O desafio das lan houses


Pesquisa do Comitê Gestor de Internet traça o perfil dos usuários e dos donos de lan houses, cada vez menos populares

Por Murilo Roncolato

A precariedade e a baixa diversidade de serviços oferecidos pelas lan houses no País, a informalidade e o aumento do poder de compra da classe C — a chamada classe média digital — são alguns dos fatores que explicam a recente queda do acesso à internet por meio da casas de acesso à internet. Para avaliar a situação desse ambiente digital cada vez menos popular, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta quarta-feira, 1, um perfil das lan houses e de seus donos no Brasil, o TIC Lan houses 2010.

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Outra pesquisa do CGI.br, o TIC Domicílios 2009, havia evidenciado uma mudança importante no perfil de uso da internet no Brasil. Entre 2005 e 2007, o uso das lan houses para acessar a internet teve um crescimento explosivo (de 18% para 30%, em 2008, e depois 49%) e ultrapassou a estável taxa de acesso em domicílio, que saiu de 42% em 2005, foi para 40% em 2006 e 2007 e subiu para 43% em 2008.

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O relatório relaciona o uso das lan houses com a renda familiar do usuário. Exceto nas rendas superiores a cinco salários mínimos, as demais faixas salariais, o acesso à internet por este tipo de estabelecimento cresceu até 2007/2008 e apresentou queda, de até 10 pontos, neste último ano.

 
 
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Uma das explicações possíveis para a súbita reversão é a ascensão econômica da classe C acompanhada da pouca diversidade de serviços oferecidos pelas lan houses.

“Se as lan houses não perderem esse caráter de games, elas vão desaparecer”, afirmou Juliano Capri, técnico da Cetic.br (Centro de Estudos sobre TICs) e um dos responsáveis pela pesquisa.

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Segundo dados da TIC Lanhouse 2010, 92% dos estabelecimentos pesquisados (total de 412) oferecem jogos de computador para seus usuários, enquanto apenas 9% oferecem cursos de uso da internet, 5% fazem treinamento em informática e 4% têm aulas de capacitação profissional.

O diretor-executivo do CGI.br, Hartmut Richard Glaser, também acredita que as lan houses ainda sofrem preconceitos em relação a oferta de mais serviços. “É preciso que as lan houses percam essa cara de ‘lugar mau’ e ofereçam novos serviços”, acredita. 

O prejuízo das lan houses ficou evidente na polêmica lei (nº 4.782) proposta por Paulo Melo (PMDB) e sancionada pela então governadora Rosinha Garotinho no Rio de Janeiro em junho de 2006. O texto aprovado proibia a presença de lan houses a menos de um quilômetro de escolas (fundamental e médio) do Estado. O caso gerou questionamentos em relação à utilidade pública das lan houses e se de fato elas produziam algum tipo de mal à sociedade, principalmente a seus principais frequentadores, os jovens.

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Perfil das lan houses

Não há dados precisos sobre a quantidade de lan houses no País, no entanto João Batista Ferri de Oliveira, diretor do departamento do Governo Eletrônico do Ministério do Planejamento, arrisca um número que variaria de 18 mil a 20 mil casas registradas. Essa incerteza se deve à informalidade, algo muito presente neste setor (mais detalhes abaixo). O governo federal estima que, quando contabilizadas as lan houses “piratas”, esse número pode saltar para mais de 100 mil. 

O TIC Lan houses 2010 mostra que 4 a cada 5 estabelecimentos são negócios familiares. O que mostra como grande parte são microempresas: 97% tem 3 funcionários ou menos e quase 70% possuem até 10 computadores por loja.

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A pesquisa traz dados que permitem, mesmo que superficialmente, visualizar a condição jurídica desses lugares. Cerca de 44% das lan houses dividem seu espaço físico com um alguma atividade muitas vezes completamente diferente delas.

Segundo o Cetic.br, 29% das lan houses também comercializam produtos de informática ou prestam assistência técnica; 23% têm bombonieres; 21% contam com lanchonetes; 21% com gráficas ou copiadoras; 7% com locadoras; 6% ficam em supermercados ou mercearias e 15% em residências. Na apresentação da presquisa comentou-se até a existência de casas de acesso à web em salões de beleza na favela de Heliópolis, em São Paulo.

