Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|2023 vai ser o ano das inteligências artificiais capazes de gerar conteúdo


No futuro, várias profissões poderão ser substituídas por IAs

Por Pedro Doria

Uma das primeiras reações ao lançamento do ChatGPT, que foi aberto ao uso público no início deste mês, foi de professores universitários americanos. O sistema atua como uma janela de chat. Pergunte sobre o conceito de liberdade para o filósofo fulano ou peça um resumo de Hamlet e o sistema não dá apenas uma resposta coerente. A resposta é incrivelmente profunda, às vezes até sensível. O que os professores começam a temer é que não serão mais capazes de distinguir os trabalhos que alunos de graduação escreveram daqueles produzidos por inteligências artificiais. Mas o cenário está posto. Este ano que entra, 2023, será o ano da inteligência artificial generativa — Gen-AI, na sigla habitualmente usada em inglês.

Gen-AI não é novidade. Já estamos faz dois anos brincando com a possibilidade de produzir ilustrações, algumas muito bonitas, a partir de descrições em texto. ChatGPT é a primeira demonstração pública de que texto com bastante sofisticação, que parece ter sido redigido por alguém que pensa, pode nascer de uma inteligência artificial.

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As consequências vão muito além dos cursos de graduação. Uma versão especializada em Direito poderá produzir sumários da jurisprudência de um caso para um escritório de advogados. A ata de uma reunião, de qualquer reunião, poderá ser redigida a partir da gravação em áudio da conversa. Chats de atendimento ao consumidor se tornarão indistinguíveis de pessoas que tudo sabem e tudo podem resolver. Produzir uma pequena matéria jornalística a partir de um boletim de ocorrência vai virar coisa para as máquinas fazerem.

O surgimento de Gen-AI, portanto, vai começar nesta década a acelerar duas tendências fortes. A primeira é que vamos precisar de menos ilustradores, menos advogados, menos jornalistas, menos analistas de RH, menos assistentes de todo tipo, o trabalho mais braçal da criação não dura até 2030. Empresas, cada vez mais, poderão produzir mais com menos gente. E isto tudo será graças aos algoritmos de inteligência artificial construídos por algo como dez empresas que dominarão por completo este ambiente, venderão os serviços de seus programas, e farão dinheiro como nunca antes.

Tecnologia não deixará de ser criada, o mundo não vai voltar para trás, mas não dá para ignorar que esta é uma máquina aceleradora da concentração de riqueza. As nações precisarão se unir para entender como regular este espaço e, muito provavelmente, sobretaxar a indústria digital para garantir melhor distribuição do bem-estar que a tecnologia constrói. Se o trabalho será menos necessário, que não seja à custa da miséria.

Uma das primeiras reações ao lançamento do ChatGPT, que foi aberto ao uso público no início deste mês, foi de professores universitários americanos. O sistema atua como uma janela de chat. Pergunte sobre o conceito de liberdade para o filósofo fulano ou peça um resumo de Hamlet e o sistema não dá apenas uma resposta coerente. A resposta é incrivelmente profunda, às vezes até sensível. O que os professores começam a temer é que não serão mais capazes de distinguir os trabalhos que alunos de graduação escreveram daqueles produzidos por inteligências artificiais. Mas o cenário está posto. Este ano que entra, 2023, será o ano da inteligência artificial generativa — Gen-AI, na sigla habitualmente usada em inglês.

Gen-AI não é novidade. Já estamos faz dois anos brincando com a possibilidade de produzir ilustrações, algumas muito bonitas, a partir de descrições em texto. ChatGPT é a primeira demonstração pública de que texto com bastante sofisticação, que parece ter sido redigido por alguém que pensa, pode nascer de uma inteligência artificial.

As consequências vão muito além dos cursos de graduação. Uma versão especializada em Direito poderá produzir sumários da jurisprudência de um caso para um escritório de advogados. A ata de uma reunião, de qualquer reunião, poderá ser redigida a partir da gravação em áudio da conversa. Chats de atendimento ao consumidor se tornarão indistinguíveis de pessoas que tudo sabem e tudo podem resolver. Produzir uma pequena matéria jornalística a partir de um boletim de ocorrência vai virar coisa para as máquinas fazerem.

O surgimento de Gen-AI, portanto, vai começar nesta década a acelerar duas tendências fortes. A primeira é que vamos precisar de menos ilustradores, menos advogados, menos jornalistas, menos analistas de RH, menos assistentes de todo tipo, o trabalho mais braçal da criação não dura até 2030. Empresas, cada vez mais, poderão produzir mais com menos gente. E isto tudo será graças aos algoritmos de inteligência artificial construídos por algo como dez empresas que dominarão por completo este ambiente, venderão os serviços de seus programas, e farão dinheiro como nunca antes.

Tecnologia não deixará de ser criada, o mundo não vai voltar para trás, mas não dá para ignorar que esta é uma máquina aceleradora da concentração de riqueza. As nações precisarão se unir para entender como regular este espaço e, muito provavelmente, sobretaxar a indústria digital para garantir melhor distribuição do bem-estar que a tecnologia constrói. Se o trabalho será menos necessário, que não seja à custa da miséria.

Uma das primeiras reações ao lançamento do ChatGPT, que foi aberto ao uso público no início deste mês, foi de professores universitários americanos. O sistema atua como uma janela de chat. Pergunte sobre o conceito de liberdade para o filósofo fulano ou peça um resumo de Hamlet e o sistema não dá apenas uma resposta coerente. A resposta é incrivelmente profunda, às vezes até sensível. O que os professores começam a temer é que não serão mais capazes de distinguir os trabalhos que alunos de graduação escreveram daqueles produzidos por inteligências artificiais. Mas o cenário está posto. Este ano que entra, 2023, será o ano da inteligência artificial generativa — Gen-AI, na sigla habitualmente usada em inglês.

Gen-AI não é novidade. Já estamos faz dois anos brincando com a possibilidade de produzir ilustrações, algumas muito bonitas, a partir de descrições em texto. ChatGPT é a primeira demonstração pública de que texto com bastante sofisticação, que parece ter sido redigido por alguém que pensa, pode nascer de uma inteligência artificial.

As consequências vão muito além dos cursos de graduação. Uma versão especializada em Direito poderá produzir sumários da jurisprudência de um caso para um escritório de advogados. A ata de uma reunião, de qualquer reunião, poderá ser redigida a partir da gravação em áudio da conversa. Chats de atendimento ao consumidor se tornarão indistinguíveis de pessoas que tudo sabem e tudo podem resolver. Produzir uma pequena matéria jornalística a partir de um boletim de ocorrência vai virar coisa para as máquinas fazerem.

O surgimento de Gen-AI, portanto, vai começar nesta década a acelerar duas tendências fortes. A primeira é que vamos precisar de menos ilustradores, menos advogados, menos jornalistas, menos analistas de RH, menos assistentes de todo tipo, o trabalho mais braçal da criação não dura até 2030. Empresas, cada vez mais, poderão produzir mais com menos gente. E isto tudo será graças aos algoritmos de inteligência artificial construídos por algo como dez empresas que dominarão por completo este ambiente, venderão os serviços de seus programas, e farão dinheiro como nunca antes.

Tecnologia não deixará de ser criada, o mundo não vai voltar para trás, mas não dá para ignorar que esta é uma máquina aceleradora da concentração de riqueza. As nações precisarão se unir para entender como regular este espaço e, muito provavelmente, sobretaxar a indústria digital para garantir melhor distribuição do bem-estar que a tecnologia constrói. Se o trabalho será menos necessário, que não seja à custa da miséria.

Opinião por Pedro Doria

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