Os usuários do Facebook e do Instagram no Canadá não poderão ver as notícias de meios de comunicação nas plataformas, anunciou a empresa controladora Meta nesta quinta-feira, 22, logo depois que Ottawa aprovou um projeto de lei que obriga os gigantes digitais a pagar por este tipo de conteúdo. O Google, outro dos afetados, disse anteriormente que está considerando aplicar a mesma medida. Os dois gigantes do Vale do Silício se opuseram ao projeto de lei canadense, que visa apoiar a indústria jornalística local, que viu centenas de publicações fechadas na última década.
“Notícia emocionante! (Sem trocadilho)”, twittou o ministro do Patrimônio, Pablo Rodríguez, depois que o projeto foi aprovado no Senado, a última etapa antes de se tornar lei.
Rodriguez afirmou que a decisão da Meta de bloquear o conteúdo de notícias é lamentável, mas prometeu “defender os canadenses contra os gigantes da tecnologia”. Seu escritório afirmou que eles se reuniram com o Facebook e o Google esta semana e esperam mais reuniões para discutir a nova lei.
No mês passado, o primeiro-ministro Justin Trudeau criticou a Meta por bloquear, em caráter experimental, o conteúdo de notícias de alguns usuários canadenses, dizendo que a empresa estava sendo “profundamente irresponsável” por se recusar a pagar jornalistas por seu trabalho. A oposição ao projeto de lei, disse ele, era “errada (e) perigosa para nossa democracia, para nossa economia”.
Em fevereiro, o Google também limitou temporariamente o acesso às notícias para usuários canadenses em seu popular mecanismo de busca.
O projeto de lei prevê exigir que os gigantes digitais façam acordos comerciais com a mídia canadense para as notícias e informações compartilhadas em suas plataformas, ou enfrentarão processo arbitral.
A Austrália também havia acusado as duas empresas, que dominam a publicidade online, de embolsar dinheiro dos veículos de comunicação ao usar seu conteúdo gratuitamente. Inicialmente, as grandes empresas de tecnologia se opuseram ferozmente à legislação australiana, temendo que ela ameaçasse seus modelos de negócios, mas os legisladores a aprovaram facilmente com algumas emendas. / AFP