Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|Fim das telas pode estar próximo com ascensão da inteligência artificial


Dispositivo portátil acionado por voz é aposta de duas empresas que usam tecnologia inspirada no ChatGPT

Por Pedro Doria

No final de setembro foi anunciado que o designer Jony Ive está conversando com a OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, para criar “o iPhone da inteligência artificial”. O investimento na ideia já começa com US$ 1 bilhão do Softbank. E há um conceito por trás. É a aposta no fim das telas. Ou, ao menos, na possibilidade de que inteligência artificial nos leve a interagir com o mundo digital sem a necessidade de telas.

O designer inglês bolou o iMac azul translúcido, o iPod, então o iPhone — e o iPad. Até que, em 2019, deixou a Apple para criar um escritório independente. A entrada no jogo de alguém responsável por reinventar nossa vida digital pode, de fato, criar um ambiente no qual passemos a conviver com inteligência artificial sem precisar recorrer a telas. Ive, porém, chegará tarde neste circo. Há duas empresas empenhadas em fazer a mesma coisa.

A que está mais na frente é a Rewind. Seu produto inicial, um app para Macs que chegará nas próximas semanas ao Windows, grava tudo que você faz no computador. Conversas pelo Zoom, trocas de Zap, buscas na web. Se daqui a três dias você precisar lembrar para quem prometeu um café, a resposta está a uma busca de distância.

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Agora, a Rewind tem uma parceria com a OpenAI para criar um ChatGPT individual. Não precisa nem buscar mais — o robô dentro do seu computador gerencia sua agenda, faz uma ata das suas reuniões, sabe de seus e-mails. Basta perguntar. O passo seguinte é um pendente. Um cilindrozinho de pendurar no pescoço. Grava tudo que você ouve e fala no mundo real. O Rewind Pendant já está em pré-venda. Um assistente seu, que registra sua vida e depois responde às suas perguntas. Por apenas US$ 59.

É sempre possível que, assim como ocorreu lá atrás com o Google Glass, as pessoas passem a considerar invasivos esses aparelhos sem telas

Será invasivo demais para as pessoas? Ou nos adaptaremos?

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A Humane é a outra concorrente. E como Ive no projeto secreto ou a turma da Rewind, usa o GPT. No início de outubro, a ex-top model Naomi Campbell circulou com o AI Pin da empresa pendurado na lapela de um paletó estiloso pela Paris Fashion Week. Este broche vai ser bem mais caro do que o pendente.

O AI Pin será capaz de projetar numa parede, ou mesmo na mão, imagens. Vem com câmera, gravação de voz, e seu objetivo é rigorosamente o mesmo: tornar-se um assistente pessoal inteligente, capaz de resolver as burocracias do dia a dia, uma memória constante para que não esqueçamos das coisas. Para que não precisemos lembrar. E tudo sem qualquer tela.

Ainda não há uma etiqueta para estes aparelhos. É sempre possível que, assim como ocorreu lá atrás com o Google Glass, as pessoas passem a considerá-los invasivos. E assim a gente olhe torto para quem os usa. Como pode acontecer de a utilidade ficar tão patente que ninguém queira abrir mão.

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Ou, bem, que a gente ao menos combine o jogo. Para aqueles momentos um cadinho mais particulares. Pois, agora, é hora de desligar o gravador, tudo bem? Nós, jornalistas, estamos habituados com situações assim.

No final de setembro foi anunciado que o designer Jony Ive está conversando com a OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, para criar “o iPhone da inteligência artificial”. O investimento na ideia já começa com US$ 1 bilhão do Softbank. E há um conceito por trás. É a aposta no fim das telas. Ou, ao menos, na possibilidade de que inteligência artificial nos leve a interagir com o mundo digital sem a necessidade de telas.

O designer inglês bolou o iMac azul translúcido, o iPod, então o iPhone — e o iPad. Até que, em 2019, deixou a Apple para criar um escritório independente. A entrada no jogo de alguém responsável por reinventar nossa vida digital pode, de fato, criar um ambiente no qual passemos a conviver com inteligência artificial sem precisar recorrer a telas. Ive, porém, chegará tarde neste circo. Há duas empresas empenhadas em fazer a mesma coisa.

A que está mais na frente é a Rewind. Seu produto inicial, um app para Macs que chegará nas próximas semanas ao Windows, grava tudo que você faz no computador. Conversas pelo Zoom, trocas de Zap, buscas na web. Se daqui a três dias você precisar lembrar para quem prometeu um café, a resposta está a uma busca de distância.

Agora, a Rewind tem uma parceria com a OpenAI para criar um ChatGPT individual. Não precisa nem buscar mais — o robô dentro do seu computador gerencia sua agenda, faz uma ata das suas reuniões, sabe de seus e-mails. Basta perguntar. O passo seguinte é um pendente. Um cilindrozinho de pendurar no pescoço. Grava tudo que você ouve e fala no mundo real. O Rewind Pendant já está em pré-venda. Um assistente seu, que registra sua vida e depois responde às suas perguntas. Por apenas US$ 59.

