Para brigar com rivais, Via Varejo vira sócia do ‘hub’ de inovação Distrito


Dona da Casas Bahia investe em grupo com conexão a 300 startups; meta é recuperar terreno em corrida tecnológica e disputar clientes com varejistas estrangeiras, como a Amazon, e brasileiras, como o Magalu

Por Talita Nascimento, Bruno Romani e Giovanna Wolf

Após comprar três empresas ao longo de 2020, a Via Varejo anunciou nesta segunda-feira, 9, um investimento na firma de inovação aberta Distrito. A operação não teve valor divulgado, mas deu ao grupo dono de Casas Bahia e Pontofrio 16,67% do capital da companhia, que tem centros para startups em São Paulo e Curitiba, além de uma forte área de dados sobre o ecossistema de inovação brasileiro. Mais do que apenas um cheque, é uma tentativa da varejista de ganhar terreno em uma corrida tecnológica no seu setor, cada vez mais disputado no Brasil não só por rivais locais como o Magalu, mas também por gigantes da tecnologia como Amazon e Alibaba

Segundo o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, a estratégia do investimento é fazer parte de um “hub de inovação” em vez de buscar aquisições “startup a startup”. Com o aporte na Distrito, a varejista terá contato direto com cerca de 300 empresas, estima o mercado. Para Fulcherberger, as inovações geradas na Distrito podem trazer avanços em vertentes para além do varejo – em entrevista coletiva realizada pela manhã, o executivo não deixou claro, porém, quais inovações exatamente devem acontecer na empresa daqui para frente. 

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Via Varejo anuncia aporte na Distrito Foto: Via Varejo

A se julgar pelas aquisições recentes da empresa, as apostas devem se concentrar nas áreas de logística e finanças. Em abril, a companhia adquiriu a AsapLog, do ramo de entregas. No mês seguinte, a empresa arrematou 100% das ações do BanQi, serviço de conta digital que havia fundado a uma companhia do Vale do Silício em 2019. Em outubro, foi a vez da startup de comércio eletrônico I9XP. 

É uma forma de fazer frente a rivais como o Magazine Luiza, que também fez diversas compras neste ano, em setores como marketing digital e delivery de comida. Enquanto isso, a Amazon anunciou nesta segunda-feira três novos Centros de Distribuição no País; já a chinesa Alibaba prepara nesta semana uma grande ação no varejo local com o Dia dos Solteiros – a data é tradicional no país asiático e é comemorada na próxima quarta-feira. 

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“Estamos tirando a diferença do que tem no mercado e avançando”, disse Fulcherberger. O mercado está atento às tentativas da gigante rumo a uma atuação mais tecnológica. No ano, os papéis da empresa acumulam alta de 66% na Bolsa. 

Na visão de Guilherme Fowler, professor de empreendedorismo do Insper, a transação reduz o risco de inércia da gigante ao se aproximar do mundo digital. “A Distrito vai servir como intermediário qualificado, fazendo curadoria para a Via Varejo, olhando não só compras, mas também parcerias, fornecedores e contratos de exclusividade”, diz. Para ele, o gesto lembra o de outras empresas, como o do Itaú, que mantém o centro de startups Cubo. “Não tem fórmula certa. A Magalu faz isso bem internamente, mas a Via Varejo entendeu que era melhor olhar para fora”, afirma o pesquisador. 

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o movimento é “correto, ousado e diferente”. “Normalmente, nesses hubs é possível ter acesso e preferência nas startups. Na prática, é um investimento direto no atacado de startups futuras. Elas podem ser adquiridas parcial ou completamente pela Via Varejo no futuro”, explica. Na visão dele, o mercado vive uma “corrida do ouro” tecnológica. 

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Crescimento

O investimento da Via Varejo é o primeiro aporte externo recebido pela Distrito, fundado em 2014 e com trabalhos em diferentes áreas, como finanças, marketing e varejo. Com o dinheiro, o Distrito espera acelerar o seu plano se plataforma digital para atender startups e empresas interessadas em parcerias. 

