Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|5G eternamente adiado


O que falta é simples: o governo precisa leiloar as faixas de frequência

O 5G só deve chegar ao Brasil em 2021 Foto: Yves Herman/Reuters

Neste momento, já há gente técnica boa, no Ministério da Ciência e Tecnologia e na Anatel, começando a trabalhar naquilo que será o protocolo 6G de telefonia celular. É assim mesmo: um trabalho conjunto da indústria, governos e organizações. O desenvolvimento do 5G também foi assim. Aquele mesmo que, dependendo de quem diz, ficou para 2021 ou 2022 no Brasil. E esta é uma história que parece técnica, mas não é.

O que falta é simples: o governo precisa leiloar as faixas de frequência. Quem vai disputá-las são as operadoras de telefonia. Quando elas tiverem seu quinhão de ar por onde fazer trafegar dados e voz, poderão começar a instalar as antenas e então anunciar aos clientes que eles já podem comprar celulares novos. O leilão era para ter ocorrido em 2019 – no início do ano. A responsabilidade era da Anatel, que adiou, adiou. Nesta entrou o Planalto e repassou a responsabilidade para o ministro-astronauta Marcos Pontes. Que, aliás, ainda aguarda informações que a agência reguladora não envia.

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Oficialmente, o maior empecilho são as antenas parabólicas de TV. É que o celular 5G poderia interferir no sinal de satélite. O oficial é isto. Mas é uma desculpa – o problema existe, mas é pequeno.

O 5G funcionará em frequências que vão de 700MHz a 3,5GHz. Esta última faixa é muito próxima das parabólicas que captam sinal de TV. Uma antena de celular 5G muito próxima de uma antena de televisão pode dar interferência. Esta discussão, sobre a interferência, corre pela Anatel faz dois anos, estudo atrás de estudo, testes vários, até agora sem conclusão.

Estas faixas têm uma lógica. A mais alta é propícia a carregar muitas conexões simultâneas. Na mais baixa, o sinal vai longe, mas não comporta tantos aparelhos ligados ao mesmo tempo. Ou seja, 3,5GHz será usado nas cidades e, 700MHz, no campo.

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Quem assiste TV por parabólica o faz porque vive numa região que não é cabeada. Cidades pequenas ou, principalmente, justamente as zonas rurais. É somar A e B. O celular que pode interferir com as parabólicas estará distante das áreas onde elas são mais usadas.

É evidente que há exceções. Uma das estimativas é de que algo como um milhão de antenas podem – não quer dizer que vão – ter problemas. Para estas, um filtro resolve. O custo para as operadoras de instalar esta peça para quem tiver problema é mínimo perante os gastos que terão com instalação de toda infraestrutura. Se não for para ser identificado, um técnico após o outro confirma que o problema é pequeno. Mas esta não é uma informação que apareça em qualquer relatório – e, desde que a batata quente caiu no colo do ministério, o fluxo de informações entre a esplanada e a Anatel foi ao chão.

A Anatel anda frequentada por filhos do presidente Jair Bolsonaro. E não é segredo que a família tem particular apreço pela relação pessoal que julga ter com aquele que ora ocupa o Salão Oval, Donald Trump.

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Em uma de suas visitas, no ano passado, o deputado Eduardo Bolsonaro pediu que a agência permitisse a fusão entre os grupos TimeWarner e AT&T. A legislação brasileira não permite que o operador de TV por assinatura também seja dono de canais veiculados. A AT&T é dona da Sky, a TimeWarner de uma penca de canais que vão de CNN a HBO.Foi Trump quem encomendou o pedido.

Este é um pedido pequeno. O pedido grande de Trump é outro – que o Brasil não permita equipamento da chinesa Huawei em sua rede 5G. O governo não tem nenhum meio legal para impedir que as operadoras comprem do fornecedor que desejarem. Aliás, 50% da infraestrutura 4G, no Brasil, já é da Huawei. É mais barato do que as concorrentes – a Nokia finlandesa e a Ericsson sueca. Muitos argumentam que é também melhor.