 
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Perfil dos donos

Sobre os donos das lan houses, o relatório diz que cerca de 59% deles possuem ensino médio completo e apenas 6% têm ensino superior. Eles são na sua maioria homens (74%) e predominantemente da classe C (54%). Cerca de 63% querem oferecer mais computadores, 32% gostariam de expandir o espaço da lan house e 22% sonham em abrir uma filial.

Tanta “vontade” esbarra mais uma vez no problema da informalidade. Esse fator possivelmente é o que impede o gestor de buscar crédito para o crescimento do seu negócio. Segundo o relatório, 79% nunca nem tentaram pedir financiamento ou empréstimo; enquanto, na outra ponta, dos que o fizeram 89% teve o crédito autorizado.

 

Perfil usuários

Embora os responsáveis pela pesquisa critiquem a maior atenção em games, é exatamente este serviço o mais utilizado (42%). Em seguida vêm serviços de impressão (19%) e fotocópias (12%). Cursos, por exemplo, não passam de 1%. 

A maior parte dos que frequentam lan houses está ali por não possuir computador (81%) ou internet (75%) em casa. Dois a cada três vão com o objetivo único de jogar.

Ainda assim 26% dos frequentadores têm computador e internet em casa, mas vão à lan house em busca de uma conexão melhor ou um computador mais potente. 

A precariedade e a baixa diversidade de serviços oferecidos pelas lan houses no País, a informalidade e o aumento do poder de compra da classe C — a chamada classe média digital — são alguns dos fatores que explicam a recente queda do acesso à internet por meio da casas de acesso à internet. Para avaliar a situação desse ambiente digital cada vez menos popular, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta quarta-feira, 1, um perfil das lan houses e de seus donos no Brasil, o TIC Lan houses 2010.

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Outra pesquisa do CGI.br, o TIC Domicílios 2009, havia evidenciado uma mudança importante no perfil de uso da internet no Brasil. Entre 2005 e 2007, o uso das lan houses para acessar a internet teve um crescimento explosivo (de 18% para 30%, em 2008, e depois 49%) e ultrapassou a estável taxa de acesso em domicílio, que saiu de 42% em 2005, foi para 40% em 2006 e 2007 e subiu para 43% em 2008.

O relatório relaciona o uso das lan houses com a renda familiar do usuário. Exceto nas rendas superiores a cinco salários mínimos, as demais faixas salariais, o acesso à internet por este tipo de estabelecimento cresceu até 2007/2008 e apresentou queda, de até 10 pontos, neste último ano.

 
 
 

Uma das explicações possíveis para a súbita reversão é a ascensão econômica da classe C acompanhada da pouca diversidade de serviços oferecidos pelas lan houses.

“Se as lan houses não perderem esse caráter de games, elas vão desaparecer”, afirmou Juliano Capri, técnico da Cetic.br (Centro de Estudos sobre TICs) e um dos responsáveis pela pesquisa.

Segundo dados da TIC Lanhouse 2010, 92% dos estabelecimentos pesquisados (total de 412) oferecem jogos de computador para seus usuários, enquanto apenas 9% oferecem cursos de uso da internet, 5% fazem treinamento em informática e 4% têm aulas de capacitação profissional.

O diretor-executivo do CGI.br, Hartmut Richard Glaser, também acredita que as lan houses ainda sofrem preconceitos em relação a oferta de mais serviços. “É preciso que as lan houses percam essa cara de ‘lugar mau’ e ofereçam novos serviços”, acredita. 

O prejuízo das lan houses ficou evidente na polêmica lei (nº 4.782) proposta por Paulo Melo (PMDB) e sancionada pela então governadora Rosinha Garotinho no Rio de Janeiro em junho de 2006. O texto aprovado proibia a presença de lan houses a menos de um quilômetro de escolas (fundamental e médio) do Estado. O caso gerou questionamentos em relação à utilidade pública das lan houses e se de fato elas produziam algum tipo de mal à sociedade, principalmente a seus principais frequentadores, os jovens.

Perfil das lan houses

Não há dados precisos sobre a quantidade de lan houses no País, no entanto João Batista Ferri de Oliveira, diretor do departamento do Governo Eletrônico do Ministério do Planejamento, arrisca um número que variaria de 18 mil a 20 mil casas registradas. Essa incerteza se deve à informalidade, algo muito presente neste setor (mais detalhes abaixo). O governo federal estima que, quando contabilizadas as lan houses “piratas”, esse número pode saltar para mais de 100 mil. 

