Inovação e Tecnologia

A depressão dos produtores de conteúdo do YouTube


Por Ligia Aguilhar

 

Os efeitos das redes sociais e do uso intenso da internet na nossa saúde mental têm sido discutidos com intensidade nos últimos anos. Mas os algoritmos não estão apenas bagunçando com a cabeça de quem consome conteúdo na rede. Muitos criadores estão em crise.

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Uma reportagem do portal norte-americano Polygon, publicada em Junho, destaca que os principais criadores de conteúdo do YouTube nos EUA estão enfrentando problemas como estresse, ansiedade, depressão e burnout.

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O problema tem duas origens principais, segundo a reportagem do Polygon. A primeira é a forma como as interações acontecem na internet. Os fãs cobram dos criadores de conteúdo atualizações frequentes não só no YouTube, mas também em outras redes sociais, como o Snapchat e o Instagram. Os "haters" não descansam e encontram motivos para tecer críticas pesadas e fazer ofensas pessoais aos Youtubers que não os agradam. O YouTube, por sua vez, é uma mercado competitivo. Há inúmeros criadores de conteúdo disputando cada nicho e a pressão por mais conteúdo leva os criadores a adotarem rotinas de trabalho intensas, que facilmente extrapolam as tradicionais 8 horas diárias.

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A segunda fonte de estresse apontada pelo Polygon é a recente mudança no algoritmo do YouTube, que dificultou a monetização de vídeos na plataforma. A mudança foi resultado da crise que afetou a empresa após marcas ameaçarem deixar a plataforma porque seus anúncios estavam sendo exibidos junto a vídeos que promoviam conteúdo que incita o ódio, terrorismo, entre outros vídeos polêmicos. Como solução, o Youtube alterou suas regras para tornar a monetização de vídeos por produtores de conteúdo mais difícil e, assim, criar um ambiente mais seguro para anunciantes.

Para os criadores de canais famosos do YouTube, as alterações no algoritmo significaram uma mudança drástica. Para conseguirem viver do seu conteúdo, agora os criadores precisam produzir ainda mais vídeos para obter mais assinantes e engajamento. Eles também precisam de números cada vez mais robustos para atrair a atenção das marcas.

A soma de todas essas variáveis criou uma dinâmica insustentável na vida de alguns YouTubers famosos nos EUA.

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:::LEIA TAMBÉM: Novos apps de paquera analisam os genes dos usuários para encontrar o par perfeito:::

Quando o emprego dos sonhos vira um pesadelo

No Brasil, a YouTuber Ellora Haonne postou um vídeo sobre o tema recentemente, inspirada pela matéria do Polygon. Ellora, conhecida por vídeos que tratam de temas como o empoderamento feminino e autoestima, revela que foi diagnosticada com depressão e ansiedade. Entre os motivos que colaboraram para o diagnóstico, ela diz, estão a pressão dos fãs e haters, a alta carga de trabalho, a falta de uma rotina regular e a pressão para obter mais e mais engajamento para atrair marcas e manter o canal relevante. "O algoritmo do YouTube muda semanalmente. De repente, dois vídeos por semana não é mais o suficiente", ela diz, em trecho do vídeo.

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Ellora diz que há muitos criadores perdendo o controle da situação, mas que poucos têm coragem de assumir. Para dar conta das pressões, ela diz que alguns vivem de delivery, são sedentários e passam semanas sem ver a família. "Não é porque eu gosto do meu trabalho que vou fazer só isso."

Felipe Neto, outro YouTuber popular no Brasil, admitiu no ano passado ter sido diagnosticado com depressão. PC Siqueira, o primeiro grande vlogger do Brasil, também revelou ter ansiedade e depressão.

:::LEIA TAMBÉM: Inteligência artificial na prevenção de crimes:::

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A vietnamita Michelle Phan, conhecida por ser uma das primeiras YouTubers de beleza, teve depressão deixou a plataforma após anos de sucesso. Além da pressão de manter o canal e gerenciar a sua carreira, ela foi processada por uma gravadora por infringir direitos autorais após usar algumas músicas em seu canal. Michelle afirmou em diversas entrevistas para a imprensa internacional que teve depressão e se tornou prisioneira do próprio sucesso. "Eu estava cuidadosamente curando imagens da vida que eu gostaria de ter, não da vida que eu tinha," disse, em seu novo canal no YouTube.