Adiar eternamente o leilão é a saída. 

O 5G só deve chegar ao Brasil em 2021 Foto: Yves Herman/Reuters

Neste momento, já há gente técnica boa, no Ministério da Ciência e Tecnologia e na Anatel, começando a trabalhar naquilo que será o protocolo 6G de telefonia celular. É assim mesmo: um trabalho conjunto da indústria, governos e organizações. O desenvolvimento do 5G também foi assim. Aquele mesmo que, dependendo de quem diz, ficou para 2021 ou 2022 no Brasil. E esta é uma história que parece técnica, mas não é.

O que falta é simples: o governo precisa leiloar as faixas de frequência. Quem vai disputá-las são as operadoras de telefonia. Quando elas tiverem seu quinhão de ar por onde fazer trafegar dados e voz, poderão começar a instalar as antenas e então anunciar aos clientes que eles já podem comprar celulares novos. O leilão era para ter ocorrido em 2019 – no início do ano. A responsabilidade era da Anatel, que adiou, adiou. Nesta entrou o Planalto e repassou a responsabilidade para o ministro-astronauta Marcos Pontes. Que, aliás, ainda aguarda informações que a agência reguladora não envia.

Oficialmente, o maior empecilho são as antenas parabólicas de TV. É que o celular 5G poderia interferir no sinal de satélite. O oficial é isto. Mas é uma desculpa – o problema existe, mas é pequeno.

O 5G funcionará em frequências que vão de 700MHz a 3,5GHz. Esta última faixa é muito próxima das parabólicas que captam sinal de TV. Uma antena de celular 5G muito próxima de uma antena de televisão pode dar interferência. Esta discussão, sobre a interferência, corre pela Anatel faz dois anos, estudo atrás de estudo, testes vários, até agora sem conclusão.

Estas faixas têm uma lógica. A mais alta é propícia a carregar muitas conexões simultâneas. Na mais baixa, o sinal vai longe, mas não comporta tantos aparelhos ligados ao mesmo tempo. Ou seja, 3,5GHz será usado nas cidades e, 700MHz, no campo.

Quem assiste TV por parabólica o faz porque vive numa região que não é cabeada. Cidades pequenas ou, principalmente, justamente as zonas rurais. É somar A e B. O celular que pode interferir com as parabólicas estará distante das áreas onde elas são mais usadas.

É evidente que há exceções. Uma das estimativas é de que algo como um milhão de antenas podem – não quer dizer que vão – ter problemas. Para estas, um filtro resolve. O custo para as operadoras de instalar esta peça para quem tiver problema é mínimo perante os gastos que terão com instalação de toda infraestrutura. Se não for para ser identificado, um técnico após o outro confirma que o problema é pequeno. Mas esta não é uma informação que apareça em qualquer relatório – e, desde que a batata quente caiu no colo do ministério, o fluxo de informações entre a esplanada e a Anatel foi ao chão.

A Anatel anda frequentada por filhos do presidente Jair Bolsonaro. E não é segredo que a família tem particular apreço pela relação pessoal que julga ter com aquele que ora ocupa o Salão Oval, Donald Trump.

Em uma de suas visitas, no ano passado, o deputado Eduardo Bolsonaro pediu que a agência permitisse a fusão entre os grupos TimeWarner e AT&T. A legislação brasileira não permite que o operador de TV por assinatura também seja dono de canais veiculados. A AT&T é dona da Sky, a TimeWarner de uma penca de canais que vão de CNN a HBO.Foi Trump quem encomendou o pedido.

Este é um pedido pequeno. O pedido grande de Trump é outro – que o Brasil não permita equipamento da chinesa Huawei em sua rede 5G. O governo não tem nenhum meio legal para impedir que as operadoras comprem do fornecedor que desejarem. Aliás, 50% da infraestrutura 4G, no Brasil, já é da Huawei. É mais barato do que as concorrentes – a Nokia finlandesa e a Ericsson sueca. Muitos argumentam que é também melhor.

