisam preservar caixa para sobreviver.

Entre os unicórnios nacionais que já fizeram demissões em massa em 2022 estão 99, Loggi, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, MadeiraMadeira, Mercado Bitcoin, Olist, Unico, Hotmart, Dock e Wildlife. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também fez cortes severos na operação brasileira.

Fundos de investimento alertaram as startups sobre o cenário desafiador nos primeiros meses do ano. O investidor Masayoshi Son, presidente do SoftBank, um dos maiores investidores de startups no Brasil, disse em abril que o conglomerado japonês deve reduzir os investimentos em empresas de tecnologia neste ano.

A aceleradora Y Combinator, uma das mais conhecidas no Vale do Silício, recomendou que as startups reavaliassem suas finanças e que ficassem prontos para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. “Crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a gestora na carta.

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