O TIC Lan houses 2010 mostra que 4 a cada 5 estabelecimentos são negócios familiares. O que mostra como grande parte são microempresas: 97% tem 3 funcionários ou menos e quase 70% possuem até 10 computadores por loja.

A pesquisa traz dados que permitem, mesmo que superficialmente, visualizar a condição jurídica desses lugares. Cerca de 44% das lan houses dividem seu espaço físico com um alguma atividade muitas vezes completamente diferente delas.

Segundo o Cetic.br, 29% das lan houses também comercializam produtos de informática ou prestam assistência técnica; 23% têm bombonieres; 21% contam com lanchonetes; 21% com gráficas ou copiadoras; 7% com locadoras; 6% ficam em supermercados ou mercearias e 15% em residências. Na apresentação da presquisa comentou-se até a existência de casas de acesso à web em salões de beleza na favela de Heliópolis, em São Paulo.

 
 

Perfil dos donos

Sobre os donos das lan houses, o relatório diz que cerca de 59% deles possuem ensino médio completo e apenas 6% têm ensino superior. Eles são na sua maioria homens (74%) e predominantemente da classe C (54%). Cerca de 63% querem oferecer mais computadores, 32% gostariam de expandir o espaço da lan house e 22% sonham em abrir uma filial.

Tanta “vontade” esbarra mais uma vez no problema da informalidade. Esse fator possivelmente é o que impede o gestor de buscar crédito para o crescimento do seu negócio. Segundo o relatório, 79% nunca nem tentaram pedir financiamento ou empréstimo; enquanto, na outra ponta, dos que o fizeram 89% teve o crédito autorizado.

 

Perfil usuários

Embora os responsáveis pela pesquisa critiquem a maior atenção em games, é exatamente este serviço o mais utilizado (42%). Em seguida vêm serviços de impressão (19%) e fotocópias (12%). Cursos, por exemplo, não passam de 1%. 

A maior parte dos que frequentam lan houses está ali por não possuir computador (81%) ou internet (75%) em casa. Dois a cada três vão com o objetivo único de jogar.

Ainda assim 26% dos frequentadores têm computador e internet em casa, mas vão à lan house em busca de uma conexão melhor ou um computador mais potente. 

A precariedade e a baixa diversidade de serviços oferecidos pelas lan houses no País, a informalidade e o aumento do poder de compra da classe C — a chamada classe média digital — são alguns dos fatores que explicam a recente queda do acesso à internet por meio da casas de acesso à internet. Para avaliar a situação desse ambiente digital cada vez menos popular, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta quarta-feira, 1, um perfil das lan houses e de seus donos no Brasil, o TIC Lan houses 2010.

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Outra pesquisa do CGI.br, o TIC Domicílios 2009, havia evidenciado uma mudança importante no perfil de uso da internet no Brasil. Entre 2005 e 2007, o uso das lan houses para acessar a internet teve um crescimento explosivo (de 18% para 30%, em 2008, e depois 49%) e ultrapassou a estável taxa de acesso em domicílio, que saiu de 42% em 2005, foi para 40% em 2006 e 2007 e subiu para 43% em 2008.

O relatório relaciona o uso das lan houses com a renda familiar do usuário. Exceto nas rendas superiores a cinco salários mínimos, as demais faixas salariais, o acesso à internet por este tipo de estabelecimento cresceu até 2007/2008 e apresentou queda, de até 10 pontos, neste último ano.

 
 
 

Uma das explicações possíveis para a súbita reversão é a ascensão econômica da classe C acompanhada da pouca diversidade de serviços oferecidos pelas lan houses.

“Se as lan houses não perderem esse caráter de games, elas vão desaparecer”, afirmou Juliano Capri, técnico da Cetic.br (Centro de Estudos sobre TICs) e um dos responsáveis pela pesquisa.

Segundo dados da TIC Lanhouse 2010, 92% dos estabelecimentos pesquisados (total de 412) oferecem jogos de computador para seus usuários, enquanto apenas 9% oferecem cursos de uso da internet, 5% fazem treinamento em informática e 4% têm aulas de capacitação profissional.

O diretor-executivo do CGI.br, Hartmut Richard Glaser, também acredita que as lan houses ainda sofrem preconceitos em relação a oferta de mais serviços. “É preciso que as lan houses percam essa cara de ‘lugar mau’ e ofereçam novos serviços”, acredita. 

