SÃO PAULO – O confronto entre Israel e o Hamas tem um fronte de batalha no mundo digital. O perfil oficial do Twitter do órgão de defesa israelense (@IDFSpokesperson) e o braço militar da organização palestina, as brigadas al-Qassam (@AlqassamBrigade), têm trocado ameaças e acusações nos últimos dias.
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A iniciativa partiu do perfil israelense, que começou a transmitir via Twitter sua ofensiva militar na Faixa de Gaza assim que ela começou, em 14 de novembro. A morte do líder militar do Hamas, Ahmed Al-Jabari, por exemplo, foi anunciada em um dos posts logo depois de ter ocorrido. O tweet fez o papel do comunicado oficial, em lugar da tradicional coletiva de imprensa.
Algum tempo depois, outro estilo de mensagem, sob forma de uma ameaça direta ao adversário. “Recomendamos que nenhum agente do Hamas, seja da base ou da liderança, mostre sua cara acima do solo nos próximos dias”.
Entrou em cena então o perfil das brigadas al-Qassam, que respondeu: “Nossas mãos abençoadas irão alcançar seus líderes e soldados onde quer que estejam (Você abriram os portões do inferno em si mesmos)”
Os dois lados também criaram hashtags em sua guerra “social”: o Hamas com #GazaUnderAttack e Israel com #PillarofDefense (nome da operação militar em andamento). A hashtag pró-palestina teve vitória esmagadora: 120 mil menções contra 808 do termo israelenese. Certamente foi ajudada pelo fato de ser uma frase “noticiosa” contra o menos conhecido nome de uma operação militar.
Por outro lado, o perfil @IDFSpokeperson amealhou mais seguidores durante o período do que @AlqassamBrigade. Nesta quinta, já contava com 111.061, contra 11.974 do perfil palestino.
A conta do IDF também tem postado vídeos de ataques e fotomontagens, como a que traz o rosto do líder Al-Jabari com o carimbo “eliminado” (acima).
O conteúdo corre risco de ser considerado impróprio para o Twitter. As regras do site proíbem a publicação de “ameaças diretas e específicas de violência contra outros”. Até agora, o Twitter não se pronunicou quanto à situação.
Já no YouTube, o IDF teve um vídeo do ataque contra Al-Jabari removido pelo Google, aparentemente por conta de denúncias. A remoção já foi suspensa pelo próprio YouTube.
Nas primeiras horas desta quinta-feira, uma entidade importante da internet anunciou sua chegada ao conflito virtual. O grupo Anonymous postou no Twitter a seguinte mensagem: “Caro @IDFSpokesperson, seria prudente de sua parte esperar algo de nós”. Outra mensagem no Twitter explicitou o apoio: “O Anonymous está do lado da Palestina nessa hora de guerra e sofrimento”.
Desde então, ciberataques foram desferidos contra sites do IDF, do escritório do primeiro-ministro de Israel, além de banco e companhias aéreas israelenses. As ações fazem parte do que o grupo chamou de “operação Israel”, que tem como hashtag #OpIsrael.