'Tuitar' entra para o dicionário


Valéria Zelik, editora do 'Aurélio', conta ao 'Link' o processo de incluir na obra termos como tuitar e blogar

Por Fernando Martines
Atualização:

“- Tuitar V. int. 1. Postar no twitter comentários, informações, fotos, etc. ger. de caráter pessoal ou institucional. 2. Acompanhar os fatos, ideias, informações, etc. registrados por alguém em seu twitter.”

Agora, o ato de postar uma mensagem no microblog ou acompanhar o que seus amigos escrevem por lá tem uma definição oficial em um dos principais pilares da língua Portuguesa. A nova edição do Dicionário Aurélio, que chega às livrarias ainda neste mês (ainda não tem preço definido), traz diversos termos do mundo digital em suas páginas. Além de “tuitar”, estarão lá: “blogar”, “e-book”, “nerd”, “tablet”.

Termos antigos, que ganharam novos sentidos com as novas tecnologias, também foram atualizados. Nas páginas do Aurélio, “avatar” deixou de ser só a encarnação de um deus e passou a ser sua imagem na rede social ou seu personagem em um game. Para entender como foi o processo de incluir esses termos na obra, o Link conversou com Valéria Zelik, editora do Dicionário Aurélio.

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O que legitima uma palavra a ser incluída no dicionário? É algo específico, como aparecer na imprensa, ou não é algo tão concreto? A escolha das palavras se dá em geral pelo uso, pela frequência. Tem de ser uma palavra que as pessoas usem.  É claro que a gente busca também o registro escrito dessas palavras para testá-las, mas nem sempre isso é possível.  E quando eu falo escrito, é o uso realmente na mídia, nos jornais, revistas e também nos livros de literatura. Mas às vezes não é possível. No caso do “tuitar” e do “blogar”, por exemplo, eles até aparecem na mídia, mas ainda não com a frequência que geralmente é necessária para entrar no dicionário. Só que neste caso é observada a importância da palavra. Porque o Twitter está aí, os blogs também e as pessoas usam muito essas palavras em suas falas e por isso elas têm de ser dicionarizadas.

E como se define a grafia da palavra? O Twitter é um substantivo próprio e ele tem sua grafia própria. Agora no caso do tuitar, existe o critério do Dicionário Aurélio mesmo, que eles acreditam que a melhor forma de aportuguesamento no caso dos derivados verbais é sempre a forma totalmente aportuguesada da palavra. Então o tuitar como se transformou em um verbo a partir do nome próprio Twitter, então o critério do dicionário é o aportuguesamento total usando o t, u, i, t, a, r.

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E a definição da palavra, como ela é feita? É uma pessoa ou um conselho? Pois a definição parece ser simples, mas é muito complexa. Muitas vezes eu me pego tentando definir uma palavra que eu achava que sabia, mas não consigo. Como é feito isso? É isso mesmo. Às vezes a gente acha que sabe, mas não sabe ou então sabe usar a palavra. Para definir é muito complicado. Cada classe de palavras tem uma definição própria e específica.  Eu vou poder definir um verbo, utilizando verbos. Um adjetivo, com adjetivos e substantivos da mesma forma – ou então explicando, quando possível. Existem vários colaboradores para formar o dicionário. Nós os chamamos de revisores técnicos, são os pesquisadores em áreas especializadas. Então no caso específico de informática, são contratadas pessoas técnicas em informática. O que é um microblog, um tuitar? A gente faz essa consultoria com profissionais especializados e ele vai explicar tecnicamente o que é o Twitter, um blog e assim por adiante. Os lexicógrafos então filtram a informação e criam o verbete no padrão do dicionário.

E ainda em relação à definição, alguma palavra teve sua definição alterada por causa das novas tecnologias? Sim, durante esta conversa estava me lembrando da palavra avatar, que agora conta com uma acepção nova. Ela já existia, mas ela era em relação a religião, a encarnação de um deus. E agora, para esta edição do Aurélio o avatar ganhou o sentido de um personagem de um game ou da imagem que representa uma pessoa em uma rede social.

No caso dessas palavras relacionadas à tecnologia, como foi a decisão de incluí-las? Da mesma forma das outras áreas do conhecimento. Nós contratamos um especialista, alguém da área. Para essa edição foi André Marques Zinharski. Ele que acabou ajudando na definição e na pesquisa nestes novos termos de informática.  Então essa pessoa conversava comigo, que sou a editora do dicionário, e passava as definições. A editora também muitas vezes indicava termos para serem pesquisados. E depois passa sempre para os lexicógrafos.

