Reiniciar o sistema


Oposição à lei antipirataria espanhola vira enorme manifestação contra quase tudo

Por Murilo Roncolato

No início da semana passada, políticos espanhóis tomaram um susto. O que começou com um grupo de manifestantes discutindo pela internet questões relativas à Lei Sinde – que, similar à Lei Hadopi francesa, desconectaria da internet quem fizesse downloads ilegais –, tornou-se, em questão de dias, um movimento descentralizado que correu por mais de 60 cidades no país.

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Na semana retrasada, paulistanos bem humorados fizeram churrasco. O que começou como uma piada de Facebook para tirar sarro de uma declaração infeliz contra a instalação do metrô em Higienópolis virou um movimento descentralizado, que levou milhares ao bairro, num protesto brincalhão. Três meses antes, ditadores de países árabes caíram depois que pessoas foram às ruas protestar, em movimentos organizados online.

Já deu para entender, né?

 
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Não dá para comparar a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak com o churrascão diferenciado. Mas em algum ponto entre um e outro está algo muito importante, que agora surge em novo palco, a partir da Espanha, rumo a outras cidades da Europa.

Os espanhóis não querem derrubar um ditador, nem uma estação de metrô. Querem mais. Querem reiniciar o sistema e questionar a atual organização política e financeira. Querem uma “revolução ética” na política.

O professor universitário e fundador do movimento NoLesVotes (“não vote neles”), Enrique Dans ajuda a recapitular os acontecimentos. “Os três maiores partidos – Partido Popular, o Partido Socialista Trabalhista e o Convergência e União – fizeram um pacto para aprovar a Lei Sinde”, disse em entrevista ao Link. “Agiram em nome da indústria fonográfica e de cinema e não em prol do povo, que era contra a Lei. Por isso criamos o NoLesVote, para que ninguém votasse nos três partidos.”

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O grupo organizou reuniões, redigiu um manifesto e criou o wiki.nolesvotes.org. Em pouco tempo milhões já haviam acessado o site. “De repente, pessoas de todo o mundo estavam envolvidas e enviando relatos da criação de grupos semelhantes em suas cidades”, diz Dans. O NoLesVote se associou ao movimento Juventude Sin Futuro, formado por universitários infelizes sem expectativas profissionais. E foram para as ruas.

 

Ao mesmo tempo surgia outro grupo de universitários que se chamava de Democracia Real Ya. “Foram eles que convocaram a manifestação no dia 15 de maio”, lembra Dans. E, surpresa, apareceu muito mais gente do que era esperado naquele dia. A surpresa virou animação, que virou confiança. Decidiram acampar. Na madrugada policiais invadiram o acampamento e prenderam 20 pessoas. Alguém gravou a ação e postou no YouTube.

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“Foi quando YouTube, Facebook e Twitter começaram a ser usados para gerar impacto, e a partir daí, para mobilizar os espanhóis e chamar a atenção das pessoas pelo mundo”, comenta o espanhol Paco Ragageles, fundador da Campus Party, o maior evento de cultura digital do mundo.

“Estamos assistindo a um momento histórico. Não recordo de um movimento global reunido tão rapidamente”, afirma. Paco crê que o movimento terá um enorme impacto político. “Os governos espanhol e dos demais países agora sabem que não basta mais só escutar os empresários, o que acontece na rua e na internet é imprescindível”. Dans aposta que “com a tecnologia, algumas indústrias tiveram que mudar sua forma de trabalhar e isso também irá ocorrer com a política”.

Ele lembra que alguns políticos diziam que na internet havia só “quatro gatos” – expressão espanhola para dizer que não havia ninguém –, zombando da incapacidade dos grupos da internet de irem às ruas e fazerem manifestações concretas. “Esse movimento foi a oportunidade de lhes mostrar que não somos ‘quatro gatos’, somos muitos e que podemos nos organizar.” Segundo o último relatório do Instituto Nacional de Estatísticas espanhol, mais da metade do país já está online.

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No início da semana passada, políticos espanhóis tomaram um susto. O que começou com um grupo de manifestantes discutindo pela internet questões relativas à Lei Sinde – que, similar à Lei Hadopi francesa, desconectaria da internet quem fizesse downloads ilegais –, tornou-se, em questão de dias, um movimento descentralizado que correu por mais de 60 cidades no país.

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Na semana retrasada, paulistanos bem humorados fizeram churrasco. O que começou como uma piada de Facebook para tirar sarro de uma declaração infeliz contra a instalação do metrô em Higienópolis virou um movimento descentralizado, que levou milhares ao bairro, num protesto brincalhão. Três meses antes, ditadores de países árabes caíram depois que pessoas foram às ruas protestar, em movimentos organizados online.

Já deu para entender, né?

 

Não dá para comparar a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak com o churrascão diferenciado. Mas em algum ponto entre um e outro está algo muito importante, que agora surge em novo palco, a partir da Espanha, rumo a outras cidades da Europa.

Os espanhóis não querem derrubar um ditador, nem uma estação de metrô. Querem mais. Querem reiniciar o sistema e questionar a atual organização política e financeira. Querem uma “revolução ética” na política.