Adiar eternamente o leilão é a saída. 

O 5G só deve chegar ao Brasil em 2021 Foto: Yves Herman/Reuters

Neste momento, já há gente técnica boa, no Ministério da Ciência e Tecnologia e na Anatel, começando a trabalhar naquilo que será o protocolo 6G de telefonia celular. É assim mesmo: um trabalho conjunto da indústria, governos e organizações. O desenvolvimento do 5G também foi assim. Aquele mesmo que, dependendo de quem diz, ficou para 2021 ou 2022 no Brasil. E esta é uma história que parece técnica, mas não é.

O que falta é simples: o governo precisa leiloar as faixas de frequência. Quem vai disputá-las são as operadoras de telefonia. Quando elas tiverem seu quinhão de ar por onde fazer trafegar dados e voz, poderão começar a instalar as antenas e então anunciar aos clientes que eles já podem comprar celulares novos. O leilão era para ter ocorrido em 2019 – no início do ano. A responsabilidade era da Anatel, que adiou, adiou. Nesta entrou o Planalto e repassou a responsabilidade para o ministro-astronauta Marcos Pontes. Que, aliás, ainda aguarda informações que a agência reguladora não envia.

Oficialmente, o maior empecilho são as antenas parabólicas de TV. É que o celular 5G poderia interferir no sinal de satélite. O oficial é isto. Mas é uma desculpa – o problema existe, mas é pequeno.

O 5G funcionará em frequências que vão de 700MHz a 3,5GHz. Esta última faixa é muito próxima das parabólicas que captam sinal de TV. Uma antena de celular 5G muito próxima de uma antena de televisão pode dar interferência. Esta discussão, sobre a interferência, corre pela Anatel faz dois anos, estudo atrás de estudo, testes vários, até agora sem conclusão.

Estas faixas têm uma lógica. A mais alta é propícia a carregar muitas conexões simultâneas. Na mais baixa, o sinal vai longe, mas não comporta tantos aparelhos ligados ao mesmo tempo. Ou seja, 3,5GHz será usado nas cidades e, 700MHz, no campo.

Quem assiste TV por parabólica o faz porque vive numa região que não é cabeada. Cidades pequenas ou, principalmente, justamente as zonas rurais. É somar A e B. O celular que pode interferir com as parabólicas estará distante das áreas onde elas são mais usadas.

É evidente que há exceções. Uma das estimativas é de que algo como um milhão de antenas podem – não quer dizer que vão – ter problemas. Para estas, um filtro resolve. O custo para as operadoras de instalar esta peça para quem tiver problema é mínimo perante os gastos que terão com instalação de toda infraestrutura. Se não for para ser identificado, um técnico após o outro confirma que o problema é pequeno. Mas esta não é uma informação que apareça em qualquer relatório – e, desde que a batata quente caiu no colo do ministério, o fluxo de informações entre a esplanada e a Anatel foi ao chão.

A Anatel anda frequentada por filhos do presidente Jair Bolsonaro. E não é segredo que a família tem particular apreço pela relação pessoal que julga ter com aquele que ora ocupa o Salão Oval, Donald Trump.

Em uma de suas visitas, no ano passado, o deputado Eduardo Bolsonaro pediu que a agência permitisse a fusão entre os grupos TimeWarner e AT&T. A legislação brasileira não permite que o operador de TV por assinatura também seja dono de canais veiculados. A AT&T é dona da Sky, a TimeWarner de uma penca de canais que vão de CNN a HBO.Foi Trump quem encomendou o pedido.

Este é um pedido pequeno. O pedido grande de Trump é outro – que o Brasil não permita equipamento da chinesa Huawei em sua rede 5G. O governo não tem nenhum meio legal para impedir que as operadoras comprem do fornecedor que desejarem. Aliás, 50% da infraestrutura 4G, no Brasil, já é da Huawei. É mais barato do que as concorrentes – a Nokia finlandesa e a Ericsson sueca. Muitos argumentam que é também melhor.

