THE NEW YORK TIMES - A Neuralink, empresa que trabalha para desenvolver interfaces de computador que possam ser implantadas em cérebros humanos, colocou seu primeiro dispositivo em um paciente neste domingo, 28, disse seu fundador, Elon Musk.
Musk, o bilionário CEO da Tesla e da SpaceX, disse na segunda-feira, 29, que o primeiro produto da empresa se chamava Telepathy e permitiria que um ser humano controlasse um telefone ou computador “apenas pensando”.
“Os usuários iniciais serão aqueles que perderam o uso de seus membros”, escreveu Musk em uma série de publicações no X, sua plataforma de mídia social, anteriormente conhecida como Twitter. “Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um datilógrafo ou leiloeiro. Esse é o objetivo.”
Musk e a Neuralink não forneceram mais detalhes sobre quem recebeu o implante ou se ele estava funcionando. Musk não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por e-mail.
Em novembro de 2022, Musk previu que a empresa começaria a fazer testes em humanos em um período de seis meses. Na época, a Neuralink demonstrou, em um vídeo, um produto que supostamente mostrava dois macacos movendo cursores de computador com seus cérebros, uma façanha que, mais de 15 anos antes, havia sido apontada como possível de ser feita em humanos.
Embora Musk seja frequentemente otimista com previsões para suas empresas, algumas das quais ainda não se concretizaram, a Neuralink recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA, o órgão regulador americano para medicamentos e alimentos) para iniciar testes em humanos em maio passado.
O site da empresa informa que seu “primeiro teste clínico está aberto para recrutamento” para pessoas com uso limitado ou sem uso das duas mãos devido a uma lesão na medula espinhal cervical, ou à esclerose lateral amiotrófica, um distúrbio neurológico que afeta as células nervosas.
“Esse estudo envolve a colocação de um pequeno implante cosmeticamente invisível em uma parte do cérebro que planeja os movimentos”, diz o site da Neuralink. “O dispositivo foi projetado para interpretar a atividade neural de uma pessoa, de modo que ela possa operar um computador ou smartphone simplesmente com a intenção de se mover - não são necessários fios ou movimentos físicos.”
Na apresentação da Neuralink no final de 2022, Musk disse que os dispositivos da empresa acabariam permitindo que pessoas cegas enxergassem ou dariam a alguém com uma medula espinhal cortada “funcionalidade de corpo inteiro”. Na época, suas afirmações atraíram o ceticismo de especialistas, que argumentaram que a ciência ainda não havia avançado tanto.
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