Antes da pandemia, as empresas que participavam dos programas de aceleração da Distrito precisavam estar em uma das quatro localidades físicas da companhia – três em São Paulo e uma em Curitiba. Agora o programa Distrito for Startups ocorre em ambiente digital, o que permite a participação de empresas iniciantes de todo o Brasil. Assim, o Distrito praticamente dobrou o número de participantes: eram 144 em abril, e agora são 300. “As barreiras físicas foram quebradas”, afirmou Gustavo Araújo, cofundador da Distrito. 

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Da mesma forma, o time da Distrito deve crescer em breve. Atualmente, são 88 funcionários, e há 30 vagas abertas. Mas a companhia projeta uma ampliação maior: “Vamos contratar mais gente, buscando um comando mais sênior”, disse Gustavo Gierun, o outro cofundador do Distrito. O movimento já começou recentemente: na semana passada, a companhia anunciou a chegada de David Laloum, ex-presidente executivo da agência Young & Rubicam, como seu novo sócio. 

Conflito

Para Fowler, do Insper, um dos desafios após o investimento é entender se a empresa de inovação poderá continuar atendendo clientes de diferentes setores. “Pode acontecer uma situação do que o Itaú faz com a XP”, projeta o pesquisador. 

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Já Terra afirma que o desafio da Via Varejo será atuar com governança capaz de manter a agilidade da Distrito. Sobre isso, o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, diz que o hub de inovação seguirá com liberdade e independência. “Funciona como as startups de bancos, mas essas instituições desenvolveram esses ecossistemas, enquanto a Via Varejo buscou um já existente. É um movimento diferente e que nenhuma concorrente fez ainda.” 

A preocupação também não está na mente dos sócios da Distrito. “Temos outros mantenedores [do Distrito] já enviando mensagens que entendem que há sinergias. Na nova economia, olhamos para o que nos junta, não o que nos separa”, disse Araújo.

Após comprar três empresas ao longo de 2020, a Via Varejo anunciou nesta segunda-feira, 9, um investimento na firma de inovação aberta Distrito. A operação não teve valor divulgado, mas deu ao grupo dono de Casas Bahia e Pontofrio 16,67% do capital da companhia, que tem centros para startups em São Paulo e Curitiba, além de uma forte área de dados sobre o ecossistema de inovação brasileiro. Mais do que apenas um cheque, é uma tentativa da varejista de ganhar terreno em uma corrida tecnológica no seu setor, cada vez mais disputado no Brasil não só por rivais locais como o Magalu, mas também por gigantes da tecnologia como Amazon e Alibaba

Segundo o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, a estratégia do investimento é fazer parte de um “hub de inovação” em vez de buscar aquisições “startup a startup”. Com o aporte na Distrito, a varejista terá contato direto com cerca de 300 empresas, estima o mercado. Para Fulcherberger, as inovações geradas na Distrito podem trazer avanços em vertentes para além do varejo – em entrevista coletiva realizada pela manhã, o executivo não deixou claro, porém, quais inovações exatamente devem acontecer na empresa daqui para frente. 

Via Varejo anuncia aporte na Distrito Foto: Via Varejo

A se julgar pelas aquisições recentes da empresa, as apostas devem se concentrar nas áreas de logística e finanças. Em abril, a companhia adquiriu a AsapLog, do ramo de entregas. No mês seguinte, a empresa arrematou 100% das ações do BanQi, serviço de conta digital que havia fundado a uma companhia do Vale do Silício em 2019. Em outubro, foi a vez da startup de comércio eletrônico I9XP. 

É uma forma de fazer frente a rivais como o Magazine Luiza, que também fez diversas compras neste ano, em setores como marketing digital e delivery de comida. Enquanto isso, a Amazon anunciou nesta segunda-feira três novos Centros de Distribuição no País; já a chinesa Alibaba prepara nesta semana uma grande ação no varejo local com o Dia dos Solteiros – a data é tradicional no país asiático e é comemorada na próxima quarta-feira. 