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A linguagem normalmente já é dinâmica, sendo modificada a cada dia na imprensa, nos livros e na conversa cotidiana das pessoas. Com a comunicação elevada a novos patamares com essas novas ferramentas como blog, Twitter, Facebook, ela se modifica de forma ainda mais rápida? Sim, com certeza. Até no caso do tuitar, se você for analisar, vai ver que é uma palavra muito nova.  O professor Aurélio tinha um critério de deixar as palavras em um tempo de espera. Isso para não inchar a obra com palavras que são modismos, que são passageiras, que são muito faladas em um certo tempo e depois são esquecidas. Mas isso foi em um outro tempo.  Ainda existem palavras que ficam nessa quarentena, mas tem outras em que a dinâmica é completamente outra. Exatamente por isso, pela velocidade de como as coisas estão ocorrendo. As pessoas estão escrevendo muito mais com a internet. E este dinamismo todo faz com que as palavras tenham de entrar no dicionário de forma mais rápida. O verbo tuitar, por exemplo, está sendo usado até mesmo pela Academia Brasileira de Letras e esse é mais um fator que vem para validar a entrada do termo no dicionário.

“- Tuitar V. int. 1. Postar no twitter comentários, informações, fotos, etc. ger. de caráter pessoal ou institucional. 2. Acompanhar os fatos, ideias, informações, etc. registrados por alguém em seu twitter.”

Agora, o ato de postar uma mensagem no microblog ou acompanhar o que seus amigos escrevem por lá tem uma definição oficial em um dos principais pilares da língua Portuguesa. A nova edição do Dicionário Aurélio, que chega às livrarias ainda neste mês (ainda não tem preço definido), traz diversos termos do mundo digital em suas páginas. Além de “tuitar”, estarão lá: “blogar”, “e-book”, “nerd”, “tablet”.

Termos antigos, que ganharam novos sentidos com as novas tecnologias, também foram atualizados. Nas páginas do Aurélio, “avatar” deixou de ser só a encarnação de um deus e passou a ser sua imagem na rede social ou seu personagem em um game. Para entender como foi o processo de incluir esses termos na obra, o Link conversou com Valéria Zelik, editora do Dicionário Aurélio.

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O que legitima uma palavra a ser incluída no dicionário? É algo específico, como aparecer na imprensa, ou não é algo tão concreto? A escolha das palavras se dá em geral pelo uso, pela frequência. Tem de ser uma palavra que as pessoas usem.  É claro que a gente busca também o registro escrito dessas palavras para testá-las, mas nem sempre isso é possível.  E quando eu falo escrito, é o uso realmente na mídia, nos jornais, revistas e também nos livros de literatura. Mas às vezes não é possível. No caso do “tuitar” e do “blogar”, por exemplo, eles até aparecem na mídia, mas ainda não com a frequência que geralmente é necessária para entrar no dicionário. Só que neste caso é observada a importância da palavra. Porque o Twitter está aí, os blogs também e as pessoas usam muito essas palavras em suas falas e por isso elas têm de ser dicionarizadas.

E como se define a grafia da palavra? O Twitter é um substantivo próprio e ele tem sua grafia própria. Agora no caso do tuitar, existe o critério do Dicionário Aurélio mesmo, que eles acreditam que a melhor forma de aportuguesamento no caso dos derivados verbais é sempre a forma totalmente aportuguesada da palavra. Então o tuitar como se transformou em um verbo a partir do nome próprio Twitter, então o critério do dicionário é o aportuguesamento total usando o t, u, i, t, a, r.

E a definição da palavra, como ela é feita? É uma pessoa ou um conselho? Pois a definição parece ser simples, mas é muito complexa. Muitas vezes eu me pego tentando definir uma palavra que eu achava que sabia, mas não consigo. Como é feito isso? É isso mesmo. Às vezes a gente acha que sabe, mas não sabe ou então sabe usar a palavra. Para definir é muito complicado. Cada classe de palavras tem uma definição própria e específica.  Eu vou poder definir um verbo, utilizando verbos. Um adjetivo, com adjetivos e substantivos da mesma forma – ou então explicando, quando possível. Existem vários colaboradores para formar o dicionário. Nós os chamamos de revisores técnicos, são os pesquisadores em áreas especializadas. Então no caso específico de informática, são contratadas pessoas técnicas em informática. O que é um microblog, um tuitar? A gente faz essa consultoria com profissionais especializados e ele vai explicar tecnicamente o que é o Twitter, um blog e assim por adiante. Os lexicógrafos então filtram a informação e criam o verbete no padrão do dicionário.