É sempre possível que, assim como ocorreu lá atrás com o Google Glass, as pessoas passem a considerar invasivos esses aparelhos sem telas

Será invasivo demais para as pessoas? Ou nos adaptaremos?

A Humane é a outra concorrente. E como Ive no projeto secreto ou a turma da Rewind, usa o GPT. No início de outubro, a ex-top model Naomi Campbell circulou com o AI Pin da empresa pendurado na lapela de um paletó estiloso pela Paris Fashion Week. Este broche vai ser bem mais caro do que o pendente.

O AI Pin será capaz de projetar numa parede, ou mesmo na mão, imagens. Vem com câmera, gravação de voz, e seu objetivo é rigorosamente o mesmo: tornar-se um assistente pessoal inteligente, capaz de resolver as burocracias do dia a dia, uma memória constante para que não esqueçamos das coisas. Para que não precisemos lembrar. E tudo sem qualquer tela.

Ainda não há uma etiqueta para estes aparelhos. É sempre possível que, assim como ocorreu lá atrás com o Google Glass, as pessoas passem a considerá-los invasivos. E assim a gente olhe torto para quem os usa. Como pode acontecer de a utilidade ficar tão patente que ninguém queira abrir mão.

Ou, bem, que a gente ao menos combine o jogo. Para aqueles momentos um cadinho mais particulares. Pois, agora, é hora de desligar o gravador, tudo bem? Nós, jornalistas, estamos habituados com situações assim.

No final de setembro foi anunciado que o designer Jony Ive está conversando com a OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, para criar “o iPhone da inteligência artificial”. O investimento na ideia já começa com US$ 1 bilhão do Softbank. E há um conceito por trás. É a aposta no fim das telas. Ou, ao menos, na possibilidade de que inteligência artificial nos leve a interagir com o mundo digital sem a necessidade de telas.

O designer inglês bolou o iMac azul translúcido, o iPod, então o iPhone — e o iPad. Até que, em 2019, deixou a Apple para criar um escritório independente. A entrada no jogo de alguém responsável por reinventar nossa vida digital pode, de fato, criar um ambiente no qual passemos a conviver com inteligência artificial sem precisar recorrer a telas. Ive, porém, chegará tarde neste circo. Há duas empresas empenhadas em fazer a mesma coisa.

A que está mais na frente é a Rewind. Seu produto inicial, um app para Macs que chegará nas próximas semanas ao Windows, grava tudo que você faz no computador. Conversas pelo Zoom, trocas de Zap, buscas na web. Se daqui a três dias você precisar lembrar para quem prometeu um café, a resposta está a uma busca de distância.

Agora, a Rewind tem uma parceria com a OpenAI para criar um ChatGPT individual. Não precisa nem buscar mais — o robô dentro do seu computador gerencia sua agenda, faz uma ata das suas reuniões, sabe de seus e-mails. Basta perguntar. O passo seguinte é um pendente. Um cilindrozinho de pendurar no pescoço. Grava tudo que você ouve e fala no mundo real. O Rewind Pendant já está em pré-venda. Um assistente seu, que registra sua vida e depois responde às suas perguntas. Por apenas US$ 59.

É sempre possível que, assim como ocorreu lá atrás com o Google Glass, as pessoas passem a considerar invasivos esses aparelhos sem telas

Será invasivo demais para as pessoas? Ou nos adaptaremos?

A Humane é a outra concorrente. E como Ive no projeto secreto ou a turma da Rewind, usa o GPT. No início de outubro, a ex-top model Naomi Campbell circulou com o AI Pin da empresa pendurado na lapela de um paletó estiloso pela Paris Fashion Week. Este broche vai ser bem mais caro do que o pendente.

O AI Pin será capaz de projetar numa parede, ou mesmo na mão, imagens. Vem com câmera, gravação de voz, e seu objetivo é rigorosamente o mesmo: tornar-se um assistente pessoal inteligente, capaz de resolver as burocracias do dia a dia, uma memória constante para que não esqueçamos das coisas. Para que não precisemos lembrar. E tudo sem qualquer tela.

Ainda não há uma etiqueta para estes aparelhos. É sempre possível que, assim como ocorreu lá atrás com o Google Glass, as pessoas passem a considerá-los invasivos. E assim a gente olhe torto para quem os usa. Como pode acontecer de a utilidade ficar tão patente que ninguém queira abrir mão.

Ou, bem, que a gente ao menos combine o jogo. Para aqueles momentos um cadinho mais particulares. Pois, agora, é hora de desligar o gravador, tudo bem? Nós, jornalistas, estamos habituados com situações assim.

Opinião por Pedro Doria

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