O professor universitário e fundador do movimento NoLesVotes (“não vote neles”), Enrique Dans ajuda a recapitular os acontecimentos. “Os três maiores partidos – Partido Popular, o Partido Socialista Trabalhista e o Convergência e União – fizeram um pacto para aprovar a Lei Sinde”, disse em entrevista ao Link. “Agiram em nome da indústria fonográfica e de cinema e não em prol do povo, que era contra a Lei. Por isso criamos o NoLesVote, para que ninguém votasse nos três partidos.”

O grupo organizou reuniões, redigiu um manifesto e criou o wiki.nolesvotes.org. Em pouco tempo milhões já haviam acessado o site. “De repente, pessoas de todo o mundo estavam envolvidas e enviando relatos da criação de grupos semelhantes em suas cidades”, diz Dans. O NoLesVote se associou ao movimento Juventude Sin Futuro, formado por universitários infelizes sem expectativas profissionais. E foram para as ruas.

 

Ao mesmo tempo surgia outro grupo de universitários que se chamava de Democracia Real Ya. “Foram eles que convocaram a manifestação no dia 15 de maio”, lembra Dans. E, surpresa, apareceu muito mais gente do que era esperado naquele dia. A surpresa virou animação, que virou confiança. Decidiram acampar. Na madrugada policiais invadiram o acampamento e prenderam 20 pessoas. Alguém gravou a ação e postou no YouTube.

“Foi quando YouTube, Facebook e Twitter começaram a ser usados para gerar impacto, e a partir daí, para mobilizar os espanhóis e chamar a atenção das pessoas pelo mundo”, comenta o espanhol Paco Ragageles, fundador da Campus Party, o maior evento de cultura digital do mundo.

“Estamos assistindo a um momento histórico. Não recordo de um movimento global reunido tão rapidamente”, afirma. Paco crê que o movimento terá um enorme impacto político. “Os governos espanhol e dos demais países agora sabem que não basta mais só escutar os empresários, o que acontece na rua e na internet é imprescindível”. Dans aposta que “com a tecnologia, algumas indústrias tiveram que mudar sua forma de trabalhar e isso também irá ocorrer com a política”.

Ele lembra que alguns políticos diziam que na internet havia só “quatro gatos” – expressão espanhola para dizer que não havia ninguém –, zombando da incapacidade dos grupos da internet de irem às ruas e fazerem manifestações concretas. “Esse movimento foi a oportunidade de lhes mostrar que não somos ‘quatro gatos’, somos muitos e que podemos nos organizar.” Segundo o último relatório do Instituto Nacional de Estatísticas espanhol, mais da metade do país já está online.

No início da semana passada, políticos espanhóis tomaram um susto. O que começou com um grupo de manifestantes discutindo pela internet questões relativas à Lei Sinde – que, similar à Lei Hadopi francesa, desconectaria da internet quem fizesse downloads ilegais –, tornou-se, em questão de dias, um movimento descentralizado que correu por mais de 60 cidades no país.

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Na semana retrasada, paulistanos bem humorados fizeram churrasco. O que começou como uma piada de Facebook para tirar sarro de uma declaração infeliz contra a instalação do metrô em Higienópolis virou um movimento descentralizado, que levou milhares ao bairro, num protesto brincalhão. Três meses antes, ditadores de países árabes caíram depois que pessoas foram às ruas protestar, em movimentos organizados online.

Já deu para entender, né?

 

Não dá para comparar a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak com o churrascão diferenciado. Mas em algum ponto entre um e outro está algo muito importante, que agora surge em novo palco, a partir da Espanha, rumo a outras cidades da Europa.

Os espanhóis não querem derrubar um ditador, nem uma estação de metrô. Querem mais. Querem reiniciar o sistema e questionar a atual organização política e financeira. Querem uma “revolução ética” na política.

O professor universitário e fundador do movimento NoLesVotes (“não vote neles”), Enrique Dans ajuda a recapitular os acontecimentos. “Os três maiores partidos – Partido Popular, o Partido Socialista Trabalhista e o Convergência e União – fizeram um pacto para aprovar a Lei Sinde”, disse em entrevista ao Link. “Agiram em nome da indústria fonográfica e de cinema e não em prol do povo, que era contra a Lei. Por isso criamos o NoLesVote, para que ninguém votasse nos três partidos.”

O grupo organizou reuniões, redigiu um manifesto e criou o wiki.nolesvotes.org. Em pouco tempo milhões já haviam acessado o site. “De repente, pessoas de todo o mundo estavam envolvidas e enviando relatos da criação de grupos semelhantes em suas cidades”, diz Dans. O NoLesVote se associou ao movimento Juventude Sin Futuro, formado por universitários infelizes sem expectativas profissionais. E foram para as ruas.

 

Ao mesmo tempo surgia outro grupo de universitários que se chamava de Democracia Real Ya. “Foram eles que convocaram a manifestação no dia 15 de maio”, lembra Dans. E, surpresa, apareceu muito mais gente do que era esperado naquele dia. A surpresa virou animação, que virou confiança. Decidiram acampar. Na madrugada policiais invadiram o acampamento e prenderam 20 pessoas. Alguém gravou a ação e postou no YouTube.

