O Nubank publicou na tarde deste domingo, 25, uma carta em que admite ter errado no que diz respeito às questões raciais dentro da empresa. “A diversidade foi sempre, sim, parte da nossa cultura. O equívoco foi achar que ter o valor por si só bastava”, escreveram os três cofundadores da empresa – David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible –, em texto publicado no blog da fintech.
O documento surge como segunda tentativa da empresa de se retratar após uma declaração de Cristina Junqueira durante o programa Roda Viva, da TV Cultura. Entrevistada na última segunda-feira, 19, ela disse que o Nubank não possuía políticas afirmativas de contratação de pessoas negras, tal como fez o Magazine Luiza recentemente em seu programa de trainee. Segundo Junqueira, o nível da empresa é alto e uma política dessas poderia “nivelar por baixo” a companhia.
A frase causou repercussão nas redes sociais, com inúmeros internautas acusando o Nubank de hipocrisia e racismo – a empresa costuma se vender como defensora da diversidade no mercado de trabalho. A posição aparece ressaltada na carta deste domingo. “Ficamos acomodados com o progresso que tivemos em estatísticas relativas à igualdade de gênero e LGBTQIA+. Repetidas, elas mascaravam a necessidade urgente de posicionamento ativo também na pauta antirracista.”
Durante a semana, Cristina Junqueira chegou a pedir desculpas pela declaração no Roda Viva, em um vídeo publicado em sua conta na rede social profissional Linkedin. Agora, a empresa volta à carga, não só com a admissão de um erro, mas também com promessa de ações efetivas para melhorar sua postura na questão.
Na carta publicada neste domingo, os três cofundadores afirmam que fecharam uma parceria com o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) para “ampliar nosso entendimento sobre o tema, firmar nosso engajamento público e contínuo e acelerar a promoção da igualdade racial no Nubank”. A companhia disse ainda que vai dobrar o time “dedicado a recrutar profissionais de grupos sub-representados em todas as posições e níveis da empresa e reforçar a busca por lideranças negras para nos ajudar nesse processo.”