Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|Europa vai botar ordem no mundo digital com regra sobre o USB-C


Leis europeias vão regular espaços digitais do continente, mas efeitos serão sentidos em outras regiões do mundo

A partir de 2024, todo equipamento com bateria que ligamos na tomada e é vendido na Europa terá de usar o padrão USB-C. Os smatphones Android mais modernos já o usam, muitos laptops também, assim como o iPad.

A entrada USB-C é pequenina, portanto cabe em qualquer aparelho. Não importa se posicionamos o cabo de um lado ou do outro, sempre encaixa. Tolera taxas de transferência de dados altas e carregamento rápido. E, como o mercado europeu representa um PIB de US$ 18 trilhões, todas as empresas vão se adaptar. O iPhone, já no ano que vem, abandonará o Lightning, criado pela Apple, pelo novo padrão.

O resultado da política europeia é que o mundo todo vai adotar um só tipo de entrada. Os centros mundiais da inovação podem ainda ser EUA e China. Mas é a Europa que está organizando o mundo digital para todos nós.

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No centro da regulação digital europeia está uma política liberal de 54 anos chamada Margrethe Vestager, que já havia servido como vice-premiê e ministra da Fazenda na Dinamarca. Ela é economista e lidera, na UE, a Comissão de Adequação Digital. Mas não é só a excelência técnica de Vestager que permite à Europa avançar rapidamente. A estrutura de governança da União ajuda muito. Ou, dito de outra forma, burocracia, quando bem estruturada, funciona.

iPhone terá de abandonar padrão Lightning criado pela Apple para adotar formato USB-C Foto: Julien Warnand/EFE - 7/6/2022

O processo de polarização do mundo travou parlamentos nacionais. É assim por toda parte – alguns ainda conseguem ser minimamente funcionais, mas pautas divisivas têm dificuldades. Na Europa, porém, as leis que valem para todo o bloco são elaboradas independentemente dos parlamentos. Corpos técnicos foram erguidos para cada área, com gente tecnicamente habilitada e políticos no comando. Cada problema é estudado nos detalhes. Um projeto de lei é elaborado. E, só aí, os parlamentos de cada país aprovam.

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Descolar a elaboração das leis que tratam de temas muito complexos do processo de aprovação tornou a Europa eficiente no mundo digital. Do outro lado, existem corporações grandes que desenvolvem tecnologias mal compreendidas. Tecnologias que impactam de inúmeras maneiras nossos cotidianos. Às vezes, mudando a dinâmica do debate público. Dificultando o fluxo de informação de qualidade. Estabelecendo monopólios que impedem a entrada de startups inovadoras em mercados. Até influenciando o preço de produtos nos marketplaces do comércio eletrônico.

Este ano, leis europeias vão pela primeira vez regular todos esses espaços. Ao fazê-lo, seus efeitos serão sentidos até bem longe do continente.

A partir de 2024, todo equipamento com bateria que ligamos na tomada e é vendido na Europa terá de usar o padrão USB-C. Os smatphones Android mais modernos já o usam, muitos laptops também, assim como o iPad.

A entrada USB-C é pequenina, portanto cabe em qualquer aparelho. Não importa se posicionamos o cabo de um lado ou do outro, sempre encaixa. Tolera taxas de transferência de dados altas e carregamento rápido. E, como o mercado europeu representa um PIB de US$ 18 trilhões, todas as empresas vão se adaptar. O iPhone, já no ano que vem, abandonará o Lightning, criado pela Apple, pelo novo padrão.

O resultado da política europeia é que o mundo todo vai adotar um só tipo de entrada. Os centros mundiais da inovação podem ainda ser EUA e China. Mas é a Europa que está organizando o mundo digital para todos nós.

No centro da regulação digital europeia está uma política liberal de 54 anos chamada Margrethe Vestager, que já havia servido como vice-premiê e ministra da Fazenda na Dinamarca. Ela é economista e lidera, na UE, a Comissão de Adequação Digital. Mas não é só a excelência técnica de Vestager que permite à Europa avançar rapidamente. A estrutura de governança da União ajuda muito. Ou, dito de outra forma, burocracia, quando bem estruturada, funciona.

iPhone terá de abandonar padrão Lightning criado pela Apple para adotar formato USB-C Foto: Julien Warnand/EFE - 7/6/2022

O processo de polarização do mundo travou parlamentos nacionais. É assim por toda parte – alguns ainda conseguem ser minimamente funcionais, mas pautas divisivas têm dificuldades. Na Europa, porém, as leis que valem para todo o bloco são elaboradas independentemente dos parlamentos. Corpos técnicos foram erguidos para cada área, com gente tecnicamente habilitada e políticos no comando. Cada problema é estudado nos detalhes. Um projeto de lei é elaborado. E, só aí, os parlamentos de cada país aprovam.

Descolar a elaboração das leis que tratam de temas muito complexos do processo de aprovação tornou a Europa eficiente no mundo digital. Do outro lado, existem corporações grandes que desenvolvem tecnologias mal compreendidas. Tecnologias que impactam de inúmeras maneiras nossos cotidianos. Às vezes, mudando a dinâmica do debate público. Dificultando o fluxo de informação de qualidade. Estabelecendo monopólios que impedem a entrada de startups inovadoras em mercados. Até influenciando o preço de produtos nos marketplaces do comércio eletrônico.