Adiar eternamente o leilão é a saída. 

O 5G só deve chegar ao Brasil em 2021 Foto: Yves Herman/Reuters

Neste momento, já há gente técnica boa, no Ministério da Ciência e Tecnologia e na Anatel, começando a trabalhar naquilo que será o protocolo 6G de telefonia celular. É assim mesmo: um trabalho conjunto da indústria, governos e organizações. O desenvolvimento do 5G também foi assim. Aquele mesmo que, dependendo de quem diz, ficou para 2021 ou 2022 no Brasil. E esta é uma história que parece técnica, mas não é.

O que falta é simples: o governo precisa leiloar as faixas de frequência. Quem vai disputá-las são as operadoras de telefonia. Quando elas tiverem seu quinhão de ar por onde fazer trafegar dados e voz, poderão começar a instalar as antenas e então anunciar aos clientes que eles já podem comprar celulares novos. O leilão era para ter ocorrido em 2019 – no início do ano. A responsabilidade era da Anatel, que adiou, adiou. Nesta entrou o Planalto e repassou a responsabilidade para o ministro-astronauta Marcos Pontes. Que, aliás, ainda aguarda informações que a agência reguladora não envia.

Oficialmente, o maior empecilho são as antenas parabólicas de TV. É que o celular 5G poderia interferir no sinal de satélite. O oficial é isto. Mas é uma desculpa – o problema existe, mas é pequeno.

O 5G funcionará em frequências que vão de 700MHz a 3,5GHz. Esta última faixa é muito próxima das parabólicas que captam sinal de TV. Uma antena de celular 5G muito próxima de uma antena de televisão pode dar interferência. Esta discussão, sobre a interferência, corre pela Anatel faz dois anos, estudo atrás de estudo, testes vários, até agora sem conclusão.

Estas faixas têm uma lógica. A mais alta é propícia a carregar muitas conexões simultâneas. Na mais baixa, o sinal vai longe, mas não comporta tantos aparelhos ligados ao mesmo tempo. Ou seja, 3,5GHz será usado nas cidades e, 700MHz, no campo.

Quem assiste TV por parabólica o faz porque vive numa região que não é cabeada. Cidades pequenas ou, principalmente, justamente as zonas rurais. É somar A e B. O celular que pode interferir com as parabólicas estará distante das áreas onde elas são mais usadas.

É evidente que há exceções. Uma das estimativas é de que algo como um milhão de antenas podem – não quer dizer que vão – ter problemas. Para estas, um filtro resolve. O custo para as operadoras de instalar esta peça para quem tiver problema é mínimo perante os gastos que terão com instalação de toda infraestrutura. Se não for para ser identificado, um técnico após o outro confirma que o problema é pequeno. Mas esta não é uma informação que apareça em qualquer relatório – e, desde que a batata quente caiu no colo do ministério, o fluxo de informações entre a esplanada e a Anatel foi ao chão.

A Anatel anda frequentada por filhos do presidente Jair Bolsonaro. E não é segredo que a família tem particular apreço pela relação pessoal que julga ter com aquele que ora ocupa o Salão Oval, Donald Trump.

Em uma de suas visitas, no ano passado, o deputado Eduardo Bolsonaro pediu que a agência permitisse a fusão entre os grupos TimeWarner e AT&T. A legislação brasileira não permite que o operador de TV por assinatura também seja dono de canais veiculados. A AT&T é dona da Sky, a TimeWarner de uma penca de canais que vão de CNN a HBO.Foi Trump quem encomendou o pedido.

Este é um pedido pequeno. O pedido grande de Trump é outro – que o Brasil não permita equipamento da chinesa Huawei em sua rede 5G. O governo não tem nenhum meio legal para impedir que as operadoras comprem do fornecedor que desejarem. Aliás, 50% da infraestrutura 4G, no Brasil, já é da Huawei. É mais barato do que as concorrentes – a Nokia finlandesa e a Ericsson sueca. Muitos argumentam que é também melhor.

Adiar eternamente o leilão é a saída. 

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