Jornalista, escritor e palestrante. Escreve às quintas

Opinião|Sheryl Sandberg é responsável pelo o que o Facebook se tornou


Número 2 de Zuckerberg vai deixar a empresa após 14 anos de serviço

Sheryl vai continuar no conselho da empresa após sair da posição de chefe de operações Foto: Yves Herman/Reuters

Se nos sentimos manipulados e com raiva nas redes sociais, ponha-se na conta de Sheryl Sandberg, que no segundo semestre deixará o cargo de número dois na Meta, dona do Facebook. Mas, justiça seja feita, se hoje redes estão no centro de tantas vidas, promovendo encontros e conversas, é também por causa de decisões que ela tomou. A dupla com Mark Zuckerberg está na história.

Sheryl e Zuck se conheceram no Natal de 2008. Ela estava no comando do braço de publicidade do Google – havia, em grande medida, montado o departamento. Ele precisava de alguém para transformar sua pequena companhia num negócio. O projeto começou trazendo elementos de como o motor publicitário funcionava no Google. A rede coletava informação de comportamento e perfil demográfico. Anunciantes usavam o próprio sistema para determinar o tipo de pessoa que desejavam impactar. Em um ano a empresa virou uma máquina de dinheiro.

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Logo, Sheryl e Zuck dividiram seus papéis. Enquanto o fundador se dedicava a pensar no produto, no futuro, em criar, ela comandava a gestão. Aí as faixas de um e do outro convergiram. Cada vez mais, decisões a respeito da tecnologia tiveram de ser analisadas pelo impacto na lucratividade.

Neste momento, os dois começaram a orientar em conjunto o algoritmo que determina o que cada pessoa vê. O objetivo era fazer com que usuários se tornassem mais engajados. Aí, a história é conhecida. Com quanto mais raiva estamos, mais voltamos às caixas de comentários. Quanto mais indignação despertamos, mais interagem com o que escrevemos. Estar no centro da polêmica, acentuar diferenças, dificultar encontros são os comportamentos incentivados pelas plataformas. É o que traz mais gente, é o que deixa as pessoas mais ligadas. É o que vende mais publicidade.

Como rosto público à frente da companhia, mais exposta à imprensa e aos políticos, Sheryl Sandberg foi se desgastando. Negou impacto do Facebook na eleição de Donald Trump, no Brexit, em um genocídio na Birmânia, na invasão do Capitólio em 2020. Em todos os casos, como em inúmeros outros, depois foi comprovado que decisões dela e de Zuckerberg haviam influído em todos estes eventos.

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E os dois foram se afastando. Num mundo de TikTok, de aumento da relevância do YouTube e do aumento da pressão regulatória, o Facebook envelheceu e o Instagram ficou em busca de lugar. Sheryl Sandberg perdeu muito da influência que já tivera. Em algum momento entre outubro e dezembro deve deixar o cargo. Continuará no conselho. 

Sheryl vai continuar no conselho da empresa após sair da posição de chefe de operações Foto: Yves Herman/Reuters

Se nos sentimos manipulados e com raiva nas redes sociais, ponha-se na conta de Sheryl Sandberg, que no segundo semestre deixará o cargo de número dois na Meta, dona do Facebook. Mas, justiça seja feita, se hoje redes estão no centro de tantas vidas, promovendo encontros e conversas, é também por causa de decisões que ela tomou. A dupla com Mark Zuckerberg está na história.

Sheryl e Zuck se conheceram no Natal de 2008. Ela estava no comando do braço de publicidade do Google – havia, em grande medida, montado o departamento. Ele precisava de alguém para transformar sua pequena companhia num negócio. O projeto começou trazendo elementos de como o motor publicitário funcionava no Google. A rede coletava informação de comportamento e perfil demográfico. Anunciantes usavam o próprio sistema para determinar o tipo de pessoa que desejavam impactar. Em um ano a empresa virou uma máquina de dinheiro.

Logo, Sheryl e Zuck dividiram seus papéis. Enquanto o fundador se dedicava a pensar no produto, no futuro, em criar, ela comandava a gestão. Aí as faixas de um e do outro convergiram. Cada vez mais, decisões a respeito da tecnologia tiveram de ser analisadas pelo impacto na lucratividade.

