Embora a globalização e a internet permitiram a disseminação de tecnologias ao redor do globo mais rapidamente, a diferença entre os países mais desenvolvidos e as economias emergentes é grande. Dia desses, conversando com uma colega, a empreendedora Tatiana Aoki, que esteve recentemente no Japão, falamos sobre várias das tecnologias que são bem comuns aqui nos EUA e lá no Japão, mas ainda não são muito usadas ou nem chegaram ao Brasil.
Acabamos criando uma lista conjunta que virou um post compartilhado aqui e na página do Medium da Tatiana. Confira:
Japão, por Tatiana Aoki
1. Carro automático é unanimidade
No Japão, a tarefa de dirigir é bem menos traumática para os que são avessos a carros, por dois motivos principais:
a. o padrão é ter câmbio automático e câmera traseira para estacionar
b. motoristas japoneses são mais pacientes e dirigem mais devagar, porém, com maior agilidade.
Além de grande parte dos carros serem novos e de qualidade (marcas japonesas como Toyota, Nissan, Honda) e com câmbio automático, passar no exame de motorista do Japão é algo extremamente complicado e caro. Logo, somente quem realmente é habilitado está nas ruas.
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2) Restaurante sem garçom
Que tal escolher seu prato diretamente de uma máquina, sem a necessidade de garçons? Uma porcentagem dos restaurantes, sobretudo os de comida rápida, fazem o pedido e pagamento diretamente em uma máquina, similar às vending machines. Aí, é só sentar e esperar a comida chegar?--?em um carrinho parecido com um trem bala de brinquedo. Só no Japão mesmo.
3) Anúncio de aplicativos de celular e jogos de videogame na televisão
No Brasil temos algumas propagandas de aplicativos móveis na televisão. Contudo, no Japão, algo em torno de 20% dos anúncios televisivos são de aplicativos para celular e games.
O vídeo a seguir, que mostra as mais recentes propagandas televisivas do Japão, apresenta um panorama dessa tendência:
Anúncios de games estão nos seguintes minutos:
1:25: comercial de jogo de futebol com o time do Brasil
2:35: jogo de guerra World of Tanks
4:50: jogo mobile Starlight Stage
6:05: jogo Monster Strike
4) Caixa de supermercado sem operador
Tive a oportunidade de ir a um mercado sem caixa?--?o cliente passa suas compras sozinho pelo código de barras e faz o pagamento. Confesso que achei bem estranho e quase fugi do local, porque não sabia como proceder e não é simples passar os produtos no código de barras. Ah, e nos EUA também é comum encontrar mercados e postos de gasolina automatizados.
5) Privadas inteligentes
As privadas do Japão são absolutamente diferentes das que eu já vi em qualquer outro lugar. Há algumas funcionalidades únicas?--?e, muitas vezes úteis, como:
- Aquecedor de assento?--?quase todas as privadas residenciais possuem aquecimento da privada, usadas sobretudo no inverno. - Desodorizador?--?as privadas possuem um sistema que libera um cheirinho gostoso, de maneira que não precisamos usar sprays para mantermos o banheiro com ar de limpeza. - Som que imita barulho de privada?--?em banheiros públicos, as mulheres japonesas têm vergonha do barulho da urina e, com isso, ligavam a privada ao mesmo tempo em que urinavam. Com isso, uma empresa japonesa criou um barulho que simula o barulho da descarga, que é acionado ao mesmo tempo em que a pessoa senta na privada.
O vídeo abaixo mostra o extremo de uma privada que fala com o usuário (!):
(Não, nunca vi uma privada que fala no Japão, mas fica a dica).
EUA, por Ligia Aguilhar
6. Sistemas de pagamento móvel
O Apple Pay é um dos sistemas de pagamento móvel mais conhecidos no Brasil. Esse tipo de carteira virtual, porém, na qual o usuário salva os dados dos seus cartões de crédito e realiza pagamentos pelo celular -- seja aproximando o aparelho do leitor de cartão de crédito, como no caso do Apple Pay, ou efetuando uma transação online dentro do aplicativo -- já são bem comuns nos EUA.