E ainda em relação à definição, alguma palavra teve sua definição alterada por causa das novas tecnologias? Sim, durante esta conversa estava me lembrando da palavra avatar, que agora conta com uma acepção nova. Ela já existia, mas ela era em relação a religião, a encarnação de um deus. E agora, para esta edição do Aurélio o avatar ganhou o sentido de um personagem de um game ou da imagem que representa uma pessoa em uma rede social.

No caso dessas palavras relacionadas à tecnologia, como foi a decisão de incluí-las? Da mesma forma das outras áreas do conhecimento. Nós contratamos um especialista, alguém da área. Para essa edição foi André Marques Zinharski. Ele que acabou ajudando na definição e na pesquisa nestes novos termos de informática.  Então essa pessoa conversava comigo, que sou a editora do dicionário, e passava as definições. A editora também muitas vezes indicava termos para serem pesquisados. E depois passa sempre para os lexicógrafos.

A linguagem normalmente já é dinâmica, sendo modificada a cada dia na imprensa, nos livros e na conversa cotidiana das pessoas. Com a comunicação elevada a novos patamares com essas novas ferramentas como blog, Twitter, Facebook, ela se modifica de forma ainda mais rápida? Sim, com certeza. Até no caso do tuitar, se você for analisar, vai ver que é uma palavra muito nova.  O professor Aurélio tinha um critério de deixar as palavras em um tempo de espera. Isso para não inchar a obra com palavras que são modismos, que são passageiras, que são muito faladas em um certo tempo e depois são esquecidas. Mas isso foi em um outro tempo.  Ainda existem palavras que ficam nessa quarentena, mas tem outras em que a dinâmica é completamente outra. Exatamente por isso, pela velocidade de como as coisas estão ocorrendo. As pessoas estão escrevendo muito mais com a internet. E este dinamismo todo faz com que as palavras tenham de entrar no dicionário de forma mais rápida. O verbo tuitar, por exemplo, está sendo usado até mesmo pela Academia Brasileira de Letras e esse é mais um fator que vem para validar a entrada do termo no dicionário.

“- Tuitar V. int. 1. Postar no twitter comentários, informações, fotos, etc. ger. de caráter pessoal ou institucional. 2. Acompanhar os fatos, ideias, informações, etc. registrados por alguém em seu twitter.”

Agora, o ato de postar uma mensagem no microblog ou acompanhar o que seus amigos escrevem por lá tem uma definição oficial em um dos principais pilares da língua Portuguesa. A nova edição do Dicionário Aurélio, que chega às livrarias ainda neste mês (ainda não tem preço definido), traz diversos termos do mundo digital em suas páginas. Além de “tuitar”, estarão lá: “blogar”, “e-book”, “nerd”, “tablet”.

Termos antigos, que ganharam novos sentidos com as novas tecnologias, também foram atualizados. Nas páginas do Aurélio, “avatar” deixou de ser só a encarnação de um deus e passou a ser sua imagem na rede social ou seu personagem em um game. Para entender como foi o processo de incluir esses termos na obra, o Link conversou com Valéria Zelik, editora do Dicionário Aurélio.

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O que legitima uma palavra a ser incluída no dicionário? É algo específico, como aparecer na imprensa, ou não é algo tão concreto? A escolha das palavras se dá em geral pelo uso, pela frequência. Tem de ser uma palavra que as pessoas usem.  É claro que a gente busca também o registro escrito dessas palavras para testá-las, mas nem sempre isso é possível.  E quando eu falo escrito, é o uso realmente na mídia, nos jornais, revistas e também nos livros de literatura. Mas às vezes não é possível. No caso do “tuitar” e do “blogar”, por exemplo, eles até aparecem na mídia, mas ainda não com a frequência que geralmente é necessária para entrar no dicionário. Só que neste caso é observada a importância da palavra. Porque o Twitter está aí, os blogs também e as pessoas usam muito essas palavras em suas falas e por isso elas têm de ser dicionarizadas.

