Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|Fiscalização sobre varejistas chinesas é correta, mas atinge eleitorado de Lula


As periferias das grandes cidades se encheram de produtos de consumo como não viam desde os tempos de Lula 1 para 2

Por Pedro Doria

Em uma conversa com repórteres, já na China, o ministro da Fazenda Fernando Haddad brincou: “O único portal que conheço é a Amazon porque compro todo dia um livro”. Estava explicando que nunca ouvira falar da Shein, uma das plataformas de e-commerce chinesas que serão fiscalizadas com mais rigor. A frase explica muito.

Haddad pode não ter ideia do que é a Shein, mas a classe média baixa brasileira a conhece. A ela, à também chinesa Aliexpress e à Shopee, de Cingapura. Estas três varejistas entraram no cotidiano do País durante a pandemia.

A produção industrial do Oriente é vasta e os preços, muito baixos. Dá para comprar tênis coloridos a menos de R$ 100, roupa de toda sorte a menos de R$ 50, celulares reluzentes que não existem no mercado daqui por uma fração do preço. As periferias das grandes cidades se encheram de produtos de consumo como não viam desde os tempos de Lula 1 para 2.

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O preço chinês cabe na carteira da classe média baixa. Haddad pode se dar ao luxo de não conhecer as lojas por conta disso. A diferença é para quem vê distância intransponível entre R$ 100 e R$ 500 na hora de comprar o tênis.

Mas isso não quer dizer que a decisão esteja incorreta. O ministério está certo. Não podem as lojas brasileiras pagarem um tipo de imposto e as asiáticas terem isenção porque driblam a Receita Federal. Até porque o Estado precisa fazer caixa. Só que, ao mesmo tempo, as chinesas revelam como o Brasil é um país caro.

A lógica da política brasileira há mais de meio século pende para a ideia de tributar o que vem de fora na esperança de que a indústria local se torne competitiva. O resultado é que o rico tem direito a consumir e, o pobre, que se lasque.

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Que o governo não se engane: a medida é correta, porém antipática. E pune o brasileiro da periferia urbana, justamente aquelas eleitoras que votaram em Lula e Dilma duas vezes, que migraram para Bolsonaro em 2018 e que voltaram para Lula. O núcleo das mulheres da periferia é o eleitorado que garantiu a eleição de Lula.

Por isso, a comunicação deveria ter sido mais cuidadosa. Pareceu que haveria imposto novo – não é o caso. De dentro do avião, a primeira-dama Janja Lula da Silva disparou um tuíte confuso fazendo parecer que não haveria mudanças. Havia. O secretário-executivo Gabriel Galípolo está dando entrevistas desde então para explicar o que está acontecendo. E ele explica bem.

A medida é correta. Mas o governo parece alienado. Não se tocou que estava mexendo com o tênis que é a alegria do menino da favela.

Em uma conversa com repórteres, já na China, o ministro da Fazenda Fernando Haddad brincou: “O único portal que conheço é a Amazon porque compro todo dia um livro”. Estava explicando que nunca ouvira falar da Shein, uma das plataformas de e-commerce chinesas que serão fiscalizadas com mais rigor. A frase explica muito.

Haddad pode não ter ideia do que é a Shein, mas a classe média baixa brasileira a conhece. A ela, à também chinesa Aliexpress e à Shopee, de Cingapura. Estas três varejistas entraram no cotidiano do País durante a pandemia.

A produção industrial do Oriente é vasta e os preços, muito baixos. Dá para comprar tênis coloridos a menos de R$ 100, roupa de toda sorte a menos de R$ 50, celulares reluzentes que não existem no mercado daqui por uma fração do preço. As periferias das grandes cidades se encheram de produtos de consumo como não viam desde os tempos de Lula 1 para 2.

O preço chinês cabe na carteira da classe média baixa. Haddad pode se dar ao luxo de não conhecer as lojas por conta disso. A diferença é para quem vê distância intransponível entre R$ 100 e R$ 500 na hora de comprar o tênis.

Mas isso não quer dizer que a decisão esteja incorreta. O ministério está certo. Não podem as lojas brasileiras pagarem um tipo de imposto e as asiáticas terem isenção porque driblam a Receita Federal. Até porque o Estado precisa fazer caixa. Só que, ao mesmo tempo, as chinesas revelam como o Brasil é um país caro.

A lógica da política brasileira há mais de meio século pende para a ideia de tributar o que vem de fora na esperança de que a indústria local se torne competitiva. O resultado é que o rico tem direito a consumir e, o pobre, que se lasque.

Que o governo não se engane: a medida é correta, porém antipática. E pune o brasileiro da periferia urbana, justamente aquelas eleitoras que votaram em Lula e Dilma duas vezes, que migraram para Bolsonaro em 2018 e que voltaram para Lula. O núcleo das mulheres da periferia é o eleitorado que garantiu a eleição de Lula.

Por isso, a comunicação deveria ter sido mais cuidadosa. Pareceu que haveria imposto novo – não é o caso. De dentro do avião, a primeira-dama Janja Lula da Silva disparou um tuíte confuso fazendo parecer que não haveria mudanças. Havia. O secretário-executivo Gabriel Galípolo está dando entrevistas desde então para explicar o que está acontecendo. E ele explica bem.