Neste momento, os dois começaram a orientar em conjunto o algoritmo que determina o que cada pessoa vê. O objetivo era fazer com que usuários se tornassem mais engajados. Aí, a história é conhecida. Com quanto mais raiva estamos, mais voltamos às caixas de comentários. Quanto mais indignação despertamos, mais interagem com o que escrevemos. Estar no centro da polêmica, acentuar diferenças, dificultar encontros são os comportamentos incentivados pelas plataformas. É o que traz mais gente, é o que deixa as pessoas mais ligadas. É o que vende mais publicidade.

Como rosto público à frente da companhia, mais exposta à imprensa e aos políticos, Sheryl Sandberg foi se desgastando. Negou impacto do Facebook na eleição de Donald Trump, no Brexit, em um genocídio na Birmânia, na invasão do Capitólio em 2020. Em todos os casos, como em inúmeros outros, depois foi comprovado que decisões dela e de Zuckerberg haviam influído em todos estes eventos.

E os dois foram se afastando. Num mundo de TikTok, de aumento da relevância do YouTube e do aumento da pressão regulatória, o Facebook envelheceu e o Instagram ficou em busca de lugar. Sheryl Sandberg perdeu muito da influência que já tivera. Em algum momento entre outubro e dezembro deve deixar o cargo. Continuará no conselho. 

Sheryl vai continuar no conselho da empresa após sair da posição de chefe de operações Foto: Yves Herman/Reuters

Se nos sentimos manipulados e com raiva nas redes sociais, ponha-se na conta de Sheryl Sandberg, que no segundo semestre deixará o cargo de número dois na Meta, dona do Facebook. Mas, justiça seja feita, se hoje redes estão no centro de tantas vidas, promovendo encontros e conversas, é também por causa de decisões que ela tomou. A dupla com Mark Zuckerberg está na história.

Sheryl e Zuck se conheceram no Natal de 2008. Ela estava no comando do braço de publicidade do Google – havia, em grande medida, montado o departamento. Ele precisava de alguém para transformar sua pequena companhia num negócio. O projeto começou trazendo elementos de como o motor publicitário funcionava no Google. A rede coletava informação de comportamento e perfil demográfico. Anunciantes usavam o próprio sistema para determinar o tipo de pessoa que desejavam impactar. Em um ano a empresa virou uma máquina de dinheiro.

Logo, Sheryl e Zuck dividiram seus papéis. Enquanto o fundador se dedicava a pensar no produto, no futuro, em criar, ela comandava a gestão. Aí as faixas de um e do outro convergiram. Cada vez mais, decisões a respeito da tecnologia tiveram de ser analisadas pelo impacto na lucratividade.

Neste momento, os dois começaram a orientar em conjunto o algoritmo que determina o que cada pessoa vê. O objetivo era fazer com que usuários se tornassem mais engajados. Aí, a história é conhecida. Com quanto mais raiva estamos, mais voltamos às caixas de comentários. Quanto mais indignação despertamos, mais interagem com o que escrevemos. Estar no centro da polêmica, acentuar diferenças, dificultar encontros são os comportamentos incentivados pelas plataformas. É o que traz mais gente, é o que deixa as pessoas mais ligadas. É o que vende mais publicidade.

Como rosto público à frente da companhia, mais exposta à imprensa e aos políticos, Sheryl Sandberg foi se desgastando. Negou impacto do Facebook na eleição de Donald Trump, no Brexit, em um genocídio na Birmânia, na invasão do Capitólio em 2020. Em todos os casos, como em inúmeros outros, depois foi comprovado que decisões dela e de Zuckerberg haviam influído em todos estes eventos.

E os dois foram se afastando. Num mundo de TikTok, de aumento da relevância do YouTube e do aumento da pressão regulatória, o Facebook envelheceu e o Instagram ficou em busca de lugar. Sheryl Sandberg perdeu muito da influência que já tivera. Em algum momento entre outubro e dezembro deve deixar o cargo. Continuará no conselho. 

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