E como se define a grafia da palavra? O Twitter é um substantivo próprio e ele tem sua grafia própria. Agora no caso do tuitar, existe o critério do Dicionário Aurélio mesmo, que eles acreditam que a melhor forma de aportuguesamento no caso dos derivados verbais é sempre a forma totalmente aportuguesada da palavra. Então o tuitar como se transformou em um verbo a partir do nome próprio Twitter, então o critério do dicionário é o aportuguesamento total usando o t, u, i, t, a, r.

E a definição da palavra, como ela é feita? É uma pessoa ou um conselho? Pois a definição parece ser simples, mas é muito complexa. Muitas vezes eu me pego tentando definir uma palavra que eu achava que sabia, mas não consigo. Como é feito isso? É isso mesmo. Às vezes a gente acha que sabe, mas não sabe ou então sabe usar a palavra. Para definir é muito complicado. Cada classe de palavras tem uma definição própria e específica.  Eu vou poder definir um verbo, utilizando verbos. Um adjetivo, com adjetivos e substantivos da mesma forma – ou então explicando, quando possível. Existem vários colaboradores para formar o dicionário. Nós os chamamos de revisores técnicos, são os pesquisadores em áreas especializadas. Então no caso específico de informática, são contratadas pessoas técnicas em informática. O que é um microblog, um tuitar? A gente faz essa consultoria com profissionais especializados e ele vai explicar tecnicamente o que é o Twitter, um blog e assim por adiante. Os lexicógrafos então filtram a informação e criam o verbete no padrão do dicionário.

E ainda em relação à definição, alguma palavra teve sua definição alterada por causa das novas tecnologias? Sim, durante esta conversa estava me lembrando da palavra avatar, que agora conta com uma acepção nova. Ela já existia, mas ela era em relação a religião, a encarnação de um deus. E agora, para esta edição do Aurélio o avatar ganhou o sentido de um personagem de um game ou da imagem que representa uma pessoa em uma rede social.

No caso dessas palavras relacionadas à tecnologia, como foi a decisão de incluí-las? Da mesma forma das outras áreas do conhecimento. Nós contratamos um especialista, alguém da área. Para essa edição foi André Marques Zinharski. Ele que acabou ajudando na definição e na pesquisa nestes novos termos de informática.  Então essa pessoa conversava comigo, que sou a editora do dicionário, e passava as definições. A editora também muitas vezes indicava termos para serem pesquisados. E depois passa sempre para os lexicógrafos.

A linguagem normalmente já é dinâmica, sendo modificada a cada dia na imprensa, nos livros e na conversa cotidiana das pessoas. Com a comunicação elevada a novos patamares com essas novas ferramentas como blog, Twitter, Facebook, ela se modifica de forma ainda mais rápida? Sim, com certeza. Até no caso do tuitar, se você for analisar, vai ver que é uma palavra muito nova.  O professor Aurélio tinha um critério de deixar as palavras em um tempo de espera. Isso para não inchar a obra com palavras que são modismos, que são passageiras, que são muito faladas em um certo tempo e depois são esquecidas. Mas isso foi em um outro tempo.  Ainda existem palavras que ficam nessa quarentena, mas tem outras em que a dinâmica é completamente outra. Exatamente por isso, pela velocidade de como as coisas estão ocorrendo. As pessoas estão escrevendo muito mais com a internet. E este dinamismo todo faz com que as palavras tenham de entrar no dicionário de forma mais rápida. O verbo tuitar, por exemplo, está sendo usado até mesmo pela Academia Brasileira de Letras e esse é mais um fator que vem para validar a entrada do termo no dicionário.

“- Tuitar V. int. 1. Postar no twitter comentários, informações, fotos, etc. ger. de caráter pessoal ou institucional. 2. Acompanhar os fatos, ideias, informações, etc. registrados por alguém em seu twitter.”

Agora, o ato de postar uma mensagem no microblog ou acompanhar o que seus amigos escrevem por lá tem uma definição oficial em um dos principais pilares da língua Portuguesa. A nova edição do Dicionário Aurélio, que chega às livrarias ainda neste mês (ainda não tem preço definido), traz diversos termos do mundo digital em suas páginas. Além de “tuitar”, estarão lá: “blogar”, “e-book”, “nerd”, “tablet”.

Termos antigos, que ganharam novos sentidos com as novas tecnologias, também foram atualizados. Nas páginas do Aurélio, “avatar” deixou de ser só a encarnação de um deus e passou a ser sua imagem na rede social ou seu personagem em um game. Para entender como foi o processo de incluir esses termos na obra, o Link conversou com Valéria Zelik, editora do Dicionário Aurélio.