“Estamos tirando a diferença do que tem no mercado e avançando”, disse Fulcherberger. O mercado está atento às tentativas da gigante rumo a uma atuação mais tecnológica. No ano, os papéis da empresa acumulam alta de 66% na Bolsa. 

Na visão de Guilherme Fowler, professor de empreendedorismo do Insper, a transação reduz o risco de inércia da gigante ao se aproximar do mundo digital. “A Distrito vai servir como intermediário qualificado, fazendo curadoria para a Via Varejo, olhando não só compras, mas também parcerias, fornecedores e contratos de exclusividade”, diz. Para ele, o gesto lembra o de outras empresas, como o do Itaú, que mantém o centro de startups Cubo. “Não tem fórmula certa. A Magalu faz isso bem internamente, mas a Via Varejo entendeu que era melhor olhar para fora”, afirma o pesquisador. 

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o movimento é “correto, ousado e diferente”. “Normalmente, nesses hubs é possível ter acesso e preferência nas startups. Na prática, é um investimento direto no atacado de startups futuras. Elas podem ser adquiridas parcial ou completamente pela Via Varejo no futuro”, explica. Na visão dele, o mercado vive uma “corrida do ouro” tecnológica. 

Crescimento

O investimento da Via Varejo é o primeiro aporte externo recebido pela Distrito, fundado em 2014 e com trabalhos em diferentes áreas, como finanças, marketing e varejo. Com o dinheiro, o Distrito espera acelerar o seu plano se plataforma digital para atender startups e empresas interessadas em parcerias. 

Antes da pandemia, as empresas que participavam dos programas de aceleração da Distrito precisavam estar em uma das quatro localidades físicas da companhia – três em São Paulo e uma em Curitiba. Agora o programa Distrito for Startups ocorre em ambiente digital, o que permite a participação de empresas iniciantes de todo o Brasil. Assim, o Distrito praticamente dobrou o número de participantes: eram 144 em abril, e agora são 300. “As barreiras físicas foram quebradas”, afirmou Gustavo Araújo, cofundador da Distrito. 

Da mesma forma, o time da Distrito deve crescer em breve. Atualmente, são 88 funcionários, e há 30 vagas abertas. Mas a companhia projeta uma ampliação maior: “Vamos contratar mais gente, buscando um comando mais sênior”, disse Gustavo Gierun, o outro cofundador do Distrito. O movimento já começou recentemente: na semana passada, a companhia anunciou a chegada de David Laloum, ex-presidente executivo da agência Young & Rubicam, como seu novo sócio. 

Conflito

Para Fowler, do Insper, um dos desafios após o investimento é entender se a empresa de inovação poderá continuar atendendo clientes de diferentes setores. “Pode acontecer uma situação do que o Itaú faz com a XP”, projeta o pesquisador. 

Já Terra afirma que o desafio da Via Varejo será atuar com governança capaz de manter a agilidade da Distrito. Sobre isso, o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, diz que o hub de inovação seguirá com liberdade e independência. “Funciona como as startups de bancos, mas essas instituições desenvolveram esses ecossistemas, enquanto a Via Varejo buscou um já existente. É um movimento diferente e que nenhuma concorrente fez ainda.” 

A preocupação também não está na mente dos sócios da Distrito. “Temos outros mantenedores [do Distrito] já enviando mensagens que entendem que há sinergias. Na nova economia, olhamos para o que nos junta, não o que nos separa”, disse Araújo.

