Durante o Google I/O 2017, evento para desenvolvedores da empresa realizado na última semana, o presidente executivo do Google, Sundar Pichai, finalizou a sua apresentação com um forte posicionamento: o Google deixou de ser uma empresa focada apenas no segmento móvel para se tornar uma empresa de inteligência artificial. Para analistas de mercado, este elemento deve ser a principal ligação entre todos os serviços e produtos da marca.
“Quando falamos de empresas com várias soluções tecnológicas, será natural que sistemas de inteligência artificial integrem todos produtos”, afirma o gerente de pesquisa e consultoria da IDC Brasil, Pietro Delai, em entrevista ao Estado. “Não é comum que as pessoas usem tantos dispositivos e aplicações ao mesmo tempo, sem que haja uma ligação entre eles.”
O principal “rosto” dessa inteligência artificial para os consumidores é o Google Assistant, assistente pessoal que já pode ser usado a partir de alguns dispositivos da empresa, como a caixa de som inteligente Home e o smartphone Pixel. Ele também está acessível no aplicativo de mensagens instantâneas Google Allo. Nos próximos meses, o assistente vai começar a entender o português brasileiro e também passará a funcionar no iOS, sistema operacional do iPhone e um dos principais rivais do Google.
Na prática, é possível, por exemplo, pedir que o Google faça uma tradução a partir do próprio Home, apenas com alguns comandos de voz. O assistente pessoal também pode procurar uma foto no sistema de buscas ou enviar um e-mail.
No futuro, o plano é tornar software e hardware tão integrados por meio de uma única aplicação, que o usuário nem vai perceber que está trocando de dispositivos e aplicativos.
“O assistente pessoal do Google é um dos principais no mercado”, afirma o diretor de pesquisas do Gartner, Werner Goertz. “O Google está buscando proliferar o Assistant para todas as plataformas e, por isso, a empresa está olhando mais para o desenvolvimento de hardware, ainda que não seja o foco principal agora.”