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O que legitima uma palavra a ser incluída no dicionário? É algo específico, como aparecer na imprensa, ou não é algo tão concreto? A escolha das palavras se dá em geral pelo uso, pela frequência. Tem de ser uma palavra que as pessoas usem.  É claro que a gente busca também o registro escrito dessas palavras para testá-las, mas nem sempre isso é possível.  E quando eu falo escrito, é o uso realmente na mídia, nos jornais, revistas e também nos livros de literatura. Mas às vezes não é possível. No caso do “tuitar” e do “blogar”, por exemplo, eles até aparecem na mídia, mas ainda não com a frequência que geralmente é necessária para entrar no dicionário. Só que neste caso é observada a importância da palavra. Porque o Twitter está aí, os blogs também e as pessoas usam muito essas palavras em suas falas e por isso elas têm de ser dicionarizadas.

E como se define a grafia da palavra? O Twitter é um substantivo próprio e ele tem sua grafia própria. Agora no caso do tuitar, existe o critério do Dicionário Aurélio mesmo, que eles acreditam que a melhor forma de aportuguesamento no caso dos derivados verbais é sempre a forma totalmente aportuguesada da palavra. Então o tuitar como se transformou em um verbo a partir do nome próprio Twitter, então o critério do dicionário é o aportuguesamento total usando o t, u, i, t, a, r.

E a definição da palavra, como ela é feita? É uma pessoa ou um conselho? Pois a definição parece ser simples, mas é muito complexa. Muitas vezes eu me pego tentando definir uma palavra que eu achava que sabia, mas não consigo. Como é feito isso? É isso mesmo. Às vezes a gente acha que sabe, mas não sabe ou então sabe usar a palavra. Para definir é muito complicado. Cada classe de palavras tem uma definição própria e específica.  Eu vou poder definir um verbo, utilizando verbos. Um adjetivo, com adjetivos e substantivos da mesma forma – ou então explicando, quando possível. Existem vários colaboradores para formar o dicionário. Nós os chamamos de revisores técnicos, são os pesquisadores em áreas especializadas. Então no caso específico de informática, são contratadas pessoas técnicas em informática. O que é um microblog, um tuitar? A gente faz essa consultoria com profissionais especializados e ele vai explicar tecnicamente o que é o Twitter, um blog e assim por adiante. Os lexicógrafos então filtram a informação e criam o verbete no padrão do dicionário.

E ainda em relação à definição, alguma palavra teve sua definição alterada por causa das novas tecnologias? Sim, durante esta conversa estava me lembrando da palavra avatar, que agora conta com uma acepção nova. Ela já existia, mas ela era em relação a religião, a encarnação de um deus. E agora, para esta edição do Aurélio o avatar ganhou o sentido de um personagem de um game ou da imagem que representa uma pessoa em uma rede social.

No caso dessas palavras relacionadas à tecnologia, como foi a decisão de incluí-las? Da mesma forma das outras áreas do conhecimento. Nós contratamos um especialista, alguém da área. Para essa edição foi André Marques Zinharski. Ele que acabou ajudando na definição e na pesquisa nestes novos termos de informática.  Então essa pessoa conversava comigo, que sou a editora do dicionário, e passava as definições. A editora também muitas vezes indicava termos para serem pesquisados. E depois passa sempre para os lexicógrafos.

A linguagem normalmente já é dinâmica, sendo modificada a cada dia na imprensa, nos livros e na conversa cotidiana das pessoas. Com a comunicação elevada a novos patamares com essas novas ferramentas como blog, Twitter, Facebook, ela se modifica de forma ainda mais rápida? Sim, com certeza. Até no caso do tuitar, se você for analisar, vai ver que é uma palavra muito nova.  O professor Aurélio tinha um critério de deixar as palavras em um tempo de espera. Isso para não inchar a obra com palavras que são modismos, que são passageiras, que são muito faladas em um certo tempo e depois são esquecidas. Mas isso foi em um outro tempo.  Ainda existem palavras que ficam nessa quarentena, mas tem outras em que a dinâmica é completamente outra. Exatamente por isso, pela velocidade de como as coisas estão ocorrendo. As pessoas estão escrevendo muito mais com a internet. E este dinamismo todo faz com que as palavras tenham de entrar no dicionário de forma mais rápida. O verbo tuitar, por exemplo, está sendo usado até mesmo pela Academia Brasileira de Letras e esse é mais um fator que vem para validar a entrada do termo no dicionário.

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