Foi uma história curta: depois de apenas seis meses do início de sua operação, o serviço de streaming Quibi vai fechar suas portas. A informação foi veiculada pelo jornal americano The Wall Street Journal nesta quarta-feira, 21, e posteriormente confirmada pela empresa.
Segundo o Quibi, o serviço, que funcionava nos Estados Unidos e no Canadá, não prosperou porque "a ideia em si não era forte o suficiente para justificar um serviço de streaming indepente ou então por causa do nosso timing". Em uma carta aberta publicada nesta quarta, a empresa reconhece os esforços de seus funcionários de tentar inovar no cenário de streaming, mas reconhece que não foi possível atravessar a pandemia com sucesso.
"Sentimos que esgotamos todas as nossas opções. Como resultado, chegamos com relutância à difícil decisão de encerrar o negócio, devolver dinheiro aos nossos acionistas e dizer adeus aos nossos colegas com elegância", afirma a empresa no comunicado.
Lançado em abril deste ano nos Estados Unidos e Canadá, o Quibi era um serviço de streaming de entretenimento que tinha a intenção de ser a "TV dos smartphones". Com nomes estrelados, como Kevin Hart, Jennifer Lopez e Steven Spielberg, a empresa apostou em um modelo exclusivamente pago de serviço, focado na experiência do usuário — os conteúdos, por exemplo, poderiam ser assistidos com o celular na vertical ou na horizontal, com produções diferentes da mesma série ou show.
No primeiro mês, a ideia de Jeffrey Katzenberg (fundador da Dreamworks) e Meg Whitman (ex-presidente executiva da HP) foi um sucesso: cerca de 1,7 milhão de pessoas baixaram o novo aplicativo de streaming de entretenimento Quibi durante sua primeira semana no mercado. Mas, ao término do período de teste grátis, aproximadamente 90% dos usuários que baixaram o aplicativo encerraram suas contas, ou seja, não pagaram para continuar com o serviço, segundo a consultoria Sensor Tower.
De acordo com o site americano The Verge, a empresa ainda tentou vender a plataforma e seus conteúdos para outras empresas que trabalham com entretenimento, como Warner, Apple, NBCUniversal e Facebook, mas não conseguiu chegar a um acordo com nenhuma delas.