A plataforma Criadores iD realizou recentemente uma pesquisa com 301 criadores de conteúdo para o YouTube no Brasil. O estudo revelou que 16,9% desses influenciadores afirmam sofrer de ansiedade, 4,3% de depressão, e 28,6% deles dizem não praticar qualquer atividade física.

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Os efeitos das redes sociais e do uso intenso da internet na nossa saúde mental têm sido discutidos com intensidade nos últimos anos. Mas os algoritmos não estão apenas bagunçando com a cabeça de quem consome conteúdo na rede. Muitos criadores estão em crise.

Uma reportagem do portal norte-americano Polygon, publicada em Junho, destaca que os principais criadores de conteúdo do YouTube nos EUA estão enfrentando problemas como estresse, ansiedade, depressão e burnout.

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O problema tem duas origens principais, segundo a reportagem do Polygon. A primeira é a forma como as interações acontecem na internet. Os fãs cobram dos criadores de conteúdo atualizações frequentes não só no YouTube, mas também em outras redes sociais, como o Snapchat e o Instagram. Os "haters" não descansam e encontram motivos para tecer críticas pesadas e fazer ofensas pessoais aos Youtubers que não os agradam. O YouTube, por sua vez, é uma mercado competitivo. Há inúmeros criadores de conteúdo disputando cada nicho e a pressão por mais conteúdo leva os criadores a adotarem rotinas de trabalho intensas, que facilmente extrapolam as tradicionais 8 horas diárias.

A segunda fonte de estresse apontada pelo Polygon é a recente mudança no algoritmo do YouTube, que dificultou a monetização de vídeos na plataforma. A mudança foi resultado da crise que afetou a empresa após marcas ameaçarem deixar a plataforma porque seus anúncios estavam sendo exibidos junto a vídeos que promoviam conteúdo que incita o ódio, terrorismo, entre outros vídeos polêmicos. Como solução, o Youtube alterou suas regras para tornar a monetização de vídeos por produtores de conteúdo mais difícil e, assim, criar um ambiente mais seguro para anunciantes.

Para os criadores de canais famosos do YouTube, as alterações no algoritmo significaram uma mudança drástica. Para conseguirem viver do seu conteúdo, agora os criadores precisam produzir ainda mais vídeos para obter mais assinantes e engajamento. Eles também precisam de números cada vez mais robustos para atrair a atenção das marcas.

A soma de todas essas variáveis criou uma dinâmica insustentável na vida de alguns YouTubers famosos nos EUA.

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Quando o emprego dos sonhos vira um pesadelo

No Brasil, a YouTuber Ellora Haonne postou um vídeo sobre o tema recentemente, inspirada pela matéria do Polygon. Ellora, conhecida por vídeos que tratam de temas como o empoderamento feminino e autoestima, revela que foi diagnosticada com depressão e ansiedade. Entre os motivos que colaboraram para o diagnóstico, ela diz, estão a pressão dos fãs e haters, a alta carga de trabalho, a falta de uma rotina regular e a pressão para obter mais e mais engajamento para atrair marcas e manter o canal relevante. "O algoritmo do YouTube muda semanalmente. De repente, dois vídeos por semana não é mais o suficiente", ela diz, em trecho do vídeo.

Ellora diz que há muitos criadores perdendo o controle da situação, mas que poucos têm coragem de assumir. Para dar conta das pressões, ela diz que alguns vivem de delivery, são sedentários e passam semanas sem ver a família. "Não é porque eu gosto do meu trabalho que vou fazer só isso."

Felipe Neto, outro YouTuber popular no Brasil, admitiu no ano passado ter sido diagnosticado com depressão. PC Siqueira, o primeiro grande vlogger do Brasil, também revelou ter ansiedade e depressão.

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A vietnamita Michelle Phan, conhecida por ser uma das primeiras YouTubers de beleza, teve depressão deixou a plataforma após anos de sucesso. Além da pressão de manter o canal e gerenciar a sua carreira, ela foi processada por uma gravadora por infringir direitos autorais após usar algumas músicas em seu canal. Michelle afirmou em diversas entrevistas para a imprensa internacional que teve depressão e se tornou prisioneira do próprio sucesso. "Eu estava cuidadosamente curando imagens da vida que eu gostaria de ter, não da vida que eu tinha," disse, em seu novo canal no YouTube.