Após comprar três empresas ao longo de 2020, a Via Varejo anunciou nesta segunda-feira, 9, um investimento na firma de inovação aberta Distrito. A operação não teve valor divulgado, mas deu ao grupo dono de Casas Bahia e Pontofrio 16,67% do capital da companhia, que tem centros para startups em São Paulo e Curitiba, além de uma forte área de dados sobre o ecossistema de inovação brasileiro. Mais do que apenas um cheque, é uma tentativa da varejista de ganhar terreno em uma corrida tecnológica no seu setor, cada vez mais disputado no Brasil não só por rivais locais como o Magalu, mas também por gigantes da tecnologia como Amazon e Alibaba

Segundo o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, a estratégia do investimento é fazer parte de um “hub de inovação” em vez de buscar aquisições “startup a startup”. Com o aporte na Distrito, a varejista terá contato direto com cerca de 300 empresas, estima o mercado. Para Fulcherberger, as inovações geradas na Distrito podem trazer avanços em vertentes para além do varejo – em entrevista coletiva realizada pela manhã, o executivo não deixou claro, porém, quais inovações exatamente devem acontecer na empresa daqui para frente. 

Via Varejo anuncia aporte na Distrito Foto: Via Varejo

A se julgar pelas aquisições recentes da empresa, as apostas devem se concentrar nas áreas de logística e finanças. Em abril, a companhia adquiriu a AsapLog, do ramo de entregas. No mês seguinte, a empresa arrematou 100% das ações do BanQi, serviço de conta digital que havia fundado a uma companhia do Vale do Silício em 2019. Em outubro, foi a vez da startup de comércio eletrônico I9XP. 

É uma forma de fazer frente a rivais como o Magazine Luiza, que também fez diversas compras neste ano, em setores como marketing digital e delivery de comida. Enquanto isso, a Amazon anunciou nesta segunda-feira três novos Centros de Distribuição no País; já a chinesa Alibaba prepara nesta semana uma grande ação no varejo local com o Dia dos Solteiros – a data é tradicional no país asiático e é comemorada na próxima quarta-feira. 

“Estamos tirando a diferença do que tem no mercado e avançando”, disse Fulcherberger. O mercado está atento às tentativas da gigante rumo a uma atuação mais tecnológica. No ano, os papéis da empresa acumulam alta de 66% na Bolsa. 

Na visão de Guilherme Fowler, professor de empreendedorismo do Insper, a transação reduz o risco de inércia da gigante ao se aproximar do mundo digital. “A Distrito vai servir como intermediário qualificado, fazendo curadoria para a Via Varejo, olhando não só compras, mas também parcerias, fornecedores e contratos de exclusividade”, diz. Para ele, o gesto lembra o de outras empresas, como o do Itaú, que mantém o centro de startups Cubo. “Não tem fórmula certa. A Magalu faz isso bem internamente, mas a Via Varejo entendeu que era melhor olhar para fora”, afirma o pesquisador. 

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o movimento é “correto, ousado e diferente”. “Normalmente, nesses hubs é possível ter acesso e preferência nas startups. Na prática, é um investimento direto no atacado de startups futuras. Elas podem ser adquiridas parcial ou completamente pela Via Varejo no futuro”, explica. Na visão dele, o mercado vive uma “corrida do ouro” tecnológica. 

Crescimento

O investimento da Via Varejo é o primeiro aporte externo recebido pela Distrito, fundado em 2014 e com trabalhos em diferentes áreas, como finanças, marketing e varejo. Com o dinheiro, o Distrito espera acelerar o seu plano se plataforma digital para atender startups e empresas interessadas em parcerias. 

Antes da pandemia, as empresas que participavam dos programas de aceleração da Distrito precisavam estar em uma das quatro localidades físicas da companhia – três em São Paulo e uma em Curitiba. Agora o programa Distrito for Startups ocorre em ambiente digital, o que permite a participação de empresas iniciantes de todo o Brasil. Assim, o Distrito praticamente dobrou o número de participantes: eram 144 em abril, e agora são 300. “As barreiras físicas foram quebradas”, afirmou Gustavo Araújo, cofundador da Distrito. 

Da mesma forma, o time da Distrito deve crescer em breve. Atualmente, são 88 funcionários, e há 30 vagas abertas. Mas a companhia projeta uma ampliação maior: “Vamos contratar mais gente, buscando um comando mais sênior”, disse Gustavo Gierun, o outro cofundador do Distrito. O movimento já começou recentemente: na semana passada, a companhia anunciou a chegada de David Laloum, ex-presidente executivo da agência Young & Rubicam, como seu novo sócio. 

