No software livre; uma forma de lucro


Encontro de desenvolvedores e entusiastas dos programas de ‘código aberto’ abre espaço para novas empresas

Por Ligia Aguilhar

Encontro de desenvolvedores e entusiastas dos programas de ‘código aberto’ abre espaço para novas empresas que apostam no formato para ganhar mercado; a dificuldade, porém, é encontrar investidores e obter a confiança de grandes clientes

 

PORTO ALEGRE - A edição deste ano do Fórum Internacional do Software Livre (Fisl), em Porto Alegre (RS), deu sinais de que o modelo de negócios que prevê o acesso irrestrito aos códigos de programação quer se profissionalizar. Em sua 14ª edição, o evento promoveu o encontro entre investidores e empreendedores do setor. Se antes a dúvida era como ganhar dinheiro com o software livre, hoje a pergunta é como obter recursos para tirar uma ideia do papel.

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Uma nova geração de programadores e ativistas está convencida de que o Brasil pode dar origem a um novo expoente mundial na área e buscam inspiração nos casos de sucesso de companhias como Mozilla (responsável pelo navegador Firefox), a plataforma de publicação WordPress e a RedHat, grande empresa de software da área. O desafio é lidar com a falta de conhecimento e a insegurança do setor privado, habituado a programas proprietários, já que hoje a maioria dos negócios ainda envolve o setor público.

Os novos negócios com software livre são impulsionados pelo crescimento do empreendedorismo no País na área de tecnologia e internet, o que aumenta as oportunidades, já que as pequenas e médias empresas são o público-alvo dos empreendimentos do setor.

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O projeto apresentado pelo desenvolvedor Sérgio Cioban Filho no Fisl é um dos exemplos. Com dez anos de experiência com redes e o sistema Linux, ele criou uma consultoria na área, a Virtmasters. Então ele se deu conta de que faltava um produto específico para análise das redes de data center.

Como as opções disponíveis custam mais de R$ 50 mil, construiu ele mesmo o produto, usando um minicomputador Raspberry Pi e gastando apenas R$ 300. No Fisl, ele apresentou o projeto a investidores em busca de financiamento para produção em larga escala. “É muito mais fácil criar um protótipo usando software livre. Por isso os negócios na área ainda vão crescer muito”, diz.

A participação do código aberto no mercado de softwares ainda é pequena e equivale a apenas 3,67% do total, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). “Como ganhamos dinheiro vendendo o serviço para manutenção de um sistema e não a licença, boa parte dos negócios não são computados como vendas”, diz o coordenador do Fisl, Ricardo Fritsch. “Não fosse isso, o número seria maior.”

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Para ele, as boas oportunidades do setor estão no mercado de aparelhos móveis. “Ainda tem espaço no desktop, mas todo mundo está indo para o mobile. Lá estamos na frente. Dentro do Android, tem Linux.”

Para ganhar espaço, as novas empresas da área precisam se profissionalizar, já que hoje o mercado é muito fragmentado e a maioria ainda atende a setores do governo. “Infelizmente o software livre está associado ao ambiente acadêmico. Há muito preconceito”, diz Vicente Aguiar, sócio-fundador da Colivre, cooperativa de tecnologias livres nascida na Bahia e criadora da plataforma Noosfero, usada na rede social colaborativa Stoa, da Universidade de São Paulo (USP).

Outro ponto é conquistar a confiança das empresas, que temem utilizar uma plataforma cujo código é modificado colaborativamente. “Esse princípio impulsiona o negócio”, diz Aguiar. “O Noosfero foi traduzido para o japonês, russo e alemão. Em qual outro contexto um sistema criado no Nordeste chegaria a esses lugares?”

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Foi por esse motivo que os criadores da impressora 3D Metamáquina aproveitaram o Fisl não apenas para lançar uma nova versão do produto, mas também para divulgar o código dele, com o intuito de acelerar as melhorias para o modelo. “Há várias coisas que podem ser feitas com o código aberto, como aumentar a velocidade e a qualidade de impressão, e modificá-la para imprimir com outros materiais”, disse Rodrigo Silva, um dos fundadores.