O prejuízo das lan houses ficou evidente na polêmica lei (nº 4.782) proposta por Paulo Melo (PMDB) e sancionada pela então governadora Rosinha Garotinho no Rio de Janeiro em junho de 2006. O texto aprovado proibia a presença de lan houses a menos de um quilômetro de escolas (fundamental e médio) do Estado. O caso gerou questionamentos em relação à utilidade pública das lan houses e se de fato elas produziam algum tipo de mal à sociedade, principalmente a seus principais frequentadores, os jovens.

Perfil das lan houses

Não há dados precisos sobre a quantidade de lan houses no País, no entanto João Batista Ferri de Oliveira, diretor do departamento do Governo Eletrônico do Ministério do Planejamento, arrisca um número que variaria de 18 mil a 20 mil casas registradas. Essa incerteza se deve à informalidade, algo muito presente neste setor (mais detalhes abaixo). O governo federal estima que, quando contabilizadas as lan houses “piratas”, esse número pode saltar para mais de 100 mil. 

O TIC Lan houses 2010 mostra que 4 a cada 5 estabelecimentos são negócios familiares. O que mostra como grande parte são microempresas: 97% tem 3 funcionários ou menos e quase 70% possuem até 10 computadores por loja.

A pesquisa traz dados que permitem, mesmo que superficialmente, visualizar a condição jurídica desses lugares. Cerca de 44% das lan houses dividem seu espaço físico com um alguma atividade muitas vezes completamente diferente delas.

Segundo o Cetic.br, 29% das lan houses também comercializam produtos de informática ou prestam assistência técnica; 23% têm bombonieres; 21% contam com lanchonetes; 21% com gráficas ou copiadoras; 7% com locadoras; 6% ficam em supermercados ou mercearias e 15% em residências. Na apresentação da presquisa comentou-se até a existência de casas de acesso à web em salões de beleza na favela de Heliópolis, em São Paulo.

 
 

Perfil dos donos

Sobre os donos das lan houses, o relatório diz que cerca de 59% deles possuem ensino médio completo e apenas 6% têm ensino superior. Eles são na sua maioria homens (74%) e predominantemente da classe C (54%). Cerca de 63% querem oferecer mais computadores, 32% gostariam de expandir o espaço da lan house e 22% sonham em abrir uma filial.

Tanta “vontade” esbarra mais uma vez no problema da informalidade. Esse fator possivelmente é o que impede o gestor de buscar crédito para o crescimento do seu negócio. Segundo o relatório, 79% nunca nem tentaram pedir financiamento ou empréstimo; enquanto, na outra ponta, dos que o fizeram 89% teve o crédito autorizado.

 

Perfil usuários

Embora os responsáveis pela pesquisa critiquem a maior atenção em games, é exatamente este serviço o mais utilizado (42%). Em seguida vêm serviços de impressão (19%) e fotocópias (12%). Cursos, por exemplo, não passam de 1%. 

A maior parte dos que frequentam lan houses está ali por não possuir computador (81%) ou internet (75%) em casa. Dois a cada três vão com o objetivo único de jogar.

Ainda assim 26% dos frequentadores têm computador e internet em casa, mas vão à lan house em busca de uma conexão melhor ou um computador mais potente. 

A precariedade e a baixa diversidade de serviços oferecidos pelas lan houses no País, a informalidade e o aumento do poder de compra da classe C — a chamada classe média digital — são alguns dos fatores que explicam a recente queda do acesso à internet por meio da casas de acesso à internet. Para avaliar a situação desse ambiente digital cada vez menos popular, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta quarta-feira, 1, um perfil das lan houses e de seus donos no Brasil, o TIC Lan houses 2010.

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Outra pesquisa do CGI.br, o TIC Domicílios 2009, havia evidenciado uma mudança importante no perfil de uso da internet no Brasil. Entre 2005 e 2007, o uso das lan houses para acessar a internet teve um crescimento explosivo (de 18% para 30%, em 2008, e depois 49%) e ultrapassou a estável taxa de acesso em domicílio, que saiu de 42% em 2005, foi para 40% em 2006 e 2007 e subiu para 43% em 2008.

