‘Unicórnio’ Loft demite 340 em 4ª rodada de cortes; total é de 1.195 desde 2022


Companhia de compra e venda de imóveis é a startup que mais demitiu no Brasil

Por Guilherme Guerra
Atualização:

A startup imobiliária Loft, especializada em compra e venda de imóveis, dispensou 340 funcionários (cerca de 15% de um quadro de 2,2 mil pessoas) nesta sexta-feira, 3, confirmou a empresa ao Estadão. Trata-se da quarta rodada de demissões em massa da companhia, que já soma mais de 1.195 demitidos desde abril de 2022.

Publicações na rede social corporativa LinkedIn surgiram na manhã desta sexta, com ex-funcionários de diversas áreas (como tecnologia, operações, relacionamento com cliente e jurídico) publicando a dispensa e anunciando a busca por emprego.

continua após a publicidade

“O movimento de hoje se concentra nas equipes administrativas ou focadas em projetos com prazo de maturação mais longo. O objetivo é adequar custos e despesas do Grupo Loft num contexto econômico local e global mais desafiador para as empresas de tecnologia do que poderia ter sido previsto”, informa a empresa em nota à reportagem.

As pessoas demitidas devem receber extensão do plano de saúde por mais dois meses, incluindo dependentes, apoio no processo de recolocação profissional e facilitação no plano de stock-options se elegível.

A startup frisa que os serviços da empresa seguem “sem alteração” após os cortes.

continua após a publicidade

Nos últimos meses, a Loft já havia demitido 159 pessoas em abril de 2022, 380 pessoas em julho e 312 em dezembro. Em 2022, foi a empresa que mais demitiu entre as startups do País.

Mate Pencz é um dos fundadores da Loft, startup do mercado imobiliário Foto: Tiago Queiroz/Estadão

‘Unicórnio’ da compra e venda de imóveis

continua após a publicidade

A Loft faz parte do seleto clube dos “unicórnios”, nome dado às startups com avaliação de mercado acima de US$ 1 bilhão. Fundada em 2019 por , a firma brasileira recebeu valuation de US$ 2,9 bilhões em abril de 2021 após levantar US$ 525 milhões.

Nos meses seguintes, a startup comprou a fintech CredPago, que elimina a figura do fiador na locação de imóveis, e a startup CrediHome no mês seguinte, especializada em crédito. Em dezembro de 2021, a Loft comprou o portal de listagem de imóveis 123i e realizou parcerias com as imobiliárias Mirantte e Zimmerman. Em março de 2022, comprou a Vista, que fornece software de gestão para imobiliárias.

Ao mesmo tempo, a Loft vem aumentando a atuação pelo Brasil. Na semana passada, a companhia anunciou a expansão pelo interior de São Paulo e Rio Grande do Sul, totalizando 28 municípios no Brasil. Para esse crescimento, a empresa tem adotado o que chama de expansão “com custo reduzido e eficiente”, graças ao projeto de parcerias com imobiliárias locais.

continua após a publicidade

Em agosto, a Loft se desfez da Nomah, startup brasileira de estadia curta adquirida em julho de 2020 e que se fundiu com a mexicana e rival Casai — em janeiro de 2023, as duas empresas encerraram as operações no Brasil em meio a atrasos de pagamentos.

Crise é grande entre ‘unicórnios’

Conhecidas por contratar centenas de funcionários ao mês, as startups têm realizado centenas de demissões pelo mundo — o fenômeno não é exclusivo do Brasil. O período tem sido batizado de “inverno das startups”, após a onda positiva causada pela digitalização da pandemia nos últimos dois anos.

continua após a publicidade

Segundo especialistas consultados pelo Estadão nos últimos meses, as demissões ocorrem como reajuste de rota em meio à alta global nos preços e à guerra da Ucrânia, que desorganiza a cadeia produtiva mundial. Nesse cenário, investidores viram as costas para investimentos de risco, como startups. Com isso, levantar rodadas tem sido mais difícil do que durante a pandemia, quando o apetite dos investidores por risco era maior.

O processo tem sido especialmente duro com as startups maiores, que estão no momento conhecido como “late stage”. Nesse estágio de maturidade, as empresas queimam dinheiro velozmente na tentativa de crescer e ganhar mercado - sem o dinheiro, elas precisam preservar caixa para sobreviver.