A plataforma Criadores iD realizou recentemente uma pesquisa com 301 criadores de conteúdo para o YouTube no Brasil. O estudo revelou que 16,9% desses influenciadores afirmam sofrer de ansiedade, 4,3% de depressão, e 28,6% deles dizem não praticar qualquer atividade física.

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O problema tem duas origens principais, segundo a reportagem do Polygon. A primeira é a forma como as interações acontecem na internet. Os fãs cobram dos criadores de conteúdo atualizações frequentes não só no YouTube, mas também em outras redes sociais, como o Snapchat e o Instagram. Os "haters" não descansam e encontram motivos para tecer críticas pesadas e fazer ofensas pessoais aos Youtubers que não os agradam. O YouTube, por sua vez, é uma mercado competitivo. Há inúmeros criadores de conteúdo disputando cada nicho e a pressão por mais conteúdo leva os criadores a adotarem rotinas de trabalho intensas, que facilmente extrapolam as tradicionais 8 horas diárias.

A segunda fonte de estresse apontada pelo Polygon é a recente mudança no algoritmo do YouTube, que dificultou a monetização de vídeos na plataforma. A mudança foi resultado da crise que afetou a empresa após marcas ameaçarem deixar a plataforma porque seus anúncios estavam sendo exibidos junto a vídeos que promoviam conteúdo que incita o ódio, terrorismo, entre outros vídeos polêmicos. Como solução, o Youtube alterou suas regras para tornar a monetização de vídeos por produtores de conteúdo mais difícil e, assim, criar um ambiente mais seguro para anunciantes.

Para os criadores de canais famosos do YouTube, as alterações no algoritmo significaram uma mudança drástica. Para conseguirem viver do seu conteúdo, agora os criadores precisam produzir ainda mais vídeos para obter mais assinantes e engajamento. Eles também precisam de números cada vez mais robustos para atrair a atenção das marcas.

A soma de todas essas variáveis criou uma dinâmica insustentável na vida de alguns YouTubers famosos nos EUA.

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Quando o emprego dos sonhos vira um pesadelo

No Brasil, a YouTuber Ellora Haonne postou um vídeo sobre o tema recentemente, inspirada pela matéria do Polygon. Ellora, conhecida por vídeos que tratam de temas como o empoderamento feminino e autoestima, revela que foi diagnosticada com depressão e ansiedade. Entre os motivos que colaboraram para o diagnóstico, ela diz, estão a pressão dos fãs e haters, a alta carga de trabalho, a falta de uma rotina regular e a pressão para obter mais e mais engajamento para atrair marcas e manter o canal relevante. "O algoritmo do YouTube muda semanalmente. De repente, dois vídeos por semana não é mais o suficiente", ela diz, em trecho do vídeo.

Ellora diz que há muitos criadores perdendo o controle da situação, mas que poucos têm coragem de assumir. Para dar conta das pressões, ela diz que alguns vivem de delivery, são sedentários e passam semanas sem ver a família. "Não é porque eu gosto do meu trabalho que vou fazer só isso."

Felipe Neto, outro YouTuber popular no Brasil, admitiu no ano passado ter sido diagnosticado com depressão. PC Siqueira, o primeiro grande vlogger do Brasil, também revelou ter ansiedade e depressão.

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A vietnamita Michelle Phan, conhecida por ser uma das primeiras YouTubers de beleza, teve depressão deixou a plataforma após anos de sucesso. Além da pressão de manter o canal e gerenciar a sua carreira, ela foi processada por uma gravadora por infringir direitos autorais após usar algumas músicas em seu canal. Michelle afirmou em diversas entrevistas para a imprensa internacional que teve depressão e se tornou prisioneira do próprio sucesso. "Eu estava cuidadosamente curando imagens da vida que eu gostaria de ter, não da vida que eu tinha," disse, em seu novo canal no YouTube.

A plataforma Criadores iD realizou recentemente uma pesquisa com 301 criadores de conteúdo para o YouTube no Brasil. O estudo revelou que 16,9% desses influenciadores afirmam sofrer de ansiedade, 4,3% de depressão, e 28,6% deles dizem não praticar qualquer atividade física.

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