Conflito

Para Fowler, do Insper, um dos desafios após o investimento é entender se a empresa de inovação poderá continuar atendendo clientes de diferentes setores. “Pode acontecer uma situação do que o Itaú faz com a XP”, projeta o pesquisador. 

Já Terra afirma que o desafio da Via Varejo será atuar com governança capaz de manter a agilidade da Distrito. Sobre isso, o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, diz que o hub de inovação seguirá com liberdade e independência. “Funciona como as startups de bancos, mas essas instituições desenvolveram esses ecossistemas, enquanto a Via Varejo buscou um já existente. É um movimento diferente e que nenhuma concorrente fez ainda.” 

A preocupação também não está na mente dos sócios da Distrito. “Temos outros mantenedores [do Distrito] já enviando mensagens que entendem que há sinergias. Na nova economia, olhamos para o que nos junta, não o que nos separa”, disse Araújo.

Após comprar três empresas ao longo de 2020, a Via Varejo anunciou nesta segunda-feira, 9, um investimento na firma de inovação aberta Distrito. A operação não teve valor divulgado, mas deu ao grupo dono de Casas Bahia e Pontofrio 16,67% do capital da companhia, que tem centros para startups em São Paulo e Curitiba, além de uma forte área de dados sobre o ecossistema de inovação brasileiro. Mais do que apenas um cheque, é uma tentativa da varejista de ganhar terreno em uma corrida tecnológica no seu setor, cada vez mais disputado no Brasil não só por rivais locais como o Magalu, mas também por gigantes da tecnologia como Amazon e Alibaba

Segundo o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, a estratégia do investimento é fazer parte de um “hub de inovação” em vez de buscar aquisições “startup a startup”. Com o aporte na Distrito, a varejista terá contato direto com cerca de 300 empresas, estima o mercado. Para Fulcherberger, as inovações geradas na Distrito podem trazer avanços em vertentes para além do varejo – em entrevista coletiva realizada pela manhã, o executivo não deixou claro, porém, quais inovações exatamente devem acontecer na empresa daqui para frente. 

Via Varejo anuncia aporte na Distrito Foto: Via Varejo

A se julgar pelas aquisições recentes da empresa, as apostas devem se concentrar nas áreas de logística e finanças. Em abril, a companhia adquiriu a AsapLog, do ramo de entregas. No mês seguinte, a empresa arrematou 100% das ações do BanQi, serviço de conta digital que havia fundado a uma companhia do Vale do Silício em 2019. Em outubro, foi a vez da startup de comércio eletrônico I9XP. 

É uma forma de fazer frente a rivais como o Magazine Luiza, que também fez diversas compras neste ano, em setores como marketing digital e delivery de comida. Enquanto isso, a Amazon anunciou nesta segunda-feira três novos Centros de Distribuição no País; já a chinesa Alibaba prepara nesta semana uma grande ação no varejo local com o Dia dos Solteiros – a data é tradicional no país asiático e é comemorada na próxima quarta-feira. 

“Estamos tirando a diferença do que tem no mercado e avançando”, disse Fulcherberger. O mercado está atento às tentativas da gigante rumo a uma atuação mais tecnológica. No ano, os papéis da empresa acumulam alta de 66% na Bolsa. 

Na visão de Guilherme Fowler, professor de empreendedorismo do Insper, a transação reduz o risco de inércia da gigante ao se aproximar do mundo digital. “A Distrito vai servir como intermediário qualificado, fazendo curadoria para a Via Varejo, olhando não só compras, mas também parcerias, fornecedores e contratos de exclusividade”, diz. Para ele, o gesto lembra o de outras empresas, como o do Itaú, que mantém o centro de startups Cubo. “Não tem fórmula certa. A Magalu faz isso bem internamente, mas a Via Varejo entendeu que era melhor olhar para fora”, afirma o pesquisador. 