Já para os investidores, que estão descobrindo o software livre, o modelo traz segurança porque facilita o desenvolvimento de protótipos. “O grande problema é que os empreendedores desse mercado entendem muito de tecnologia, mas pouco sobre o mercado”, diz André Ghigntti, diretor da Wow Aceleradora, que participou da rodada de negócios.

* A repórter viajou a convite da organização do Fisl 

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—-Leia mais: • Escassez de mão de obra atrapalha o setor • Link no papel – 15/7/2013

Encontro de desenvolvedores e entusiastas dos programas de ‘código aberto’ abre espaço para novas empresas que apostam no formato para ganhar mercado; a dificuldade, porém, é encontrar investidores e obter a confiança de grandes clientes

 

PORTO ALEGRE - A edição deste ano do Fórum Internacional do Software Livre (Fisl), em Porto Alegre (RS), deu sinais de que o modelo de negócios que prevê o acesso irrestrito aos códigos de programação quer se profissionalizar. Em sua 14ª edição, o evento promoveu o encontro entre investidores e empreendedores do setor. Se antes a dúvida era como ganhar dinheiro com o software livre, hoje a pergunta é como obter recursos para tirar uma ideia do papel.

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Uma nova geração de programadores e ativistas está convencida de que o Brasil pode dar origem a um novo expoente mundial na área e buscam inspiração nos casos de sucesso de companhias como Mozilla (responsável pelo navegador Firefox), a plataforma de publicação WordPress e a RedHat, grande empresa de software da área. O desafio é lidar com a falta de conhecimento e a insegurança do setor privado, habituado a programas proprietários, já que hoje a maioria dos negócios ainda envolve o setor público.

Os novos negócios com software livre são impulsionados pelo crescimento do empreendedorismo no País na área de tecnologia e internet, o que aumenta as oportunidades, já que as pequenas e médias empresas são o público-alvo dos empreendimentos do setor.

O projeto apresentado pelo desenvolvedor Sérgio Cioban Filho no Fisl é um dos exemplos. Com dez anos de experiência com redes e o sistema Linux, ele criou uma consultoria na área, a Virtmasters. Então ele se deu conta de que faltava um produto específico para análise das redes de data center.

Como as opções disponíveis custam mais de R$ 50 mil, construiu ele mesmo o produto, usando um minicomputador Raspberry Pi e gastando apenas R$ 300. No Fisl, ele apresentou o projeto a investidores em busca de financiamento para produção em larga escala. “É muito mais fácil criar um protótipo usando software livre. Por isso os negócios na área ainda vão crescer muito”, diz.

A participação do código aberto no mercado de softwares ainda é pequena e equivale a apenas 3,67% do total, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). “Como ganhamos dinheiro vendendo o serviço para manutenção de um sistema e não a licença, boa parte dos negócios não são computados como vendas”, diz o coordenador do Fisl, Ricardo Fritsch. “Não fosse isso, o número seria maior.”

Para ele, as boas oportunidades do setor estão no mercado de aparelhos móveis. “Ainda tem espaço no desktop, mas todo mundo está indo para o mobile. Lá estamos na frente. Dentro do Android, tem Linux.”

Para ganhar espaço, as novas empresas da área precisam se profissionalizar, já que hoje o mercado é muito fragmentado e a maioria ainda atende a setores do governo. “Infelizmente o software livre está associado ao ambiente acadêmico. Há muito preconceito”, diz Vicente Aguiar, sócio-fundador da Colivre, cooperativa de tecnologias livres nascida na Bahia e criadora da plataforma Noosfero, usada na rede social colaborativa Stoa, da Universidade de São Paulo (USP).

Outro ponto é conquistar a confiança das empresas, que temem utilizar uma plataforma cujo código é modificado colaborativamente. “Esse princípio impulsiona o negócio”, diz Aguiar. “O Noosfero foi traduzido para o japonês, russo e alemão. Em qual outro contexto um sistema criado no Nordeste chegaria a esses lugares?”

Foi por esse motivo que os criadores da impressora 3D Metamáquina aproveitaram o Fisl não apenas para lançar uma nova versão do produto, mas também para divulgar o código dele, com o intuito de acelerar as melhorias para o modelo. “Há várias coisas que podem ser feitas com o código aberto, como aumentar a velocidade e a qualidade de impressão, e modificá-la para imprimir com outros materiais”, disse Rodrigo Silva, um dos fundadores.