Entre os unicórnios nacionais que já fizeram demissões em massa nos últimos meses estão 99, Loggi, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, MadeiraMadeira, Mercado Bitcoin, Olist, Unico, Hotmart, Dock e Wildlife. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também fez cortes severos na operação brasileira. O mais recente dos unicórnios a demitir foi o iFood, que dispensou 355 pessoas.

A startup imobiliária Loft, especializada em compra e venda de imóveis, dispensou 340 funcionários (cerca de 15% de um quadro de 2,2 mil pessoas) nesta sexta-feira, 3, confirmou a empresa ao Estadão. Trata-se da quarta rodada de demissões em massa da companhia, que já soma mais de 1.195 demitidos desde abril de 2022.

Publicações na rede social corporativa LinkedIn surgiram na manhã desta sexta, com ex-funcionários de diversas áreas (como tecnologia, operações, relacionamento com cliente e jurídico) publicando a dispensa e anunciando a busca por emprego.

“O movimento de hoje se concentra nas equipes administrativas ou focadas em projetos com prazo de maturação mais longo. O objetivo é adequar custos e despesas do Grupo Loft num contexto econômico local e global mais desafiador para as empresas de tecnologia do que poderia ter sido previsto”, informa a empresa em nota à reportagem.

As pessoas demitidas devem receber extensão do plano de saúde por mais dois meses, incluindo dependentes, apoio no processo de recolocação profissional e facilitação no plano de stock-options se elegível.

A startup frisa que os serviços da empresa seguem “sem alteração” após os cortes.

Nos últimos meses, a Loft já havia demitido 159 pessoas em abril de 2022, 380 pessoas em julho e 312 em dezembro. Em 2022, foi a empresa que mais demitiu entre as startups do País.

Mate Pencz é um dos fundadores da Loft, startup do mercado imobiliário Foto: Tiago Queiroz/Estadão

‘Unicórnio’ da compra e venda de imóveis

A Loft faz parte do seleto clube dos “unicórnios”, nome dado às startups com avaliação de mercado acima de US$ 1 bilhão. Fundada em 2019 por , a firma brasileira recebeu valuation de US$ 2,9 bilhões em abril de 2021 após levantar US$ 525 milhões.

Nos meses seguintes, a startup comprou a fintech CredPago, que elimina a figura do fiador na locação de imóveis, e a startup CrediHome no mês seguinte, especializada em crédito. Em dezembro de 2021, a Loft comprou o portal de listagem de imóveis 123i e realizou parcerias com as imobiliárias Mirantte e Zimmerman. Em março de 2022, comprou a Vista, que fornece software de gestão para imobiliárias.

Ao mesmo tempo, a Loft vem aumentando a atuação pelo Brasil. Na semana passada, a companhia anunciou a expansão pelo interior de São Paulo e Rio Grande do Sul, totalizando 28 municípios no Brasil. Para esse crescimento, a empresa tem adotado o que chama de expansão “com custo reduzido e eficiente”, graças ao projeto de parcerias com imobiliárias locais.

Em agosto, a Loft se desfez da Nomah, startup brasileira de estadia curta adquirida em julho de 2020 e que se fundiu com a mexicana e rival Casai — em janeiro de 2023, as duas empresas encerraram as operações no Brasil em meio a atrasos de pagamentos.

Crise é grande entre ‘unicórnios’

Conhecidas por contratar centenas de funcionários ao mês, as startups têm realizado centenas de demissões pelo mundo — o fenômeno não é exclusivo do Brasil. O período tem sido batizado de “inverno das startups”, após a onda positiva causada pela digitalização da pandemia nos últimos dois anos.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão nos últimos meses, as demissões ocorrem como reajuste de rota em meio à alta global nos preços e à guerra da Ucrânia, que desorganiza a cadeia produtiva mundial. Nesse cenário, investidores viram as costas para investimentos de risco, como startups. Com isso, levantar rodadas tem sido mais difícil do que durante a pandemia, quando o apetite dos investidores por risco era maior.

O processo tem sido especialmente duro com as startups maiores, que estão no momento conhecido como “late stage”. Nesse estágio de maturidade, as empresas queimam dinheiro velozmente na tentativa de crescer e ganhar mercado - sem o dinheiro, elas precisam preservar caixa para sobreviver.

Entre os unicórnios nacionais que já fizeram demissões em massa nos últimos meses estão 99, Loggi, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, MadeiraMadeira, Mercado Bitcoin, Olist, Unico, Hotmart, Dock e Wildlife. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também fez cortes severos na operação brasileira. O mais recente dos unicórnios a demitir foi o iFood, que dispensou 355 pessoas.