“Foi quando YouTube, Facebook e Twitter começaram a ser usados para gerar impacto, e a partir daí, para mobilizar os espanhóis e chamar a atenção das pessoas pelo mundo”, comenta o espanhol Paco Ragageles, fundador da Campus Party, o maior evento de cultura digital do mundo.

“Estamos assistindo a um momento histórico. Não recordo de um movimento global reunido tão rapidamente”, afirma. Paco crê que o movimento terá um enorme impacto político. “Os governos espanhol e dos demais países agora sabem que não basta mais só escutar os empresários, o que acontece na rua e na internet é imprescindível”. Dans aposta que “com a tecnologia, algumas indústrias tiveram que mudar sua forma de trabalhar e isso também irá ocorrer com a política”.

Ele lembra que alguns políticos diziam que na internet havia só “quatro gatos” – expressão espanhola para dizer que não havia ninguém –, zombando da incapacidade dos grupos da internet de irem às ruas e fazerem manifestações concretas. “Esse movimento foi a oportunidade de lhes mostrar que não somos ‘quatro gatos’, somos muitos e que podemos nos organizar.” Segundo o último relatório do Instituto Nacional de Estatísticas espanhol, mais da metade do país já está online.

No início da semana passada, políticos espanhóis tomaram um susto. O que começou com um grupo de manifestantes discutindo pela internet questões relativas à Lei Sinde – que, similar à Lei Hadopi francesa, desconectaria da internet quem fizesse downloads ilegais –, tornou-se, em questão de dias, um movimento descentralizado que correu por mais de 60 cidades no país.

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Na semana retrasada, paulistanos bem humorados fizeram churrasco. O que começou como uma piada de Facebook para tirar sarro de uma declaração infeliz contra a instalação do metrô em Higienópolis virou um movimento descentralizado, que levou milhares ao bairro, num protesto brincalhão. Três meses antes, ditadores de países árabes caíram depois que pessoas foram às ruas protestar, em movimentos organizados online.

Já deu para entender, né?

 

Não dá para comparar a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak com o churrascão diferenciado. Mas em algum ponto entre um e outro está algo muito importante, que agora surge em novo palco, a partir da Espanha, rumo a outras cidades da Europa.

Os espanhóis não querem derrubar um ditador, nem uma estação de metrô. Querem mais. Querem reiniciar o sistema e questionar a atual organização política e financeira. Querem uma “revolução ética” na política.

O professor universitário e fundador do movimento NoLesVotes (“não vote neles”), Enrique Dans ajuda a recapitular os acontecimentos. “Os três maiores partidos – Partido Popular, o Partido Socialista Trabalhista e o Convergência e União – fizeram um pacto para aprovar a Lei Sinde”, disse em entrevista ao Link. “Agiram em nome da indústria fonográfica e de cinema e não em prol do povo, que era contra a Lei. Por isso criamos o NoLesVote, para que ninguém votasse nos três partidos.”

O grupo organizou reuniões, redigiu um manifesto e criou o wiki.nolesvotes.org. Em pouco tempo milhões já haviam acessado o site. “De repente, pessoas de todo o mundo estavam envolvidas e enviando relatos da criação de grupos semelhantes em suas cidades”, diz Dans. O NoLesVote se associou ao movimento Juventude Sin Futuro, formado por universitários infelizes sem expectativas profissionais. E foram para as ruas.

 

Ao mesmo tempo surgia outro grupo de universitários que se chamava de Democracia Real Ya. “Foram eles que convocaram a manifestação no dia 15 de maio”, lembra Dans. E, surpresa, apareceu muito mais gente do que era esperado naquele dia. A surpresa virou animação, que virou confiança. Decidiram acampar. Na madrugada policiais invadiram o acampamento e prenderam 20 pessoas. Alguém gravou a ação e postou no YouTube.

“Foi quando YouTube, Facebook e Twitter começaram a ser usados para gerar impacto, e a partir daí, para mobilizar os espanhóis e chamar a atenção das pessoas pelo mundo”, comenta o espanhol Paco Ragageles, fundador da Campus Party, o maior evento de cultura digital do mundo.

“Estamos assistindo a um momento histórico. Não recordo de um movimento global reunido tão rapidamente”, afirma. Paco crê que o movimento terá um enorme impacto político. “Os governos espanhol e dos demais países agora sabem que não basta mais só escutar os empresários, o que acontece na rua e na internet é imprescindível”. Dans aposta que “com a tecnologia, algumas indústrias tiveram que mudar sua forma de trabalhar e isso também irá ocorrer com a política”.

Ele lembra que alguns políticos diziam que na internet havia só “quatro gatos” – expressão espanhola para dizer que não havia ninguém –, zombando da incapacidade dos grupos da internet de irem às ruas e fazerem manifestações concretas. “Esse movimento foi a oportunidade de lhes mostrar que não somos ‘quatro gatos’, somos muitos e que podemos nos organizar.” Segundo o último relatório do Instituto Nacional de Estatísticas espanhol, mais da metade do país já está online.

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