Um app do tipo ainda desconhecido no Brasil, mas que faz sucesso especialmente com o público jovem dos EUA, é o Venmo, por meio do qual é possível fazer pequenos pagamentos entre amigos. Imagine que você vai organizar um churrascoe vai dividir a conta com todos os convidados. Em vez de pedir para as pessoas depositarem dinheiro no banco ou pagarem em dinheiro na hora, você pode simplesmente transferir dinheiro para o amigo por meio do app Venmo. O mesmo vale para dividir a conta do restaurante ou qualquer outra despesa.
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7. Apps de delivery de compras no supermercado
O brasileiro ainda não tem o hábito de comprar tudo pela internet como o americano.Nos EUA, porém, apps de delivery de itens de farmácia e supermercado são muito comuns. O Instacart é um dos principais expoentes dentre várias outras opções. É só fazer a compra pelo app e marcar a hora de entrega na sua casa --no geral, a promessa desses apps é fazer a entrega em pouco tempo, logo após a compra.
O uso desses apps torna-se especialmente relevante em cidades frias como Chicago, onde eu moro, onde a temperatura no inverno chega facilmente a -30°C com sensação térmica de -40 °C e os cidadãos se esforçam para passar o mínimo de tempo possível na rua.
8. Apps para comprar maconha
Com a flexibilização das leis sobre uso da maconha em muitos Estados americanos não demorou para surgir rapidamente uma indústria de apps que prometem facilitar a compra do produto. Esse movimento está sendo realizado com mais intensidade na região de São Francisco, onde os empreendedores e investidores do Vale do Silício estão apostando em novos serviços.
São apps como o brasileiro Who Is Happy, que ajuda a localizar lojas que vem o produto legalmente, e o Eaze, do rapper Snoop Dogg, que identifica um fornecedor perto da casa do usuário do app e garante a entrega do produto em poucos minutos.
9. Serviços de TV pela internet
A mudança que serviços de streaming como a Netflix promoveu no mercado americano é enorme e por aqui as mudanças na forma de se consumir TV estão mais avançadas do que no Brasil. Enquanto os canais de TV por assinatura perdem assinantes em um ritmo acelerado a cada ano -- 300 mil americanos cancelaram seus canais por assinatura só no último trimestre -- os serviços chamados OTT (Over-the-Top), que oferecem acesso a canais de TV pela internet para serem assistidos na hora que o telespectador quiser, como quiser, sem a necessidade de assinar um serviço de TV por satélite ou a cabo, ganham popularidade.
Um exemplo é a Sling TV, da empresa Dish, que oferece pacotes com acesso aos principais canais da TV americana com e sem propaganda por preços baixos como US$ 20 e sem necessidade de contrato. Junto com esse tipo de serviço, aumenta a popularidade também de aparelhos como o Google Chromecast e Apple TV, que facilitam o acesso de conteúdo da web pela TV.
10. Internet das coisas
A chamada Internet das Coisas, que tem o objetivo de conectar todos os objetos usados em casa à internet, promete ser a próxima grande revolução tecnológica. Aqui nos EUA, o conceito começou a ganhar popularidade graças ao aparelhinho acima, chamado Nest, um termostato que pode ser controlado pelo smartphonedo usuário.
Eu, que estou morando em uma das cidades mais frias dos EUA, estou aprendendo a lidar com sistema de aquecimento. Encontrar o ponto certo da temperatura é desafiador. Além disso, ninguém quer deixar o aquecimento ligado enquanto está fora de casa sem motivo, mas é terrível chegar em casa após enfrentar uma nevasca do lado de fora e não ter a casa quente o suficiente. O problema que o Nest resolveu foi permitir que o usuário programe o termostato para ligar e desligar o aquecimento com o objetivo de manter a casa na temperatura desejada. Da mesma forma, é possível alterar a temperatura como quiser pelo celular antes de chegar em casa.
O Google comprou a Nest e hoje é responsável pelo aparelho. Geladeiras, fogões, cafeteiras e outros eletrodomésticos conectados também estão disponíveis por aqui, mas nada ainda é tão popular quanto o termostato inteligente.