A startup imobiliária Loft, especializada em compra e venda de imóveis, dispensou 340 funcionários (cerca de 15% de um quadro de 2,2 mil pessoas) nesta sexta-feira, 3, confirmou a empresa ao Estadão. Trata-se da quarta rodada de demissões em massa da companhia, que já soma mais de 1.195 demitidos desde abril de 2022.

Publicações na rede social corporativa LinkedIn surgiram na manhã desta sexta, com ex-funcionários de diversas áreas (como tecnologia, operações, relacionamento com cliente e jurídico) publicando a dispensa e anunciando a busca por emprego.

“O movimento de hoje se concentra nas equipes administrativas ou focadas em projetos com prazo de maturação mais longo. O objetivo é adequar custos e despesas do Grupo Loft num contexto econômico local e global mais desafiador para as empresas de tecnologia do que poderia ter sido previsto”, informa a empresa em nota à reportagem.

As pessoas demitidas devem receber extensão do plano de saúde por mais dois meses, incluindo dependentes, apoio no processo de recolocação profissional e facilitação no plano de stock-options se elegível.

A startup frisa que os serviços da empresa seguem “sem alteração” após os cortes.

Nos últimos meses, a Loft já havia demitido 159 pessoas em abril de 2022, 380 pessoas em julho e 312 em dezembro. Em 2022, foi a empresa que mais demitiu entre as startups do País.

Mate Pencz é um dos fundadores da Loft, startup do mercado imobiliário Foto: Tiago Queiroz/Estadão

‘Unicórnio’ da compra e venda de imóveis

A Loft faz parte do seleto clube dos “unicórnios”, nome dado às startups com avaliação de mercado acima de US$ 1 bilhão. Fundada em 2019 por , a firma brasileira recebeu valuation de US$ 2,9 bilhões em abril de 2021 após levantar US$ 525 milhões.

Nos meses seguintes, a startup comprou a fintech CredPago, que elimina a figura do fiador na locação de imóveis, e a startup CrediHome no mês seguinte, especializada em crédito. Em dezembro de 2021, a Loft comprou o portal de listagem de imóveis 123i e realizou parcerias com as imobiliárias Mirantte e Zimmerman. Em março de 2022, comprou a Vista, que fornece software de gestão para imobiliárias.

Ao mesmo tempo, a Loft vem aumentando a atuação pelo Brasil. Na semana passada, a companhia anunciou a expansão pelo interior de São Paulo e Rio Grande do Sul, totalizando 28 municípios no Brasil. Para esse crescimento, a empresa tem adotado o que chama de expansão “com custo reduzido e eficiente”, graças ao projeto de parcerias com imobiliárias locais.

Em agosto, a Loft se desfez da Nomah, startup brasileira de estadia curta adquirida em julho de 2020 e que se fundiu com a mexicana e rival Casai — em janeiro de 2023, as duas empresas encerraram as operações no Brasil em meio a atrasos de pagamentos.

Crise é grande entre ‘unicórnios’

Conhecidas por contratar centenas de funcionários ao mês, as startups têm realizado centenas de demissões pelo mundo — o fenômeno não é exclusivo do Brasil. O período tem sido batizado de “inverno das startups”, após a onda positiva causada pela digitalização da pandemia nos últimos dois anos.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão nos últimos meses, as demissões ocorrem como reajuste de rota em meio à alta global nos preços e à guerra da Ucrânia, que desorganiza a cadeia produtiva mundial. Nesse cenário, investidores viram as costas para investimentos de risco, como startups. Com isso, levantar rodadas tem sido mais difícil do que durante a pandemia, quando o apetite dos investidores por risco era maior.

O processo tem sido especialmente duro com as startups maiores, que estão no momento conhecido como “late stage”. Nesse estágio de maturidade, as empresas queimam dinheiro velozmente na tentativa de crescer e ganhar mercado - sem o dinheiro, elas precisam preservar caixa para sobreviver.

Entre os unicórnios nacionais que já fizeram demissões em massa nos últimos meses estão 99, Loggi, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, MadeiraMadeira, Mercado Bitcoin, Olist, Unico, Hotmart, Dock e Wildlife. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também fez cortes severos na operação brasileira. O mais recente dos unicórnios a demitir foi o iFood, que dispensou 355 pessoas.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.