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o movimento é “correto, ousado e diferente”. “Normalmente, nesses hubs é possível ter acesso e preferência nas startups. Na prática, é um investimento direto no atacado de startups futuras. Elas podem ser adquiridas parcial ou completamente pela Via Varejo no futuro”, explica. Na visão dele, o mercado vive uma “corrida do ouro” tecnológica. 

Crescimento

O investimento da Via Varejo é o primeiro aporte externo recebido pela Distrito, fundado em 2014 e com trabalhos em diferentes áreas, como finanças, marketing e varejo. Com o dinheiro, o Distrito espera acelerar o seu plano se plataforma digital para atender startups e empresas interessadas em parcerias. 

Antes da pandemia, as empresas que participavam dos programas de aceleração da Distrito precisavam estar em uma das quatro localidades físicas da companhia – três em São Paulo e uma em Curitiba. Agora o programa Distrito for Startups ocorre em ambiente digital, o que permite a participação de empresas iniciantes de todo o Brasil. Assim, o Distrito praticamente dobrou o número de participantes: eram 144 em abril, e agora são 300. “As barreiras físicas foram quebradas”, afirmou Gustavo Araújo, cofundador da Distrito. 

Da mesma forma, o time da Distrito deve crescer em breve. Atualmente, são 88 funcionários, e há 30 vagas abertas. Mas a companhia projeta uma ampliação maior: “Vamos contratar mais gente, buscando um comando mais sênior”, disse Gustavo Gierun, o outro cofundador do Distrito. O movimento já começou recentemente: na semana passada, a companhia anunciou a chegada de David Laloum, ex-presidente executivo da agência Young & Rubicam, como seu novo sócio. 

Conflito

Para Fowler, do Insper, um dos desafios após o investimento é entender se a empresa de inovação poderá continuar atendendo clientes de diferentes setores. “Pode acontecer uma situação do que o Itaú faz com a XP”, projeta o pesquisador. 

Já Terra afirma que o desafio da Via Varejo será atuar com governança capaz de manter a agilidade da Distrito. Sobre isso, o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, diz que o hub de inovação seguirá com liberdade e independência. “Funciona como as startups de bancos, mas essas instituições desenvolveram esses ecossistemas, enquanto a Via Varejo buscou um já existente. É um movimento diferente e que nenhuma concorrente fez ainda.” 

A preocupação também não está na mente dos sócios da Distrito. “Temos outros mantenedores [do Distrito] já enviando mensagens que entendem que há sinergias. Na nova economia, olhamos para o que nos junta, não o que nos separa”, disse Araújo.

Após comprar três empresas ao longo de 2020, a Via Varejo anunciou nesta segunda-feira, 9, um investimento na firma de inovação aberta Distrito. A operação não teve valor divulgado, mas deu ao grupo dono de Casas Bahia e Pontofrio 16,67% do capital da companhia, que tem centros para startups em São Paulo e Curitiba, além de uma forte área de dados sobre o ecossistema de inovação brasileiro. Mais do que apenas um cheque, é uma tentativa da varejista de ganhar terreno em uma corrida tecnológica no seu setor, cada vez mais disputado no Brasil não só por rivais locais como o Magalu, mas também por gigantes da tecnologia como Amazon e Alibaba

Segundo o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, a estratégia do investimento é fazer parte de um “hub de inovação” em vez de buscar aquisições “startup a startup”. Com o aporte na Distrito, a varejista terá contato direto com cerca de 300 empresas, estima o mercado. Para Fulcherberger, as inovações geradas na Distrito podem trazer avanços em vertentes para além do varejo – em entrevista coletiva realizada pela manhã, o executivo não deixou claro, porém, quais inovações exatamente devem acontecer na empresa daqui para frente. 

Via Varejo anuncia aporte na Distrito Foto: Via Varejo

A se julgar pelas aquisições recentes da empresa, as apostas devem se concentrar nas áreas de logística e finanças. Em abril, a companhia adquiriu a AsapLog, do ramo de entregas. No mês seguinte, a empresa arrematou 100% das ações do BanQi, serviço de conta digital que havia fundado a uma companhia do Vale do Silício em 2019. Em outubro, foi a vez da startup de comércio eletrônico I9XP. 