Já para os investidores, que estão descobrindo o software livre, o modelo traz segurança porque facilita o desenvolvimento de protótipos. “O grande problema é que os empreendedores desse mercado entendem muito de tecnologia, mas pouco sobre o mercado”, diz André Ghigntti, diretor da Wow Aceleradora, que participou da rodada de negócios.

* A repórter viajou a convite da organização do Fisl 

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Encontro de desenvolvedores e entusiastas dos programas de ‘código aberto’ abre espaço para novas empresas que apostam no formato para ganhar mercado; a dificuldade, porém, é encontrar investidores e obter a confiança de grandes clientes

 

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Uma nova geração de programadores e ativistas está convencida de que o Brasil pode dar origem a um novo expoente mundial na área e buscam inspiração nos casos de sucesso de companhias como Mozilla (responsável pelo navegador Firefox), a plataforma de publicação WordPress e a RedHat, grande empresa de software da área. O desafio é lidar com a falta de conhecimento e a insegurança do setor privado, habituado a programas proprietários, já que hoje a maioria dos negócios ainda envolve o setor público.

Os novos negócios com software livre são impulsionados pelo crescimento do empreendedorismo no País na área de tecnologia e internet, o que aumenta as oportunidades, já que as pequenas e médias empresas são o público-alvo dos empreendimentos do setor.

O projeto apresentado pelo desenvolvedor Sérgio Cioban Filho no Fisl é um dos exemplos. Com dez anos de experiência com redes e o sistema Linux, ele criou uma consultoria na área, a Virtmasters. Então ele se deu conta de que faltava um produto específico para análise das redes de data center.

Como as opções disponíveis custam mais de R$ 50 mil, construiu ele mesmo o produto, usando um minicomputador Raspberry Pi e gastando apenas R$ 300. No Fisl, ele apresentou o projeto a investidores em busca de financiamento para produção em larga escala. “É muito mais fácil criar um protótipo usando software livre. Por isso os negócios na área ainda vão crescer muito”, diz.

A participação do código aberto no mercado de softwares ainda é pequena e equivale a apenas 3,67% do total, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). “Como ganhamos dinheiro vendendo o serviço para manutenção de um sistema e não a licença, boa parte dos negócios não são computados como vendas”, diz o coordenador do Fisl, Ricardo Fritsch. “Não fosse isso, o número seria maior.”

Para ele, as boas oportunidades do setor estão no mercado de aparelhos móveis. “Ainda tem espaço no desktop, mas todo mundo está indo para o mobile. Lá estamos na frente. Dentro do Android, tem Linux.”

Para ganhar espaço, as novas empresas da área precisam se profissionalizar, já que hoje o mercado é muito fragmentado e a maioria ainda atende a setores do governo. “Infelizmente o software livre está associado ao ambiente acadêmico. Há muito preconceito”, diz Vicente Aguiar, sócio-fundador da Colivre, cooperativa de tecnologias livres nascida na Bahia e criadora da plataforma Noosfero, usada na rede social colaborativa Stoa, da Universidade de São Paulo (USP).

Outro ponto é conquistar a confiança das empresas, que temem utilizar uma plataforma cujo código é modificado colaborativamente. “Esse princípio impulsiona o negócio”, diz Aguiar. “O Noosfero foi traduzido para o japonês, russo e alemão. Em qual outro contexto um sistema criado no Nordeste chegaria a esses lugares?”

Foi por esse motivo que os criadores da impressora 3D Metamáquina aproveitaram o Fisl não apenas para lançar uma nova versão do produto, mas também para divulgar o código dele, com o intuito de acelerar as melhorias para o modelo. “Há várias coisas que podem ser feitas com o código aberto, como aumentar a velocidade e a qualidade de impressão, e modificá-la para imprimir com outros materiais”, disse Rodrigo Silva, um dos fundadores.

Já para os investidores, que estão descobrindo o software livre, o modelo traz segurança porque facilita o desenvolvimento de protótipos. “O grande problema é que os empreendedores desse mercado entendem muito de tecnologia, mas pouco sobre o mercado”, diz André Ghigntti, diretor da Wow Aceleradora, que participou da rodada de negócios.

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