A medida é correta. Mas o governo parece alienado. Não se tocou que estava mexendo com o tênis que é a alegria do menino da favela.

Em uma conversa com repórteres, já na China, o ministro da Fazenda Fernando Haddad brincou: “O único portal que conheço é a Amazon porque compro todo dia um livro”. Estava explicando que nunca ouvira falar da Shein, uma das plataformas de e-commerce chinesas que serão fiscalizadas com mais rigor. A frase explica muito.

Haddad pode não ter ideia do que é a Shein, mas a classe média baixa brasileira a conhece. A ela, à também chinesa Aliexpress e à Shopee, de Cingapura. Estas três varejistas entraram no cotidiano do País durante a pandemia.

A produção industrial do Oriente é vasta e os preços, muito baixos. Dá para comprar tênis coloridos a menos de R$ 100, roupa de toda sorte a menos de R$ 50, celulares reluzentes que não existem no mercado daqui por uma fração do preço. As periferias das grandes cidades se encheram de produtos de consumo como não viam desde os tempos de Lula 1 para 2.

O preço chinês cabe na carteira da classe média baixa. Haddad pode se dar ao luxo de não conhecer as lojas por conta disso. A diferença é para quem vê distância intransponível entre R$ 100 e R$ 500 na hora de comprar o tênis.

Mas isso não quer dizer que a decisão esteja incorreta. O ministério está certo. Não podem as lojas brasileiras pagarem um tipo de imposto e as asiáticas terem isenção porque driblam a Receita Federal. Até porque o Estado precisa fazer caixa. Só que, ao mesmo tempo, as chinesas revelam como o Brasil é um país caro.

A lógica da política brasileira há mais de meio século pende para a ideia de tributar o que vem de fora na esperança de que a indústria local se torne competitiva. O resultado é que o rico tem direito a consumir e, o pobre, que se lasque.

Que o governo não se engane: a medida é correta, porém antipática. E pune o brasileiro da periferia urbana, justamente aquelas eleitoras que votaram em Lula e Dilma duas vezes, que migraram para Bolsonaro em 2018 e que voltaram para Lula. O núcleo das mulheres da periferia é o eleitorado que garantiu a eleição de Lula.

Por isso, a comunicação deveria ter sido mais cuidadosa. Pareceu que haveria imposto novo – não é o caso. De dentro do avião, a primeira-dama Janja Lula da Silva disparou um tuíte confuso fazendo parecer que não haveria mudanças. Havia. O secretário-executivo Gabriel Galípolo está dando entrevistas desde então para explicar o que está acontecendo. E ele explica bem.

A medida é correta. Mas o governo parece alienado. Não se tocou que estava mexendo com o tênis que é a alegria do menino da favela.

Em uma conversa com repórteres, já na China, o ministro da Fazenda Fernando Haddad brincou: “O único portal que conheço é a Amazon porque compro todo dia um livro”. Estava explicando que nunca ouvira falar da Shein, uma das plataformas de e-commerce chinesas que serão fiscalizadas com mais rigor. A frase explica muito.

Haddad pode não ter ideia do que é a Shein, mas a classe média baixa brasileira a conhece. A ela, à também chinesa Aliexpress e à Shopee, de Cingapura. Estas três varejistas entraram no cotidiano do País durante a pandemia.

A produção industrial do Oriente é vasta e os preços, muito baixos. Dá para comprar tênis coloridos a menos de R$ 100, roupa de toda sorte a menos de R$ 50, celulares reluzentes que não existem no mercado daqui por uma fração do preço. As periferias das grandes cidades se encheram de produtos de consumo como não viam desde os tempos de Lula 1 para 2.

O preço chinês cabe na carteira da classe média baixa. Haddad pode se dar ao luxo de não conhecer as lojas por conta disso. A diferença é para quem vê distância intransponível entre R$ 100 e R$ 500 na hora de comprar o tênis.

Mas isso não quer dizer que a decisão esteja incorreta. O ministério está certo. Não podem as lojas brasileiras pagarem um tipo de imposto e as asiáticas terem isenção porque driblam a Receita Federal. Até porque o Estado precisa fazer caixa. Só que, ao mesmo tempo, as chinesas revelam como o Brasil é um país caro.

A lógica da política brasileira há mais de meio século pende para a ideia de tributar o que vem de fora na esperança de que a indústria local se torne competitiva. O resultado é que o rico tem direito a consumir e, o pobre, que se lasque.

Que o governo não se engane: a medida é correta, porém antipática. E pune o brasileiro da periferia urbana, justamente aquelas eleitoras que votaram em Lula e Dilma duas vezes, que migraram para Bolsonaro em 2018 e que voltaram para Lula. O núcleo das mulheres da periferia é o eleitorado que garantiu a eleição de Lula.

Por isso, a comunicação deveria ter sido mais cuidadosa. Pareceu que haveria imposto novo – não é o caso. De dentro do avião, a primeira-dama Janja Lula da Silva disparou um tuíte confuso fazendo parecer que não haveria mudanças. Havia. O secretário-executivo Gabriel Galípolo está dando entrevistas desde então para explicar o que está acontecendo. E ele explica bem.

A medida é correta. Mas o governo parece alienado. Não se tocou que estava mexendo com o tênis que é a alegria do menino da favela.

Opinião por Pedro Doria

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