É uma forma de fazer frente a rivais como o Magazine Luiza, que também fez diversas compras neste ano, em setores como marketing digital e delivery de comida. Enquanto isso, a Amazon anunciou nesta segunda-feira três novos Centros de Distribuição no País; já a chinesa Alibaba prepara nesta semana uma grande ação no varejo local com o Dia dos Solteiros – a data é tradicional no país asiático e é comemorada na próxima quarta-feira. 

“Estamos tirando a diferença do que tem no mercado e avançando”, disse Fulcherberger. O mercado está atento às tentativas da gigante rumo a uma atuação mais tecnológica. No ano, os papéis da empresa acumulam alta de 66% na Bolsa. 

Na visão de Guilherme Fowler, professor de empreendedorismo do Insper, a transação reduz o risco de inércia da gigante ao se aproximar do mundo digital. “A Distrito vai servir como intermediário qualificado, fazendo curadoria para a Via Varejo, olhando não só compras, mas também parcerias, fornecedores e contratos de exclusividade”, diz. Para ele, o gesto lembra o de outras empresas, como o do Itaú, que mantém o centro de startups Cubo. “Não tem fórmula certa. A Magalu faz isso bem internamente, mas a Via Varejo entendeu que era melhor olhar para fora”, afirma o pesquisador. 

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o movimento é “correto, ousado e diferente”. “Normalmente, nesses hubs é possível ter acesso e preferência nas startups. Na prática, é um investimento direto no atacado de startups futuras. Elas podem ser adquiridas parcial ou completamente pela Via Varejo no futuro”, explica. Na visão dele, o mercado vive uma “corrida do ouro” tecnológica. 

Crescimento

O investimento da Via Varejo é o primeiro aporte externo recebido pela Distrito, fundado em 2014 e com trabalhos em diferentes áreas, como finanças, marketing e varejo. Com o dinheiro, o Distrito espera acelerar o seu plano se plataforma digital para atender startups e empresas interessadas em parcerias. 

Antes da pandemia, as empresas que participavam dos programas de aceleração da Distrito precisavam estar em uma das quatro localidades físicas da companhia – três em São Paulo e uma em Curitiba. Agora o programa Distrito for Startups ocorre em ambiente digital, o que permite a participação de empresas iniciantes de todo o Brasil. Assim, o Distrito praticamente dobrou o número de participantes: eram 144 em abril, e agora são 300. “As barreiras físicas foram quebradas”, afirmou Gustavo Araújo, cofundador da Distrito. 

Da mesma forma, o time da Distrito deve crescer em breve. Atualmente, são 88 funcionários, e há 30 vagas abertas. Mas a companhia projeta uma ampliação maior: “Vamos contratar mais gente, buscando um comando mais sênior”, disse Gustavo Gierun, o outro cofundador do Distrito. O movimento já começou recentemente: na semana passada, a companhia anunciou a chegada de David Laloum, ex-presidente executivo da agência Young & Rubicam, como seu novo sócio. 

Conflito

Para Fowler, do Insper, um dos desafios após o investimento é entender se a empresa de inovação poderá continuar atendendo clientes de diferentes setores. “Pode acontecer uma situação do que o Itaú faz com a XP”, projeta o pesquisador. 

Já Terra afirma que o desafio da Via Varejo será atuar com governança capaz de manter a agilidade da Distrito. Sobre isso, o presidente da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, diz que o hub de inovação seguirá com liberdade e independência. “Funciona como as startups de bancos, mas essas instituições desenvolveram esses ecossistemas, enquanto a Via Varejo buscou um já existente. É um movimento diferente e que nenhuma concorrente fez ainda.” 

A preocupação também não está na mente dos sócios da Distrito. “Temos outros mantenedores [do Distrito] já enviando mensagens que entendem que há sinergias. Na nova economia, olhamos para o que nos junta, não o que nos separa”, disse Araújo.

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