Este ano, leis europeias vão pela primeira vez regular todos esses espaços. Ao fazê-lo, seus efeitos serão sentidos até bem longe do continente.

A partir de 2024, todo equipamento com bateria que ligamos na tomada e é vendido na Europa terá de usar o padrão USB-C. Os smatphones Android mais modernos já o usam, muitos laptops também, assim como o iPad.

A entrada USB-C é pequenina, portanto cabe em qualquer aparelho. Não importa se posicionamos o cabo de um lado ou do outro, sempre encaixa. Tolera taxas de transferência de dados altas e carregamento rápido. E, como o mercado europeu representa um PIB de US$ 18 trilhões, todas as empresas vão se adaptar. O iPhone, já no ano que vem, abandonará o Lightning, criado pela Apple, pelo novo padrão.

O resultado da política europeia é que o mundo todo vai adotar um só tipo de entrada. Os centros mundiais da inovação podem ainda ser EUA e China. Mas é a Europa que está organizando o mundo digital para todos nós.

No centro da regulação digital europeia está uma política liberal de 54 anos chamada Margrethe Vestager, que já havia servido como vice-premiê e ministra da Fazenda na Dinamarca. Ela é economista e lidera, na UE, a Comissão de Adequação Digital. Mas não é só a excelência técnica de Vestager que permite à Europa avançar rapidamente. A estrutura de governança da União ajuda muito. Ou, dito de outra forma, burocracia, quando bem estruturada, funciona.

iPhone terá de abandonar padrão Lightning criado pela Apple para adotar formato USB-C Foto: Julien Warnand/EFE - 7/6/2022

O processo de polarização do mundo travou parlamentos nacionais. É assim por toda parte – alguns ainda conseguem ser minimamente funcionais, mas pautas divisivas têm dificuldades. Na Europa, porém, as leis que valem para todo o bloco são elaboradas independentemente dos parlamentos. Corpos técnicos foram erguidos para cada área, com gente tecnicamente habilitada e políticos no comando. Cada problema é estudado nos detalhes. Um projeto de lei é elaborado. E, só aí, os parlamentos de cada país aprovam.

Descolar a elaboração das leis que tratam de temas muito complexos do processo de aprovação tornou a Europa eficiente no mundo digital. Do outro lado, existem corporações grandes que desenvolvem tecnologias mal compreendidas. Tecnologias que impactam de inúmeras maneiras nossos cotidianos. Às vezes, mudando a dinâmica do debate público. Dificultando o fluxo de informação de qualidade. Estabelecendo monopólios que impedem a entrada de startups inovadoras em mercados. Até influenciando o preço de produtos nos marketplaces do comércio eletrônico.

Este ano, leis europeias vão pela primeira vez regular todos esses espaços. Ao fazê-lo, seus efeitos serão sentidos até bem longe do continente.

A partir de 2024, todo equipamento com bateria que ligamos na tomada e é vendido na Europa terá de usar o padrão USB-C. Os smatphones Android mais modernos já o usam, muitos laptops também, assim como o iPad.

A entrada USB-C é pequenina, portanto cabe em qualquer aparelho. Não importa se posicionamos o cabo de um lado ou do outro, sempre encaixa. Tolera taxas de transferência de dados altas e carregamento rápido. E, como o mercado europeu representa um PIB de US$ 18 trilhões, todas as empresas vão se adaptar. O iPhone, já no ano que vem, abandonará o Lightning, criado pela Apple, pelo novo padrão.

O resultado da política europeia é que o mundo todo vai adotar um só tipo de entrada. Os centros mundiais da inovação podem ainda ser EUA e China. Mas é a Europa que está organizando o mundo digital para todos nós.

No centro da regulação digital europeia está uma política liberal de 54 anos chamada Margrethe Vestager, que já havia servido como vice-premiê e ministra da Fazenda na Dinamarca. Ela é economista e lidera, na UE, a Comissão de Adequação Digital. Mas não é só a excelência técnica de Vestager que permite à Europa avançar rapidamente. A estrutura de governança da União ajuda muito. Ou, dito de outra forma, burocracia, quando bem estruturada, funciona.

iPhone terá de abandonar padrão Lightning criado pela Apple para adotar formato USB-C Foto: Julien Warnand/EFE - 7/6/2022

O processo de polarização do mundo travou parlamentos nacionais. É assim por toda parte – alguns ainda conseguem ser minimamente funcionais, mas pautas divisivas têm dificuldades. Na Europa, porém, as leis que valem para todo o bloco são elaboradas independentemente dos parlamentos. Corpos técnicos foram erguidos para cada área, com gente tecnicamente habilitada e políticos no comando. Cada problema é estudado nos detalhes. Um projeto de lei é elaborado. E, só aí, os parlamentos de cada país aprovam.

Descolar a elaboração das leis que tratam de temas muito complexos do processo de aprovação tornou a Europa eficiente no mundo digital. Do outro lado, existem corporações grandes que desenvolvem tecnologias mal compreendidas. Tecnologias que impactam de inúmeras maneiras nossos cotidianos. Às vezes, mudando a dinâmica do debate público. Dificultando o fluxo de informação de qualidade. Estabelecendo monopólios que impedem a entrada de startups inovadoras em mercados. Até influenciando o preço de produtos nos marketplaces do comércio eletrônico.

Este ano, leis europeias vão pela primeira vez regular todos esses espaços. Ao fazê-lo, seus efeitos serão sentidos até bem longe do continente.

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