A partir de sua experiência na estatal Telebrás e no Ministério das Comunicações, redigiu em 1994 o documento "Comunicações: infraestrutura para a sociedade da informação", em que propunha mudanças profundas para o setor, incluindo a aprovação de uma emenda constitucional e de uma nova lei geral e a criação de uma agência reguladora, e previa investimentos maciços com a privatização. Foram previsões que se cumpriram.
Entre outros pontos, o estudo projetava que a base de telefones fixos no País passaria de 13 milhões de terminais em 1994 para 27,5 milhões em 2000, o que chegou a ser considerado loucura por alguns de seus pares, mais do que dobrar a base de telefones em seis anos.
O tempo mostrou que Guerreiro foi até um pouco conservador: o País fechou 2000 com 30,9 milhões de telefones fixos.
O documento redigido em 1994 fez com que Guerreiro fosse convidado pelo ministro das Comunicações, Sergio Motta, para integrar, no ano seguinte, a equipe que implantou o novo modelo para o setor. Guerreiro foi secretário executivo do ministério e, em 5 de novembro de 1997, tomou posse como o primeiro presidente da Anatel, onde ficou até abril de 2002.
Paraense de Oriximiná, Guerreiro cursou engenharia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Desde sua saída da Anatel, vinha atuando como consultor. Morreu ontem aos 62 anos, em Brasília, vítima de câncer. Deixou esposa, dois filhos e três netos.
No Estado de hoje ("Morre o primeiro presidente da Anatel", p. B11).
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