O relatório relaciona o uso das lan houses com a renda familiar do usuário. Exceto nas rendas superiores a cinco salários mínimos, as demais faixas salariais, o acesso à internet por este tipo de estabelecimento cresceu até 2007/2008 e apresentou queda, de até 10 pontos, neste último ano.

 
 
 

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“Se as lan houses não perderem esse caráter de games, elas vão desaparecer”, afirmou Juliano Capri, técnico da Cetic.br (Centro de Estudos sobre TICs) e um dos responsáveis pela pesquisa.

Segundo dados da TIC Lanhouse 2010, 92% dos estabelecimentos pesquisados (total de 412) oferecem jogos de computador para seus usuários, enquanto apenas 9% oferecem cursos de uso da internet, 5% fazem treinamento em informática e 4% têm aulas de capacitação profissional.

O diretor-executivo do CGI.br, Hartmut Richard Glaser, também acredita que as lan houses ainda sofrem preconceitos em relação a oferta de mais serviços. “É preciso que as lan houses percam essa cara de ‘lugar mau’ e ofereçam novos serviços”, acredita. 

O prejuízo das lan houses ficou evidente na polêmica lei (nº 4.782) proposta por Paulo Melo (PMDB) e sancionada pela então governadora Rosinha Garotinho no Rio de Janeiro em junho de 2006. O texto aprovado proibia a presença de lan houses a menos de um quilômetro de escolas (fundamental e médio) do Estado. O caso gerou questionamentos em relação à utilidade pública das lan houses e se de fato elas produziam algum tipo de mal à sociedade, principalmente a seus principais frequentadores, os jovens.

Perfil das lan houses

Não há dados precisos sobre a quantidade de lan houses no País, no entanto João Batista Ferri de Oliveira, diretor do departamento do Governo Eletrônico do Ministério do Planejamento, arrisca um número que variaria de 18 mil a 20 mil casas registradas. Essa incerteza se deve à informalidade, algo muito presente neste setor (mais detalhes abaixo). O governo federal estima que, quando contabilizadas as lan houses “piratas”, esse número pode saltar para mais de 100 mil. 

O TIC Lan houses 2010 mostra que 4 a cada 5 estabelecimentos são negócios familiares. O que mostra como grande parte são microempresas: 97% tem 3 funcionários ou menos e quase 70% possuem até 10 computadores por loja.

A pesquisa traz dados que permitem, mesmo que superficialmente, visualizar a condição jurídica desses lugares. Cerca de 44% das lan houses dividem seu espaço físico com um alguma atividade muitas vezes completamente diferente delas.

Segundo o Cetic.br, 29% das lan houses também comercializam produtos de informática ou prestam assistência técnica; 23% têm bombonieres; 21% contam com lanchonetes; 21% com gráficas ou copiadoras; 7% com locadoras; 6% ficam em supermercados ou mercearias e 15% em residências. Na apresentação da presquisa comentou-se até a existência de casas de acesso à web em salões de beleza na favela de Heliópolis, em São Paulo.

 
 

Perfil dos donos

Sobre os donos das lan houses, o relatório diz que cerca de 59% deles possuem ensino médio completo e apenas 6% têm ensino superior. Eles são na sua maioria homens (74%) e predominantemente da classe C (54%). Cerca de 63% querem oferecer mais computadores, 32% gostariam de expandir o espaço da lan house e 22% sonham em abrir uma filial.

Tanta “vontade” esbarra mais uma vez no problema da informalidade. Esse fator possivelmente é o que impede o gestor de buscar crédito para o crescimento do seu negócio. Segundo o relatório, 79% nunca nem tentaram pedir financiamento ou empréstimo; enquanto, na outra ponta, dos que o fizeram 89% teve o crédito autorizado.

 

Perfil usuários

Embora os responsáveis pela pesquisa critiquem a maior atenção em games, é exatamente este serviço o mais utilizado (42%). Em seguida vêm serviços de impressão (19%) e fotocópias (12%). Cursos, por exemplo, não passam de 1%. 

A maior parte dos que frequentam lan houses está ali por não possuir computador (81%) ou internet (75%) em casa. Dois a cada três vão com o objetivo único de jogar.

Ainda assim 26% dos frequentadores têm computador e internet em casa, mas vão à lan house em busca de uma conexão melhor ou um computador mais potente. 

A precariedade e a baixa diversidade de serviços oferecidos pelas lan houses no País, a informalidade e o aumento do poder de compra da classe C — a chamada classe média digital — são alguns dos fatores que explicam a recente queda do acesso à internet por meio da casas de acesso à internet. Para avaliar a situação desse ambiente digital cada vez menos popular, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta quarta-feira, 1, um perfil das lan houses e de seus donos no Brasil, o TIC Lan houses 2010.

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Outra pesquisa do CGI.br, o TIC Domicílios 2009, havia evidenciado uma mudança importante no perfil de uso da internet no Brasil. Entre 2005 e 2007, o uso das lan houses para acessar a internet teve um crescimento explosivo (de 18% para 30%, em 2008, e depois 49%) e ultrapassou a estável taxa de acesso em domicílio, que saiu de 42% em 2005, foi para 40% em 2006 e 2007 e subiu para 43% em 2008.

O relatório relaciona o uso das lan houses com a renda familiar do usuário. Exceto nas rendas superiores a cinco salários mínimos, as demais faixas salariais, o acesso à internet por este tipo de estabelecimento cresceu até 2007/2008 e apresentou queda, de até 10 pontos, neste último ano.

 
 
 

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“Se as lan houses não perderem esse caráter de games, elas vão desaparecer”, afirmou Juliano Capri, técnico da Cetic.br (Centro de Estudos sobre TICs) e um dos responsáveis pela pesquisa.

Segundo dados da TIC Lanhouse 2010, 92% dos estabelecimentos pesquisados (total de 412) oferecem jogos de computador para seus usuários, enquanto apenas 9% oferecem cursos de uso da internet, 5% fazem treinamento em informática e 4% têm aulas de capacitação profissional.

O diretor-executivo do CGI.br, Hartmut Richard Glaser, também acredita que as lan houses ainda sofrem preconceitos em relação a oferta de mais serviços. “É preciso que as lan houses percam essa cara de ‘lugar mau’ e ofereçam novos serviços”, acredita. 

O prejuízo das lan houses ficou evidente na polêmica lei (nº 4.782) proposta por Paulo Melo (PMDB) e sancionada pela então governadora Rosinha Garotinho no Rio de Janeiro em junho de 2006. O texto aprovado proibia a presença de lan houses a menos de um quilômetro de escolas (fundamental e médio) do Estado. O caso gerou questionamentos em relação à utilidade pública das lan houses e se de fato elas produziam algum tipo de mal à sociedade, principalmente a seus principais frequentadores, os jovens.

Perfil das lan houses

Não há dados precisos sobre a quantidade de lan houses no País, no entanto João Batista Ferri de Oliveira, diretor do departamento do Governo Eletrônico do Ministério do Planejamento, arrisca um número que variaria de 18 mil a 20 mil casas registradas. Essa incerteza se deve à informalidade, algo muito presente neste setor (mais detalhes abaixo). O governo federal estima que, quando contabilizadas as lan houses “piratas”, esse número pode saltar para mais de 100 mil. 

O TIC Lan houses 2010 mostra que 4 a cada 5 estabelecimentos são negócios familiares. O que mostra como grande parte são microempresas: 97% tem 3 funcionários ou menos e quase 70% possuem até 10 computadores por loja.

A pesquisa traz dados que permitem, mesmo que superficialmente, visualizar a condição jurídica desses lugares. Cerca de 44% das lan houses dividem seu espaço físico com um alguma atividade muitas vezes completamente diferente delas.

Segundo o Cetic.br, 29% das lan houses também comercializam produtos de informática ou prestam assistência técnica; 23% têm bombonieres; 21% contam com lanchonetes; 21% com gráficas ou copiadoras; 7% com locadoras; 6% ficam em supermercados ou mercearias e 15% em residências. Na apresentação da presquisa comentou-se até a existência de casas de acesso à web em salões de beleza na favela de Heliópolis, em São Paulo.

 
 

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Tanta “vontade” esbarra mais uma vez no problema da informalidade. Esse fator possivelmente é o que impede o gestor de buscar crédito para o crescimento do seu negócio. Segundo o relatório, 79% nunca nem tentaram pedir financiamento ou empréstimo; enquanto, na outra ponta, dos que o fizeram 89% teve o crédito autorizado.

 

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A maior parte dos que frequentam lan houses está ali por não possuir computador (81%) ou internet (75%) em casa. Dois a cada três vão com o objetivo único de jogar.

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